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Contos-->Nos braços do mar sem fim -- 25/07/2002 - 12:55 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dedicado a Fernanda Vogel:
Sinto saudades das histórias que começavam com: ‘ Era uma vez...’; parece que nos dias de hoje essa expressão se tornou fora de moda, a tecnologia faz tudo do passado parecer obsoleto, mas como eu sou muito teimoso a minha história vai começar assim...
Era uma vez uma garota, uma menina, uma mulher, uma sonhadora que vivia um sonho, o sonho de ser bela e amada, o sonho de todas mulheres desse planeta.
Com a sua beleza ela encantava as cortes por onde passava, seus olhos levemente puxados, seus cabelos negros e seu corpo suave ,esguio e elegante fizeram dela um modelo de raro encanto, de graça, leveza e charme.
Sua beleza encantadora e magnetismo fizeram bater mais forte o coração de um príncipe encantado do reino chamado ‘ Doce Açúcar ’, filho de um dos maiores comerciantes de sua época e mercador de especiarias, tal príncipe era tão belo quanto sua amada, alto, forte, atlético e elegante, também fazia estremecer as estruturas das donzelas a sua volta.
A bela menina ganhava o mundo com sua formosura, as portas de todos reinos se abriam para vê-la desfilar todo seu charme e um dia uma grande festa seria dada para receber o belo príncipe do reino do Doce Açúcar, festa essa que seria realizada no condado de ´Rio de Fevereiro´, a bela foi convidada para emprestar sua beleza a festa e ajudar a torna-la uma agradável e inesquecível recepção para o belo príncipe.
Uma orquestra tocava uma música calma, os empregados serviam banquetes e um cheiro de perfume fino pairava no ar, era uma noite quente dessas de verão, as pessoas bailavam e se divertiam com a música, as comitivas do príncipe eram grandes, demoraram quase um quarto de hora para que todos pudessem entrar, o elegante príncipe veio no final, vestido com um traje de gala preto e coberto por uma túnica azul cor do céu, fez a festa parar, encheu o salão com sua beleza e elegância.
Pétalas de rosas então foram jogadas do teto do baile, elas eram de todas as cores, donzelas vestidas de branco entraram na festa dançando suavemente, bailando na ponta dos pés e a bela garota veio no final, todos os olhos eram para ela, uma canção triste, porém bela começou a tocar, ela bailava e rodopiava pelo salão, sua presença era leve e encantava, os olhos do príncipe brilhavam como que refletindo a luz da bela, seus cabelos pareciam flutuar com a brisa leve que soprava do mar.
Foi encanto a primeira vista, com certeza o cupido estava presente na festa e flechou o coração dos belos, um não tirava mais o olho do outro, o espaço que separava os dois parecia ser eterno, mas o magnetismo do olhar os atraia cada vez mais, um para os braços do outro, um para o coração do outro.
A festa rolava, as pessoas bebiam do melhor vinho e comiam dos melhores pratos, uma historia de amor estava nascendo aos olhos de todas, mas era invisível, só podiam ser sentidos com o coração de dois seres feitos um para outro, o que se chama de almas gêmeas, coisa para poucas almas e para poucos corpos.
Uma canção foi surgindo bem devagarzinho, uma velha canção de amor, dessas que marcam a vida de qualquer pessoa, o príncipe sentiu um desejo mais forte que sua elegância e timidez, algo que explodia nos seus sentidos e sentimentos e caminhou em direção a princesa, a cada passo seu coração disparava mais e mais, se naquela época houvesse flash, cada passo seria um flash, mas como não havia os olhos brilhavam ao vê-lo caminhar em direção a maravilhosa bela, imóvel a bela acompanhava o príncipe se aproximando lentamente, suas pernas tremiam, seu coração estava congelado de insegurança e excitação.
Não foram preciso palavras, o príncipe estendeu suas mãos a ela convidando-a para uma dança, o tempo parecia ter parado, ninguém respirava, era como se o sol e a lua estivessem se encontrando, suas mãos se tocaram e eles começaram a dançar, era como se só tivesse os dois ali, bailavam sem tirar os olhos um do outro, a bela sonhava, o belo príncipe sonhava e agora sonhavam um lindo sonho juntos.

1 mês depois...

Caminhando pela areia de uma praia, vamos encontrar a bela garota, ela olhava para o mar como se procurando respostas para suas mais íntimas perguntas, mas tudo que o mar respondia era com uma brisa leve que fazia balançar seus belos cabelos negros, ela então resolveu se banhar nas águas do mar e deixar se misturarem suas doces lágrimas com a água salgada do mar.
Depois de recarregar suas energias ela se virou para sair da água e deparou-se com o príncipe fitando-a, ele sempre olhava para ela como se ela fosse a única mulher do mundo, não tinha olhos para outras.
‘Quer se casar comigo?’ – disse com simplicidade e certeza o príncipe.
E mais uma vez não foram preciso palavras, a bela respondeu com um sorriso lindo, um dos 600 sorrisos lindos que ela tinha, a abraçou o seu amado e deu um beijo, um desses beijos que fazem você sentir estrelas no seu céu da boca e borboletas no estômago.
2 meses depois

Foram muitos os preparativos, muitos os detalhes para o casamento, tinha que ser um casamento a altura de tão belo casal, um cerimônia perfeita para um par perfeito.
Os presentes já chegavam de todas partes do mundo, o acontecimento era aguardado por todos os reis, rainhas, condes, condessas, duques e duquesas do planeta e por isso esses ofertavam os melhores artigos que tinham em seus reinos.
Mas o presente que mais impressionou o príncipe foi aquele ofertado por seu pai, algo mágico, algo diferente de tudo que se podia imaginar, era um unicórnio branco voador, um exemplar raro encontrado num reino mágico e escondido.
Seu pai pagou uma verdadeira fortuna por tal artigo já que foram preciso muitos caçadores para capturar tal animal, um animal sagrado em muitas religiões da época, era realmente o presente mais especial que se podia dar naqueles dias, o mais caro, o mais mágico e o mais mais.
Encantado e extasiado o príncipe não pensava em outra coisa, estava maravilhado, feliz, queria de todas as formas dar um vôo com o belo unicórnio, sentir a liberdade e o poder de voar como os pássaros, seu pai e seus empregados o advertiam que tomasse cuidado, mas ele já não ouvia mais nada, montou no animal alado e voou sobre as cabeças de estupefatos espectadores e depois alçou vôos mais altos, até as nuvens, se sentia no topo do mundo, era o homem mais feliz do mundo!
Tomado pela euforia o príncipe foi buscar sua amada, essa se encontrava deitada na relva dos campos de trigo, olhava para o céu imaginando o rosto de seu amado nas nuvens e de repente viu algo voando, voando, a principio imaginou ser um grande pássaro branco, mas tão logo acreditasse nessa idéia começou a escutar alguém gritar seu nome a plenos pulmões, olhava para os lados e nada, a voz vinha dos céus, era o príncipe chegando montado num cavalo branco alado!
Ela mal podia acreditar, mas era verdade mesmo, ele a pegou no colo e deu um beijo, explicou que aquilo era um presente de seu pai, que ele estava muito feliz e que queria dividir essa felicidade com ela.
A futura princesa ficou maravilhada com o presente, mas disse que tinha medo de altura, temia cair lá de cima, o príncipe eufórico tratou de convencê-la que aquilo era só um medo passageiro, que lá em cima ela esqueceria tal trauma
Os dois então montaram no mágico animal e distraídos não percebiam que o tempo estava se fechando, que nuvens negras rondavam e uma tempestade se avizinhava.
Como o mundo era lindo lá de cima, eles pareciam estar vivendo um sonho, as pessoas pareciam formiguinhas lá de cima, dava para ver tudo de uma maneira diferente, voar sempre foi o sonho de quase todo mundo.
Mas os ventos mudaram de repente quando eles passaram por uma serra bem alta e avistaram o mar, ficaram tão hipnotizados por tal bela visão que não percebiam que o corcel voador estava se impacientando e se tornando desestabilizado.
O casal voava em direção ao horizonte, pareciam querem atingir o firmamento com o olhar, foram se aproximando do mar que lá de cima parecia uma coisa só, mas que estava cada vez mais zangado, os ventos logo viraram ventania, as nuvens brancas viraram negras, eles estavam no meio de uma tempestade!
Ao perceber o perigo eminente o príncipe voltou a realidade e se viu cercado de ondas enormes e ventos potentes, a bela ficou apavorada e agarrou com toda força na cintura do amado e começaram a subir.
Mas o destino tinha uma armadilha da qual eles não poderiam escapar, quando eles pareciam já estar quase fora de perigo, uma lufada de vento desestabilizou o cavalo alado e o casal de apaixonados despencou no mar bravio e zangado.
A água estava bem fria, fria demais para tão bela garota, as ondas encobriam o horizonte a toda hora e a praia parecia tão distante, o corcel alvo e alado acabou também caindo no mar por derrubado e vencido pelos ventos irados e enfurecidos.
O príncipe segurava na mão de sua amada todo tempo e seguraria para sempre se não fosse a fúria do mar e das ondas, eles se perdiam e se encontravam nas geladas águas salgadas do mar, ele gritava para ela ter força e ela dizia que não ia conseguir.
E cada vez mais o mar se enfurecia, sua cólera era traduzida em ondas gigantescas que faziam a bela engolir grandes goles de água, esta já estava ficando fraca, e já não podia dizer nada, sentia seu fim próximo, ele nadava com vigor, mas nem toda sua força seria capaz de salvar seu amor.
Ela então juntou suas últimas forças e disse com carinho e amor, amor que era tudo que restava dentro dela:
‘Vai sem mim, sozinho você se salva e quem sabe encontra ajuda, vai sem mim, eu te amo....’
Mas o príncipe não queria desistir, ainda acreditava que podia salva-la, então veio uma onda forte, uma onda cruel e separou os dois, suas mãos se separaram para nunca mais voltar a se tocar, eles se perderam e o príncipe se desesperou, começou a gritar o nome de sua amada, nadava com raiva contra as ondas, mergulhava...
A crueldade do mar foi vencida quando o príncipe pode avistar com seu olhar o olhar de sua amada, trocaram seu ultimo carinho assim mesmo, pelo olhar, ela tinha um olhar tranqüilo, estava calma agora, sabia que nada acontece sem ter que acontecer e depois desses segundos que pareceram infinitos a bela desapareceu do olhar do príncipe, ela ainda tentou mais uma vez, mas não a encontrou, reuniu toda sua vontade de viver e começou a nadar em direção a praia, para se salvar e para buscar ajuda.
Mas a ajuda nunca foi capaz de encontrar com vida a bela moça, ela se tornou parte do mar e o mar se tornou parte dela, o mundo ficou mais triste sem sua beleza, o príncipe falou pensava: ’ Acha que o que houver eu não vou te esquecer’
Todos os dias o príncipe voltava lá para procurar-la, como se ela pudesse voltar um dia, mas a bela moça nunca mais voltou.
A bela hoje é uma estrela do mar, a bela dos mares, empresta parte de sua beleza as águas calmas onde hoje repousa seu corpo e sua alma é estrela do céu brilha e ilumina a noite daqueles que aqui ficaram.

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