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Artigos-->ALPHONSUS DE GUIMARAENS FILHO -- 27/09/2008 - 21:17 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ALPHONSUS DE GUIMARAES FILHO



Rogel Samuel*



Os grandes poetas morrem e ninguém sabe. Porque não morrem. Não morrem nunca. Eu não sabia até hoje, quando lí em Blocos, dito por Glauco Mattoso. Morreu o poeta e partiu, para a rota do desconhecido, como ele escreveu:





ROTA DO DESCONHECIDO



“Quando eu seguir na rota do desconhecido

a minha voz ficará cantando na tua memória

e tua alma sentirá a presença

do meu sonho em teu sonho,

do meu riso de perdão à miséria do mundo.

Então, Amada, canta!

A noite se embalará com as canções marinhas

subindo, diretas, do teu coração.

Tua alma será, então uma praia branca,

onde cantarão os pescadores tristes:

os teus sonhos de amor abraçados ao desânimo...

Eu irei longe... Minha memória errará nas estrelas

e minha alma será o vento que acarinha plantas,

que acarinha flores sonolentas.

Eu irei longe, eu irei tão longe,

que meu coração vencerá distâncias

para ouvir tuas canções praieiras,

amada, grande Amada,

e minha alma será o céu pontilhado de estrelas

que há de fazer adormecer tua saudade!”

____________

(Publicado no livro “Lume de estrelas”: poemas (1940).

In: GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de. Poemas reunidos, 1935/1960. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1960. p. 27-28





GLAUCO MATTOSO ESCREVEU:



"A medíocre mídia nem se tocou, mas Alexei Bueno me deu o toque: faleceu na quinta, 28 de agosto, aos noventa anos, o poeta mineiro Alphonsus de Guimaraens Filho, herdeiro, em todos os sentidos, da simbologia paterna. Também exímio sonetista, AG Filho mereceu de Bandeira o soneto abaixo, e deixou preciosidades como o que se segue" (Blocos online)









A ALPHONSUS DE GUIMARAENS FILHO



Manuel Bandeira



“Scorn not the sonnet, disse o inglês. Ouviste

O conselho do poeta e um dia, quando

Mais o espinho pungiu da ausência triste,

O primeiro soneto abriu cantando.

Musa do verso livre, hoje ela insiste

Na imortal forma, da paterna herdando.

Todos em louvor dessa que ora assiste

Em teu lar, dois destinos misturando.

No molde exíguo, onde infinita a mágoa

Humana vem caber, como o universo

A refletir-se numa gota d`água,

Disseste o mal da ausência. E ais e saudades

E vigílias e castas soledades

Choram lágrimas novas no teu verso.”







SONETO DA MORTE



Alphonsus de Guimaraens Filho

(1918-2008 )





“Entre pilares podres e pilastras

fendidas, te revi subitamente;

eras a mesma sombra em que te alastras,

feita carícias de uma face ausente.

Eras, e me afligias. Tormentosa,

vi-te crescer nos muros desabados.

Cruel, cruel; contudo, mais saudosa,

mais sensível que os céus e os descampados.

Bolor, pátina espessa, calmaria,

vi-te a sofrer no fundo da cidade

como um grande soluço percutindo

sobre os olhos, as mãos e a boca fria.

E de repente um grito de saudade.

Depois a chuva, sem cessar, caindo.”



_________________

(Notícia e poemas copiados de http://www.portal 45 graus.com/), matéria assinada por Rogel Samuel)



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