O meu gato Felipinho
Anda solto no telhado
Por mais que eu chame por ele
Não pára com seu miado
Faz canção, canta em voz alta
Pruma gatinha peralta
Que vive na casa ao lado
Outro dia o meu gatinho
Correu atrás do Raimundo
Um rato que veio do esgoto
Todo molhado e imundo
Ao chegar dele pertinho
Felipe torceu o focinho
Num desencanto profundo
Foi-se todo o apetite
Raimundo fedia tanto
Que felipinho enjoado
Foi vomitar no seu canto
Tive pena do ratinho
Dei-lhe com muito jeitinho
Creolina e com espanto
O rato olhou pra mim
E no seu olhar dizia
Qualquer coisa bem assim
"Sai pra lá, ó minha tia"
Creolina é uma parada
Pro Raimundo num é nada
Tu tá querendo é folia
Peguei queijo bolorento
Mas o abusado rato
Virou o focinho atrevido
Queria mesmo era um trato
Então eu me pus zangada
Fiquei mais que arreliada
Joguei Raimundo pro gato
O bichano ficou doido
Com o cheiro dessa vez
Saiu que nem um projétil
E o meu telhado desfez
Raimundo olhou assustado
Equilibrando no rabo
Aquele queijo outra vez
Assim acaba a história
Do Felipinho e Raimundo
Hoje são belos amigos
Tem um carinho profundo
Por esta dona Candoca
Vivem na minha maloca
E alegram este meu mundo!
