A vida é mesmo cheia de nuances, detalhes pequenos demais para se perceber sozinho ou a olho nu, sons e vozes que não podemos ou não queremos ouvir, cores que não podemos ver e outras que podemos, como o vermelho, verde, rosa, branco, o que importa...Se tudo um dia vai ser de uma cor só, a do pó,a das cinzas.
Não falamos a mesma língua apesar de termos nascido no mesmo lugar, não somos quem gostaríamos de ser ou se somos, temos sempre muita pressa em ser e acabamos em não perceber, ninguém é igual a ninguém, ninguém é de ninguém,até mesmo o que era simples se tornou raro e tão complexo.
São tantos códigos para se decifrar, uma tentativa de tornar incompreensível o que era para ser de domínio público, tantos números para nos numerar e pra se decorar, já não posso mais simplesmente desaparecer ou me camuflar, meus passos estão sendo sempre seguidos, tem sempre alguém querendo me encontrar, quando penso que ninguém esta me vendo, toca meu celular.
E quem é que liga para a simplificação se tudo pode ser mais complicado, se o que sempre foi certo agora vai ser ou estar errado, quem é que se importa se a loucura finge que tudo isso é normal, quem é que vai perceber que estamos cada vez mais longe se si mesmos e quem quer saber.
Até Deus fala com a gente em códigos, escreve certo por linhas tortas, faz tudo parecer perdido quando na verdade já encontramos a saída, a vida não teria sentido se não houvesse um porque para se viver e a gente continua vivendo mesmo sem saber esse porque, essa razão, vive e pronto.
Bem que poderia só precisar dizer um sim ou um não, mas tem sempre um se, uma condição, depende de um talvez que por sua vez necessita de uma circunstância, tem sempre algo por trás, uma relevância, um sujeito oculto,inexistente ou disfarçado, até as palavras nos traem, enganam e nos abandonam.
A vida se tornou muito complicada, são várias variáveis, variantes de uma mesma vida, atalhos que tomamos e sequer sabemos onde vão dar, às vezes a vida parece querer dizer disfarçada em alguma senha;
Decifra-me ou devoro-te.
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