Seria o tempo de ser feliz,
Agora que temos, de novo, esperança?
Eu, que trago na mão um poema de vida
E na voz a coragem para dizer a verdade
- a minha verdade, que construo ao sol,
todos os dias me pego na alegria.
Pequenas coisas, eu mudo.
Não há dia em que não possa fazer melhor
Alguma vida.
O que me move é essa sede de sorrisos,
De justiça, de boas novas.
Também quero uma alegria minha,
Para que eu possa ter na boca o mel
Que só o amor dá.
Para que eu possa ter a paixão
Como estado natural da minha alma.
Para que a deusa pulse em meu coração
E o sangue das minhas veias esteja quente.
Há momentos em que o perigo me ronda
E eu percebo as sombras chegando.
Mas é o fogo do universo que me incendeia
E tudo posso para construir a alegria.
Há momentos de aquietar, há momentos de recuar,
Porque o caminho tem luzes e escuros,
Tem gente que abraça e tem gente que apunhala,
Gente que constrói e gente que destrói,
Cada uma com seu papel e sua dor.
Tem gente que enxerga grande
E gente que vê pequeno.
Meu papel eu conheço.
Canto e choro,
Construo um mundo em que eu possa
Caminhar com orgulho sereno
E olhar altivo.
Sem medo.
Com alguma dor
E muita alegria.
Sei da loucura que carrego,
Que me foi dada pelo universo para que,
Enlouquecida, eu mude tudo o que puder mudar.
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