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Artigos-->O QUE É PECADO ECOLÓGICO ? -- 02/09/2008 - 09:42 (MARIA AICO WATANABE) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O QUE É PECADO ECOLÓGICO ?



Maria Aico Watanabe





É pecado ecológico usar nos jardins, azaléias para fazer topiaria. Azaléias foram feitas para crescer sem podas, livremente, para produzir vistosas flores. Podadas, ficam impedidas de produzir ramos que sustentarão as flores.

Os viveiristas gananciosos plantam muitas mudas de árvores em espaçamento pequeno. Resultado: mudas estioladas, fracas, que se “esticam” na tentativa de conseguir a luz do sol. Quando essas mudas são plantadas em campo, apresentam dificuldades para se desenvolver. O viveirista está pouco se importando com os problemas que deixa para o agricultor, pois o que interessa para ele é, egoisticamente, obter o maior lucro por metro quadrado de viveiro.

Vejo nas ruas, árvores de 40 metros de altura plantadas junto a fiação elétrica colocada a 10 metros de altura. Para não atrapalhar a fiação, submetem as árvores a podas drásticas, desfigurando-as completamente. As árvores perdem o equilíbrio, podendo vir a cair e causar acidentes perigosos. Pecado ecológico da arborização irracional, com uso de árvores inadequadas, que poderiam estar plantadas em espaços maiores, crescendo livres, frondosa e majestosamente.

“Melhoramento genético” para produzir plantas com sementes que não germinam é uma pseudociência, que leva à castração forçada das plantas, cuja tendência natural é produzir sementes férteis. Esse “melhoramento genético” (que melhoramento ?) existe para atender à ganância das empresas produtoras de sementes, que querem obrigar o agricultor a comprar sementes todos os anos, aumentando o lucro dessas firmas.

É um pecado ecológico separar o bezerro da vaca desde o nascimento para alimentá-lo com leite de soja, alimento artificial, inferior, que não atende às necessidades biológicas do bezerro. O pecuarista que assim procede além de ganancioso e egoísta, para ter todo o leite para si, não deixando nada para o bezerro, é um coração de pedra que está praticando crueldade contra os animais.

Quando deixam o bezerro mamar, desmamam-no precocemente, arrancando-o das tetas da vaca, ao completar um mês de idade, quando normalmente ele deveria mamar alguns meses. O pecuarista que assim procede, novamente, além de egoísta é um coração de pedra, insensível ao sofrimento do bezerro. Pecado ecológico e falta de respeito aos direitos dos animais.

Vários pecados ecológicos são cometidos contra as galinhas poedeiras.

Fazem “melhoramento genético” para suprimir o instinto de choco e torná-las “aptas” a suportar o estresse de serem criadas engaioladas em criações intensivas. O choco é uma conseqüência natural que se segue à postura dos ovos: o organismo da galinha durante a postura dos ovos produz o hormônio estrogênio e em seguida a progesterona que induz o choco. Fazem “melhoramento genético” para suprimir a produção de progesterona, que é uma agressão ao organismo da galinha. A galinha foi feita para viver livre, solta na natureza; prendê-la é um pecado ecológico, que vai contra as características e necessidades comportamentais da galinha. O homem deveria apenas oferecer-lhe abrigo à noite para protegê-la contra os predadores. Um “melhoramento genético” desses não pode ser considerado pesquisa científica séria; é uma pseudociência.

Quando deixam a galinha chocar, separam-na dos pintinhos: mergulham a coitada da galinha em água gelada para interromper o choco. É a ganância do avicultor que quer a galinha voltando a botar ovos, sem “perder tempo” criando os pintinhos. Os pintinhos é que se danem, pois, o que quero é a minha galinha botando ovos.

Há avicultores que castram os galos para torná-los “aptos” a tomar conta dos pintinhos. O galo não-castrado produz testosterona que o leva a cantar altivamente e a trepar com as galinhas. Castrado, seu nível de testosterona cai a zero e se torna dócil e pode ser obrigado a cuidar dos pintinhos, passando a exercer papel de fêmea sendo macho. De novo, a ganância do avicultor que quer a galinha livre dos pintinhos e botando ovos. É uma crueldade praticada contra o galo, que fica impedido de cantar, uma atividade natural do galo e de fazer o que ele mais gosta de fazer na vida, que é trepar com as galinhas.

As galinhas poedeiras de granja tem vida útil de apenas 18 meses, quando deveria durar alguns anos. Tendo que botar um ovo a cada 18 horas, a galinha acaba chegando à exaustão precocemente. Depois que a criação das galinhas se torna econômicamente não-interessante, o avicultor egoisticamente manda essas galinhas para o abatedouro, com o objetivo de lhes extrair a última gota de sangue. Depois de tê-las explorado gananciosa e egoisticamente por 18 meses.

Frangos de corte são criados com ração cheia de hormônios cancerígenos para apressar o crescimento. Querem o frango pronto para o abate aos 40 dias de idade, quando em condições normais poderia levar seis meses. O avicultor ganancioso quer lucro rápido, pouco se importando com a saúde do consumidor. O que interessa é o seu bolso, os consumidores que se danem.

As araras formam casais permanentes. Mas, vejo pessoas criando araras solitárias, em cativeiro. Essas pessoas estão obrigando a arara macho a celibato forçado, quando deveria estar vivendo livre e solta na natureza e namorando alegremente a sua companheira. Claro que digo o mesmo em relação à arara fêmea. Pecado ecológico.

Os passarinhos aprisionados em gaiolas perdem o instinto natural, a capacidade de buscar o alimento na natureza. Quando o homem aprisiona os passarinhos em gaiolas, quer egoisticamente ter o canto deles à sua disposição permanentemente. Mas, deveria saber que com sua atitude está desfigurando o instinto natural dos passarinhos. Se o homem tiver mesmo interesse nos passarinhos, deveria é deixá-los viver livremente e soltos na natureza, deixar de ser preguiçoso e caminhar até a floresta para apreciar o seu canto e oferecer-lhes comida – frutas, sementes – em comedouros colocados nos parques e jardins.









Vai muito além de pecado ecológico matar a onça para descobrir o que ela come. Trata-se de verdadeiro CRIME ECOLÓGICO. O zoólogo ganancioso, ávido para fazer carreira rapidamente, acha mais fácil matar a onça hoje, abrir o seu estômago para descobrir o que come e ter o artigo pronto para publicação no dia seguinte. Estou vendo o meu colega Anderson Pereira, zoólogo especialista em onças, chorar ao imaginar a cena da onça morta, estendida na fria mesa de cirurgia e sendo impiedosamente dissecada. Se não for o zoólogo é o seu chefe ou o financiador do projeto de pesquisa. Nesse tipo de pesquisa, poderiam ser necessários seis meses, um ano de observação dos hábitos, do comportamento das onças em campo, para se conseguir os resultados. Porém, é o caminho certo, em nome da conservação das onças, belos animais em perigo de extinção. Uma ciência que acha certo matar onças para descobrir o que elas comem, não pode ser considerada ciência séria; é também uma pseudociência.

Os gatos são submetidos a horrendas experiências de Neurologia. Uma crueldade injustificável contra esses graciosos animais de estimação, que ronronam gostosamente em seu colo, que vem pedir afagos olhando bem nos seus olhos. Além disso são animais muito evoluídos, que sentem alegrias, tristezas, raiva e ciúmes. Depois do imenso sofrimento com experiências neurológicas, esses animais são ainda mortos e dissecados impiedosamente.

Os avicultores e pecuaristas alegam que assim procedem por causa da pressão da sociedade por mais alimentos. Não concordo. Na realidade, 50% da produção de alimentos é desperdiçada, deixada estragar antes de chegar à mesa dos consumidores. É possível sim, atender à demanda por alimentos apenas com a produção conseguida respeitando os limites da natureza. Trata-se mesmo de uma alegação para encobrir o egoísmo e a ganância desmesurada dos avicultores e pecuaristas.





Jaguariúna, 18 de agosto de 2008.

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