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Artigos-->UMA CAIXINHA DE SURPRESAS -- 24/12/2001 - 17:32 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ERA UMA VEZ UMA CAIXINHA DE SURPRESAS.





Era uma vez uma caixinha. Pequena, como, aliás, devem ser todas as caixinhas. Mas nem tão pequena assim!.... Dentro dela cabe, com certeza, pessoa de boa estatura.; de qualquer estatura; e de qualquer peso, também. Na verdade, ela (a caixinha) só é considerada pequena quando a comparamos, por exemplo, com o Oceano Atlântico. Excluídas essas comparações podemos dizer, conclusivamente, que se trata de ... uma caixinha; digamos, de uma caixinha normal.



O mais interessante, foi o que vi dentro da caixinha. Olhei bem de perto para ter certeza. Não acreditei!. Estaria sonhando? Várias pessoas ali estavam. Quer dizer, pressupunha que sim; na verdade, elas não tinham rosto. Nem possuíam, como nós, seres humanos, corpo físico. Eram como se fossem almas. Mas não eram almas. Dava para sentir a sua presença; Soube de tudo isso por intuição, dedução ou coisas do estilo.



Mais interessante, ainda, foi constatar que havia, entre elas, intenso processo de comunicação. Uma espécie de telepatia. Pude observar, também, que quando falavam entre si, e embora eu ali não estivesse, de corpo presente, podia entender tudo o que diziam ; e até o que sentiam.



Às vezes, algumas delas "falavam" diretamente comigo. E pelas respostas às minhas indagações, tinha certeza de que compreenderam minhas indagações. Estaria ficando louco ?



Outra surpresa!... Só pelo que falavam, posto que não havia imagens - elas não tinham rosto nem corpo, conforme dissemos, - a gente podia saber - e até adivinhar - a idade de cada uma delas. Não de forma precisa; no alvo, como dizem; mas apenas pela maneira de falar; de raciocinar; pelo assunto e pela linguagem que expressavam seus pensamentos; enfim, poderíamos chegar bem próximo de sua certidão de nascimento.



Desse modo, era possível, tranqüilamente, estabelecer faixas etárias para enquadrar todas elas: entre 15 e 18 anos; na faixa de 20 a 35; mais de 35, e menos de 50; mais de 70, e assim por diante; Parando por aqui, senão, daqui a pouco, estaremos falando, literalmente, de almas. O que não é o caso.



Do idêntico modo, era possível descobrir o sexo. Sendo que esta informação, a bem da verdade, demandava um pouco mais de trabalho, vale dizer, de dificuldades, que exigia doses maiores de observação, paciência e astúcia, tendo em vista, principalmente, a questão da opção sexual dos dias de hoje, isto é, de qual caminho procurar nas horas de aperto: se o do banheiro dos homens; se do banheiro das mulheres; ou, em último caso, se a vontade teria passado?



Em todo o caso, vale lembrar, que se entre nós, seres humanos, ainda existem pessoas que, mesmo possuindo rosto e corpo, conseguem esconder suas preferências sexuais, imagine-se as dificuldades que não se teria para descobrir o verdadeiro sexo daqueles seres, digamos, invisíveis? Mas, com o passar do tempo, a gente acaba adquirindo a prática e descobrindo. Nem que, em alguns casos, tivéssemos que jogar com a sorte, ou seja, a confissão espontânea.



E assim continuava eu a observá-los, cá do meu mundo. E notei muitas semelhanças entre suas atitudes e seus comportamentos: no modo de agir, de sentir, de pensar, todos muito parecidos, é bom que se diga, com os nossos; quase iguais aos dos seres de carne e osso, como se diz.



Pude notar, também, que entre eles havia os que falavam de amor e de ódio; os que se diziam apaixonados; os bem humorados; os mais alegres e os mais tristes; os mais educados . Mas também existiam os que se confessavam carentes, agudos e crônicos; carentes de afeto, de amor; os que falavam de sofrimentos e dores. E os que diziam ou, melhor dizendo, soltavam, palavrões que não se pode aqui reproduzir.



Ainda podíamos identificar os que em nada acreditavam, os de pouquíssima fé. E até alguns, a minoria, felizmente, deixando transparecer um pouco de ciúme, beirando a inveja. Mas nada que se comparasse a violência do lado de cá do nosso mundo. Ainda bem.



Eles formavam grupos ou tribos bem definidas. Provavelmente por afinidades ou identificações. Trocavam elogios. Discutiam. Brigavam. Como aqui, do lado de fora. Alternando momentos de timidez e de introspecção com momentos de ousadia e até de cometimento de certos abusos..



O ponto comum entre eles, mais entre os grupos e tribos, era o magnetismo da união e da amizade que os mantinham sempre juntos. A ponto de um dia, um deles, após ter se afastado por algum tempo, não me recordo exatamente quanto, tão logo de seu retorno, a primeira coisa que fez, depois que arriou sua bagagem, foi procurar o seu grupo para dizer que já tinha voltado. Que já estava pronto para o que desse e viesse. Para continuar a luta!.



E depois, ainda dizem, por estas bandas, que a tecnologia é fria; que afasta os seres humanos, pois não permite o tato, o propagado calor humano. A bem da verdade, esta alegação é mais um mito. A tecnologia só é maléfica e desnecessária quando não observa os padrões mínimos de civilidade; quando não observa ou não dá prioridade as questões de ordem ética e moral; a liberdade com responsabilidade.



A falta de calor humano, na verdade, pode (e tem sido) substituída, com vantagens, na era das máquinas, quando se faz bom uso da tecnologia pela via da percepção e da sensibilidade. Através do coração. Quando utilizamos a caixinha de surpresas, que é a tela do nosso computador, de que estamos falando todo este tempo, e entramos no mundo fantástico do site do USINAS DE LETRAS, por exemplo, ingressamos noutra dimensão; no mundo dos seres invisíveis, e do qual fazemos parte. Mundo, afinal, que nos surpreende, pela magia e pela sua grande semelhança com o nosso mundo real.



Afinal, era uma vez uma caixinha de surpresas, não. A caixinha continua. Mais moderna e mais atraente talvez. Mas com os mesmos defeitos e qualidades. E nós, com a Graça de Deus, continuamos com a responsabilidade para torná-lo melhor ou pior. Feliz Natal e Próspero Ano Novo!...Cheio de boa surpresas para todos nós. Que a paz esteja sempre conosco.



Domingos Oliveira Medeiros - 24 de dezembro de 2001































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