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Poesias-->poema do menino perdido -- 03/07/2000 - 22:45 (Claudio Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sentado em baixo de um bloco de apartamentos abandonados, sem nada pra fazer, olhando as meninas que passando ao longe. Ele tenta entender porque se sente tão perdido ante a dúvida de o que fazer após terminar seu segundo grau feito na escola normal, e ele nem ao menos deseja dar aulas. Ele é um rapaz magro, alto, olhos castanhos, um rapaz comum em sua beleza. Mas que ele esconde por de trás de seus olhos é que atrai as pessoas, seus olhos castanhos, simples e tristes.

Ele sai andando dali sem direção no centro da cidade, próximo a rodoviária. Ele vê a rodoviária, seus ônibus com pessoas saindo e chegando. Ele gostaria de ter dinheiro pra viajar. Ele gosta de viajar. Mas aquela cidade onde ele vive está cheia de lembranças, e é isso o que lhe segura. Ele vê a possibilidade de viajar, num misto de desejo por aventuras infantis, ser super-herói, cowboy, ter dinheiro, se apaixonar. E o medo pelo desconhecido, porque é muito mais fácil estar parado, esperando cair milagres do firmamento, mas saiba que os milagres nunca caem, talvez o que possa cair são alguns aviões e de vez em quando uns helicópteros. Ele está confuso com todas essas coisas. O que ele não sabe é que isso é natural em todo adolescente que terminou seu segundo grau. Ë natural esse medo por coisas diferentes.

Ele está sem dinheiro, sem carinho, sem poder conversar com alguém, mas ele tem sorte de ter seus olhos castanhos, misteriosos e tristonhos e atraentes. Que faz as pessoas o notarem e até mesmo compreenderem o que o rapaz suburbano está sentindo, as pessoas passam por ele e olham com olhares que entendem. E ele compartilha a dor com aqueles olhares. Todos já passaram esses momentos na vida

É um sábado frio de final de outono, céu nublado, que faz ele lembrar daquela menina, que lhe abraçava e o fazia passar o frio, essa lembrança o faz sorrir pela primeira vez no dia, e esquecer que não é dos melhores dias de sua curta vida. Uma lembrança lhe faz esquecer, ele percebe esse é mais um dos muitos antagonismos que o perseguem na vida.

A vida é complicada e instável, essa é uma conclusão definitiva em sua vida, a única definitiva. Ele entende que a vida nunca será simples, e se assim o fosse faria de sua vida muito chata e entediante. Ele vai viajar, ele vai mudar, porque ele percebeu que ele precisa desatar os nós que o prendem ao passado. O passado é dele, intangível e real. Ele não vai esquecê-lo. Ele só quer observar as torres da cidade ao longe, mas elas são pequenas diante do que ele quer e do que ele imaginava. E ele pequeno vê que existem coisas que ele nunca imaginou que existissem.

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