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Poesias-->Antologia Poética Parte II -- 15/09/2002 - 22:04 (Cristiana de Barcellos Passinato Prima Castro Alves) |
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Egoísta! Eu sou
Não gosto de bolinar,
Massagear,
Apalpar
Egos alheios.
Sei,
Sou meio egoísta.
Quero o olhar,
As atenções para mim.
Porém não nego meus defeitos.
Sou feita de carne e osso.
E morro
Como eu acho que devo ser!
Piedade aos que Precisam
Tenho pena!
Sobre a minha pena,
Reflito
E dou pito
Por não temer
Escrever e
Por que ler?
Tanto abuso,
No escuro,
Atiro sem saber
O meu alvo.
Acordo
Pro que não quero ver.
Pena,
Eu tenho dos que não querem ver.
Quem ler tais abusos
Sem se defender,
Sem poder se esconder
Do julgamento
Desse justo ou injusto tribunal.
Que me condenou
A esquecer.
A Pedra!
Aquela pedra,
Alga marinha
No anel.
O brilho.
A sorte
De me encantar.
Enfeitiça
A quem vier me amar.
Hipnotizo
E domino
Para falar.
Falar com meu corpo.
Gritar com meu penetrar.
Penetra algo cortante.
Vem me encontrar.
Sorria e gemia
Quando sonhava,
Imaginava
Cantarolar
As canções e
Sussurros no ouvido
E me atirar para sonhos indevidos
E não censurar.
Pra que barreiras?
Limites?
Para o inventar.
Sonhos e fantasias,
Com acalmar,
Misturam-se
Com palpitar
Depois acalantar
E, enfim relaxar.
Moreno
O que faz
Essa pele
Suada,
Bronzeada,
Surrada
De amar.
Marcas de gozo
Do peso do meu delirar.
Arranhões,
Paixões,
Ensandeceram
As noites com tormento
Do fogo do luar.
Como posso esquecer esse moreno.
Moreno que me faz pequena,
Serena,
Após me dar seu encantar
Da mulher
Ao despertar.
Morada
Casinha pequenina
Onde o amor nasceu.
Amanheceram
Muitas manhãs
Com o sol batendo
E florescendo os jardins.
A seiva suave do alvorecer.
O cantar dos pássaros.
Tudo tinha mais cor.
Quando estava em minha morada
Amada por um cantor
Que encantava toda gente,
Em mim tocou
O que vinha dele de mais precioso:
O seu amor.
Quero
Como posso querer paz
Ao meu redor
Com tom voraz
E temor
De ser loquaz.
E do agouro?
Do que sou capaz?
Quando ameaço
Ir atrás
Do que quero mais.
Gosto Não se Discute
Gosto do cheiro de mato,
Da chuva caindo,
Dos grilos cantando,
Dos lobos uivando,
Enfim da Natureza sorrindo.
Simples.
Como disse?
Simples nada?
Tão simples que é complicada.
Estude, a Natureza?
Vai ver!
Que nó danado
Que é o saber.
Que o de simples tem
De complexo de saber.
Pois é?
Então antes de complicar,
Desenrole,
Para recomplexar.
Assim o bonito
Será mais belo.
O gostoso,
Será mais delicioso ainda.
E você será mais si próprio.
Será mais fácil
Para chegar
Encostar
E mostrar,
Quem sabe externar
Tudo que precisa.
Para que tudo
E todos
Venham saber
O que poderá fazer.
Diante da alegria
Que nos contagia.
E cada vez mais faria
Com que pudesse
Parar de se fechar,
Trancar,
Esconder
Você.
Amor e Paixão
Amor,
Afaga.
Paixão,
Arde.
Arde até apagar a chama.
Até magoar o que clama.
Até vingarem os motivos
Mais escondidos.
A insana que desvaira.
A beleza que brilha.
O sorriso que irradia.
A prece que não se realizaria.
Céu e inferno se encontrariam.
Com os desejos que se consumariam.
Com cada erro.
Cada sussurro.
E nada se sentiria.
O amor sóbrio
Quando não mais se via.
Apagado estaria aquele calor.
Enquanto se cria a imagem
De um furacão de terror.
O terror que invadiria
De me afastar
E de me esquecer.
De nunca mais falar,
Sequer pensar
Em ti.
Perseguição
Corro
Por um socorro,
Por um porto seguro
Que apareça a minha frente.
Mas agente
Não se deu conta
Do tempo que havia.
Sempre corria
E perdia,
Que agonia,
De ver a saída.
A partida
Desse trem,
Da sua vida
Da minha
Que se esvaía
Sem sintonia
Com a minha vida.
Semi-Deus
Por que não pode mais ser?
Por que desaparecer?
Esvaecer-se,
Esmaecer?
De minha própria memória.
Assim,
Mesmo com tanto tempo,
Tendo estado perto de mim.
Não vou!
Fico!
Você me daria razão.
À expressão.
O viver.
Para crescer.
Daria-me o safanão,
O puxão,
O “acorda” pra vida.
Por que sofrer?
Por não ver.
Não mais viver em torno.
De uma estátua.
De um semi-Deus.
De uma figura
Que eu mesma criei.
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