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Artigos-->A TERCEIRA FACE DO CAOS - 3a parte -- 27/09/2008 - 01:38 (A.Lucas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA FOTOGRAFIA DO BIG-BANG



Vamos agora fixar uma outra premissa: todos os eventos possíveis no universo são “fotografáveis”. É certo que nem todos o são realmente, desde o choque entre partículas subatômicas à queda de um asteróide na face oculta da Lua, porém, mesmo eventos dessa classe podem ser “artisticamente representados” (os sites e as revistas de divulgação científica usam muito esse recurso) o que, para os nossos propósitos aqui, tem o mesmo efeito. De qualquer forma, quaisquer eventos que não se enquadrem nessa premissa simplesmente não vão nos importar.



A quem já sabe algo de informática peço sinceras desculpas, mas é necessário relembrar alguns conceitos básicos. Um monitor de computador com definição de 800 x 600 pontos e cor de 8 bits tem uma definição de tela ainda bastante usual e uma qualidade de cor bem comum até pouco tempo atrás. Um monitor destes cria cada ponto da imagem usando três cores básicas: vermelho (red), verde (green) e azul (blue), de onde vem um jargão bem comum para a turma da eletrônica: o “RGB”. A expressão “cor de 8 bits” significa que cada ponto da imagem é representado por um número tridimensional de 8 bits, ou seja, a quantidade de cada cor básica é representada um número entre zero e 255. Este último “número mágico” é simplesmente o número 2 (porque estamos usando bits) elevado à potência 8 (porque são 8 bits) menos 1 (pois consideramos o zero). O preto é feito com R, G e B iguais a zero (totalmente apagados) e o branco é R, G e B iguais a 255 (totalmente acesos). É claro que a quantidade de combinações que podemos ter para esses pontos, com essas cores (ou seja: a quantidade de fotografias) é um número espantosamente grande, mas o importante é que ele é finito, ou seja, é um número que podemos calcular – portanto é limitado e, como tal, calculável! Esse número é aproximadamente 35x(10 elevado ao expoente 1577), ou seja: o número 35 seguido de 1577 zeros!



O número acima não se mostra tão absurdamente grande se considerarmos que não estamos falando de "fotografias" do universo como um todo, mas sim de cada evento "fotografável" já ocorrido nele. Imaginemos que há, no Universo, 1bilhão de galáxias com 1 bilhão de astros em cada uma. Imaginemos também o "observador" (você, leitor) sentado à frente do monitor do seu computador lendo esse texto. Devemos excluir muitas "fotos repetidas", considerando que não temos tantos ângulos e distâncias possíveis que permitam identificar claramente quem está lendo. Supondo um ângulo de visão de 45 graus de cada lado, sobre cento e sessenta círculos de alturas não muito diferentes entre si (um milímetro, para ser exato), de 4 metros de raio cada um. Se considerarmos que a lente da nossa câmara fotográfica desloca-se um milímetro de uma foto para outra teremos cerca de um milhão de imagens possíveis, ligeiramente diferentes entre si, para um mesmo evento: o observador lendo um texto. O número evidentemente pode ser bem maior mas, por simplicidade, digamos que outros milhões de imagens que poderiam ser obtidas deste evento não permitem identificar inequivocamente o observador e, portanto, não nos interessam. Lembrando que atualmente a ciência oficial considera que o Universo tem 13,665 bilhões de anos e considerando ainda que temos um bilhão de galáxias, com um bilhão de corpos celestes em cada uma (aqui peço perdão aos astrônomos: não consegui encontrar um número mais exato) teremos, dado o número de “fotografias possíveis de um evento” (calculado acima) cerca de 8x(10 elevado a 1534) eventos fotografáveis por segundo no nosso planeta, ou seja: a cada segundo temos 8000.....0000 (são 1534 zeros!) possíveis eventos diferentes.



[Apenas como curiosidade (ou assunto para outra hora): Se mantivermos a lente da câmara em uma posição tal que tanto o observador quanto o texto que está sendo lido possam ser identificados teremos um problema inverso. O mesmo observador poderia ler apenas um número limitado de textos diferentes.]



É certo que o número 8 seguido de 1534 zeros representa uma quantidade bastante grande de possíveis eventos diferentes, mas não vamos nos esquecer que praticamente tudo pode ser enquadrado no nosso conceito anteriormente exposto de “fotografável”, desde o evento “leitura deste texto” ao movimento das partículas atômicas de todos os elementos químicos de tudo o que nos cerca, ou seja, absolutamente TUDO o que está acontecendo no planeta no tempo de 1 segundo, não importa que seja na escala subatômica ou no planeta visto do espaço como um todo.



Se houve realmente um Big-Bang podemos imaginar a sua representação iniciando numa imagem totalmente negra (ou seja: todos os nossos bits iguais a zero) e prosseguindo com a imagem de um ponto, bem no meio da tela (ou seja: alguns dos bits que representam este ponto tornam-se iguais a 1, bem no meio de uma enorme seqüência de zeros). Lembrando que cada ponto de nossa imagem é formado por 24 bits (8 para cada cor básica) e que bits só podem ser iguais a zero ou iguais a 1, para este primeiro ponto (que é o primeiro evento do Universo) já temos que definir um primeiro critério: qual a “cor” inicial do ponto? Se for totalmente branco teremos os 24 bits iguais a 1 mas, considerando que a natureza não dá saltos, prefiro imaginar que num primeiro instante apenas um dos 24 bits será igual a 1. Se for, por exemplo, um dos 8 bits que indicam a quantidade de azul (o “B” do RGB) o início do Universo deu-se num tom muito escuro de azul. No instante seguinte um dos bits do vermelho pode ter-se tornado igual a 1 e teríamos um tom muito escuro de violeta. Acrescentamos agora um bit igual a 1 no campo do verde e teremos um cinza muito escuro. Prosseguindo nessa seqüência, teríamos em algum tempo a imagem do primeiro ponto branco – uma bela fotografia do Big-Bang!

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