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Textos_Religiosos-->O ser da Igreja 230302 -- 01/02/2005 - 03:40 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo M. Martins 230302

BRAATEN, Carl & JENSON, Robert W. – Dogmática Cristã. São Leopoldo, RS: Sinodal/IEPG, 1995, p. 213-230.

O ser da Igreja

A pergunta pelo ser da igreja sempre aponta para algo que é maior que nosso entendimento, no entanto, temos um Deus que tem se mostrado na história humana, e é nesta experiência de Deus para com o ser humano que pretendemos encontrar o ser da Igreja.

A quádrupla afirmação do credo de Niceno: creio na Igreja Uma, santa, Católica e Apostólica, detém em si uma dialética onde vemos que a existência da igreja prevê um testemunho corporificado que aponta para as intenções de Deus.
A unicidade da igreja se baseia no próprio Deus uno. Contudo, concretamente, vemos que a diversidade se opõe à essa afirmação de duas maneiras: os fatores não-teológicos e a relação da igreja com a existência humana. Em fim, vemos essa unidade na diversidade como dom do próprio Deus, para que o ser humano fosse contemplado de maneira total e sem ambigüidades.
A santidade de coisas neste mundo, de pessoas e da igreja deriva-se de Deus e do ser santo de Deus. somos santos porque Deus é santo, contudo, está santidade está além de nosso controle, por causa da inclusão do perdão, que também é dom de Deus, sendo que aponta para uma consciência de imperfeição do ser humano em reconhecimento da perfeição de Deus.
A catolicidade tem sido entendida como universalidade mais identidade; e universalidade mais continuidade. Este aspecto tem duma ênfase: a intensiva e a extensiva. A intensiva visa a plenitude na recepção e apropriação eclesiásticas da revelação divina, que dá a identidade à igreja. E a extensiva, aborda o alcance das pessoas de modo universal: espacial; temporal e cultural. Também a catolicidade é um imperativo, pois se apresenta á igreja como missão do próprio Deus. É o movimento em rumo à plenitude de Deus.
A apostolicidade presente na igreja provém do testemunho daqueles que vivenciaram o fenômeno Jesus, a igreja é responsável por essa tradição, contudo, num segundo momento, ela também é movimento, também é superação, onde se relaciona com o mundo e os outros seres humanos, colocando de forma ativa sua presença no mundo, e exercendo sua influencia nele.
Por fim, a igreja só é igreja quando é una, santa, católica e apostólica.

Alguns outros símbolos de compreensão da igreja: povo de Deus e corpo de Cristo. O povo de Deus vem do AT, onde a promessa se realiza na aliança que, mesmo sendo quebrada por várias vezes pelo próprio povo eleito, não é deixada de lado pelo Deus de amor. Esse movimento se mostra incompleto, no entanto, quando verificamos sobre o aspecto de corpo de Cristo, vemos que este ultimo vem completar a noção de igreja plena, de uma afirmação que em Cristo a Lei é cumprida e a igreja se mostra pronta para buscar de modo eficaz o Reino de Deus escatológico.

Modelos que resumem a tradição teológica: instituição, comunhão mística, sacramento, arauto e serva.
A instituição equipara a igreja ao modelo de Estado. Uma definição poderia ser: primordialmente em termos de suas estruturas vivíveis, em especial dos direitos e poderes de seus dignitários. O propósito mais importante da igreja é assegurar vida eterna para seus membros.
A comunhão mística faz da igreja uma comunidade onde o próprio Cristo está presente, visto que assimila a imagem do corpo de Cristo e do povo de Deus.
Em relação ao sacramento, tem-se Cristo como sacramento de Deus, enquanto Deus, ele é perfeito, entretanto, quando homem é imperfeito, dando à igreja a grande honra de, em movimento dialético com o próprio Cristo, completar essa parte.
O modelo de arauto enfatiza a proclamação da Palavra de Deus, de seu evangelho salvador, com pouco interesse pela estrutura da igreja.
A igreja serva enfatiza o diálogo com o mundo., podendo ser vista na teologia da libertação.
Ao estudarmos e apoiarmos algum desses aspectos para a igreja, precisamos justificar nossas escolhas de maneira teologicamente responsável.

O ser da igreja está fundamentalmente condicionado pelas circunstâncias de sua origem. Ele é apostólico em essência. Há 3 razões para o axioma: 1- trata-se do período mais próximo de Jesus; 2- constitui nosso único meio de acesso a Jesus; 3- as configurações do séc. I tornaram-se os fundamentos da Igreja e a norma primária de sua vida e fé. A dimensão cúltica da vida apostólica converteu-se na liturgia da igreja, em sua fase católica no séc II. O componente intelectual tornou-se credo e dogma; o aspecto organizacional, a estrutura episcopal; as tradições de pregação e ensino foram passadas adiante como tais; as tentativas de preservar a memória sobre Jesus tornaram-se a Escritura. Podemos dizer que o ser da igreja forjou-se num recipiente que devemos reinterpretar a cada novo contexto vivencial da igreja, sempre levando em consideração o marco apostólico que impulsionou essa caminhada. Quanto à origem da igreja, podemos dizer: 1- ela é produto da cristalização da experiência inteira de uma geração, a dos primeiros cristão; 2- visto que essa era apostólica é constitutiva para a igreja, esta a investiga continuamente; 3- ela sempre compartilhará da particularidade daquela época.

Em fim, temos uma igreja que nasce de Deus, é conduzida por Ele através de seus servos, e é reorientada para a salvação dos homens nEle. Este é o ser da igreja.


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