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Poesias-->Baile Flamenco -- 29/09/2002 - 01:38 (Rosy Feros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Mulheres coloridas

quais flores abertas

dançam a vida

em ritmo de festa:

negra é a dor,

colorida a quimera.



Todas as cores, todos os ritmos,

todos os sons cabem no peito

de quem canta a dor em silêncio.

Os pés tocam no chão

a música da terra,

cheia de fogo e lamento.

Flamenco de alma,

latina y sín calma.



Panos coloridos,

todas as cores no vestido.

Cintura marcada,

quadril bailando ao sabor do vento.

Pernas, quadris, tientos

tantos ritmos de cordas mudas

nos quadris que bailam el flamenco.

Flamenco é som em puro movimento.



Olhar feiticeiro, olhar de noite.

Olhar de vento, olhar de açoite.

Os olhos volúveis acompanham

o vento do vestido que baila el flamenco.

As mãos que voam abrem o vestido

como quem revela tudo.

O meneio das cadeiras

é a dança da criação do mundo.



O vestido tem um não sei quê

de alegoria sutil e agreste,

e suas pernas que bailam

mexem com o mundo

que se esconde sob os pés.



Os braços arqueados,

feito cântaros de barro

guardando a suavidade

e o peso do mundo.

O mundo é grave,

assim como o flamenco.



As saias são sarças ardentes,

os dentes mordem de contentes

a melancolia sempre-viva do flamenco.

As mãos voam pelo ar

planando feito palomas,

palomas blancas de ar.



O baile de soleá y tientos

não mostra, entremostra

as faces da mulher morena.

Flamenco ardente. Flamenco.

O voleio das saias

como os voleios do vento.



As cordas vibram em seguidillas

rápidas e ligeiras bulerías

mas flamenco é pesado e tão suave

que não é alegria:

é o som da terra cantando seus ais



Flamenco fogo, lamento.

Os pés pisam o chão como lanças.

Os olhos são vivos como chamas,

fogueiras em noites imemoriais.

Canto profundo, cante jondo.

O maior tormento

é o de cantar a vida a fundo.



Flamenco de alma,

flamenco sín calma.

O fogo eterno que habita el baile

é o eterno motor do mistério.

Teu som é suave renda

tecida em desespero.

Flamenco fogo, flamenco etéreo.

Tua alma é sangue feminino

envolta em saias de mistério.





Copyright Rosy Feros, 1998 - http://rosyferos.blogspot.com



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