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Cordel-->Zé preá o matador -- 15/03/2003 - 22:50 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Zé preá o matador


Autor: Daniel Fiúza.
15/03/2003

01

Antonio Pedro Galdino
Casado com Iracema,
Pai duma filha donzela
Linda como no cinema
Fazendeiro importante
Dono de terra abundante
Tinha a vida sem problema.

02

Morava numa fazenda
Com a mulher e sua filha
A mocinha era o xodó
Chamada Maria Cecília
Estava na flor da idade
Mantinha sua virgindade
Era o orgulho da família.

03

A menina era um frescor
Com quinze anos estava
Uma flor desabrochando
No amor ela pensava
queria príncipe encantado
No seu cavalo montado
Com isso ela sonhava.

04

Numa manhã de domingo
Belo moço apareceu
Parou naquela fazenda
Dizendo que se perdeu
Montado num alazão
Era jovem e bonitão
Cujo nome era Alfeu.

05

Alfeu passava as férias
Na fazenda do vizinho
Era longe muitas léguas
Tinha errado o caminho
Só queria descansar
Dormir e se alimentar
Depois voltava sozinho.

06

Galdino era hospitaleiro
Mandou Alfeu apear
Dando-lhe as boas vindas
Pedindo pra sentar
Apresentou-se ao moço
Mandou servi-lhe almoço
Para ele se alimentar.

07

Depois de comer bastante
Na rede ele se deitou
Cansado ferrou no sono
Cecília se aproximou
Logo ficou encantada
Sorrindo apaixonada
Na mesma hora gamou.

08

De tão cansado que estava
Só acordou noutro dia
Após tomar seu café
De todos se despedia
Cecília lhe convidou
E ele logo aceitou
Pra lhe fazer companhia.

09

Ficou por lá uma semana
Andaram pra todos lados
Tiraram fotografias
como fazem namorados
Os pais queriam o namoro,
Mas achava um desaforo
Eles sempre atracados.

10

Na hora que foi embora
Falou que iria voltar
Resolveria um assunto
Para depois retornar
Jurando sua paixão
Voltaria para o sertão
Para depois se casar.

11

Alfeu na pressa esqueceu
Mochila e um documento
Cecília lá encontrou
Certidão de casamento
Era um homem casado
Um grande cara safado
Pessoa sem sentimento.

12

Um mês já tinha passado
Cecília tava chorando
A mãe já desconfiada
Chamou e foi perguntado
O que tinha acontecido
Se Alfeu tinha bulido
No quela tava pensando.

13

A menina envergonhada
Para mãe foi confessando
Entregou-se para Alfeu
Porque já estava amando
Por ele foi deflorada
Disse não saber nada
Quele tava lhe enganando.

14

A menina continuou
Com toda sua timidez
Disse que sentiu enjôo
Não era a primeira vez
Vivia com muita fome
Essa coisa tinha nome
Chamava-se gravidez.

15

Iracema decidiu
Contar para seu marido
O caso era complicado
Não podia ser escondido
Algo tinha que ser feito
Seu esposo era direito,
Mas ia ficar ofendido.

16

Antonio Pedro Galdino
Quando soube do ocorrido
Botou fogo pela venta
Virou um louco varrido
Jurou logo se vingar,
Mas sem suas mãos sujar
Contratando um bandido.

17

Falou que na sua família
Mulher não é desonrada
Alfeu não podia casar
A filha será vingada
Contratou um matador
Pra matar o comedor
Trazendo orelha empalhada.

18

Galdino ficou sabendo
Pros lados de limoeiro
Tinha um de olho de gato
Era o melhor pistoleiro
Depois de um homem jurar
Aquele, ele ia matar
Era só lhe dá dinheiro.

19

Contratou o matador
Que chamava Zé preá
Perguntou para o facínora
Quanto queria ganhar
Para acabar c’um safado
Queria o preço acertado
Dinheiro ia adiantar.

20

Depois de tudo acertado
Uma foto ele queria,
Pois precisava odiar
O homem da fotografia
Só desse jeito matava
Depois a orelha cortava
E empalhada trazia.

21

Foi Iracema quem lembrou
O filme quele esqueceu
Logo mandou revelar
E rosto apareceu
Vinte fotos escolhidas
Para o matador cedidas
As melhores do Alceu.

22

O bandido viu as fotos
E em seguida falou
Eu vou matar todos eles
E em seguida jurou
Galdino não entendeu
Ele só queria o Alceu
E mesmo assim se calou.

23

Zé preá montou o cavalo
Nera homem de conversa
logo sumiu na estrada
Sem nada que lhe impeça
Antes falou pra Galdino
Só volto quando termino
Eu só trabalho sem pressa.

24

Depois de passarem meses
Sem noticias do Preá
Galdino estava ansioso,
Mas tinha que esperar
O homem era competente
Deixava o freguês contente
Não costumava falhar.

25

A barriga da Cecília
Já estava aparecendo
Em estado adiantado
Continuava crescendo
Zé preá não aparecia
Galdino numa agonia
Ficava ali remoendo.

26
Iracema lhe acalmava
Pedia sua paciência
Dizendo quele voltava,
Pois tinha eficiência
Alfeu devia tá morto
Pra nunca mais dá desgosto
Zé Preá tem experiência.

27

Um amigo de Galdino
Chegou e foi relatando
Avisou que o matador
Logo estaria voltando
Eles tinham se encontrado
O Zé tinha lhe contado
Que logo estaria chegando.

28

Quando Zé preá chegou
Tinha até recepção
O matador entregou
Falou com satisfação
Todos vinte eu matei
Por isso que demorei,
Mas completei a missão.

29

Vinte orelhas entregou
Causando admiração
Galdino agora entendia
Toda aquela situação
Pra cada foto, um matou!
Galdino não lhe explicou
Quera o mesmo garanhão.

30

O matado enlouqueceu
Por dezenove matar
eles eram inocentes
Nem podia acreditar
Sua profissão acabou
Meio louco desandou
O povo queria internar.

31

Quando foi esclarecido
O Zé preá se matou
Galdino virou romeiro
E sua mulher se mandou
Cecília vive sozinha
Na zona como galinha
Até seu filho abortou.

32

Essa e a triste história
Da Cecília e do Alfeu
De Zé preá matador
E do engano que se deu
Matou gente inocente
Depois de ficar demente
Enlouqueceu e morreu.





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