As jazidas de petróleo descobertas pela Petrobras são motivos de otimismo para a nossa tão sonhada auto-suficiência. São 800 quilômetros de extensão por 200 de largura. Está situada nas profundezas do oceano Atlântico, entre o Espírito Santo e o norte de Santa Catarina. Assim, logo teremos por aquelas bandas um mar de plataformas.
O pré-sal é alguma coisa que a gente não sabe como funciona e não temos a menor idéia onde fica. Não temos a real dimensão do tamanho e nem a noção da profundidade, mas torcemos para que dê certo e que proclame nossa independência petrolífera. E seja infinitamente volumoso. Tanto quanto o vizinho Aqüífero Guarani. E que as receitas oriundas dessas profundezas sejam aplicadas em benefício dos brasileiros. Amém.
As estimativas são de 90 bilhões de barris. Para definir a grandiosidade do achado, o presidente Lula achou a metáfora do bilhete premiado. Um uso humilde da figura de linguagem. Sem sombra de dúvidas essas jazidas são uma supermega-sena super acumulada. E espero, sinceramente, que o único vencedor seja o Brasil.
Num primeiro momento achei simpática a idéia de uma nova estatal, genuinamente do povo, capital 100% público, para prospecção de tão valioso tesouro. Na euforia e entusiasmado com a descoberta intui que a Pré-salbras seria a menina dos olhos dos brasileiros. Mas criar uma estatal para esse fim não seria justo com a nossa querida Petrobras (sic). Então, penso que o petróleo do pré-sal deva ser extraído pela velha, boa e longeva Petrobras.
Além do que a Pré-salbras pode ser confundida como uma empresa gaúcha para financiar sal para o churrasco de domingo e não ficaria bem com os demais estados da nação. No entanto, quando alguém fala nas jazidas do pré-sal, eu não consigo deixar de pensar em churrasco. Afinal, sal tem tudo a ver com churrasco. Pré-sal soa como algo mais light, um sal para diabéticos. Uma espécie de tempero que não chega ser salgado por completo e usado por quem sofre de hipertensão.
Se o assunto é pré-sal, eu me vejo salgando uma suculenta pré-picanha. Só não me perguntem o que seria uma pré-picanha. Eu também não faço a menor idéia do que seja. E, há muito tempo, não sei onde está. Nos dias de hoje a prospecção de uma pré-picanha envolve volumosas quantias nos recônditos dos açougues.
Enfim, como a prospecção do pré-sal não se fará da noite para o dia, ainda veremos muitos presidentes com as mãos sujas – de petróleo – exibindo mais uma descoberta em alguma plataforma na costa do Espírito Santo.