Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50669)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O Despertar da Primavera. -- 19/07/2002 - 19:51 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando era pequeno, seus pais mantinham um zelo
incomum por ele. O bom garoto. Rapazinho esperto,
um conduta exemplar. Na verdade, a educação famili
ar não pode ser vista como a solução da humanida-
de. Desta forma, depositamos a institucionalização
de um indivíduo apartir de um núcleo formado. Pare
ce loucura, não? Mas as crianças enxergam o mundo
melhor que os adultos. Sua visão aparentemente sim
ples, é dotada de uma complexidade de caráter in-
comum aos homens "grandes". Essa inocência mestra
dilui-se com as interferências morais da cultura
paternalista. Os pais são o fator determinante na
vida dos filhos ( não há quem possa negá-lo). Deve
-se tomar cuidado para não tentar modelar-lhes no
espírito vossas características de egoísmo. Tudo
pelo fator de possuírmos por natureza menos virtu-
des.
Era saudável, tinha nas faces a robustez que se
tornaria a marca registrada de sua beleza. Notas
boas eram seu destaque no colégio. Sua mãe dizia
que havia puxado a inteligência do pai. Era médi-
co. Mas não esperavam que Jaime optasse por um
outro destino, era filho único, e por isso mesmo
era mais fácil observar-lhe o comportamento. A li-
teratura na infância tornou-se um refúgio, e o fu-
tebol um estigma: não gostava de esportes organiza
dos. Monteiro Lobato e a turma do Sítio do Pica
Pau Amarelo eram companhias íntimas nas longas ho-
ras de solidão em seu quarto. Era filho único, e
seu pai torcedor doente pelo Vasco da Gama.
Quando já havia completado seus doze anos, as
evidências não gerariam mais dúvidas diante dos
olhos de qualquer menina que se apaixonasse por
ele. Certa vez, ao chegar do curso de violão, en-
controu a porta da sala semi-aberta. Entrou vaga-
rosamente até alcançar o tapete e o corredor. Ha-
via um silêncio lisérgico, quase alucinante - um
misto de excitação e calafrio. Andou vagarosamente
e atingiu a porta da cozinha. Viu seu pai sentado
na cadeira da mesa de Jantar. Estava com as calças
abaixadas até os pés. Sua mãe de joelhos seguran-
do sua virilha. Totalmente absortos neste exercí-
cio, Jaime pôde contemplar o amor, o felatio de
sua mãe era vigoroso. O médico contraía os dedos
em seus cabelos. Parecia interessante, imaginava
seus pais "fabricando" amor de uma forma diferen-
te. Saiu cautelosamente e deixou a porta inicial
como estava.
Andou a esmo por algumas horas até o entardecer,
exausto, sentou-se num banco de uma praça próxima
de uma igreja. O pôr do sol parecia tão triste
agora. No canto do olho esquerdo, uma lágrima
desceu. A cena que presenciara não era anormal,
pois ele a vivia todos os sábados, quando ia pas-
sear na casa de sua tia Hilda. Seu primo, Rafael,
gostava de brincar com seus lábios à noite, quando
iam dormir. Nunca iria contar o que vira, mas sua
dor se prolongaria muito com o passar dos anos.
Agora, uma lágrima no canto do olho direito se li-
bertava. Estariam preocupados com sua demora? Jai-
me não pensava nisso, apenas chorava. Um doce mur-
múrio no peito. Começou a pensar em coisas
inutéis, e o número de passantes na praça aumenta-
va. Sua dor se prolongaria muito com o passar dos
anos...
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui