Solidão, lâmina afiada.
Mortalha bem apertada,
Que se enlaça ao peito
E nos reduz a nada...
Solidão, bicho feroz do mato.
Dor que transcende ao fato,
Que esfacela a alma,
De pronto, de imediato...
Solidão, cruz e calvário em brasa.
Sepulcro escuro ou cova rasa,
Que nos corrompe a vida,
E aprisiona em casa...
Solidão, aquilo que não tem nome.
Penetra na gente, se esconde,
Que se arraiga a miude,
Mas que macula, consome...
Solidão, feitor cruel que açoita!
Verdade que não se acoita,
Que arrebata as forças,
E nos faz viver... estando morta!
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