Dois velhos funcionários, daquela Delegacia
de Ensino, aproveitavam um momento de lazer.
Antes do horário de iniciar o trabalho,
conversavam sobre o novo assistente
que a repartição adotara à quela semana:
- Ele vivia como?
- Sobrevivia, e sempre a sorrir. Muito feliz
ele era com aquilo o que fazia.
- Mas, ele vivia ou sobrevivia, do que?
- Ora... sobrevivia somente. Nada mais ele era
do que um bom educador.
- Educador, e bom ainda?!
- Sim. O educador nesses dias ou é bom
ou não é um educador. Um parasita, isso sim
o mau educador vem a ser, pois ele
trabalha com a educação e por ela nada faz.
- Um educador de primeira linha ele o é,
eu torno a dizer. Um homem simples
simpático e envolvente, mas...
com todo esse potêncial somente sobrevive.
E o silêncio dominou
por um tempo longo e pesado.
- Olha meu amigo eu tenho conversado muito
com ele, voltou a falar o dialogante que
valorizava tanto ao novo funcionário. Tenho
aprendido a admira-lo, respeita-lo e a
valorizar suas opiniões e idéias.
- Além do que, eu tenho plena certeza
que assim que você vier a conhecê-lo ira
adotar a um grande novo amigo.
- Mas, me explica uma coisa: De onde
é que vem tanta confiança em uma pessoa
que em um pequeno espaço de tempo
era totalmete desconhecida para você?
- Vem do conhecimeto do trabalho por ele
realizado. Ele trabalha com muito afinco
e amor na educação de nossas crianças.
- Ele é dedicado, muito perspicaz e também
é muito amigo dos alunos. Realizou-se, pois
passou viver o amor à os pequeninos
ao lado desses pequeninos.
- E o que faz ele então, aqui neste buraco?
- Vem cheio de vontade. Quer trabalhar, fazer
cabeças, educar e formar grandes educadores.
- É, meu amigo, o rapaz é de grande valor,
só que também é um sonhador enganado.
- Te ouvindo, não resta dúvidas quanto ao
valor desse rapaz. Mas é tudo utopia.
- Ele vai lutar sem armas. Estará Ã frente
de um batalão que percebe um saldo muito baixo
e que é mal alimentado. É só um exército
despreparado e sem recursos.
- Só sonhos e esperanças é tudo o que tem
a Educação Brasileira para defendê-la.
- Os comandantes desse exército de descontentes,
se desesperam com a solidão dos seus objetivos.
- Sentem a morte da luz em cada golpe que
é dado por um soldado seu, em seu despreparo
e em sua ausência total de recursos.
