- Sol que ilumina a todos, por que somente eu não sou atingido pelos seus raios revigorantes? Minha alma clama a ti e implora de coração aberto, por se julgar arrependido, para receber novamente sua luz.
- Não é que não sejas merecedor da minha luz, porém, infelizmente, estás desatento a ela. Caminho sempre junto a ti e amanheço alegremente por ti, mas teu olhar seco e enfezado já se acostumou a mim e, por isso, não me enxergas muito bem.
- Mas eu lhe admiro e idolatro constantemente, o que mais posso fazer? Minhas juras de amor não te comovem? Não acredita nelas?
- Acredito e gosto delas, mas idolatria se aproxima muito de idealização e isso faz com que só me demonstre carinho, quando meus atos igualam-se à sua preferência ideal, ao seu gosto. Aceite-me como sou e assim, meu brilho novamente atingirá seu coração.
- Talvez seja verdade. Mas para que ocorra uma modificação no meu ser, é preciso tempo e compreensão. Só que eu não sei se sou merecedor de pedir-lhe isso. Tu decidirás e o que fizer, eu aceitarei. Quero apenas que a tua escolha me provoque um sorriso, não uma lágrima. Temo muito por isso.
- Não temas antes do tempo! Suas atitudes de agora em diante é que vão reger minha decisão. Haja com o coração, faça-o bater na mesma freqüência que o meu. Coloque-nos novamente em sintonia.
- Talvez eu devesse ser punido por ter sido tão amargo, mesmo que sem querer, com alguém tão doce e especial como você. É provável que se eu não fizer algo, acabemos nos tornando Sol e Lua, brilhosos e magnificantemente apaixonados, porém com impossibilidade de nos olharmos de frente. Há uma chance, só precisamos nos ajudar vilmente. Assim, poderemos juntos, admirar muitos luares e pôr-dos sóis. |