Agito este meu vidro de remédio,
Pois diluir a rima há de ser bom,
Que, concentrado, é rude o nosso som,
Impróprio p’ra saúde do meu médium.
Que bom ter a doçura do bombom,
Ao declamar a trova deste assédio:
Aí, quem é magrinho fica nédio,
Julgando este meu verso de bom-tom.
Mas nada que hoje faça tem virtude
E nunca mais terá sem que se mude
A vibração das almas que me lêem.
De que me adianta o verso repetido,
Se sempre o meu leitor dirá: — Duvido! —,
Que os homens só acreditam no que vêem.
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