A VOZ DAS URNAS
Filemon F. Martins
Cheguei um pouco atrasado, porque estive fora de combate, por motivos de saúde. Mas, como diz o ditado popular: “Quem semeia vento, colhe tempestade”. Na administração pública com os políticos também é assim. Quem semeou taxas e mais taxas, obras inacabadas, obras de última hora, objetivando conquistar votos do eleitorado, criação de cargos na prefeitura, sem concurso público, para atender a filiados do partido, acabou colhendo derrota nas eleições, como ocorreu em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País.
Não se trata só de ampliar o diálogo com a classe média, como querem algumas lideranças do PT. Trata-se, muito mais, de respeitar o eleitor e trabalhador, que está descontente com a atuação do PT, enquanto governo. O resultado das eleições no Brasil mostrou que os eleitores estão aprendendo a votar.
No caso de São Paulo, no 1º turno, é preciso reconhecer que Kassab não era a melhor opção para administrar a cidade de São Paulo, mas no 2º turno desbancou Marta Suplicy, que apostou no prestígio de Lula para vencer as eleições. Não deu certo. Aliás, o PT perdeu as eleições nas capitais em que disputou o 2º turno, como São Paulo, Salvador e Porto Alegre.
Apesar de o PT ter ficado em segundo lugar, em 6 cidades do interior de São Paulo, não venceu em nenhum município, como São José do Rio Preto, Franca, Sorocaba, Santos, Piracicaba, São José dos Campos e Santo André. A maior derrota do PT, no entanto, ocorreu em Ribeirão Preto, cidade do ex-ministro Antonio Palocci Filho, onde o candidato petista ficou em terceiro lugar, com 8% dos votos.
Ainda assim, o PT conseguiu vitórias importantes, como São Bernardo do Campo, Guarulhos, Mauá, Suzano, Embu, Pirapora do Bom Jesus, Itapevi, Osasco e Francisco Morato, todas em São Paulo, mas o grande vencedor no interior e litoral de São Paulo foi o PSDB.
Embora o presidente Lula tenha minimizado a derrota de Marta, em São Paulo, afirmando que saiu ileso das eleições, o fato não corresponde a verdade mais uma vez. Não tivesse ele se empenhado na campanha através de programas televisivos e em palanques, transformando-se no maior cabo eleitoral, no dizer da Marta, aí sim ele poderia fazer tal afirmação.
De qualquer forma, é bom que os políticos eleitos em 2008 ouçam a voz das urnas. E mostrem serviço em benefício da sociedade. Do contrário, no próximo pleito, serão substituídos pelo voto. Mas antes disto, 2010 promete com PT, PSDB e PMDB.
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