Usina de Letras
Usina de Letras
149 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50618)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140802)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->O meu Estro Poético de Manoel Camilo dos Santos -- 21/03/2003 - 17:56 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Meu Estro Poético: Vem!
Manoel Camilo dos Santos*

Do belo e sonoro cantar de Orfeu
A da lira das duas musas- graças
E das flores daquelas duas taças
Que Minerva do Polípito recebeu;
E da chuva de ouro que desceu
Pra fazer se gerar Fedra e Acriso
E da fonte mitológica que Narciso
Não bebia, só vivia contemplando,
Com isto não estou me pabolando
Mas dizê-lo eu acho ser preciso...

Do levante de um dia nacarado
E do zéfiro matinal que vem da alva
Dos transluzes da linha Estrela Dalva
Foi meu estro poético germinado
E de mais ainda fora-me ofertado
Pelo grande e meu mestre lá de cima
Que me inspira e de mim se aproxima
Dando-me mais força e teoria
Para eu exercer a poesia
Com garbo, com aplauso e mais estima.

Sou do Grêmio e do rol madrigalista
Integrado o alunato do parnasmo
Pra fazer poesia não me espasmo
Pois na arte poética sou artista,
Não lírico, mas sou um cordelista
Se eivoso, porém livre de frágua,
Toda rima que quero sempre trago-a
Para o verso legal ou mesmo arrimo,
Não galguei mas cheguei a ver o cimo
Do mais alto poético, Aconcágua...

Naquela fonte de Narciso, fui banhado
No centauro, com Aquiles cavalguei,
O oráculo de Delfos estudei
E no zodíaco astral foi diplomado,
Por Minerva em seu carro fui levado
Com as musas de Apolo em companhia;
O deus de poética disse-me um dia:
- dos teus contemporâneos e antepósteros
hás de ser o modelo e, para os pósteros:
a via-láctea terreal da poesia.

Pelo rocio matinal fui aspergido
Pelo vento de Éolo fui soprado,
Por Olio e Erato fui elevado
E no reino do trovador introduzido,
Apolo juntamente ao deus Cupido
E as musas que nos acompanharam
O meu estro poético consagraram;
E aquelas entidades soberanas
Não admitem que os vis safardanas
Decresçam o dom que elas me outorgaram.

Além de todos estes privilégios
Foi deus pai quem brindou o necessário
Do meu ego, desde o meu embrionário
Negar isto seria um sacrilégio,
Já portanto não é um sortilégio
Este dom que por deus me fora dado;
E exercendo eu jamais o fiz eivado
Pelas nódoas da licenciosidade,
Para quando eu partir pra eternidade
Levar este meu dom imaculado...

(*) Manoel Camilo dos Santos:
Nasceu (9/6/1905) no Sítio Bonfim, do Município de Guarabira/Pb. Com o andar dos anos,de Bonfim passa, primeiro, para o município de Alagoinha e, depois, para Mulungu. Inicialmente, Camilo dos Santos praticou a agricultura; por 1936, vive em João Pessoa, trabalhando como marceneiro e cantando. Breve deixa de cantar e dedica-se a escrever. Em 1942, já em Guarabira, consegue uma pequena gráfica onde publica cordéis e outros folhetos, negócios a que, a partir de 1953, passa a dedicar-se com afinco. Com isso surge a Folheteria Santos que, em 1953, é transferida para Campina Grande e, em 1957, passa a chamar-se A Estrela da Poesia.
No dia 26 de julho de 1986, Camilo dos Santos ingressa na Academia Paraibana de Poesia, cadeira de Leandro Gomes de Barros; e no dia 27, foi agraciado com “Honra ao mérito”, na Fundação Casa José Américo/João Pessoa-Pb.
Camilo publicou: de autoria própria, 150 folhetos, de 8 a 40 páginas cada um; de autoria alheia, cerca de 40 folhetos; e ainda 10 coletâneas. tem uma vasta obra inédita:
Segundo o pesquisador Átila Almeida, a obra-prima de Manoel Camilo será o folheto “Viagem a São Sarué”.
Manoel Camilo dos Santos foi fundador e membro da Academia Brasileira de Cordel, onde ocupava a Cadeira 25; foi sócio honorário da Ordem dos Poetas do Brasil (com sede em Salvador) foi patrono da Casa da Cultura “São Saruê”, do General Umberto Peregrino (no Rio de Janeiro).Enfim Manoel Camilo dos Santos foi cantador violeiro, tipógrafo, xilógrafo, datilógrafo, horoscopista, poeta popular e escritor.
Para citar outro cordel de Manoel Camilo dos Santos: “Lourival e Terezinha” (Mec/Pronasec Rural- Sec/Pb-UFPb – Funape, março de 1981).Este cordel trás na última página, uma carta da pesquisadora em literatura popular e na época coordenadora da PPLP da UFPb, Dra. Francisca Neuma Fechine Borges ao poeta Manoel Camilo dos Santos.










Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui