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Artigos-->O MEDO DE UM FUTURO MEDIOCRE -- 18/12/2001 - 13:44 (Renata Cavalcanti) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MEDO DE UM FUTURO MEDIOCRE.



Alguém que tenha mais ou menos a minha idade já se deu conta de que, no futuro, pode olhar pra sua vida e dizer: Escolhi a profissão errada, meu casamento é ruim e eu sou uma pessoa medíocre?!

Eu vi isso com meus olhos e ouvi com meus ouvidos...um exemplo de uma pessoa que me contou tudo que poderia fazer e faltou coragem...O que é felicidade? Alguém sabe? O que essa pessoa deixou de viver, se hoje voltasse no tempo, viveria?!

Eu preciso fazer tudo o que eu quero agora...odeio pensar em futuro.



* * * * * * *





Conversei muito com ela...e ela me contou que já amou de verdade alguém. Ela era jovem ainda quando esse alguém morreu. Eles haviam apenas namorado e foi o único amor da vida dela. A vida foi passando...





Casou-se com um namorado que tinha na oportunidade...aquele que ela julgava lhe proporcionar uma vida estável. Sempre foi professora e nunca teve muito dinheiro, mas viviam normalmente como uma família classe média. Dois filhos.





Casamento caiu na rotina, profissão caiu na rotina, a vida caiu na rotina...Nunca aprendeu a dirigir por falta de coragem e iniciativa. E viveu a vida inteira sendo uma mulher normal. O que é felicidade? Ela tinha uma vida estável e isso bastava. Ela acordava, cuidava da casa, trabalhava e dormia...e o outro dia era igual.

Nunca teve uma carreira muito feliz, um casamento com muito amor ou muitos amigos no seu caminho. Nunca se sentiu uma pessoa totalmente feliz, mas não pensava nisso...o negócio era viver o dia-a-dia, igual todos os dias.





Os filhos cresceram; agora, são adultos. Fizeram suas vidas e hoje são independentes.





E ela? Onde estaria nessa altura da vida, passando dos 57 anos de idade?! Não sai de casa só, pois não dirige. Trabalha no seu velho-trabalho-mais-ou-menos e já passou da época de "viver pra educar os filhos".





Sentia repugnância só em olhar para aquele homem com quem elas escolheu viver por todo o resto de seus dias. Tinha que aguentar as marcas do tempo e da falta de respeito característica de uma intimidade mais de irmãos que de marido e mulher. E isso causava abuso, pela falta do amor que não existia mais, ou quem sabe, nunca tenha existido.





E na atitude mais corajosa de sua vida, mudou-se de quarto. Já que nunca seria capaz de mudar de casa, aprender a dirigir, dá uma balançada na vida ou encontrar um novo amor e recomeçar por uma nova razão.





E hoje é o que ela dizia antigamente ser "meu futuro". E tem dias que ela acorda triste, sente a solidão e o arrependimento por tudo que nunca fez. Tem dias que ela chora. Mas tem dias que ela vive bem...vai a igreja, encontra uma irmã, trabalha e volta pra casa em tempo de assistir a novela das 8 e ir se deitar cedo.

Mas, principalmente todos os dias, ela lembra da coragem que sempre lhe faltou, da mediocridade que ela deixou fazer parte de sua vida.

E se arrepende, todas as noites antes de dormir, por ter se acostumado a ser medíocre!





* * * * * * *





Depois dessa conversa, fiquei muito triste por ela e tive muito medo por mim, pelo caminho que vou seguir até chegar no "meu futuro".



Renata Cavalcanti (Mandem um email. Obrigada!)





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