Pensando loucamente nas origens
Da fome, o mais terrível dos flagelos,
Eu sinto: náuseas, vômitos, vertigens
Tonturas e grotescos pesadelos.
Lembrar que sobrevivem cogumelos
Nas rudes e selvagens matas virgens
Em tons verdes, vermelhos e amarelos
Unidos com as algas como líquens
E nós não vemos tantos que têm fome
Nas ruas, nas favelas, nos asilos
E nas creches do nosso próprio povo!
Meu Deus! Vede a que ponto chega o homem!
Talvez fosse melhor hoje destruí-lo
E nunca mais querer criá-lo de novo!
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