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Artigos-->O Político Gilete -- 16/09/2008 - 11:12 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que diferencia um político de sucesso de um medíocre? Numa resposta rápida posso afirmar que são as ações, o discurso e as idéias que ele defende.

O político de sucesso participa de um encontro ou reunião com os aliados, tendo já agendado outro encontro de igual magnitude com outros aliados. O encontro ocorrido num dia só tem valor até o dia seguinte se sair nos jornais. O mesmo princípio vale para o discurso que não traz novidades ou que a idéia não seja bem explicada aos ouvintes. Quando o político inicia um discurso, ele já deve ter outros dois rascunhados para o evento seguinte, de preferência sobre assuntos diferentes.

Num modo simplista, o discurso feito hoje não tem validade por muitos dias se o político não trouxer questionamentos que ficarão no imaginário dos ouvintes ou se o que foi dito é tão óbvio que não suscitará discussões na platéia. O político tem de ser criativo e, às vezes, até defender uma idéia utópica ou extravagante para despertar o interesse da população. Eu disse extravagante, não ridícula.

Nos meus tempos de professor de Geografia, eu citava a Gillette como uma empresa que me impressionava pela capacidade de renovação de seus produtos. Está na página dessa empresa na internet que o norte-americano “King Camp Gillette, funcionário da Companhia de Selos de Baltimore, inventou o chamado safety razor (barbeador seguro). Em uma manhã quente de 1895, ao fazer a barba, ele simplesmente teve um momento de inspiração e idealizou um aparelho que revolucionou o ato de barbear para sempre. Percebendo que para se barbear, só a ponta da lâmina da navalha era necessária, pensou então em fabricar uma lâmina de aço pequena e descartável. Muito mais prático do que a navalha que ele vivia tendo que levar a um amolador. Era isso, um sistema de barbear de longa durabilidade que utilizasse lâminas descartáveis.” De lá pra cá a empresa Gillette só tem variado os seus produtos e aumentado seus lucros. Se eu perguntar qual a empresa com mais de cem anos que tenha um só produto, você certamente me dirá alguma que não me lembro no momento. Mas se eu perguntar qual a empresa que disse “a primeira faz tchan, a segunda faz tchun, e tchan, tchan, tchan, tchan!” você se lembrará do barbeador da Gillette e ainda se lembrará de muitas outras marcas que marcaram a sua mente por terem dito uma novidade que caiu no gosto popular.

A comparação entre a capacidade de a Gillette renovar seus produtos e o político renovar seus discursos é porque acabei de ouvir no plenário do Senado Federal um senador que só sobe à tribuna para bater na governadora do seu Estado. Longe de mim querer defender a governadora ou o senador, não votaria em nenhum deles. Quando ele pediu a palavra, eu já imaginei o que ele iria falar. Não deu outra. Ele usou as palavras de sempre, a mesma entonação e o alvo foi a pessoa de sempre. Fiquei até o final do discurso só para constatar as minhas suspeitas e poder falar isso com segurança para você.

Se você é próximo do seu político, sugira que ele trate de assuntos diferentes, dê-lhe sugestões de projetos ou discursos. Diga-lhe o que está acontecendo no Brasil e no mundo e o que ele pode tirar proveito para um belo discurso ou projeto de lei. O político que não inova o discurso pode ser renovado na próxima eleição.

Se você é nacionalista roxo não fique bravo porque citei o exemplo de uma empresa estrangeira enquanto temos tantas brasileiras de igual criatividade de renovação. O título deste artigo poderia ser “O político Tramontina”, mas não seria tão instigante.

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