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Poesias-->De Alguns Olhares -- 26/09/2002 - 09:03 (Fernanda Guimarães)
Poesia em resposta a "Inquietude" que foi a mim dedicado pelos participantes da Oficina de Leitura da Professora Rosa Pena. Logo abaixo, as duas poesias. "De Alguns Olhares" não é apenas um agradecimento. É a digital de uma carícia a tocar o coração de quem sabe fazer o meu tanto pulsar... De Alguns Olhares E em versos despiram-me Não eram olhares de quem apenas vê Eram olhos de todos os sentidos Olhos que me liam o coração Tocando-me a pele da alma Como se degustassem o cálice Onde se esvazia e se derrama O delírio e açoite da doce inquietude Alvoroço de quem sempre busca A emoção na brisa de seus caminhos Mesmo que os passos sejam desalinhados Pelos tropeços das incertezas Ou deixem-se serem seguidos Pelas pegadas de uma lágrima Que não soube chorar Eram olhos que escutavam o silêncio Ressonância do que jamais se disse É a palavra em mim sempre enigma Caleidoscópio onde sonham As mãos da minha solidão Acalanto, leito e alento Para a profundidade do sentir Eterna ambiguidade: abismo e redenção © Fernanda Guimarães Em 25.09.2002 Inquietude No triste e fosco azul do fim da tarde andas pelas ruas à beira do quase nada com aquela sensação de dor,perto da mágoa... silenciosa e serena,doce e amiga virou tua inquietude. Não sabes da vida o perigo apenas sentes e te desencantas porque,afinal,é desencanto a espera entre o mundo parado e o sonho antigo. Depois,a noite,na branca toalha,a mesa ,a família,vozes amadas a conversa não esperada por vezes burguesa,te traz tristeza. Enfim,a dúvida,eterna inquietude que entra pelas frestas da porta de tua alma Invadindo teus sonhos roubando o pacífico ardor da madrugada te remetem novamente a busca da resposta Se apenas tu amas ou se és também amada Poema da oficina de leitura para a escritora Fernanda Guimarães. Setembro 2002