Usina de Letras
Usina de Letras
173 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62270 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50661)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6204)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->2438 -- 17/10/2008 - 20:51 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu queria encontrar algo

para amar nesta cidade fria

que fosse livre do vidro,

do aço, de tudo que é perecível



Eu atravesso as ruas compridas

que nem sei onde terminam,

acompanhada da multidão fatigada -

monstro de várias pernas e braços,

acéfalo, púrpuro- violáceo,

à procura de algo para amar



Às vezes, paro diante de uma vitrine,

observo os manequins da moda,

que olham para mim- tão tristes!

E o que os manequins me falam?

Como a multidão,eles são também vazios e secos

Como eu, talvez, de amor, pedintes

Como as sepulturas, belos, à luz do crepúsculo

sobre suas peles com brilho de cera



Eu procuro algo para amar

neste país morto, sem alma

Algo incorrupto. ÚNICO.

Talvez, a água da chuva

banhará, hoje, as coisas do mundo

Talvez o sabonete do anúncio

lave as carnes das gentes

Talvez as lágrimas de todos

os dias, algo ainda decente,

altere a agenda deste povo



Eu procuro algo para amar

Aceito, algo presumidamente puro,

de segunda mão, ordinário,

com falso lustro :

"um pobre digno"

Como teu beijo,

aquela noite-

ávido e intenso

que não sai não sai

com nenhum lenço



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui