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Artigos-->MANIFESTO CONTRA O ÓBVIO E OUTROS TEMAS. -- 25/08/2008 - 09:45 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
INTRODUÇÃO



Veja os assuntos tratados neste conjunto de artigos, em ordem alfabética:

A ESCALADA DOS TÓXICOS.

A FAMÍLIA CRISTÃ E O MUNDO ATUAL.

A FILOSOFIA ENSINA A VIVER E A PENSAR(Júlio Alves).

A FILOSOFIA E SUA CONSCIÊNCIA CRESCENTE.

A IGREJA BATISTA DE TEGIPIÓ E SEU JUBILEU DE OURO.

A IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL HOLANDÊS I.

A IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL HOLANDÊS II.

A IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL HOLANDÊS III.

A IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL HOLANDÊS IV.

A IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL HOLANDÊS V.

A IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL HOLANDÊS VI.

A IMAGEM DE JUDAS ISCARIOTES NA LITERATURA.

A INVERSÃO DE VALORES NO CATOLICISMO POPULAR.

A LITERATURA GOIANA E O MOMENTO HISTÓRICO(Roberto Pimentel).

A LITERATURA SOCIOLÓGICA EM GOIÁS.

A ORAÇÃO DE CORA CORALINA.

A PROBLEMÁTICA HUMANA NA SOCIEDADE URBANA.

A PROPÓSITO DE ESTATÍSTICA DENOMINACIONAL.

A RAZÃO NO MUNDO.

ATL PREPARA POSSE DE NOVO ACADÊMICO(Mariá Soares).

A VISÃO FILOSÓFICA DE TOYNBEE.

ALFABETIZAÇÃO E LITERATURA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO.

ALMIR GONÇALVES, UM DOS FUNDADORES DA AELB.

AMBIENTE E POLUIÇÃO.

ANTOLOGIA DESTACA LETRAS ANAPOLINAS(Lucélia Cunha).

ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA EVANGÉLICA.

AS TROMBETAS DO CAPELÃO GOREN.

ASPECTOS DE UM RELATÓRIO.

BILHETE ECUMÊNICO.

CARTA DE UM SEMINARISTA(Gilberto Freyre).

CENTENÁRIO DE CRISPINIANO TAVARES EM GOIÁS.

CENTO E CINQUENTA E NOVE ANOS DE CURSOS JURIDICOS.

CONHEÇA MELHOR GILBERTO FREYRE(Tácito Leite Filho).

CONTESTAÇÃO E SOCIOLOGIA.

COSTUMES DE OUTRORA.

DE SUPERINTENDENTE DA ESCOLA BÍBLICA

DOMINICAL A GOVERNADOR DO ESTADO.

DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DEVE SER LANÇADO(Mariá Soares)

DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO FAZ REGISTRO(Luciane Goebel).

DICIONÁRIO GENEALÓGICO(Antonio Monteiro).

DICIONÁRIO REUNE DADOS DE ESCRITORES(Gêza Maria)

DIPLOMA DE SÓCIO DA ACADEMIA(Inocêncio Candelária).

DIREITOS AUTORAIS.

DOIS GOIANOS FAZEM PARTE DA OBRA(Dilmar Ferreira).

DUPLICE CAMINHO DA FILOSOFIA GREGA.

EDUCAÇÃO E RELAÇÕES RACIAIS NOS ESTADOS UNIDOS.

ENTREVISTA COM MÁRIO RIBEIRO MARTINS(Roberto Pimentel)

ESCOLA SUPERIOR DA AVAREZA.

ESCRITOR HOMENAGEIA ARTISTAS PLÁSTICOS(Mariá Soares)

ESCRITOR PUBLICA BIOGRAFIAS DE IMORTAIS DA AGL(Lenna Borges).

ESCRITOR RECEBE PRÊMIO DA FRANÇA(Luiz Carlos Mendes).

ESTANTE DE LIVROS(Abdias Lima).

ESTRELA SOLITÁRIA(Guimarães Lima).

EVANGELISMO E LITERATURA.

FILHA DILETA DO SENHOR(Condessa de Meia-Ponte).

FILOSOFIA DA CIÊNCIA(E. D´Almeida Victor).

FILOSOFIA DA CIÊNCIA(Joaquim Rosa).

FILOSOFIA DIVULGA O NOME DE ANÁPOLIS.

FILOSOFIA MAÇÔNICA.

FILOSOFIA ROTÁRIA.

GILBERTO FREYRE À LUZ DOS RELATÓRIOS DE RICHMOND.

GILBERTO FREYRE E SUAS MEMÓRIAS.

GILBERTO FREYRE E OUTRAS MEMÓRIAS.

GOVERNADOR DE GOIÁS ENALTECE DR. SHEPARD.

HINDUISMO FILOSÓFICO: JULGAMENTO CRÍTICO.

HINDUISMO FILOSÓFICO: KANADA E KAPILA.

HINDUISMO FILOSÓFICO: VARDHAMANA E BUDA.

HINDUISMO FILOSÓFICO: YOGA E NYAYA.

HISTÓRIA E ESTATÍSTICA AMEAÇADAS.

IGREJA, INIMIGA DO POVO?

INTEGRAÇÃO CRISTÃ & ATUALIDADE.

"KOHOUTEK": UMA LIÇÃO PARA A CIÊNCIA.

LEI SOCIAL MATOU UMA IGREJA.

LETRAS ANAPOLINAS(Coelho Vaz).

MAHATMA GANDHI.

MANIFESTO CONTRA O ÓBVIO.

MARGINALIZAÇÃO NA SOCIEDADE URBANA.

MÁRIO MARTINS E AS 274 BIOGRAFIAS DA ABL.

MARIO MARTINS ESCREVE MAIS UM DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO(Elisangela Farias).

MÁRIO MARTINS- O HOMEM CORDIAL(Gilberto Mendonça Teles).

MÁRIO MARTINS PREPARA DICIONÁRIO(Mariá Soares).

MARIO MARTINS TRAÇA BIOGRAFIA DE MULHERES ESCRITORAS(Lenna Borges).

MARIO RIBEIRO INGRESSOU NA ACADEMIA(Absaí Gomes Brito).

MENOS UM BALUARTE NO TOCANTINS.

MORENO: UMA IGREJA HERÓICA.

MUIRHEAD: CAPUNGA AOS TRÊS ANOS.

NADA MAIS FRACO DO QUE A ÁGUA.

NOVO IMORTAL TOMA POSSE NA ATL(Isabela Campos).

O ACIDENTE DE AVIÃO.

O ARGUMENTO ONTOLÓGICO DE ANSELMO.

OBRA TRAZ BIOGRAFIAS DE IMORTAIS GOIANIENSES(Lenna Borges).

O COLÉGIO AMERICANO BATISTA.

O DIÁRIO DE PERNAMBUCO À LUZ DOS RELATÓRIOS DE RICHMOND.

O EVANGÉLICO GILBERTO FREYRE(Paulo Nunes Batista).

O EX-PROTESTANTE GILBERTO FREYRE(Robinson Cavalcanti).

O GOVERNO DO TOCANTINS E A SEDE DA ACADEMIA.

O HINDUISMO FILOSÓFICO E SEU ESPÍRITO.

O MATERIALISMO E A MAÇONARIA.

O MATERIALISMO NO HINDUISMO FILOSÓFICO.

O MESTRE DE APIPUCOS.

O MISTICISMO DE BERNARDO DE CLAIRVAUX.

O MOMENTO É DE INVERSÃO DE VALORES(Roberto Pimentel).

O MUNDO PRECISA FILOSOFAR.

O NORDESTE E SUA CULTURA.

ORDEM DOS MINSTROS BATISTAS DE PERNAMBUCO

ORDEM E RACIONALIDADE DO COSMOS NA FILOSOFIA.

OS BATISTAS NA "ESMERALDA DO ATLÂNTICO".

OS 177 ANOS DA ELEIÇÃO DE SEGURADO.

OS PASTORES DE TATUAMUNHA.

OS UPANISHADS E A FILOSOFIA VEDANTA.

O ÚNICO PROFESSOR NÃO BATIZADO DO SEMINÁRIO DO NORTE.

POSSE DE MÁRIO MARTINS NA ATL(Rubens Gonçalves).

POSSE DO ESCRITOR MARIO MARTINS(Waldir Braga).

PRECISAMOS DE MAIS LITERATURA(Brasigóis Felício).

PROMOTOR GOIANO LANÇA LIVRO DE FILOSOFIA(Luiz Otávio Soares).

PROTESTANTES FRANCESES NO RECIFE HOLANDÊS.

REAÇÃO FEMININA DE 23.

RELIGIÃO E RAÇA NOS ESTADOS UNIDOS.

RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS(Moura Lima).

RODOVIA FRANCISCO AYRES.

ROTEIRO CULTURAL.

SATANÁS: MITO OU REALIDADE?

SOBRE O DICIONÁRIO DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS(NELCI SILVÁRIO).

SOCIOLOGIA DA MENDICÂNCIA E SIMULAÇÃO.

SOCIOLOGIA E MEDICINA.

UM DICIONÁRIO PARA OS ESCRITORES TOCANTINENSES(Zuleide).

UM HOMEM NOTÁVEL(Othon Ávila Amaral).

UM MENINO DE JESUS(Ebenézer Gomes Cavalcanti).

UM PREFÁCIO HISTÓRICO.

UM SERMÃO PROFÉTICO.

UMA AGÊNCIA DE CONFRATERNIZAÇÃO.

UMA VISÃO PANORÂMICA DA REALIDADE SOCIOLÓGICA(Fernando Martins).

URBANISMO E MENOSVALIA.



Mário Ribeiro Martins*









Depois que publiquei o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS(Goiânia: Kelps, 2007), o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA EVANGÉLICA DE LETRAS DO BRASIL(Goiânia: Kelps, 2007), o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS(Goiânia: Kelps, 2007), o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GOIÁS(Goiânia: Kelps, 2008), o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES DE GOIÁS(Goiânia: Kelps, 2008), o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS(Goiânia: Kelps, 2008), resolvi transformar em livro alguns dos meus artigos publicados em Jornais e Revistas, alem da INTERNET, no site www.usinadeletras.com.br ou ainda em www.mariomartins.com.br.

Sempre desejei fazer esse tipo de publicação, mas nunca tive oportunidade. Escrevi dezenas de artigos para Jornais e Revistas de todo o Brasil, dos quais, guardo, com muito carinho, os já envelhecidos e empoeirados recortes.

Fui colaborador do JORNAL DO COMMERCIO, no Recife, em Pernambuco, entre os anos de 1972 e 1974, na época de Alberto Cunha Melo. Escrevi para o DIÁRIO DE PERNAMBUCO, também no Recife, entre 1970 e 1974. No Rio de Janeiro, colaborei com o JORNAL BATISTA, também na década de 1970, ainda sob a direção do Pastor José dos Reis Pereira.

Ao deixar o Recife, passei a colaborar no jornal O POPULAR, de Goiânia, em 1975, na época do Suplemento Literário, dirigido por Miguel Jorge.

Mas, escrevi, como free lancer, para dezenas de jornais e revistas, entre os quais, REVISTA UNIVERSITÁRIA CAMPUS, do Rio de Janeiro, na época do Pastor Isanias Batista dos Santos, jornal CORREIO DO PLANALTO, de Anápolis, de Dilmar Ferreira, REVISTA UNIVERSITÁRIA ABERTURA, do Rio de Janeiro, JORNAL HOJE, de São Paulo, jornal MANCHESTER, de Anápolis, REVISTA UNIVERSITÁRIA EDUCAÇÃO E REALIDADE, de Porto Alegre, revista IMAGEM ATUAL, de Anápolis, jornal FOLHA DE GOIAZ, DIÁRIO DA MANHÃ, GAZETA CULTURAL, etc.

Na verdade, o que se tornou difícil foi a escolha dos artigos que deveriam fazer parte desta coletânea. Entre mais de mil artigos publicados em jornais e revistas, sobre assuntos diversos, a tarefa não foi fácil. No futuro, outro livro será publicado com os demais artigos.

Por outro lado, o titulo do livro foi complicado. ARTIGOS DO AUTOR NA INTERNET? E alguém poderia dizer: Se já estão na internet, por que colocá-los em livro? Em primeiro lugar, porque nem todos têm acesso à Internet. Em segundo lugar, porque o livro pode ser transportado para onde o leitor desejar.

Enfim, resolvi pegar um dos artigos e colocá-lo como parte do título. Fiquei entre três títulos: COSTUMES DE OUTRORA E OUTROS TEMAS, A RAZÃO NO MUNDO E OUTROS TEMAS. O MUNDO PRECISA FILOSOFAR E OUTROS TEMAS. Ocorreu que, os amigos começaram a fazer várias ponderações. Uns, a favor do titulo. Outros, radicalmente contrários. Resolveu-se o problema, com um sorteio entre todos os artigos existentes no livro. Assim, o titulo ficou: MANIFESTO CONTRA O ÓBVIO E OUTROS TEMAS.

Em todos os livros publicados pelo autor, há sempre o seu Curriculum Vitae completo, bem como a relação de seus artigos publicados em jornais, revistas e na internet.

Observa-se que os leitores têm aquela preocupação de saber de que trata tal artigo. Sugerir que o leitor procure o JORNAL DO COMMERCIO, no Recife, de 04.10.1972, para ler o artigo GILBERTO FREYRE À LUZ DOS RELATÓRIOS DE RICHMOND, é totalmente impossível. Muito mais fácil, tê-lo num livro.

Ao longo do tempo, os artigos publicados giraram em torno de:

CAMPO BIOGRÁFICO- Aí, o enfoque principal foi Gilberto Freyre, seu pai Alfredo Freyre e outros nomes, como Thomas Helwys, José Piani, Abreu e Lima, Mahatma Gandhi, Jorge Amado e muitos outros. Entusiasmei-me com o campo biográfico que cheguei a publicar um livro chamado MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGÉLICO.

CAMPO HISTÓRICO- Aqui, o enfoque foi geral. Desde o Menosválido na Arte e na História até os Protestantes Franceses no Recife Holandês.

CAMPO SOCIOLÓGICO- Aí, os assuntos foram desde Sociologia da Mendicância e Simulação até a Problemática Humana na Sociedade Urbana.

CAMPO EDUCACIONAL- Neste campo, há artigos, como O Colégio Americano Batista e sua influência na formação nacional, Educação e Relações Raciais nos Estados Unidos.

CAMPO FILOSÓFICO- Aqui são tratados temas, como o Hinduismo Filosófico e seu espírito, A Visão Filosófica de Toynbee, Filosofia Rotária, Filosofia Maçônica, etc.

CAMPO TEOLÓGICO- Assuntos polêmicos, como Igreja-Inimiga do Povo? Satanás-Mito ou Realidade? E ainda amenidades, como O Misticismo de Bernardo de Clairvaux, O Argumento Ontológico de Anselmo, etc.

CAMPO ECONÔMICO- Temas, como Progresso: Um Enigma do Século, O Colorido dos Caixões, O Turismo como Fonte de Renda, Turismo no Césio, etc.

CAMPO PSICOLÓGICO- Assuntos, como Conflito de Gerações, Pastoral do Aconselhamento, O Poder Terapêutico da Musica, etc.

CAMPO CRÍTICO-LITERÁRIO- Neste campo, foram escritos centenas de artigos, de tal forma que, alguns deles, foram transformados no livro ESTUDOS LITERÁRIOS DE AUTORES GOIANOS.

CAMPO JURÍDICO- Vários artigos foram publicados, como Nexo Causal, Aspectos Jurídicos da Marginalização Social, Procedimentos Especiais do Direito Comum.

CAMPO CULTURAL- Dezenas de artigos publicados, como Um Casamento Cientifico, Turismo Cultural, Velhacos e Mendigos, O Encanto Belo das Pontes do Recife.

CAMPO PROFISSIONAL- Foram produzidos artigos, como A Função de Sociólogo, A Função de Executivo, etc.

CAMPO LÍTERO-ALTERNATIVO- Coleção de artigos sobre Livros, Autores e Alternativos, quase todos eles publicados no jornal CORREIO DO PLANALTO, de Anápolis, em 1989.

Como se vê, o elenco de artigos é grande demais, daí a dificuldade de escolher apenas alguns deles para fazer parte do livro.

Membro da Academia Goiana de Letras, desde 1983, da Academia Tocantinense de Letras, desde 2001 e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da União Brasileira de Escritores de Goiás, da Associação Goiana de Imprensa e da Academia Goianiense de Letras, fui também Fundador e Presidente da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras. Membro correspondente de diferentes academias no Brasil e exterior.

Publiquei LETRAS ANAPOLINAS(600 páginas, 1984), JORNALISTAS, POETAS E ESCRITORES DE ANÁPOLIS(610 páginas, 1986), ESTUDOS LITERÁRIOS DE AUTORES GOIANOS(1057 páginas, 1995), ESCRITORES DE GOIÁS(816 páginas, 1996), DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS(1234 páginas, 1999), DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS(924 páginas, 2001), RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS(470 páginas, 2005). DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS(1.034 páginas, 2007), DICIONÁRIO GENEALÓGICO DA FAMILIA RIBEIRO MARTINS(140 páginas, 2007), MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGELICO(496 páginas, 2007), DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA EVANGELICA DE LETRAS DO BRASIL(394 páginas, 2007), DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS(540 páginas, 2007), DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GOIÁS(710 páginas, 2008), DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA FEMININA DE LETRAS(368 páginas, 2008), DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS(586 páginas, 2008).

Portanto, o que consegui, ainda que frágil, aí está. Os artigos foram colocados em ordem alfabética, conforme o sumário. Para qualquer observação ou crítica, pode-se usar o e-mail mariormartins@hotmail.com ou a Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77001-970.





*Mário Ribeiro Martins

é escritor e Procurador de Justiça.

(mariormartins@hotmail.com)

Site: www.mariomartins.com.br

HomePage:www.genetic.com.br/~mario

Fones:(063)32154496Celular:(063) 9977 93 11.

Caixa Postal, 90, Palmas,Tocantins,77001-970.









A ESCALADA DOS TÓXICOS.





Mário Ribeiro Martins*





(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O uso indiscriminado de tóxicos, por parte de milhões de viciados em todo o mundo, é, sem dúvida, um dos flagelos sociais mais alarmantes dos últimos tempos. Transformadoras da percepção mental, as drogas são conhecidas desde os tempos remotos e mencionadas pelas literaturas mais primitivas que falam sobre seu uso e suas conseqüências.

Os povos orientais não só conheciam, mas também usavam largamente o ópio e o cânhamo indiano. Os astecas usavam o peiote, do qual extraiam a mescalina, chegando mesmo a adorá-lo por verem nesse cacto um verdadeiro deus. As drogas foram introduzidas no Ocidente através de intelectuais e artistas, tais como, Baudelaire, De Quincey e outros que, depois de experimentarem os efeitos alucinógenos de certas substâncias, tornaram-se porta-vozes e defensores de seu uso.

Mais recentemente Aldous Huxley transformou em livros suas experiências com a mescalina. Numa série de artigos para a imprensa chegou a preconizar uma "evangelização química", no sentido de que as drogas fossem colocadas ao alcance de todos, principalmente intelectuais. Apos a Segunda Guerra Mundial e com o advento de certos fenômenos sociais, entre os quais o Hippismo, os tóxicos passaram a ser difundidos e usados numa escala maior.

No famoso festival de Woodstock (Estados Unidos), o ácido lisérgico foi vendido a quatro dólares, dose suficiente para uma "viagem inesquecível". No festival de Wight (Inglaterra) centenas de hippies curtiram o vício da maconha, das bolinhas e do LSD, a mais poderosa droga mental até hoje conhecida.

Conforme pesquisadores da UNESCO há no mundo cerca de quinhentos milhões de viciados em uma droga qualquer. A maconha, droga mais popular no Brasil, em virtude da grande produção e do baixo preço, é usada em São Paulo, capital nacional do Vício, por cerca de 150 mil viciados. O fenômeno, portanto, não é só americano. A industria dos tóxicos expande-se fortemente na Inglaterra, Itália, Alemanha, França, Suécia, etc. Corre-se tanto perigo hoje em Nova Iorque como se corria na Indochina.

O tóxico é o inimigo publico número um da humanidade. Com esta preocupação e na tentativa de esclarecer a juventude brasileira quanto aos perigos a que se expõe diante do uso dos tóxicos, foi que o governo instituiu o Conselho Nacional Antitóxico, reunindo médicos, professores, religiosos, jornalistas e outros interessados, capazes de abordar corajosamente o problema, numa ação educativa e racional.

A rebeldia e ânsia de independência dos jovens são resultantes dos novos estilos de vida da época e da omissão dos pais, permitindo uma orfandade existencial dos menores e adolescentes. Daí o apelo do Dr. Alves Garcia: "Que as autoridades se mobilizem e alertem as famílias para menos café-society, menos coquetéis, menos egoísmo e mais vigilância e cuidado com os filhos. Que se restaure a autoridade familiar e que a educação dos menores seja da responsabilidade dos pais e não do chefe do bando da esquina ou do bairro, como está acontecendo.(MANCHESTER. Anápolis, 02.09.1975).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

ESCRITOR.

SITE: www.mariomartins.com.br

CAIXA POSTAL, 90, PALMAS, TOCANTINS, 77001-970.

FONES: (063) 32154496. (063) 99779311.

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E-MAIL: mariormartins@hotmail.com













A FAMÍLIA CRISTÃ

E O MUNDO ATUAL.





Mário Ribeiro Martins*





(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Uma série de fatos sociais ocorridos nas últimas décadas causaram profundo e importante impacto na constituição do grupo familiar. E entre esses fatos sociais é de se destacar a industrialização vertiginosa que atingiu a família de maneira básica, alterando completamente o quadro das atividades familiares, com uma diversificação e descentralização de responsabilidades.

Mas há de se destacar também a urbanização, a explosão demográfica, a elevação do padrão de vida e a transformação radical do status e do papel social da mulher que passou a trabalhar e a competir em igualdade de condições com o homem, no mercado comum das atividades, numa completa e definitiva emancipação, levando-a para fora do lar e provocando evidente transformações na vida da família.

Basta esse fato para se entender o quadro da família na vida moderna. Em que medida todos esses fatos influem na constituição da família cristã e quais as conseqüências concretas de tal impacto? A família tornou-se nuclear, constituída de pais e filhos, e a educação da prole passou a não depender exclusivamente dos pais, mas de um tecnicismo cada vez mais crescente, enquanto que a emancipação da mulher fez com que se dividisse a autoridade familiar e a responsabilidade na educação dos filhos.

Diante de tudo isso, pergunta-se: É ainda a família a base da sociedade? É verdade que uma família unida gera devoção e uma família desunida gera amarguras. Jesus teve convicções muito claras sobre a família, seguindo a tradição judaica.

A sinagoga tinha grande reverência para com a família. É no Velho Testamento que se encontra "casas e riquezas são herdadas dos pais, mas a esposa prudente é do Senhor". É no Velho Testamento que se lê "não é bom que o homem esteja só". É no Velho Testamento que se encontra a falta de filhos no lar como uma verdadeira tragédia. Os judeus eram fiéis nas relações familiares, daí a Lei e os Profetas ensinarem a pureza e condenarem o adultério.

Mas a grande nódoa judaica era a posição da mulher, classificada como propriedade e de quem o esposo podia divorciar-se à vontade "desde que não achasse graça em seus olhos", conforme Deuteronômio 24:1.

Para Jesus a família é o símbolo do Reino de Deus. E quando quis falar das relações entre os homens e o seu reino apanhou a figura na família, dizendo: "Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe". A família, para Jesus, tinha de ser subjugada ao reino. E o reino de Deus tinha de ocupar o primeiro lugar. E isto não era uma questão teórica para Jesus, mas prática, porquanto ele mesmo havia abandonado o próprio lar para cumprir sua missão e cumpriu, embora debaixo das críticas e da oposição da própria família, segundo Marcos 3: 21.

Para continuar enobrecida, a família não pode fugir de estar subordinada ao Reino de Deus. Os pendores espirituais da família cristã atingem não somente suas próprias fronteiras, mas as necessidades do mundo. A sociedade moderna, pelo grande número de famílias fracassadas, está aprendendo que, como ensinou Jesus, a família é uma instituição em que os participantes se identificam numa nobre e permanente união.

Mas para tudo isso é necessário o material que deve constituir o para-peito de uma família cristã: Vida espiritual - verdadeiro cimento armado. Educação Religiosa - já que a educação pública instrui o intelecto, mas esquece a consciência. Testemunho dos pais- com vida no temor de Deus, que é o princípio da sabedoria.

Tinha razão Salomão quando disse: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam". Josué, no seu famoso discurso de despedida, exclamou: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor". A ele não importava a degradação moral e espiritual por que passava o povo, mas a sua fidelidade. Ao cristão, hoje, não importa a contemporaneidade tolerante, mas a sua fidelidade.

O fato é que o elemento central na salvação da família cristã ainda é a mulher. Quando J. Williams, com 10 anos, foi levado ao grande pregador George Truett, este lhe perguntou como conhecia tanto de Deus e Williams respondeu: "Professei a minha fé nos joelhos de minha mãe".

As mulheres cristãs são guardas das fontes. Numa época em que as fontes da moral e da religião estão poluídas, há necessidade de mulheres cristãs, guardas das fontes, que entendam que nem sempre é moralmente certo, o que é socialmente correto.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 19.08.1973).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

ESCRITOR.

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A FILOSOFIA ENSINA

A VIVER E A PENSAR.



Júlio Alves*



O trecho de Mario Ribeiro Martins, em seu livro FILOSOFIA DA CIÊNCIA, explica o que vem a ser Perspectiva Metafísica: “É a extrapolação de um campo técnico-científico para um campo filosófico. É a afirmação de tudo aquilo que não se pode dizer apoiado apenas na Ciência.

O professor Donald Forman fez um estudo sobre o corpo humano e chegou à conclusão de que os elementos químicos que o compõem não valem mais do que quatro dólares. 65 por cento é oxigeneo. 18 por cento é carbono. 10 por cento é hidrogeneo. 3 por cento é nitrogênio. 1,5 por cento é cálcio. 1,5 por cento é fósforo. 1 por cento, outros elementos, inclusive traços de ouro e prata.

Seria o valor do homem aquilatado à luz disso? Aqui está a frieza da Ciência e a fragilidade da matéria. O valor do homem é dado à luz da Filosofia”.

Idealizador e fundador da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, o professor Mario Martins, dentro de sua perspectiva no Magistério Superior, Promotor de Justiça, Religioso, Literato está hoje integrado com um largo traço de afeiçoamento ao trabalho da coletividade onde convive há vários anos.

A Filosofia, em sua vida, não é apenas o traço meramente teórico. A Filosofia- diz ele- “é reflexão e como tal ensina a viver e a pensar”. Nos seus diferentes campos de atuação, jurídico, religioso, docência, ele atesta que “a investigação filosófica tem o seu valor, porque através dela é possível se ter uma consciência cada vez mais crescente, o que é extremamente importante no exercício de tais atividades”.

Autor entre livros e artigos de SOCIOLOGIA DA COMUNIDADE, HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL, A LITERATURA SOCIOLÓGICA EM GOIÁS, EFEITOS PICTÓRICOS NA POESIA DE MIGUEL JORGE, QUINZE ANOS DE FILOSOFIA EM ANÁPOLIS, o professor Mario Ribeiro Martins, assinala que as manifestações culturais nesta cidade “estão se intensificando de forma significativa. Uma nova página na historia da cidade tem sido escrita nos últimos tempos, com o lançamento de livros, exposição de artes, pintura, teatro, revelando que a Capital Econômica está também se tornando um centro de cultura.

Segundo ele, a criação da Academia Anapolina de Letras e Artes(concebida por Maria Ivone Correa Dias e atualmente presidida pela poetisa Célia Siqueira Arantes) e da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras contribui não somente para o desenvolvimento local do amor à cultura, mas também para a divulgação do nome da cidade no âmbito das letras nacionais.

A Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, prossegue Mario Martins, “particularmente, tem realizado concurso de trovas, de acrósticos, de poesia moderna, usando para isto as páginas do Boletim PERFIL distribuído para todo o Brasil e exterior. Os anapolinos são levados a co-participarem desses eventos culturais, através de concursos, conferencias, debates culturais, lançamento de livros, etc. São formas de estimulo e de motivação para as atividades culturais. Associações e entidades, como a FUMEC, SESC, AALA, colégios, jornais, etc., realizam promoções levando incentivo à cultura”.

O teatro anapolino sofre retração e limitações, assim como o nacional, expressa-se o professor Mario Martins. “No caso de Anápolis, o problema se agrava porque não há a infra-estrutura necessária. Os palcos utilizados não são apropriados, faltando também o apoio das autoridades, inclusive da própria área. Mas o teatro anapolino está cumprindo o seu papel”.

CULPA DA CULTURA OU DO GOVERNO? O idealizador da AAFCL posta-se ao lado dos que defendem a finalidade original do Espaço Cultural. “É de um mau gosto extraordinariamente grande”, diz ele, sobre a transformação daquele projeto em “sede do governo municipal”. E continua “as gerações futuras, para não dizer a atual, não perdoarão o responsável por tão antipática decisão que é um atentado contra as forças culturais da terra”.

“O pior é que a mudança do projeto original se dá exatamente na hora em que a Biblioteca Municipal ZECA BATISTA não dispõe de espaço, nem para os livros e nem para os leitores que lá se amontoam diariamente. Mas a história explica isso: SE HÁ HOMENS QUE NASCEM PARA GRANDES REALIZAÇÕES, HÁ TAMBÉM AQUELES QUE NASCEM PARA GRANDES PECADOS”.

O DESTAQUE DO ANO DE 1981. Depois de bacharelar-se em Direito, Ciências Sociais, concluir Mestrado em Teologia e Licenciatura em Filosofia, no Recife, o professor Mario Martins seguiu para a Espanha, em 1973, onde fez cursos de especialização na área de Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid e Administração Publica na Escuela Nacional de Alcalá de Henares. Realizou viagens culturais por vários paises europeus. Alem da Espanha, esteve em Portugal, Inglaterra e França.

Essa sua vivencia internacional, permite-lhe dizer que a “infra-estrutura cultural naquele continente se faz presente na mentalidade, nas formas de agir, pensar e sentir do povo, pois ele vive e convive com a cultura”.

Escolhido pela REVISTA BRASILIA, como INTELECTUAL DO ANO DO ESTADO DE GOIÁS(1981), ele revela que “há dois elementos decisivos para a formação da cultura: Ler e Escrever. Ler tudo e escrever depois, é uma forma de averiguar o que já se aprendeu, alem de permitir a renovação e ampliação de idéias”. Concorda em que “o brasileiro de fato não lê muito”. As razões- continua- “alem das históricas são varias, entre as quais, o fragil poder aqusitivo, o acentuado índice de analfabetismo, a falta de estimulo à leitura e outros problemas educacionais, inclusive a filosofia de aprender apenas para assinar o nome”.

Como professor, observa que o estudante não tem sido suficientemente motivado para temas como Literatura, Política, Religião e, notadamente, Cultura de forma geral e, por diversas razões. “Uma delas é que nestes últimos tempos lhe foi ensinado apenas marcar X. A preguiça mental é uma das características da juventude moderna”.

AUTORES E TV. O papel da TV brasileira na ampliação cultural do povo é assim vista pelo homem de letras Mario Ribeiro Martins. “Não resta duvida de que a TV nacional, parte dela, tem dado a sua contribuição, no momento em que divulga autores nacionais, pintores, escultores, etc, o que é feito através de programas específicos, com base em autores como Jorge Amado, Bernardo Elis, José Mauro de Vasconcelos e outros”.

Para leitura analítica ou formativa, sem levar em conta áreas especificas ou épocas, o professor Mario Martins freqüenta e recomenda, entre outros autores, Otto Lara Rezende, Gilberto Mendonça Teles, Morris West, etc.

O HOMEM MÁRIO RIBEIRO MARTINS. Natural de Ipupiara, Bahia, onde nasceu em 07.08.1943. Primário, em Ipupiara e Morpará(Bahia). Ginásio, em Xique-Xique e Bom Jesus da Lapa(Bahia). Clássico, no Colégio Americano Batista(Recife).

Ainda no Recife, bacharelou-se em Teologia, Filosofia e Sociologia, alem de Mestrado em Teologia. Foi Pastor da Igreja Batista de Tegipió, no Recife. Lecionou no Colégio Manoel Arão, no Colégio ESUDA, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, na Universidade Católica de Pernambuco.

Fez especialização em Educação, Sociologia e Administração Publica, respectivamente na Universidade Autônoma de Madrid e na Escuela Nacional de Alcalá de Henares.

Já em Anápolis, para onde se mudou em 1975, tornou-se Professor da Faculdade de Filosofia e da Faculdade de Direito. Foi co-pastor da Primeira Igreja Batista de Anápolis, ao lado do Rev. Isaias Batista dos Santos. Tornou-se por Concurso Publico de Provas e Títulos, Promotor de Justiça. Atuou nas Comarcas de Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis. Recebeu o titulo de MELHOR DO ANO(1979), em Literatura, pelo Clube de Imprensa de Anápolis. (FOLHA DE GOIAZ. Goiânia, 20.12.1981).



JÚLIO ALVES é Jornalista, Redator e Editor.







A FILOSOFIA E SUA

CONSCIÊNCIA CRESCENTE.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







O homem procura conhecer o mundo e a si próprio, com o saber filosófico, daí o desdobramento natural da filosofia em uma dialética da natureza e uma dialética do espírito. A filosofia é uma consciência crescente. Ela reflete o estudo do crescimento da consciência através da história. A natureza humana tem uma racionalidade progressiva. A razão é ascensional e reflete o mito da lenda grega.

As diversas fases da consciência no seu desenvolvimento natural e histórico são manifestadas vivamente pelos sistemas filosóficos, daí por que a história da filosofia é o labor permanente do pensamento para conquistar a consciência de si próprio. Dir-se-ia que na madrugada filosófica o homem tem consciência obscura e sentimental de si mesmo, mas logo desabrocha até a sua plena floração: O homem se descobre e chega à conclusão de que a filosofia é a atividade permanente do espírito humano.

Hegel, apesar do espólio de sua metafísica herética, declara muito sabiamente: "A filosofia nada tem de sonambulismo, mas é, pelo contrário, a mais vigilante das consciências. Discutindo, interpretando, ajuizando, valorando, mas não divagando em pura imaginação, a filosofia procura explicar o mundo e o espírito. Baseada nos dados da experiência cultural da época e da sociedade com que os metafísicos e filósofos construíram os seus sistemas, a filosofia faz uma reflexão pura.

O processo de crescimento da consciência reflete a atividade filosófica. É esta atividade que interpreta o pensamento que o homem faz de si mesmo e do mundo. Seria a atividade filosófica inútil? Seria a reflexão filosófica um ócio e um lazer desproveitoso para o processo do homem e da civilização?

O grande instrumento da emancipação do homem e que consagra sua libertação é a filosofia. É por isso que o filósofo tem uma visão sintética e compreensiva do mundo, enquanto a discussão e a crítica ajudam a compreender a realidade, o devenido e o devenir, levando em conta o pensamento e suas determinações, o pensamento e o ser, até o espírito tomar consciência de si próprio, daí a afirmativa de Karl Marx: "A filosofia é o cérebro da emancipação do homem".

O homem se emancipa e se liberta através da filosofia como uma atividade permanente do espírito humano, compreende ele o universo racionalmente e nesta racionalidade progressiva está o seu devenir. Djacir Meneses, em MONDOLFO E AS INTERROGAÇÕES DO NOSSO TEMPO, diz sobre o ensino da filosofia: "É despertar o sonolento de sua sonolência para adverti-lo sobre o Universo e suas relações essenciais".

Dir-se-ia, portanto, que a filosofia é o ensino do homem a pensar e a emancipar-se, compreender-se a si mesmo e ao mundo.(JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 03.10.1972).





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A IGREJA BATISTA DE TEGIPIÓ

E SEU JUBILEU DE OURO.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Durante o ano de 1973, várias igrejas batistas de Pernambuco estarão completando cinqüenta anos de existência. Organizadas em 1923, muitas delas resultaram das contendas radicais, e daí possuírem histórias interessantes que poderiam muito bem ser sintetizadas em panfletos para finalidades históricas.

Dentre elas se pode mencionar a Igreja Batista de Tegipió, Recife, cujo cinqüentenário já foi comemorado, quando da Convenção Batista Brasileira, no domingo, 28 de janeiro de 1973.

SINTESE HISTÓRICA - Com este título a referida Igreja publicou interessante trabalho em forma de panfleto para distribuição entre seus membros, amigos e interessados apresentando a vida e a história da igreja.

Fundada em 28 de janeiro de 1923, teve como primeiro pastor, o Rev. Ismael Ramalho. Nesta síntese histórica foram apresentados vários índices, destacando-se os seguintes:

O índice demográfico com cinqüenta membros do sexo masculino e 116 do feminino, representados por mais de 100 famílias. O índice de obreiros apresenta respectivamente os seguintes pastores filhos da igreja e consagrados por ela - Alípio de Souza Leão, Renato Cavalcanti e Merval de Souza Rosa, Gelson Lopes Martins, Mário Ribeiro Martins.

O índice de entradas, nos 50 anos, com 280 batismos, cartas 182, declaração 16 e reconciliação 34. As saídas com 26 por eliminação, morte 34 e por carta 186.

O índice ministerial mostra os seguintes pastores e seu tempo de serviço - Ismael Ramalho - 17 anos, Jônatas da Cunha Braga - 5 anos, L. L. Jonhson - 30 dias, J. B. Hunderwood - 45 dias, Lívio Lindoso - 4 anos, Raymundo Kolb - 1 ano, Merval Rosa - 3 anos, José Viana de Paiva - 4 anos, Pedro Machado - 1 ano, Gelson Lopes Martins - 4 anos, Raimundo Frota de Sá Nogueira - 3 anos, Mário Ribeiro Martins - 1968 até o presente.

O índice de estado civil com 20 viúvos, 80 casados e 66 solteiros. O índice musical apresenta além dos corais, o Quarteto Vocalistas Celestiais, fundado em 17 de outubro de 1957, com dois discos gravados e uma viagem aos Estados Unidos.

O índice patrimonial com o templo, um edifício de educação religiosa com 2 andares e duas propriedades anexas. O índice de evangelismo mostra o trabalho na sede, nos lares e uma congregação no interior do Estado, com templo construído. Seu corpo diaconal é constituído de 7 diáconos, o mais velho deles tendo sido consagrado em 14-9-1942. Dos 9 fundadores da igreja, apenas um faz parte do seu rol de membros atualmente. O índice de alfabetização apresenta: analfabetos – 3, primário – 90, ginásio – 30, secundário – 25, superior - 15.

FESTIVIDADES DO CINQUENTENÁRIO - Com uma audição especial apresentada pelo Departamento de Música da Igreja, no sábado 20 de janeiro, foram instalados os trabalhos relativos às comemorações do Jubileu de Ouro. No domingo, 28 de janeiro de 1973, pela manhã, com a presença de vários convencionais, iniciou-se o culto comemorativo dos 50 anos.

Foi linda a mensagem do cinqüentenário impressa no Boletim da igreja, do qual se destacaram as expressões: "Muitos que estiveram já não mais estão. A estes só resta o nosso preito de gratidão e a sublime recordação de um passado que se foi, mas que perdura em fé e realizações... Geração do agora, sejamos dignos dos cinqüenta anos desta igreja e lutemos com as armas de Deus para preservar esta herança de fé que nos é legada por vidas humildes, mas consagradas a Deus."

Foi prestada uma homenagem aos ex-pastores da igreja e como orador oficial da solenidade pregou o pastor Silas de Brito Lopes, da Igreja Batista Central de Vitória, Espírito Santo. Como parte das festividades foram distribuídos calendários e flâmulas relativos ao fato.

Com o culto da noite e a presença de representantes de igrejas de vários Estados foram declarados encerrados os trabalhos comemorativos do cinqüentenário, tendo sido orador oficial da noite, o Pastor David Gomes, Presidente da Sociedade Bíblica do Brasil e pastor da Igreja Batista da Esperança, no Rio de Janeiro.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 25.03.1973).



ATENÇÃO: O autor destas notas foi consagrado Pastor, nesta Igreja Batista de Tegipió, em 1968 e nela permaneceu até 1974, quando, mudando-se para Anápolis, Goiás, em 1975, tornou-se co-pastor da Primeira Igreja Batista de Anápolis, ao lado do Pastor Isaias Batista dos Santos. Tomaram parte de seu Concilio Examinatório, os TEÓLOGOS: David Mein, Lívio Lindoso, Ramos André, Raimundo Nogueira, H. Barry Mitchell, José Guimarães, Renato Cavalcanti, Zacarias Lima, Valdomiro de Souza, Elizeu Martins, Luiz de Siqueira, Alcides Machado, José de Paiva, Jonas Barbosa, Pedro dos Reis, João Luis, Manoel Nazário, Genésio Guimarães e Oséas Correia. Em 1978, como Professor da Faculdade de Direito de Anápolis, fez concurso para Promotor de Justiça e deixou definitivamente o pastorado.



OBSERVAÇÃO: Com a biografia de quase todos estes nomes, o autor destas notas publicou o livro MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGÉLICO(Goiânia, Kelps, 2007). O texto também se encontra na INTERNET, no site www.mariomartins.com.br





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A IGREJA EVANGÉLICA

NO BRASIL HOLANDÊS (I).







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







É possível que a expressão Brasil Holandês tenha de ser melhor esclarecida para uma boa compreensão da presença evangélica naquele período. A duração foi de 1630 a 1654, aproximadamente.

Tudo começou, no entanto, quando em 1621, foi organizada a Companhia das Indias Ocidentais e a navegação comercial entre Brasil e Europa em poder dos holandeses, que dela possuíam cerca de dois terços. Nos anos de 1624 e 1625 houve a invasão da Bahia, sem maiores sucessos, marcando, porém, a presença holandesa, seu interesse e destemor.

Pode-se, pois, dividir a História do Brasil Holandês, nas seguintes fases:

I - Início. Com a ajuda do índio Pedro Poty, do mulato Malabar, de oficiais poloneses e alemães, e de um cristão novo (judeu convertido) ocorreu, em 1630, a conquista de Olinda (PE). Somente quatro anos depois foi possível a tomada da Paraíba, com a promessa da liberdade de consciência para os habitantes, manutenção das igrejas e cultos. Esta primeira fase estendeu-se até 1636.

II - Apogeu. Com a chegada do príncipe João Maurício de Nassau, em 1637, acompanhado de cientistas e artistas, entre os quais, respectivamente, o médico Guilherme Piso e o pintor Frans Post, além de militares, religiosos e outras pessoas, iniciou-se a segunda fase que foi até 1644.

A glória deste período foi marcada pela conquista do Ceará, no Norte, em 1637 e no Sul, a conquista do Rio São Francisco (Penedo), no mesmo ano. Este avanço holandês implicou em sérias preocupações:

a) Políticas. Apesar do tratado entre Portugal e Holanda, logo que aquele se libertou da Espanha, houve a tomada do Maranhão e Luanda (Angola), em 1641. No ano seguinte aconteceu a revolta maranhense.

b) Religiosas. Por parte dos jesuítas ocorreu a Organização da Assembléia, primeiro órgão representativo no Novo Mundo. Por parte dos invasores vários templos foram reformulados e outros construídos.

c) Culturais. Formaram-se orquestras e foi montado um observatório astrológico, além de outras expressões artísticas, como pintura, corais, etc.

d) Administrativas. Foi construída a Mauricéia(nome do Recife durante algum tempo), primeira cidade planejada no Brasil, que incluía palácios, jardins, pontes, canais, hospitais, templos.

e) Econômicas. Dívidas dos senhores de engenho que não tinham possibilidade de pagar à Companhia das Indias Ocidentais os escravos comprados.

III - Declínio. Esta terceira fase começou com o retorno de Nassau à Holanda. Ele, que era o "Santo Antonio" para os católicos ou o "irmão" para os índios e uma esperança para os judeus que lhe ofereciam 3000,00 f por cada ano de permanência no Brasil Holandês, voltou a sua terra, quando aqui se preparavam muitas ciladas.

Assim é que em 1645 quando se iniciou esta última fase, houve a revolta liderada por Fernandes Vieira. Em 1648, aconteceu a famosa batalha dos Guararapes. Em 1654, tudo chegou ao fim, com a vitória de Barreto e o prazo de três meses para liquidar tudo.

Com este fundo histórico é possível entender a presença evangélica no Brasil Holandês. As igrejas nasceram, neste período, do que se chama transplante e semente. Esta é uma referência às conversões e aquele se refere às mudanças ou mudas transplantadas.

As igrejas surgiram, portanto, acompanhando o crescimento das conquistas. Quando, por exemplo, o Ceará foi conquistado em dezembro de 1637, já em janeiro do ano seguinte se procurava um obreiro para Fortaleza. O mesmo aconteceu com a região do Rio São Francisco para o qual se buscava um missionário em 1644.

As derrotas, no entanto, impostas por André Vidal no ano seguinte causaram o desaparecimento das Igrejas Evangélicas da região sul de Pernambuco, entre as quais Cabo e Serinhaém.

De modo geral, as Igrejas Evangélicas deste período passavam por algumas fases:

Fase militar, em que a igreja começava dentro das fortalezas. Fase colonial, que incluía os colonos cada vez mais numerosos, funcionários e comerciantes. Fase missionária, cuja preocupação maior era a evangelização dos índios.

Um exemplo destas etapas, foi a Igreja Evangélica da Paraíba que começou em 1634 puramente militar, depois tornou-se colonial em 1636, sob a orientação de Dooreslaer, e posteriormente missionária, em 1638, ainda com Dooreslaer.

Algumas igrejas não passaram por todas estas fases, entre as quais a Igreja Evangélica de Goiana, que nunca foi militar, embora houvesse militares, mas foi logo organizada como igreja colonial por evangélicos que adquiriram propriedades na região. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 19.05.1974).







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A IGREJA EVANGÉLICA

NO BRASIL HOLANDÊS (II).







Mário Ribeiro Martins*



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A Igreja Cristã Reformada iniciou suas atividades no "Tempo dos Flamengos", com um culto evangélico, celebrado no dia 14 de fevereiro de 1630, data do desembarque, quando pregou o Rev. Baers. Semanas depois, a Páscoa foi comemorada na Igreja do Salvador, em Olinda, Pernambuco, já em poder dos invasores.

A Igreja Evangélica no Brasil Holandês fez-se presente nos territórios conquistados e cresceu à medida que aumentavam os domínios holandeses, daí sua presença nas seguintes regiões:

PERNAMBUCO - O campo pernambucano, como não poderia deixar de ser, foi o mais significativo para a Igreja Evangélica no Brasil Holandês.

Em Olinda, a Congregação Reformada funcionava num templo católico adaptado ao culto evangélico.

No Recife, na parte velha da cidade, estava a Igreja do Corpo Santo, adaptada ao culto evangélico em língua holandesa. Ainda nesta parte antiga estava a Capela do Convento de São Francisco adaptada ao culto evangélico em língua inglesa. Na parte nova da cidade, chamada Mauricéia, um templo foi construído pelo engenheiro Pieter Post, para o culto em holandês. Ainda nesta mesmo área, estava o templo Gallicum (hoje Igreja do Espírito Santo), onde o culto se realizava em francês.

No Recife, a Igreja-Mãe cuidava não só do contato com o governo, mas também com a Holanda e coube a ela convocar a primeira reunião do presbitério reformado.

Em Itamaracá, a Igreja não conseguiu ultrapassar todas as fases, ficando mesmo no Forte Orange, onde começou e onde enfrentou a ausência de presbíteros, o roubo da caixa diaconal e ainda o fato de o Rev. Stetten estar desligado da Igreja-Mãe.

Passou, no entanto, da fase militar para a fase missionária, porquanto sustentou uma Congregação em Goiana(Pe), sob a orientação do Rev. Eduardus que dava assistência a mais de dois mil índios, e uma Congregação em Igaraçu, para a qual foi eleito um presbítero em 1644, tendo vida efêmera em virtude da revolução,

No Sul de Pernambuco, as Igrejas do Cabo e Serinhaém desapareceram, quando em 1645, André Vidal tomou a região sul. A do Cabo ficou famosa porque a ela pertenceu o presbítero militar e depois colono Gaspar Van Der Ley que passou para as hostes portuguesas, em 1646, influenciado por sua esposa que era católica.

A Igreja de Serinhaém teve como um dos presbíteros Carpentier que morreu evangélico no célebre ataque de André Vidal.

Esta igreja enfrentou os ataques dos "quilombos dos Palmares" e as procissões católicas em homenagem a N. S. do Rosário.

PARAIBA - Na fortaleza de Cabedelo, com a presença do Rev. Bachiler, foi iniciada a Igreja, na sua fase militar. Aí, em 1640, foi celebrada a primeira Ceia do Senhor, em terras paraibanas, presentes mais de mil índios, inclusive o índio Pedro Poty que já tinha estado na Holanda e o Rev. Dooreslaer que dava muita atenção ao trabalho missionário indígena.

RIO GRANDE DO NORTE - A Igreja iniciou suas atividades no Forte Van Ceulen (Três Reis Magos), porém não atingiu todas as fases, sendo apenas militar e missionária, porquanto não havia colonos.

CEARÁ - Embora se tenha procurado um obreiro para Fortaleza em janeiro de 1638, a Igreja ali não passou da fase militar.

MARANHÃO - A Igreja iniciou suas atividades em 1641 quando o Maranhão foi conquistado, mas também não conseguiu ultrapassar a primeira fase (militar).

ALAGOAS - No Rio São Francisco (Penedo) e Porto Calvo estavam alguns pastores, sendo que, em 1644, um missionário foi solicitado pelos indígenas. De algum modo a Igreja foi prejudicada pelo mau testemunho do Capelão Oosterdagh que chegou a falsificar letras, negociar ilicitamente, sendo depois devolvido à sua terra.

Os pastores mais experimentados, geralmente dois deles, tinham a obrigação de visitar oficialmente todas estas Igrejas, pelo menos uma vez por ano, ajudando-as na solução dos seus problemas. O estabelecimento definitivo das Igrejas foi impossível, por várias razões, entre as quais o fato de estarem elas intimamente ligadas ao governo.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 26.05.1974).





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A IGREJA EVANGÉLICA

NO BRASIL HOLANDÊS (III).







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A administração eclesiástica da comunidade evangélica no Brasil holandês apresentava aspectos interessantes e significativos, revelando que a preocupação protestante não era exclusivamente econômica, mas também religiosa e sobretudo espiritual. A estrutura administrativa da Igreja compreendia as seguintes áreas:

MINISTÉRIO DO CULTO. Formado pelos pastores, presbíteros, diáconos e proponentes, este corpo de obreiros estava onde chegassem as conquistas. Os pastores eram chamados de "Rev", "Dominus", daí o D que precede seus nomes (D. Soler ou seja Rev. Soler). Quase todos os pastores eram holandeses, com exceção de Bachiler e Kempius (ingleses), Soler e dois outros (franceses) e Biscareto (espanhol). Até 1644 são conhecidos 34 pastores.

No auge da presença holandesa, a Igreja Protestante contou com 19 pastores no Brasil, número que foi sendo reduzido à medida que o sistema entrava em decadência. A presença destes pastores nem sempre significou um espírito missionário.

Assim é que o francês Soler, Galês e outros simplesmente ajudavam seus compatriotas. Kesseler viera fortalecer as Igrejas, enquanto Dooreslaer trabalhando entre os índios demonstrou um coração missionário. O espírito de aventura não faltou e Polemius parece ter sido um dos aventureiros.

Vinculados ao Estado como eram, alguns tentaram fugir das contendas eclesiásticas na Holanda. Várias regiões (Ceará, Maranhão, São Francisco) foram prejudicadas pela falta de pastores, enquanto o Recife contava quase normalmente com 5.

Os pastores vieram, é verdade, para funcionar essencialmente como capelães. Muitos, porém, constituíram-se em pedra de tropeço para a Igreja nascente, entre os quais D. Stetten e D. Oosterdagh. Os presbíteros eram encontrados entre os comerciantes, conselheiros, senhores de engenho, militares e funcionavam nas igrejas por tempo limitado (dois anos), destacando-se entre eles Gaspar Van Der Ley e Carpentier.

Os diáconos tiveram atuação expressiva nos hospitais, escolas e outras instituições, ajudando especialmente na administração. Os proponentes eram pregadores leigos e dois que se destacaram como tais tornaram-se posteriormente pastores (Kempius, na Paraíba e Biscareto, em Goiana).

RELAÇÕES ECLESIÁSTICAS. Em virtude do ramo protestante a que estava vinculada, a Igreja Reformada no Brasil Holandês possuía Conselho, Presbitério, Sínodo e outras manifestações de sua organização. Suas relações com o exterior, principalmente Amsterdã e Zelândia, eram feitas através de deputados (pastores: dois do Recife e um da Paraíba), que também escolhiam os campos para os pastores recém-chegados.

Estas relações foram tão profundas que a Igreja Reformada chegou a ordenar, no Recife, um moço que viera da África e que voltou como pastor destinado à Fortaleza de Elminia.

Embora a Igreja Evangélica estivesse presente no Brasil desde 1630, somente em 1636 reuniu-se o primeiro presbitério, estabelecendo-se reuniões duas vezes por ano, o que nem sempre aconteceu. O conselho eclesiástico foi organizado primeiro no Recife, onde se reunia semanalmente. O sínodo parece não ter sido bem visto pela Holanda, sobretudo quando reunia mais de uma região.

DISCIPLINA ECLESIÁSTICA. A tardia organização do presbitério, quando a Igreja já tinha seis anos de estabelecida, acumulou muitos problemas, possibilitando a formação de certos costumes e vícios.

O francês Rev. Soler chegou a comparar o Recife com Sodoma. As primeiras providências mais sérias foram tomadas pelo Rev. Kesseler, quando presidente do presbitério, em 1937. É verdade que o próprio presbitério em determinado momento foi também advertido pela Igreja da Holanda.

A pesquisa de Kesseler revelou muitas falhas nas igrejas, principalmente quanto à oração, às atas, à disciplina, número de membros, cartas de transferências, etc. Esta situação foi modificada depois de 1637.

O motivo que induziu determinados pastores a vir ao Brasil fez com que alguns deles tivessem falhas gravíssimas. O Rev. Stetten, embora reconduzido em 1639 ao ministério, prejudicou a Igreja em Itamaracá, por estar eliminado desde 1637.

O Rev. Osterdagh (capelão) desmoralizou o trabalho evangélico na região de São Francisco (Penedo), com seus crimes de estelionato, falsificando letras, além de suas atividades de comprador de gado e de emprestar dinheiro a juros acentuados, sendo por isto devolvido à sua Pátria.

Se as falhas foram grandes por parte dos líderes da Igreja Reformada, que dizer dos membros da comunidade evangélica, quase sempre comerciantes, soldados, colonos, etc.!?

Muitas questões foram levantadas pelos colonos entre as quais se era permitido vender objetos de superstição e idolatria. A resposta da Igreja foi negativa e os pastores ajudaram na compreensão do assunto, principalmente os itinerantes que tinham a responsabilidade de visitar todas as igrejas, pelo menos uma vez durante o ano.

O controle social foi possível graças a editais e leis que eram o reflexo do puritanismo holandês, condenando práticas, tais como: jogar pragas, adorar ídolos, trabalhar no domingo. Estas leis mencionavam todos os mandamentos, principalmente o sétimo.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 09.06.1974).





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A IGREJA EVANGÉLICA

NO BRASIL HOLANDÊS (IV).









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Estas preocupações (missões e beneficência) estavam intimamente relacionadas e constituíram facetas importantes da presença evangélica no Brasil holandês. A beneficência foi sempre uma responsabilidade do ministério diaconal e compreendia vários aspectos.

Embora nem sempre o governo desse atenção, mas a classe diaconal insistia na necessidade de melhores condições para os orfãos, mesmo porque o número aumentava a cada ano.

As escolas também recebiam o cuidado dos diáconos e ministravam a Educação Religiosa Cristã através do Breve Catecismo, Pai Nosso, Credo, Decálogo, etc. Os professores ou preletores, como foram chamados na década de 1640, podiam cobrar taxas de seus alunos.

Os hospitais existentes no Recife, na Mauricéia e Paraíba contavam com a colaboração dos consoladores. Estes diáconos, que eram também evangelistas, tinham uma missão muito difícil, sobretudo por causa da inexistência de médicos, da falta de alimentos básicos, e ainda em virtude dos problemas eclesiásticos e financeiros, daí a existência constante de lugares neste setor.

Para ajudar às pessoas necessitadas eram comuns as coletas dominicais. As missões, no sentido de catequese, acompanharam as conquistas. Só posteriormente, no entanto, o trabalho missionário tornou-se mais sério. A recomendação a partir de 1637, por exemplo, época em que sérias medidas foram tomadas, inclusive com o desligamento de Stetten da Igreja, o retorno de Oosterdagh e uma limpeza geral, foi que os pregadores se interessassem pela conversão dos INDIOS, PORTUGUESES E NEGROS. A recomendação não se referiu aos judeus, o que foi pena, porquanto muitos deles eram simpatizantes de Nassau, embora alguns tenham sido multados por blasfêmia.

Com relação aos portugueses havia uma série de barreiras dificultando sua evangelização. Uma delas era a língua, já que os cultos eram realizados em holandês, inglês e francês. É verdade que os obreiros foram recomendados a aprender a língua portuguesa. Uma outra barreira era a própria situação político-econômica entre holandeses e portugueses. Talvez a mais forte delas fosse a perseguição católica aos seus fiéis, por parte dos vigários, que não só os excomungavam, mas até os colocavam na prisão. O "Católico Reformado", folheto da época de Soler, grande interessado na conversão dos portugueses, não surtiu efeito e parece ter provocado a ira dos sacerdotes católicos que acentuaram ainda mais as excomunhões, sobretudo na Paraíba, em 1641.

Os primeiros negros só chegaram ao Brasil em 1536, vindos de Moçambique, Guiné, Angola, Costa do Ouro e Congo. A própria condição em que vieram já era precária e não possibilitava a atenção da sociedade. É verdade que houve acentuada preocupação quanto à situação religiosa do negro, daí uma série de determinações, nem sempre colocadas em prática.

Os escravos, cujo número de entrada na época dos holandeses atingiu a 23.000, foram melhor tratados neste período e por isso a maioria escolheu o lado holandês, apesar dos ataques governamentais ao Quilombo dos Palmares. "O principal fim da aquisição dos negros é trazê-los ao conhecimento de Deus e à Salvação".

Com base nesta tese registrada nas Atas de janeiro de 1638, sessão quatro e artigo cinco, estimulou-se a instrução religiosa cristã dos negros, a freqüência à Igreja, mesmo que os seus proprietários fossem de outras religiões.

Esta cláusula era obrigatória nos contratos de compra e venda de negros, inclusive a não separação dos casais, quando casados legalmente. Embora Soler e outros tivessem tentado o ensino (alfabetização) para os escravos, não houve nenhum progresso nesta área.

As constantes guerras e enfermidades dizimaram os índios, bastando notar-se que em 1635 existiam 8.000 na faixa litorânea e em 1645 o número decresceu para 3.500.

Como o governo holandês proibiu terminantemente a escravidão indígena, seus serviços prestados eram pagos através de tecidos, alimentos, enfeites e outros objetos que lhes enchiam a vista. A fase missionária pela qual algumas igrejas passaram era destinada exclusivamente à evangelização dos índios e recebeu a dedicação de 5 dos 34 pastores conhecidos, entre eles, destacando-se: Soler, Eduardus e Dooreslaer.

Com a expulsão dos holandeses desapareceu a Igreja Reformada, cuja história, compreendendo três fases, não pode contar a mais importante que seria a fase da consolidação. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 16.06.1974).





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A IGREJA EVANGÉLICA

NO BRASIL HOLANDÊS (V).





Mário Ribeiro Martins*





(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





A obra missionária entre os índios sempre recebeu o apoio governamental holandês. Daí por que vários métodos de trabalho foram tentados, como, por exemplo, uma espécie de internato para os jovens índios, o que realmente não funcionou. O trabalho pessoal realizado por Soler, Dooreslaer, Eduardus e outros foi o método mais adequado.

Como os índios não tinham o batismo cristão, esta era uma tarefa da Igreja, depois de convertê-los à fé cristã. Foram realizados muitos batismos de crianças pela Igreja Reformada, não se tendo notícias do batismo de adultos, já que estes na sua maioria tinham sido batizados pela Igreja Católica, batismo este que era reconhecido pelos holandeses.

Para evitar o batismo em massa, tal qual o dos Capuchinhos no Maranhão que chegaram a batizar cerca de 10.000 índios, em menos de dois anos, as autoridades eclesiásticas holandesas recomendaram a necessidade da conversão e salientaram - "deve-se deixar levar os seus filhos ao batismo" - referindo-se às crianças cujos pais já eram batizados.

A importância dada aos indígenas foi tão significativa que quando os índios paraibanos solicitaram um pastor, o governo holandês e o presbitério decidiram imediatamente transferir Dooreslaer para aquele campo, embora a Igreja no Recife tivesse de ficar sem pastor. O elemento "vontade divina" foi muito bem destacado nesta decisão conforme a ata de janeiro de 1638, 1, 15, 16 que diz: "Convencido da necessidade e importância da questão, aceitou, acatando a vontade divina".

O trabalho missionário indígena abrangeu alguns setores, tais como: PREGAÇÃO - esteve sempre a cargo de Soler, Dooreslaer, Euardus, presbíteros e itinerantes. No fim de 1640, por exemplo, foi celebrada a Ceia do Senhor pela primeira vez nas aldeias.

LITERATURA - Soler e Dooreslaer chegaram a escrever um Manual de Religião (Catecismo) em língua Tupy, em 1640, cujos originais foram enviados para publicação na Holanda, o que não aconteceu.

ESCOLA - Kempius, um jovem inglês, foi o principal professor e o mais dedicado. Era responsável pelo campo missionário da Paraíba. Foi posteriormente ordenado ao ministério. Um outro professor foi o espanhol Biscareto que trabalhou entre os índios de Tapecerica (PE) ao lado de Eduardus. O Rio Grande do Norte, através do Cacique Nhandui, pediu professores e pastores para os índios, mas não foi atendido, não só pela distância, como pela falta de elementos. Neste setor de escolas foi dado um passo muito importante, em 1641, quando alguns índios convertidos foram contratados como professores com o salário mínimo de f. 12,00 mensais. Os Primeiros Obreiros Nativos da Primeira Igreja Evangélica India nas Américas!

FAMÍLIA - Para normalizar a vida familiar várias providências foram tomadas, inclusive uma tentativa de estabelecer o divórcio, que não foi aceito pelo governo holandês e em substituição foram promulgadas leis proibindo a presença indígena nas expedições ultramarinas, já que isto provocava a separação da família. BENEFICÊNCIA - Trabalho feito entre os índios na base da distribuição de remédios e assistência geral.

GOVERNO - A representação do governo nas aldeias era melhorada sempre através de novos regulamentos.

O fato é que as guerras constantes e o nomadismo indígena impediram o crescimento rápido da Primeira Igreja Evangélica India, cuja decadência tornou-se mais acentuada quando em 1644 Soler, Eduardus e Dooreslaer retornaram à Pátria, por terem cumprido o tempo de serviço. As leis contra o nomadismo que provocaram a revolta dos índios, principalmente os do Ceará, também contribuíram para o desaparecimento da igreja indígena.

O trabalho missionário entre os índios deu os seus frutos. Talvez o mais significativo exemplo seja o índio Pedro Poty, cujo contato com o evangelismo holandês durou mais de duas décadas, suficientes para lhe dar estabilidade na fé cristã, porquanto morreu como crente quando fôra transportado para Lisboa, depois de ter sido preso na Segunda Batalha dos Guararapes. Soube portar-se diante do seu parente também índio Filipe Camarão, que era católico e favorável aos portugueses e com o qual manteve correspondência na língua materna.

Os frutos do trabalho foram também revelados através da cultura impregnada e da fé evangélica dos índios, o que foi constatado pelo próprio Padre Vieira quando visitou os grupos indígenas que haviam fugido para as serras, depois do total desaparecimento holandês em 1654. Estes índios chegaram, inclusive, a escrever cartas à Holanda, solicitando ajuda, já que não mais podiam fugir da vingança portuguesa. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 23.06.1974).





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A IGREJA EVANGÉLICA

NO BRASIL HOLANDÊS (VI).





Mário Ribeiro Martins*



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A herança religiosa que caracterizava o grupo holandês presente no Brasil não foi suficiente para dar-lhe diretrizes básicas e uma posição definida quanto ao problema religioso. Isto porque existia um contexto adverso em que as tensões políticas, sociais, morais, culturais, econômicas, étnicas e religiosas se avolumaram, tornando difícil a posição governamental.

As relações entre o governo holandês no Brasil (Poder Político) e os diversos grupos religiosos (Poder Religioso) podem ser vistas e analisadas do seguinte modo:

JUDEUS - A inquisição com suas perseguições e intolerância provocou o êxodo não só dos protestantes, mas também dos judeus para os países caracterizados pela liberdade religiosa, entre os quais a Holanda.

Os judeus convertidos também chamados "cristãos-novos" penetraram nas terras holandesas em grande escala. De modo que quando aconteceu a conquista de Olinda, em 1630, muitos deles vieram para o Brasil e o número aumentou à proporção que os anos se passaram. Cerca de 1.500 judeus se encontravam no Brasil holandês em 1645, tendo sido Isaac Aboad o primeiro rabino do novo mundo. Possuíam escolas e sinagogas rabínicas e muitos deles haviam apostatado a fé cristã.

As perseguições que os judeus sempre sofreram em outras partes do mundo também não faltaram aqui, embora em escala menor, pois tinham mais liberdade do que na Holanda. A presença judaica era importante para o governo holandês, porquanto os judeus eram inimigos naturais de Portugal. De modo geral foram acusados de cobrar juros extorsivos e realizar festas barulhentas, acusações estas que partiam de portugueses e protestantes.

A partir de 1645 a situação dos judeus tornou-se mais difícil. Maurício de Nassau já tinha voltado à Pátria: não se iludiu com os f. 3.000,00 oferecidos pela colônia judaica por cada ano que ficasse. André Vidal destruiu os judeus existentes na região Sul, do Cabo a Serinhaém. Era a mesma força inquisitorial que condenara em 1595 a jovem Beatriz, aleijada, filha de Fernandes, à prisão perpétua.

O futuro judaico no quase extinto Brasil holandês seria sob a sombra da inquisição. Dos 1.500 judeus existentes em 1645 restavam apenas 650 em 1654, quando Barreto conquistou o Recife. Nos três meses de prazo dados pelo conquistador, os judeus praticamente abandonaram o país, voltando alguns para a Holanda, outros (23 pessoas) fundaram a Nova Amsterdam (hoje New York) em 1654 e alguns outros foram condenados, entre os quais Issac de Castro (José Lins) de 19 anos, que foi queimado vivo em Lisboa, no ano de 1647, depois de ter sido preso na Bahia, denunciado por alguém que o tinha visto visitando a Sinagoga no Recife. Além dele cerca de 400 judeus brasileiros foram condenados, 18 deles foram mortos, isto até 1769 e somente em 1822 os judeus recomeçaram a vir para o Brasil.

CATÓLICOS - Embora nem sempre os jesuítas soubessem usar convenientemente a liberdade que tinham e dela muitas vezes abusavam, existia completa liberdade de culto e de consciência para os católicos. Quando a Paraíba foi conquistada um dos pontos altos foi a preservação do culto tradicional, conforme carta do Padre Gaspar Ferreira ao bispo da Bahia: "Nossa religião católica está sendo permitida como antes".

Apesar disto Maurício de Nassau teve de expulsar 20 jesuítas que mantinham conchavos com os baianos contra o governo holandês, conforme declaração do Padre Ferreira: "Faltando apenas a beleza dos templos destruídos pela guerra e dos frades que por causa do mau cuidado de alguns foram expulsos deste Estado."

O desejo dos pastores protestantes da época era que o governo mudasse a política, restringindo a liberdade religiosa, o que fez com que Nassau expressasse seu pensamento, antes de regressar à Holanda: "É melhor tolerar calmamente os que pensam diferente do que inquietar o Estado com desordens grandes." Mais adiante, disse: "Permitir idéias fixas é melhor do que mostrar que estamos fracos demais para executar o que se quer proibir".

INDIOS - Além de receberem o máximo de ajuda governamental, os indígenas gozavam todos os direitos humanos, desde a liberdade de consciência e de religião até assistência espiritual, educacional, sanitária, embora tudo isso implicasse na obediência de certas normas, não chegando, contudo, a tirar o brilho da liberdade. Além disto o índio já tinha demonstrado sua inaptidão para a escravidão fosse ela de qualquer natureza.

NEGROS - Estes gozavam o mínimo dos direitos humanos, mas tinham liberdade de consciência e de religião. Os protestantes holandeses quando aqui chegaram já encontraram o negro numa situação tal que era difícil modificá-la. Realizavam normalmente os seus cultos - yoruba, xangô - porém os pastores condenavam as danças desenfreadas feitas no Domingo - dia de santificação.

PROTESTANTES - Embora se esteja tratando do relacionamento da Igreja Evangélica com os demais grupos, vale lembrar as relações entre ela e o governo holandês. A Igreja Cristã Reformada e o governo estavam intimamente relacionados, daí uma cooperação estreita, resultante da própria Confissão da Bégica, cujo artigo 36 acentuava a proteção e promoção por parte do governo da verdadeira religião. A este cabia também aprovar a nomeação dos pastores e sustentá-los.

No Brasil holandês, o representante governamental era o "comissário político" e o representante eclesiástico eram os "deputados". Ambos tinham lugar certo nas reuniões do presbitério. Todas as despesas relacionadas com a Igreja e seu trabalho foram pagas pelo governo, inclusive viagens pastorais, reuniões, construções e manutenção de templos, salários pastorais (7(sete) salários mínimos ou f. 84,00), de professores índios (1 salário ou f. 12,00), de professores europeus (3 salários), consoladores (3 salários).

Todos eram funcionários do governo, que também deliberava sobre disciplina eclesiástica, verbas para as missões, serviço diaconal, etc.

O confronto sangrento entre católicos, protestantes, judeus, negros e índios teve o seu momento quando Maurício de Nassau se retirou: a ponte pessoal que separava as facções.

Em 1654, com a completa extinção do Brasil holandês, não só desapareceu o mais autêntico foco da Reforma Protestante no país, até aquele momento, mas também o ideal de uma TEOCRACIA perfeita, alvo da minoria holandesa, que apenas conseguiu mostrar a vontade revelada de Deus perante uma situação caracterizada pela pecaminosidade individual e social.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 07.07.1974).



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A IMAGEM DE JUDAS ISCARIOTES

NA LITERATURA





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Ao tempo em que Jesus nascia em Belém, nascia Judas cujo nome significa "louvor ao Senhor", na casa de Simão de Cariote. Como os nomes expressavam o desejo dos pais em relação aos filhos, pode-se notar o desapontamento dos pais de Judas, cujo nome passou à História, com o significado de "louvor ao diabo". É o personagem mais controvertido, no drama do Calvário.

Apesar disto, há os defensores de Judas. É uma tendência da época defender e reabilitar os vultos da História. É a contemporaneidade tolerante. Uma pesquisa na literatura sobre o assunto mostra que outrora Judas era condenado sem reservas, a começar pela DIVINA COMÉDIA, de Dante, em que Judas aparece na boca do diabo, por ele triturado, num profundo abismo infernal.

Como defende a modernidade, o Iscariotes? Judas é uma vítima do destino, portanto não tem responsabilidade pelos atos praticados, dizem seus defensores. Fez tudo levado por uma força cega e inevitável. Seus acusadores respondem: não existe destino cego e fatal. O homem age livremente.

Judas não é culpado, porque Deus sabia antecipadamente e as Escrituras prediziam, séculos antes, a traição de Judas, insistem os defensores. Os acusadores argumentam: a paciência de Deus corre paralela com a liberdade do homem. Uma não elimina a outra. O diabo é que colocou no coração de Judas trair o mestre, conforme João 13:2. Judas não queria e não pretendia trair Jesus, fê-lo pelas circunstâncias, continuam seus defensores e arrematam, dizendo: Judas queria forçar Jesus a proclamar-se Rei, mas quando viu o seu sonho frustrado, suicidou-se, segundo Mateus 27:3.

Deve-se observar também a carreira de Judas. Ele nunca foi mau e egoísta. Era homem de talento e habilidade, daí ter sido escolhido por Jesus não só para discípulo, mas para tesoureiro do Colégio Apostólico. O espírito egoísta que Judas revelou foi também demonstrado pelos demais discípulos, só que eles souberam dominar aquela tendência, enquanto Judas foi dominado. Ele começou a mudar de atitude quando notou que Jesus não tinha a idéia da missão temporal, pelo menos é o que se deduz de João 6:15. Aliás, um ano antes da traição, Jesus se referia a Judas como um diabo, segundo narra João 6:70.

Mas os acontecimentos relativos à traição culminaram com a repreensão que Jesus lhe fez na casa de Simão, o leproso, e que deve ter provocado ainda mais a ira de Judas, segundo João 12:4 a 8. É a partir deste momento que se encontra fraqueza em Judas: deixou-se dominar completamente pelo ódio.

Há por outro lado, uma série de curiosidades sobre Judas, na literatura. Nas listas dos doze, Judas sempre aparece em último lugar, acompanhado de um aposto infamante: "quem o traiu", "o que se tornou traidor".

O sobrenome Iscariotes deriva-se do hebraico ICHI QUERIOTI (homem de queriote). Schultess e Welhausen sugerem o aramaico ISCARYA- (assassino). Judas era tesoureiro, mas o evangelista João o chama de ladrão. No incidente de Betânia, com Maria, Judas adicionou à cobiça a figura do dolo. Logo depois dirigiu-se aos sacerdotes secretamente. O pão embebido na refeição pascal era o apelo final de Jesus a JUDAS.

Embora a tradução portuguesa use a palavra amigo (Mateus 26:50), Jesus não chamou Judas de AMIGO, mas de COMPANHEIRO. A palavra usada por Jesus e que está no original é etairos que significa companheiro, enquanto o verdadeiro amigo é traduzido por filos, conforme se lê em Lucas 7:6. A diferença entre companheiro e amigo pode ser notada com a seguinte ilustração. José de Arimatéia não era companheiro de Jesus, mas era amigo. Judas era companheiro, mas não era amigo.

Papias diz que o corpo de Judas inchou. Agostinho diz que a corda rebentou e Judas morreu devido à queda, não se suicidou.

Uma série de perguntas capciosas há sobre Judas. Quais os motivos que o conduziram a tão horrendo destino e fim? Como harmonizar isto com a declaração escriturística que dá a impressão de que ele tinha sido predeterminado para cumprir o papel de traidor?

A explicação psicológica invoca razões como o amor ao dinheiro, inveja aos outros, o desejo de Judas de salvar a pele no desastre do Cristo e forçar Jesus a tornar-se ou declarar-se Messias. Tudo isto transformou-se em despeito e o despeito em ódio. A explicação teológica invoca razões como o fato de que a presciência de Jesus não implicava em predeterminação.

Judas foi apóstolo, mas nunca fora salvo e mais, Deus não predestina para o mal, logo a frase "tal coisa se deu para cumprir a Escritura" significa que as ocorrências no seu curso normal, concorreram para cumprimento de uma profecia.

O fato é que Judas tinha uma vida promissora, mas seus talentos não foram usados corretamente, o que pode acontecer a qualquer indivíduo. Deixou-se levar pela cobiça. No cômputo geral, dir-se-ia que Judas se acostumou às coisas sagradas, mas nunca teve respeito por elas, o que é também muito comum na atualidade.(O POPULAR. Goiânia, 18.04.1976).





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A INVERSÃO DE VALORES

NO CATOLICISMO POPULAR.





Mário Ribeiro Martins*



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No catolicismo popular, apesar da boa intenção e do profundo sentimento religioso, muitos cristãos invertem os valores essenciais da religião por falta de uma sólida formação doutrinária. Assim é que a essência da religião é reduzida a um conjunto de práticas, tais como, devoções, romarias, novenas e promessas que cheiram a superstição. Acima do essencial é colocado o acessório, acima da obrigação tem-se a devoção, acima da Missa é posta a Procissão.

Desse fato, há uma diversidade de exemplos empíricos facilmente encontrados. É o caso da criança que faz a sua primeira comunhão. O ambiente familiar, na maioria dos casos se preocupa muito mais com a roupa nova da criança, com o banquete, com a festa, do que com o sentido daquele dia. Outros exemplos poderiam ser dados, como é o caso de um sacerdote que numa ocasião de santas missões perguntou ao povo simples do interior: "O que vale mais, meus irmãos, a Missa ou a Procissão"? A uma só voz todos exclamaram: "A procissão, nhô vigaro... a procissão"!

A verdade é que causas históricas e sociológicas, oriundas da cultura indígena, africana e portuguesa imprimiram traços marcantes no catolicismo popular que ainda hoje predomina no Brasil e em outras partes do mundo, principalmente na América Latina. Tal catolicismo está intimamente relacionado com as constelações devocional e protetora de que fala o Prof. Pedro de Oliveira, analisando a religiosidade popular no mundo latino-americano. O núcleo central do catolicismo é constituído por duas outras constelações, a sacramental e evangélica.

A inversão dos valores religiosos no catolicismo popular está em que as constelações ocidentais devoção e proteção são consideradas como fins em si mesmo, provocando um desfalcado dos elementos essenciais.

A constelação evangélica de que fala o Prof. Oliveira, a formação doutrinária ainda é a grande ausente no catolicismo popular latino-americano. No entanto, alguns movimentos atuais como os Cursilhos, Encontro de Irmãos, Focolarinos e outros estão imprimindo uma prudente purificação e uma sólida orientação que poderão resultar numa concepção de evangelização e de reconciliação entre os homens.(MANCHESTER. Anápolis, 15.10.1975).





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A LITERATURA GOIANA

ACOMPANHA O MOMENTO HISTÓRICO.





Roberto Pimentel*

(Entrevistado Mário Ribeiro Martins)





“Apesar do tecnicismo em que se vive, o mundo atual exige reflexão em todas as facetas do conhecimento humano. A existência das academias se justifica em virtude de tal necessidade. Isto significa dizer as letras não somente impõem tal reflexão, mas também se desenvolvem pelo processo reflexivo”, acentua Mario Ribeiro Martins que prossegue: “A literatura, em suas diversas formas, representa e significa a participação do intelectual no processo histórico”.

QUAL, MARIO, A IMPORTÂNCIA E A FUNÇÃO DAS ACADEMIAS?

“Na verdade, na existência das academias há sempre o humilde entusiasmo e o esperançoso ideal. Alias, quando perguntaram a Olavo Bilac a razão de os membros das academias serem chamados de “imortais”, em resposta disse o poeta: É PORQUE NÃO TÊM ONDE CAIR MORTOS. Objetivamente, a função das academias é reivindicar, junto ao poder publico, as justas aspirações afetas à cultura em geral, para o bem da cidade ou do Estado que representa. Faz parte também desta função, não somente criar condições e facilidades, através de conferencias e de outros meios, para a maior aproximação do publico com as letras, mas também zelar e defender os interesses fundamentais dos escritores a elas vinculados ou não”.

QUESTÃO DE HONRA? Continua, depois de uma pausa: “A luta pela efetiva definição do escritor, no sentido de proteger os direitos autorais e de estimular a maior aquisição de livros por parte do povo, é uma questão de honra para as academias. É claro que há outras funções, entre as quais, contribuir para o desenvolvimento cultural cidade ou Estado em que está inserida a entidade, bem como a promoção de semanas de estudos, debates culturais, concursos, conferencias, etc”.

“Na verdade”, continua, “as academias são constantemente atacadas, sob a alegação de que elas não cumprem os seus objetivos. A acusação é injusta, especialmente quando se generaliza não estabelecendo as muitíssimas e necessárias exceções. Talvez o que ocorra é a pequena divulgação do muito que é realizado pelas academias. Alias, o que costuma acontecer com tudo aquilo que diz respeito à cultura. Se uma ou outra academia não cumpre sua finalidade, o que não me consta, não se pode dizer que todas elas estejam alienadas da realidade moderna”.

“As academias”- prossegue Mario Ribeiro Martins- “de modo geral, publicam suas revistas, boletins, anuários, contendo produções literárias e ainda promovem concursos, realizam conferencias, etc. De edição reduzida devido aos altos custos, seus textos não chegam às livrarias e não são conhecidos publicamente, a partir do que se supõe que as academias não funcionam. A verdade é que tais publicações, em numero reduzido, são encaminhadas não somente aos membros efetivos e correspondentes das academias, mas também a bibliotecas, instituições e entidades. Tão grande é o numero destas publicações que se torna impossível mencioná-las”.

“Mas para que se tenha uma idéia”- prossegue Mario- “posso dizer que recebo constantemente revistas, anuários, boletins de diversas entidades culturais e destaco aqui, alem da Revista da Academia Goiana de Letras, o Anuário da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, Revista da Academia Municipalista de Minas Gerais, da Federação das Academias de Letras do Brasil, da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás e de muitíssimas outras academias estaduais e municipais que a exigüidade de espaço não permite mencionar. As constantes noticias de concursos, conferencias, debates e estudos promovidos pelas academias revelam que elas não estão mortas, mas acompanham o espírito do século. Creio, no entanto, que não cabe às academias determinados tipos de manifestação, como por exemplo, liderar passeatas, apoiar greves, realizar boicotes, que fogem completamente ao espírito literário das academias”.

E AS LETRAS GOIANAS? “Sem mencionar nomes, para evitar injustiças, a literatura goiana acompanha o momento histórico”- responde Mario à pergunta que lhe fiz sobre o assunto. “Há em Goiás -frisa- uma plêiade de bons autores. Teriam muito mais fama e oportunidade se fossem editados no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Aliás, o livro passa a ter um “status” completamente diferente quando é publicado nos grandes centros editoriais do País. O grande problema da produção literária goiana é precisamente a distribuição. Isto significa dizer que o livro editado aqui não chega nem mesmo às livrarias locais, a não ser pela iniciativa do próprio autor. E não se diga que o problema é a qualidade, porque textos de muita pobreza intelectual são encontrados nas livrarias, procedentes do eixo Rio/São Paulo, mas que aqui chegam através de bem organizadas distribuidoras”.

E O LIVRO DIDÁTICO? “Mas se há determinadas facilidades para o conto, a crônica, a poesia e o romance, inclusive com melhor compreensão por parte das livrarias e editoras, problema serio, no entanto, enfrenta o livro didático de autores goianos, mesmo porque são poucos os professores que se dispõem a fazê-lo, havendo também pequena receptividade para este tipo de publicação da parte das editoras locais, que preferem os livros traduzidos ou de autores do eixo Rio/São Paulo”.

“Pessoalmente- continua- tive este tipo de experiência. Meu livro FILOSOFIA DA CIÊNCIA, publicado em 1978, pela Oriente, de Goiânia, foi adotado por vários professores das Faculdades de Belo Horizonte, do Recife, do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, etc., mas por nenhum professor de Goiânia, embora o livro tivesse chegado a eles com dedicatória personalizada. Tais adversidades, porem, não tiram o mérito e não arrefecem o animo dos autores goianos que, continuam a produzir e a mostrar seu trabalho para o resto do País, divulgando-o através de jornais e revistas ou mesmo através de circulares que possibilitam a venda direta do autor para o leitor, com a vantagem de o livro ser vendido com dedicatória”.

“Exemplo disto- continua- é o livro do Professor da Universidade Federal de Goiás, Nelci Silvério de Oliveira(Catalão, Goiás, 1943). Seu livro ESTUDOS DE MORAL, CIVISMO E PROBLEMAS BRASILEIROS(1973) foi publicado pela Editora do Brasil S.A, São Paulo. Resultado: Está hoje com várias edições ou mais precisamente 4ª Edição(1983). É que o livro foi editado em São Paulo e muito bem distribuído”.

COMO SE SENTE ELEITO PARA A ACADEMIA GOIANA DE LETRAS? “Embora o parecer que aprovou minha inscrição, elaborado pelos escritores José Mendonça Teles, José Lopes Rodrigues, Rosarita Fleury e Venerando de Freitas Borges tenha sido muito expressivo, minha vitória nas eleições não era esperada. Uma das razões é que, estando envolvido com minhas atividades de Promotor de Justiça e de Professor das Faculdades de Anápolis, não tive o ensejo de fazer contatos e visitas aos acadêmicos, pelos quais sempre demonstrei a minha apreciação e o meu respeito. Daí o motivo pelo qual me sinto realmente gratificado. Especialmente, por não ter sido candidato único e ter concorrido com dois expressivos nomes das letras goianas- Aidenor Aires e Antonio Baptista de Oliveira(1), ambos escritores de muitos méritos, bons amigos e companheiros de lutas pelas letras de Goiás”.

E QUANTO À SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL? “Este é o titulo mais recente publicado. Trata-se de um livro essencialmente didático, destinado não só a estudantes de Sociologia, mas também a todos os que se interessam pela sociedade e seus problemas. Os livros de Sociologia, na sua maioria, tratam ou da parte especial ou da parte geral da disciplina. Preferi condensar o material existente sobre o assunto e reuní-lo num só livro, oferecendo aos interessados uma visão panorâmica das duas facetas da Sociologia. Entre os temas tratados, por exemplo, destacam-se Âmbito Geral da Sociologia, Conceitos Básicos, Categorias Sociais, Desenvolvimento e Urbanização, Sociologias Especiais, Sociologia no Brasil e em outros Paises, etc”. (FOLHA DE GOIAZ. Goiânia, 20.05.1982).



ROBERTO PIMENTEL é jornalista, redator e editor.





(1)Aidenor Aires Pereira terminou sendo eleito para a Academia, alguns anos depois(17 anos), tendo tomado posse em 17.02.2000 e Antonio Baptista de Oliveira nunca mais concorreu.









A LITERATURA SOCIOLÓGICA

EM GOIÁS.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Embora Florestan Fernandes em seu livro A SOCIOLOGIA NO BRASIL, recentemente lançado pela Vozes, não faça nenhuma referência às manifestações do pensamento sociológico em Goiás, nem mesmo citando qualquer instituição ou nome vinculado à Sociologia Goiana, ilustres sociólogos, cientistas sociais e pesquisadores têm dado a sua contribuição para a formação da Sociologia em Goiás. Quase todos eles vinculados aos departamentos e institutos das Universidades locais, além de Centros de Pesquisa e Sociologia existentes no Estado.

Especialmente em Goiânia e Anápolis, o número de publicações, livros, revistas e artigos no campo da Sociologia Aplicada ou Teórica é realmente animador, mostrando que a Sociologia Goiana já começa a alcançar sua plena maturidade, embora, proporcionalmente sejam poucos os livros publicados em termos de Sociologia propriamente dita, o que não acontece nas demais áreas da vida cultural de Goiás.

Concretiza-se a Sociologia Goiana principalmente através das realizações da Universidade Federal de Goiás, da Universidade Católica, da Faculdade Anhanguera e da Universidade Evangélica de Anápolis, além da Faculdade de Ciências Econômicas da mesma cidade. Há, em Goiás, uma geração jovem de Sociólogos, pesquisadores e cientistas sociais, que só agora começa a aparecer no cenário nacional.

Entre outros nomes, destacam-se: Jerônimo Geraldo de Queiroz, antigo Reitor da Universidade Federal de Goiás, mineiro de nascimento, mas goiano de coração, foi ele professor de Sociologia das Universidades Federal e Católica, pesquisador de muitos méritos, autor de várias obras, destacando-se Sociologia e Direito, Sociologia Rural e Urbana, todos publicados pela Imprensa da U.F.G.

Xavier Enciso, durante muito tempo professor de Sociologia da Universidade Católica. Maria Luiza Centeno, vinculada à Universidade Federal de Goiás, lecionando Sociologia. Padre Pereira, com o título de Doutor, professor de Sociologia e Antropologia, especialmente no Curso de Mestrado em História. Prof. Servito Menezes, vinculado à Universidade Federal, professor de Sociologia também na Faculdade Anhanguera e possuidor do título de Mestre.

Maria Alice, professora de Sociologia na Faculdade de Educação da U.F.G. Pedro Wilson Guimarães, portador do título de Mestre e Professor de Sociologia na Universidade Federal. Heldo Mulatinho, ministro batista, bacharel em Teologia, Mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo e professor de Sociologia da U.F.G. Solange Rassi, professora de Sociologia, Coordenadora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Católica.

É também de significativa importância para a Sociologia Goiana, a contribuição dada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES), vinculado à Universidade Católica e que congrega os mais ilustres nomes do pensamento sociológico goiano.

Deve-se lembrar, no entanto, o nome de Elter Maciel, atualmente no Rio de Janeiro e que, quando em Goiás, deu a sua contribuição valiosa para a Sociologia Goiana.

Anápolis, por outro lado, sempre vigorosa nos movimentos da cultura nacional, inclusive em termos de Ciências Sociais, apresenta alguns nomes: Alexandrina Passos, professora de Sociologia em várias faculdades, Mestre em Sociologia, defendendo tese no campo de História Social. Elia Oliveira Chaves, professora de Sociologia na Faculdade de Ciências Econômicas, com mestrado em Sociologia no México. Elias Chadud, formado em Direito e Pedagogia, professor de Sociologia na Faculdade de Direito de Anápolis e Anhanguera. Maria Rosa Veiga, professora de Sociologia na Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão, formada em Pedagogia.

Mário Ribeiro Martins, Mestre em Teologia, formado em Ciências Sociais, Filosofia e Direito, titular de Filosofia e Cultura Religiosa na Faculdade de Direito, professor de Sociologia na Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão, ex-professor da Católica e Rural de Pernambuco, especializado em Sociologia Espanhola na Universidade Autônoma de Madrid, autor de alguns livros, destacando-se Sociologia da Comunidade, Esboço de Sociologia e Gilberto Freyre, o Ex-Protestante.

Deste modo, a problemática sociológica em Goiás, ao desenvolver os temas fascinantes da Sociologia Teórica não se deverá descuidar da realidade goiana. Essa humanização da Sociologia muito pode contribuir para a solução dos graves temas econômicos e sociais, na criação de uma sólida peça de arquitetura política e social.

Tudo indica que no futuro, os estudos sociológicos em Goiás atingirão um alto grau de desenvolvimento, numa superação dos choques e divergências doutrinárias, em proveito de uma indagação científica, objetiva e humanista dos problemas sociais.(O POPULAR. Goiânia, 24.04.1977).







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A ORAÇÃO DE CORA CORALINA.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Com o título "Oração do Pequeno Delinqüente" o SUPLEMENTO CULTURAL DE O POPULAR publicou interessantíssima prece de Cora Coralina, em que se destacam estas palavras: "Meu Deus, ninguém me ensinou a rezar. Minha mãe não tinha tempo. Desgastou sua paciência pela labuta diária. Meu pai partiu de madrugada e só o viamos aos domingos, estafado, incapaz de nos entender".

A oração de Cora Coralina é perfeitamente válida, não somente por sua beleza literária impar, mas também por mostrar que uma das conseqüências das mudanças que se verificam em todo o mundo é a desorganização social. Esta não é outra coisa senão uma condição na qual a estrutura da sociedade se destrói ou não cumpre eficientemente sua função.

Da desorganização social resultam sérios problemas que ameaçam as instituições entre as quais a FAMILIA, que se compromete com sistemas e métodos de educação cada vez mais distanciados dos melhores padrões.

Haverá sempre a desorganização social quando certos fenômenos considerados normais passaram-se a patológicos com alto índice de crescimento, superando as taxas até então conhecidas. Entre os fenômenos sociais como homicídios, suicídios, prostituição, desemprego, desquite, divórcio que indicam o processo da desorganização social, destaca-se a delinqüência juvenil.

Inspirado em muitos métodos modernos de pedagogia e da psicologia do aconselhamento, um grupo de policial dos Estados Unidos, sediado em Houston, Texas, formulou uma série de regras que poderiam ser usadas pelos pais, caso desejassem fazer dos seus filhos perigosos delinqüentes.

As normas, para uso dos pais, em número de onze, foram sugeridas: 1) Dê a seu filho, desde pequenino, tudo o que ele deseja. Assim ele crescerá pensando que tudo no mundo é dele. 2) Se ele disser palavrões, ria-se. Então ele pensará que é muito esperto. 3) Não lhe dê nenhuma orientação moral: quando ele tiver 21 anos escolherá por si mesmo. 4) Nunca lhe diga: "Não faça isso", porque ele criará um complexo de culpabilidade. Mais tarde quando for preso por furto de auto, diga que a sociedade o persegue. 5) Apanhe tudo o que ele deixar pelo chão. Assim ele estará certo, sempre, de que os outros é que devem fazer as coisas. 6) Deixe-o ler tudo. Esterilize a sua xícara, mas deixe que ele contamine o espírito. 7) Discuta sempre diante dele. Quando seu lar desmoronar, ele não estranhará nada. 8) Dê-lhe todo o dinheiro que ele queira. Assim ele crescerá em sua inteira dependência financeira sem saber como adquiri-lo. 9) Satisfaça também todos os seus desejos, senão ele ficará frustrado. 10) Dê-lhe sempre razão: os vizinhos, os professores, a polícia é que o perseguem. 11) Quando ele estiver perdido, explique que nada lhe foi possível fazer, e prepare-se então para uma vida de sofrimento e amarguras.

Estas normas formuladas pelos agentes da lei constituem significativa advertência para os pais, sobretudo nesta época quando há a tendência de identificar certas manifestações da delinqüência juvenil e de outros problemas sociais com aspectos da vida de Cristo, como está acontecendo atualmente com o movimento jovem, denominado: "Jesus Cristo, precursor dos Hippies".

Sabe-se perfeitamente que a rebeldia, a ânsia de independência dos jovens são resultantes dos novos estilos de vida da época e da omissão dos pais, permitindo uma orfandade existencial dos menores e dos adolescentes.

Daí o apelo do Dr. Alves Garcia: "Que as autoridades se mobilizem e alertem as famílias para menos "café-society", menos coquetéis, menos egoísmo e mais vigilância e cuidado com os filhos. Que se restaure a autoridade familiar e que a educação dos menores seja da responsabilidade dos pais e não do chefe do bando da esquina ou do bairro, como está acontecendo".

A oração do Pequeno Delinqüente de Cora Coralina é mais uma voz que ergue no conturbado mundo moderno a favor do menor abandonado que, conforme a própria Cora, sonha "com um bife bem grande, um pastel enorme, um doce e uma fruta".

Bendita oração, a de Cora, porque haverá de clamar aos corações, falando mais alto do que a arbitrariedade, do que a cegueira, do que os partipris, do que os sofismas que procuram, por interesses mesquinhos e vantagens hedonísticas, destruir, ocultar e manter os anseios de uma vida melhor e que poderia ser vivida longe do pátio das Delegacias, mas perto das Escolas, dos Alimentos, dos Brinquedos e especialmente da compreensão e do amor que é o grande elo da vida ou como disse Bareal "o diamante que risca todas as demais pedras preciosas". (O POPULAR. Goiânia, 30.10.1977).





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A PROBLEMÁTICA HUMANA

NA SOCIEDADE URBANA.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O processo de urbanização tão acelerado em que se encontram algumas partes do mundo tem trazido excepcionais vantagens, mas constitui também a causa de muitos problemas com que se defronta o homem citadino. Quem é o homem urbano? Somente o nascido na cidade ou todo aquele que nela reside? O homem urbano não é só aquele que nasceu na cidade, mas também o que nela se fixou e consequentemente assimilou e foi assimilado pela cultura urbana.

De fato, a percentagem de imigrantes, em algumas cidades latino- americanas, por exemplo, é maior do que a de naturais da própria cidade. Deve-se isso ao rápido e crescente processo de migração em curso em quase todos os países da América Latina, especialmente.

Em virtude dos fatores de expulsão existentes no campo e dos fatores de atração verificados na cidade, o abandono das áreas rurais é uma constante, transformando as grandes cidades em verdadeiras megalópolis.

Há uma diversidade de problemas a afligir o indivíduo na sociedade urbana. Entre os problemas sócio-econômicos, destacam-se: Baixo nível de vida, desemprego, sub-emprego, residência escassa e inadequada, transporte aglomerado e caótico, além das novas formas de comunidade.

Philip Hauser chegou a dizer: "O problema fundamental em torno do qual giram todos os demais é, evidentemente, o baixo nível de vida da população, que deriva em essência de um baixo produto global". No caso de campesino chegado à cidade, a situação é ainda mais grave porquanto ele não vem preparado para operar como trabalhador qualificado.

Há um verdadeiro mosaico de comunidades e o homem urbano vive numa, trabalha noutra, diverte-se numa outra e estuda em uma comunidade completamente diferente, o que significa viver num mundo de associações e grupos secundários que cada vez mais se alastram no contexto urbano.

O homem citadino enfrenta o problema das crises em que se encontram as velhas formas de comunidade rural, povoados que perderam sua vigência e predomínio, sem que outros fossem criados para substituí-los. Em virtude dos sistemas anacrônicos de circulação, os indivíduos gastam horas para se dirigirem ao local do trabalho, o que significa perda de tempo e prejuízos para a saúde, já abalada pelos problemas da poluição e da má alimentação.

O deficit de residências é grande, pois a própria cidade criou uma riqueza, a maisvalia imobiliária, que terminou por dar origem aos famosos cinturões da miséria, localizados ao redor das grandes cidades.

Entre os problemas familiares destacam-se: Desadaptação familiar, desintegração familiar, tendência para a infidelidade, má formação dos filhos. O processo da rápida urbanização repercute notadamente na estrutura da família, pois a chamada comunidade patriarcal, característica da sociedade tradicional, está sendo substituída pela família nuclear.

A premência econômica que obriga pais e filhos a trabalharem fora, além de provocar a indiferença, afeta a unidade familiar. A diversidade e a comercialização dos meios de diversões, o tamanho das cidades favorece o anonimato e contribui para que, principalmente o homem, acabe acalentando outros interesses sentimentais. Quando a estrutura familiar é afetada, a disciplina afrouxa e a autoridade desaparece. Somando-se tudo isso ao abandono moral e material, sem se falar no espiritual, tem-se o resultado que são filhos mal formados, psicológica e moralmente.

Ao lado de tudo isso há os problemas psicológicos que se expressam através da tendência à instabilidade emocional, da tendência aos traumas e outros transtornos, além da falta de higiene mental. Se bem que num ou noutro sentido todos somos instáveis emocionalmente, o ambiente urbano propicia maior tendência nesse sentido, devido às constantes pressões a que o homem desse meio se vê submetido.

O contexto sócio-cultural em que se movimenta, choca-se com sua personalidade básica determinando uma desadaptação psicológica e até mesmo somática. O homem urbano por causa da vida agitada que leva da profundidade e rapidez das mudanças e do forte "stress" a que sujeito tem maior tendência para os traumas e outras enfermidades psicológicas e mentais, que vão desde a neurose até a psicose.

Ao lado dos distúrbios mentais e psicológicos de que padece, o homem urbano enfrenta os problemas da patologia social, expressos em fenômenos tais como: alcoolismo, prostituição e delinqüência em suas diversas manifestações. Os serviços públicos de higiene mental e profilaxia social para ajudar as vítimas desses males ainda são muito escassos, especialmente na América Latina.

Entre os problemas culturais, destacam-se: Aculturação, meios de comunicação de massa, espetáculos alienantes e pouca difusão cultural em nível popular. O processo da urbanização tem como uma das conseqüências a tendência à cultura de massa em que o homem tende a ser uniforme, passivo e receptivo diante de uma fonte comum de estímulos.

Na sociedade urbana, o fenômeno da aculturação chega a seus últimos extremos, isto é, à assimilação do indivíduo pelo meio urbano. Na área urbana, é decisiva e crescente a influência do rádio, do cinema, da televisão e da imprensa. Esses meios de comunicação contribuem para formar a personalidade radar, uma personalidade dirigida de fora, mera receptora passiva de uma série de estímulos e influências, sem a capacidade crítica, nem os controles internos necessários para resistir àquilo que é alienante.

Encontrar a própria identidade cultural tem sido e continua sendo um problema essencial, especialmente no mundo latino-americano. Para as classes populares, as quais, por seu baixo nível econômico e por seu alto índice de analfabetismo, em algumas regiões, se vêem marginalizadas dos benefícios da cultura, esta em si, continua sendo um artigo de luxo.

A comercialização da diversão e o espírito lucrativo que predomina nos empresários de espetáculos públicos nas cidades fazem com que estes últimos não contribuam para melhorar o nível cultural das pessoas, mas simplesmente para entretê-las e muitas vezes aliená-las.

Os problemas espirituais e morais da sociedade urbana se expressam através da proliferação de ideologias e seitas religiosas, do alcoolismo, do vício em drogas, da pornografia, da corrupção sexual, da decadência do cristianismo institucionalizado, etc. O mundo vive atualmente uma efervescência revolucionária em quase todos os sentidos, estimulada por várias correntes ideológicas de caráter político e secular em geral, pelo que se pode afirmar que a América Latina, especialmente, é uma terra de combate ideológico.

As cidades são precisamente o meio mais favorável para a difusão das ideologias, que pugnam por ganhar a mente dos latino-americanos. Ademais, tem-se uma proliferação crescente de seitas e cultos religiosos que complicam o panorama religioso. É crescente a presença de cultos orientais e esotéricos, assim como avivamento de atividades irracionais, tais quais horóscopos, quiromancia, cartomancia e outras formas de ocultismo e superstição que conduzem o homem urbano ao sincretismo.

Velho mal da sociedade, no entanto, é o alcoolismo que se torna cada vez mais crescente. O vício em drogas, como a maconha, a heroína, a cocaína atinge principalmente a juventude. A tudo isso deve-se juntar a demanda cada vez maior de barbitúricos, tranqüilizantes e outros psicotrópicos que são consumidos pela sociedade adulta.

A onda de pornografia que invade a cidade é alarmante. Consegue-se com mais facilidade a literatura pornográfica do que o pão de cada dia. Por meio do sexo, por exemplo, se vende desde casa até alfinete. Daí o aumento da prostituição, nas áreas urbanas, das enfermidades venérias, do aborto, assim como alguns problemas sociais conexos, tais como mães solteiras e crianças abandonadas.

Em termos de sociedade urbana latino-americana, quatro séculos e meio de catolicismo não foram capazes, no sentido da palavra, de cristianizar estes povos, como também o protestantismo, com um século e meio de existência na América Latina não foi capaz de formar uma sociedade justa, embora ambos, o catolicismo e protestantismo tenham produzido conquistas sociais e espirituais notáveis. O fato é que tanto um quanto o outro apresenta sinais de estagnação, correndo o perigo de transformar-se em apenas uma religião a mais. Essa realidade tem sido reconhecida e ambos estão tratando de efetuar mudanças urgentes e radicais.

Embora se tenha destacado apenas o aspecto negativo da sociedade urbana em relação aos problemas humanos, não significa que se deixe de reconhecer as novas e muitas possibilidades, além dos fatores que contribuem para a "humanização" da vida humana conforme Harvey Cox que assinala o lado positivo do isolamento, do anonimato e da mobilidade da vida urbana, em seu livro A CIDADE SECULAR.

De fato a grande cidade tem dado à luz uma forma original de cultura e em seu seio já começou a aparecer um tipo humano totalmente singular. O mundo moderno tem que confrontar deliberadamente a situação urbana moderna e aceitar seu desafio, enfrentando essa nova realidade. Precisa estimular a conscientização sobre os problemas que estão afetando a vida do homem urbano, conhecendo-os de forma realista e profunda, com suas manifestações e seus aspectos negativos e positivos. (O POPULAR. Goiânia, 12.02.1978).







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A PROPÓSITO DE ESTATÍSTICA

DENOMINACIONAL.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Não fora o espírito estatístico que caracterizou os primeiros missionários batistas norte-americanos nas terras do Brasil, e não se teria hoje tão preciosas informações sobre o rápido crescimento dos batistas brasileiros.

Esta preocupação quanto a números e dados é muito bem expressa nos relatórios que os missionários enviavam para a junta de Missões Estrangeiras da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, nos quais usavam títulos como: "Que dizem as estatísticas?" "As estatísticas falam", "Voz das estatísticas" e outras de cunho numérico.

Aliás, seria algo curioso e agradável a leitura destes relatórios em um livro de Memórias Missionárias, uma verdadeira miscelânea de assuntos, não só como um documento de valor hostórico-batista em português, mas também como a expressão das mais sublimes recordações do esplendor missionário no Brasil.

Foi com esta preocupação estatística que H. H. Muirhead, dando o relatório anual da Missão do Norte do Brasil, que naquela época compreendia a Bahia, Pernambuco, Manaus, Corrente(PI), Sergipe e Maranhão, disse, usando uma série de quês:

“Que 91 igrejas trabalharam este ano para o Mestre, que 41 destas têm sustento próprio, que 59 cultuaram em seus próprios templos, que os 39 pastores nacionais batizaram durante o ano (1919) 731 convertidos, que nas 80 escolas dominicais matricularam-se 4.177 alunos, que os 6.902 batistas do Norte do Brasil deram durante o ano 48.785 dólares, que, embora nós sejamos grandemente fracos em escolas literárias, as 33 escolas matricularam durante o ano 1.243 alunos, que a nossa maior escola, o Colégio Americano Batista, matriculou 502 estudantes durante o ano, que o Seminário Batista do Norte do Brasil tem 34 alunos e a Escola de Treinamento de Moças possui 30 estudantes" (H. H. Muirhead, "Seventy-fifth Annual Report of the Foreign Mission Board - Pernambuco Field." Annual of the Southern Baptist Convention, 1920. Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1920, p. 224, 225.)

Como se vê, não há outro meio de medir a força de um trabalho, senão por realizações, que no fundo, constituem um conjunto de números e, portanto, a verdadeira identidade da estatística.

Referindo-se a uma oferta que fora levantada entre as igrejas do Norte, disse H. H. Muirhead: "Se uma centena de pobres igrejas composta de 6.000 batistas podem dar meio milhão de dólares para a construção de templos, educação e beneficência e muito mais para missões locais em 5 anos, quanto não dariam 10 milhões de habitantes do Norte do Brasil, se fossem convertidos?" Há nesta declaração do missionário, uma informação estatística de grande valor, e daí a significação dos números.

É provável que não haja disciplina mais difamada que a estatística. Dizem até que a humanidade, a esse respeito, dividi-se em dois grupos: os que acham que os números provam tudo e os que julgam que eles não provam nada. Deste modo, é aconselhável que se ouça a resposta do provérbio inglês que diz: "Figures don`t lie, but liars make figures"(Os números não mentem, mas mentirosos fabricam números).

(JORNAL BATISTA, 01.04.1973).





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ATL PREPARA POSSE

DE NOVO ACADÊMICO.





Mariá Soares*



A Academia Tocantinense de Letras (ATL) está distribuindo os convites para a posse de Mário Ribeiro Martins.

A solenidade vai acontecer no dia 05 de abril de 2002, no Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional do Tocantins- em Palmas, a partir das 20:00 horas.

Martins vai ocupar a Cadeira 37, cujo Patrono é o Frei Dominicano de Porto Nacional, José Maria Audrin.

Autor de dezenas de obras, entre as quais, DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS, FILOSOFIA DA CIÊNCIA, SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL, CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS, Mário Martins é baiano de Ipupiara, mas estudou em Morpará, Xique-Xique, Bom Jesus da Lapa(BA) e no Recife, onde concluiu os seus estudos superiores.

Mudou-se para Goiás, em 1975, tornando-se co-pastor da Primeira Igreja Batista e Professor da Faculdade de Direito de Anápolis, bem como da Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão.

Em 1978, com 35 anos de idade, foi aprovado em Concurso Público de Provas e Títulos, para Promotor de Justiça. Exerceu a função em Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis.

Em 1996, foi promovido a Procurador de Justiça, tendo exercido a função em Goiânia. Em 24.04.1998, aposentou-se como Procurador, tendo vindo para o Tocantins, passando a residir em Palmas.

Martins já redigiu o discurso de posse que vai ser distribuído entre os presentes e que também pode ser visto em seu site www.mariomartins.com.br (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 23.03.2002).





MARIÁ SOARES é Jornalista, Redatora e Editora.











A RAZÃO NO MUNDO.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O espírito pensante, a mente é a mais alta floração da natureza. Tem sido designada de diversas maneiras, reason, mind, geist, nous, logos e outras designações mais na história da filosofia. Em certo momento da evolução, emerge o espírito com férrea necessidade. Esta razão pensante se configura no mundo e somente nele pode ter a sua realidade. Não se compreende a razão desvinculada dessa realidade espácio-temporal. Um dos lúcidos pensadores a aprender tal realidade foi Feuerbach, autor de várias obras de importância, numa das quais comenta: "Nossa razão se estrutura no espaço e no tempo. Ambos são os primeiros critérios de praxis".

O espaço não é de modo algum a negação da razão, que só nele, encontra ponto a idéia. O espaço é a primeira esfera da razão. Tempo e espaço são condições essenciais da razão, são leis do ser e do pensamento. O ser é o próprio “continuum” espaço-tempo, de que, no fundo, o movimento é a propriedade imanente. Não se compreende o Ser sem o devenir. O devenir é o processo histórico do ser. É medida do devenir, de onde emergem novas qualidades.

A consciência e a mente são novidades criadas pela evolução emergente, uma evolução que agrega uma qualidade nova ao existente, é o causal em um nível superior, em uma escala mais elevada. A determinação do lugar é a principal determinação da razão, sobre que se apóia toda determinação mais longa.

A razão e o espírito se configuram no mundo, e há também um gradualismo e um aperfeiçoamento histórico desse espírito pensante, que atinge a sua forma mais perfeita quando toma consciência de si mesmo.

A forma apurada desse espírito pensante, da mente, são a consciência de si e o próprio sentimento da essência da espiritualidade. Daí o esclarecimento de Hegel: "Este espírito do ser em si mesmo é a auto-consciência, a consciência de si". Tal auto-consciência de si é a forma mais elevada e progressiva do espírito pensante na história universal, porém penetrar mais fundo nesta realidade é invadir as temidas fronteiras da metafísica.

A razão é uma exigência Sui Generis que reduz as coisas dispersas a uma ordem. É o instrumento que junta as partes para formar o todo. A razão não é uma exigência qualquer de explicação, que uma vez obtida, torna-se satisfeita e estática. É eternamente insatisfeita porque está sempre á procura da verdade, que não é uma presa fácil. É por isso que o homem é um eterno insatisfeito: é que ele é ser racional. Está sempre pensando, procurando, observando, experimentando, desejando, ouvindo, descobrindo.

Apesar disso a razão tem seus adversários, anti-razão, de que fala K. Jaspers, no seu livro RAZÃO E ANTI-RAZÃO. Formam a anti-razão: a cegueira, os partipris, os sofismas. Há muitas idéias mortas pela anti-razão. Até os meios de divulgação estereotipam e bloqueiam o indivíduo, matando na consciência, a razão. A anti-razão teme as mudanças porque lhe agrada o Status Quo. Luta-se contra a razão com técnicas modernas, muitas vezes, de exacerbação da vida emocional que, por sua vez, bloqueia todo o campo da consciência, dopando racionalmente o indivíduo.(JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 06.10.1972).





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ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA EVANGÉLICA

DE ANÁPOLIS E SUA INFLUÊNCIA

NA FORMAÇÃO NACIONAL.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Os séculos XVII e XVIII constituíram uma espécie de "Idade Média" na história nacional. Portugal, dominado pela Inquisição, tinha receio de que o liberalismo político, religioso e educacional que havia alcançado a França, Inglaterra e Alemanha chegasse também ao Brasil.

Em 1800, o cientista alemão Barão Von Humboldt foi impedido de visitar o Brasil, porque poderia, segundo a ordem do governo português ao seu delegado no Pará, envenenar a mente do povo com as chamadas "novas idéias e princípios falsos" (A. R. Crabtree, Baptists in Brazil. Rio de Janeiro: Baptist Publishing House, 1953, p. 21).

A presença do elemento missionário no Brasil implicou na necessidade de escolas que pudessem servir aos seus filhos e às famílias que se iam convertendo. Tanto nas escolas públicas quanto nas instituições particulares os filhos de protestantes eram obrigados a participar das práticas católicas, e em muitas das escolas não tinham acesso.

O que anteriormente aconteceu em outros Estados - a fundação de colégios evangélicos - terminou por acontecer também em Goiás, com o aparecimento de colégios protestantes, entre os quais o colégio Couto Magalhães, em Anápolis, no ano de 1932, com o mesmo espírito e objetivo dos demais, conforme se lê em seu boletim: "Nasce então a idéia da instalação de uma escola que educaria, ou melhor, que atenderia às crianças anapolinas e ESPECIALMENTE AOS FILHOS DOS EVANGÉLICOS" (Rinalva Cassiano Silva, Educandário Couto Magalhães. Anápolis, 1962, p. 17).

Tão marcante iniciativa coube ao Dr. Carlos Pereira de Magalhães, filho do ilustre gramático Rev. Eduardo Carlos Pereira que fundou a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil e cuja gramática ultrapassou os limites do país. Seu filho que se formara em Direito, em 1908, preferiu pregar o Evangelho, curar o povo pela homeopatia e embrenhar-se pelo sertão goiano, onde, preocupado com Escolas Dominicais, índios, plantações de eucaliptos (de que foi o pioneiro em Goiás) e Evangelismo, terminou por fundar um escola que recebeu o nome do grande general indianista COUTO MAGALHÃES e cujas bases de funcionamento, por inspiração dos Fanstone e dos Waddell, foram tiradas da célebre Escola Americana de São Paulo.

Rapidamente tornou-se a instituição modelo do Estado e assim cresceu irradiando e aclarando as mentes, até que, em 1941, pelos esforços do Dr. James Fanstone (também fundador do Hospital Evangélico Goiano) e do prof. Antonio Brasil, instalou-se o curso ginasial que, ao lado do primário, normal e comercial, deu à instituição uma verdadeira maturidade educacional, embora sem o curso científico que só fora autorizado a funcionar em 1956, graças aos esforços do Rev. Arthur Wesley Archibald, então diretor da instituição.

Intimamente relacionado com o Colégio Couto Magalhães está o pioneirismo da educação teológica em Goiás, através da instrumentalidade do Rev. A. W. Archibald que fundou o Seminário Bíblico Goiano, instituição pela qual têm passado alguns batistas ilustres entre os quais o pastor Arildo Mota, Secretário-Executivo interino da Convenção Batista Goiana, recentemente nomeado para Missões Estrangeiras.

Uma nova etapa surgiu na vida do educandário Couto Magalhães quando, em 1961, teve início a Faculdade de Filosofia "Bernardo Sayão", sob a direção do Rev. Richard Edward Senn, conhecido pelo seu espírito reformador, numa homenagem ao ilustre engenheiro morto durante a construção da estrada Belém-Brasília, que tem seu "zero" quilômetro exatamente na cidade de Anápolis. Com um corpo docente autorizado e sob a direção da professora Alexandrina Passos, educadora de renome em todo o Estado, a Faculdade de Filosofia oferece os cursos de História, Pedagogia, Letras, Geografia, Ciências Sociais e Matemática.

Ao grande bloco educacional foi acrescido, em 1968, uma outra unidade, a Faculdade de Direito de Anápolis (FADA) que, sob a direção do Dr. Olimpio Ferreira Sobrinho, crente fiel e famoso jurista no Estado, classifica-se como uma das mais autênticas escolas de saber jurídico. Como se não bastasse surgiu em 1971 a Faculdade de Odontologia que, com um dos mais modernos equipamentos da região, encontra-se hoje sob a direção do Dr. Pedro Prudente, verdadeiro patrimônio do evangelismo nacional.

Seguindo a política governamental de interiorizar o desenvolvimento, a Universidade estendeu os seus raios de ação, fundando já em 1975 a Faculdade de Filosofia do "Vale do São Patrício", na cidade de Ceres, onde também já existia o Colégio "Álvaro de Melo", pertencente ao mesmo complexo educacional.

Destaca-se o fato de que em todos os cursos oferecidos pelas Faculdades são ministradas as disciplinas TEOLOGIA (4 semestres) e CULTURA RELIGIOSA (2 semestres), numa perspectiva evangélica.

É mantenedora deste conjunto de escolas - primárias, secundárias e superiores - a Associação Educativa Evangélica, fundada pelo Rev. A. W. Archibald, Dr. James Fanstone e outros, em 1947, e cujos estatutos, em seus artigos 3º e 4º, dizem: "As Escrituras Sagradas são a única e suficiente regra de fé e prática da Associação Educativa Evangélica. Nas escolas mantidas pela sociedade haverá orientação francamente cristã evangélica, sem contudo forçar a consciência de qualquer aluno" (A. E. E., Estatutos. Anápolis, p. 6).

Como organização evangélica que é, a referida associação teve entre seus fundadores, um batista, na pessoa do pastor Severino Araújo que não somente participou da fundação, mas também fez parte da primeira diretoria eleita. Seus membros, em número de 21, procedem das denominações consideradas estritamente evangélicas e em plena comunhão com suas igrejas, e são renovadas anualmente pelo terço, podendo haver reeleições, existindo no momento entre eles três líderes batistas na pessoa do Pastor Isaías Batista dos Santos, da Primeira Igreja Batista de Anápolis, ultimamente reeleito presidente, Dr. Domingos Mendes da Silva, da Igreja Batista de Ceres e Dr. Elon Gonçalves, da Primeira Igreja Batista de Anápolis.

É, portanto, esta entidade, a Associação Educativa Evangélica, registrada no Conselho Nacional de Serviço Social do MEC, reconhecida de utilidade pública federal, estadual, municipal, e mantenedora da futura Universidade Evangélica de Anápolis que, sob a orientação dinâmica do seu Reitor, Rev. Nicomedes Augusto da Silva, está instalada em prédios próprios, possuindo uma propriedade tão extensa que teve de lotear um parte para a construção da futura cidade universitária.

O mais significativo, no entanto, não é a colaboração da Associação Educativa Evangélica com os poderes públicos no sentido de melhorar as condições educacionais do povo, mas é a sua preocupação com uma sadia formação religiosa e com a salvação do povo brasileiro, conforme se lê no artigo 5º dos seus estatutos: "Em todas as instituições mantidas pela sociedade realizar-se-ão cultos religiosos diários, não como mera formalidade, mas para proporcionar a todos oportunidades de sincera adoração a Deus" (Ibid).

A influência da futura Universidade Evangélica de Anápolis, seja em termos de protestantismo brasileiro ou no sentido de formação nacional, tem sido marcante. De seus bancos têm saído grandes nomes, hoje atuantes nos diversos setores da vida brasileira. Sua contribuição para o desenvolvimento da educação no Brasil revela a visão dos pioneiros, o marco protestante no país, como testemunha Fernando Azevedo em A Cultura Brasileira, e, sobretudo, constitui a certeza de que, no futuro, alcançará sua justa e perfeita maioridade.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 27.04.1975).







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A VISÃO FILOSÓFICA

DE TOYNBEE.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





A filosofia da história tem como MACRO-FACTUM de estudo inteligível as próprias civilizações. O seu núcleo intelectualmente mais apropriado de análise são as próprias civilizações. O seu nascimento, a grandeza e o declínio, ou no linguajar poético da metafísica spengleriana da história, a primavera, o verão e o outono, o paralelismo possível da evolução das suas instituições e da sua simbologia, a lei governadora da sua evolução, constituem motivação conseqüente da sua análise.

O homem moderno, reclinado no alto da contemplação atual da história da cultura e civilização milenares, vê o seu esplendor e o seu declínio, a sua força e o seu ocaso, as guerras e as revoluções, o esplendor das filosofias e das religiões, o cesarismo dos grandes chefes, a miséria da plebe e o fausto dos ricos, a luta de classes e a utopia do mundo melhor.

HEGEL dizia: "A história universal não é a base da felicidade. Os períodos de felicidade são nela folhas vazias".

Há um progresso do mundo? O mundo regride? A civilização ocidental européia estaria condenada ao declínio que destruiu outras civilizações outrora senhoras do mundo, como a dos romanos, a dos gregos? Existe uma lei governadora da história?

Os filósofos da história procuram debater e responder a tais perguntas, tão fascinantes quanto alucinantes. A filosofia da história, no fundo, se desenvolveu para uma macro-sociologia ou uma macro-história, com as suas leis de prospectivas, mas é difícil separar as débeis fronteiras do macro-sociólogo ou do macro-historiador diante da filosofia da história.

Desde Hegel, tem ela um grande mestre. Outros pensadores prosseguem a linha de debates. Brilham os nomes de Schweitzer, Northrop, Danilewski, Berdiaff, Kroeber, Schubart e principalmente dos mais conhecidos: Spengler, Soroki, Toynbee. Mais recentemente a obra de Kahn e Wiener sobre o ANO 2.000 reflete a mesma impulsividade profética dos filósofos da história.

O homem está evidentemente curioso do seu destino, da motivação que fez florescer e provocou o destino das grandes civilizações, e especialmente o destino e o fim que aguarda o moderno mundo ocidental e europeu.

Arnold J. Toynbee, o mais expressivo FILÓSOFO DA HISTÓRIA, nasceu em Londres e recebeu uma educação dos clássicos gregos e latinos. Passou um ano como estudante na Escola Arqueológica Britânica de Atenas, passeou por toda a Grécia, que sempre foi motivo da sua admiração, e depois voltou a Oxford, passando a lecionar história grega e romana, tornando-se, posteriormente, especialista em assuntos internacionais.

Sua obra é realmente monumental e poucas obras tão vastas e influentes foram publicadas na Inglaterra. Concebeu o projeto de escrever um estudo interpretativo e crítico comparado das civilizações intitulado UM ESTUDO DE HISTÓRIA, em 12 volumes, obra clássica e fundamental na historiografia moderna.

Suas idéias foram popularmente divulgadas através de um volume sintético que chegou a ser uma das obras mais vendidas nos Estados Unidos, Toynbee escreveu e também viajou muito, conhecendo o espírito do mundo moderno, pelos Estados Unidos, Grécia, URSS, Japão, China, América Latina, incluindo o Brasil e África.

No Brasil, a obra de Toynbee despertou o interesse e a crítica de Pedro Moacir Campos e Paulo Dourado Gusmão, que trazem, para os leitores nacionais, uma contribuição sintética proveitosa para o conhecimento da obra do historiador inglês.

A posição com que Toynbee inicia o seu sistema é a visão das civilizações como o MACRO-FACTUM da história. O estudo da história não seria assim a descrição singular dos sucessos contínuos no espaço ou no tempo, nem a história dos Estados e da humanidade como uma unidade. As civilizações, como espécies de sociedades, combinando características religiosas com outras tantas territoriais e políticas, são o objeto próprio da história.

Numa visão filosófica, todas as civilizações podem ser consideradas contemporâneas entre si. As civilizações têm porém um ritmo de vida, que lhes é peculiar, mas sem chegar a confundir-se com um processo puramente biológico ou casual-mecânico. Elas surgem ou nascem, desenvolvem-se, chegam ao termo do seu crescimento, permanecem num período de estagnação ou colapso, passam à fase das perturbações e desintegram-se.

As civilizações surgem diretamente das sociedades primitivas ou emergem de suas congêneres pré-existentes. Para Toynbee, a origem de uma civilização não se deve nem ao fator raça, nem ao meio geográfico, mas a uma combinação de dois elementos: a presença de uma minoria criadora em uma determinada sociedade e a existência de um meio ambiente que não seja nem demasiado favorável, nem demasiado desfavorável. O mecanismo do nascimento da civilização é resultante de uma interação de uma espécie de desafio e resposta.

Toynbee, analisando as civilizações antigas, observa que são "as condições severas", "a vida fácil é inimiga da civilização". Mas a extrema e insuperável adversidade não é favorável, pois o desafio não deve evidentemente ultrapassar as limitadas possibilidades humanas.

A obra de Toynbee representa a visão global do macro-sociólogo e historiador, do filósofo da história e do pensador, com uma contribuição crítica ao pensamento social e à sociologia histórica. A genialidade do pensamento de Toynbee transcende e supera os seus críticos. Mas os prós e os contras dos seus estudos revelam a admiração e o impacto do seu pensamento.

Esta obra, além da sua densidade cultural, de um homem dedicado à ciência e ao saber, de um sábio e de um filósofo, é ainda um grande hino à marcha ascendente e vitoriosa da humanidade. Para Sorokin, no entanto, toda a filosofia na história de Toynbee é uma "teodicéia criadora que revela uma marcha ascendente para o reino de Deus". (O POPULAR. Goiânia, 25.03.1979).





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ALFABETIZAÇÃO E LITERATURA

NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





A educação permanente oferece hoje, sem dúvida, o marco no qual vai fundamentar-se a grande batalha da educação contemporânea, tanto a nível de reflexão científico-pedagógica quanto no nível da realização prática. Do ponto de vista da reflexão científico-pedagógica, a educação permanente está produzindo já - em todo o mundo um profundo movimento de reforma dos sistemas e meios educativos, assim como das estruturas que fazem possíveis.

Da perspectiva da realização prática, a educação permanente tem sido definida como Educação sem fronteiras, sem limitações, capaz e responsável, sua vez, de aglutinar qualquer contribuição que no mundo da família, do trabalho incida no melhoramento da pessoa, possibilitando uma vida mais humana numa sociedade mais justa. Mas uma educação durante toda a vida, para todos os homens e referente a todas as facetas do ser humano, isto é, educação integral.

Como concepção e estabelecimento, a educação permanente não é algo acrescentado à escolaridade, principalmente a obrigatória, em qualquer de seus níveis, senão que deve apresentar-se como princípio organizador de toda a educação.

Sem dúvida, é precisamente ao terminar a escolaridade obrigatória, quando começa realmente e adquire seu sentido estrito a educação permanente. O sistema educativo deve assegurar a unidade do processo da educação e facilitar a continuidade do mesmo ao longo da vida do homem, para satisfazer as exigências da educação permanente que requer a sociedade moderna.

Ainda que todo o sistema esteja estruturado na ordem da educação permanente como princípio organizador de toda a educação, é preciso distinguir entre o período normalizado de idades da estrutura educativa e, dentro do mesmo, o período de escolaridade obrigatória e o resto da vida das pessoas como período com permanentes possibilidades de educação.

Neste aspecto, afeta a mais de 60% da população de qualquer país e ao longo de dois terços da vida humana. A educação permanente, como realização prática, pode traçar-se a partir de várias posições.

Podem, por exemplo, seguir estudos equivalentes a quaisquer dos níveis educativos aqueles que, por qualquer razão, não puderam cursá-los oportunamente e, por conseguinte, têm ultrapassado as idades normais. Tem papel preponderante aí, como fator de incentivo, a literatura de modo geral.

Trata-se, portanto, de incorporar ao sistema educativo ou alcançar níveis equivalentes adquirindo os títulos acadêmicos e profissionais correspondentes, precisamente a todos os que não puderam em seu momento devido levá-los a cabo.

A divisão do sistema educativo adquire particular sentido porque, em grande medida hoje, se orienta o cultivo de pessoas que carecem dos mínimos padrões culturais desejáveis, isto é, satisfazendo as necessidades de uma educação básica, cujos objetivos essenciais poderiam sintetizar-se na possessão dos conhecimentos básicos das diversas áreas que o permitam conhecer e interpretar.

No domínio de técnicas instrumentais e desenvolvimento de hábitos de trabalho intelectual que possibilitam uma continuada auto aprendizagem; na aquisição da capacidade e hábito de autoavaliar o próprio processo educativo, como meio de continuar seu aperfeiçoamento de forma permanente estimando este processo como um dever diante de si e diante da sociedade, como caminho para lograr a autoestima e a estima dos demais.

Na valorização da dignidade pessoal e consolidação dos critérios e atitudes que conduzam uma hierarquização de valores, para dar um sentido superior a sua vida e satisfação, plenitude e alegria a sua existência.

O aperfeiçoamento, a promoção, a atualização e a readaptação profissional são também possíveis. Neste vertente profissional, a educação permanente trata de conseguir, a qualquer nível, a adaptação e ajuste do homem a sua profissão como modo de inserção social, forma de protagonizar sua existência e meio digno de obter o sustento para si e os seus.

Trata-se da constante colocação de objetivos no âmbito profissional, mediante a informação atualizada de tecnologias e métodos de trabalho, assim como a adequada assimilação dos avanços tecnológicos que facilitem, em seu caso, as trocas de emprego ou a readaptação profissional.

A promoção e a extensão cultural, a qualquer idade e em todo momento, são perfeitamente possíveis. O objetivo da educação permanente é conseguir a assimilação da cultura de nosso tempo, de sorte que possibilite a criação e o desenvolvimento de seus próprios recursos de vida, o gosto estético e uma explicação e compreensão racional do mundo atual.

Uma constante sensibilização que permite entender e interpretar pessoalmente os acontecimentos de nosso tempo e racionalizar as opções e atitudes das pessoas. Na verdade, tudo isso só é possível, se houver, de um lado, a alfabetização como infraestrutura, e do outro, uma visão da vida, do homem e do mundo, pelo contato constante com a literatura, como instrumento de alargamento dos horizontes.

A assimilação e compreensão favorecem o conhecimento de si mesmo e o desenvolvimento da madureza pessoal baseada numa segurança emocional, sentido da eficácia, prestígio, autoaceitação e em conseqüência, boa saúde mental, em qualquer idade da vida.

Todos estes aspectos têm de ser encaminhados na preparação para um comportamento convivencial e comunitário de integração e participação no que "fazer social" baseado no uso da liberdade humana.

Conseguir isto supõe a obtenção de uma atitude responsável e renovadora, de participação ativa na vida comunitária. O desenvolvimento do sentido de pertencer à comunidade local, nacional e internacional fomentando o espírito de convivência, solidariedade, compreensão e cooperação; revisão de opiniões, atitudes, prejuízos, feitos ou situações que falseiem ou tergiversem a ação conjunta social fazendo surgir formas e opções em função das classes, religião, raça, profissão, etc.

Todos estes objetivos da educação permanente de adultos devem estar presentes para a obtenção da situação educativa em que o adulto se desenvolve e que são as seguintes: o caráter totalmente voluntário, livre, de pleno assentimento pessoal aos objetivos, conteúdos e técnicas de trabalho em que o processo educativo se desenvolve; as carências educativas, devidas, tanto ao rápido avanço científico e tecnológico quanto à crescente distância que, entre gerações, vão estabelecendo às modernas e profundas reformas educativas; sua condição de ser já comprometido por suas experiências que orientam de algum modo seu comportamento, frente à condição de ser disponível própria do indivíduo.

Os programas educativos, os esquemas organizativos e técnicas didáticas que se usem, deverão centrar-se em aspectos eminentemente formativos, tais quais, o domínio da capacidade de expressão, o desenvolvimento da capacidade de pensar e raciocinar corretamente, além da possessão de técnicas de trabalho individual e em grupo.

Indubitavelmente, a alfabetização num conceito mais ou menos amplo é a base de todo processo educativo e neste aspecto, a educação permanente de adultos supõe e comporta como fase prévia, uma alfabetização bem lograda. Até agora o conceito de alfabetização era um conceito restringido à consecução do domínio das técnicas instrumentais mais elementares da cultura, tais como a leitura, a escritura e o cálculo, que possibilitava o acesso à comunicação escrita e à utilização de expressões culturais mais simples, porém que sem dúvida, constituem a base para a continuação do processo educativo.

Dentro do contexto da educação permanente de adultos e dentro da dinâmica educativa atual, compartilhamos a opinião de que o conceito de alfabetização deve ser ampliado no sentido de domínio das técnicas instrumentais e básicas para alcançar o desenvolvimento da capacidade de pensar, raciocinar e tomar postura ante os problemas que a vida apresenta.

Neste sentido, evidentemente, se orienta o cultivo total da pessoa, seja qual for o meio ambiente, profissional, familiar ou comunitário em que se desenvolve, superando amplamente qualquer pragmatismo econômico. Isto não quer dizer que o processo educativo não apareça com um fato altamente rentável e condicionante básico de todo desenvolvimento social e econômico.

A estratégia da alfabetização se edifica sobre uma base amplamente realista e eficaz, intimamente conexionada com a realidade sócio-cultural que circunda o adulto, e, tende a facilitá-lo desde o primeiro momento, com esquemas, marcos de referência, modelos, ideais e informação suficiente que o permitam participar ativamente não só em seu próprio melhoramento, senão e essencialmente na promoção dos grupos primários e comunitários em que se inserta.

Dentro do contexto que aqui se apresenta, entende que a alfabetização supõe o conseguir, de forma ótima, os objetivos de uma educação básica generalizada, com um nível suficiente e satisfatório, de acordo com as características específicas da idade e condição do adulto. A não alcançar isto, a alfabetização cairia reduzida a um meio formativo praticamente encaminhado e intimamente relacionado à utilização desses sujeitos no esquema da produção agrícola e industrial e não a seu desenvolvimento humano que o permitia optar em sua promoção pessoal e profissional.

Há de se assinalar que no momento atual a alfabetização dentro do contexto da educação permanente de adultos, abarca a um ingente número de pessoas, já que os índices de analfabetismo, na maioria dos países, permanecem mui elevados, inclusive segundo as estatísticas mundiais, embora se observe que a percentagem de analfabetos tenha diminuído.

O intento de eliminar o analfabetismo e de conseguir altos níveis educativos para todos, alcança uma dimensão social que transcede a qualquer concepção o princípio individualista. Desenvolvimento pessoal e desenvolvimento social estão intimamente unidos e se condicionam mutuamente. Neste sentido, como objetivo social de nosso tempo, a educação tem de enfrentar a passagem de uma sociedade prevalentemente fechada a uma sociedade aberta.

A alfabetização no contexto da educação permanente e esta, no contexto de uma estrutura educativa aberta, se converte na base de todo o processo educativo, porém no caso dos adultos, é o único cominho para que possa alcançara as possibilidades que lhes oferece o sistema educativo e que não puderam utilizar nos anos iniciais de sua vida.

A acelerada transformação e o conseqüente desgaste dos conhecimentos, sinal característico de nosso tempo, outorga à educação permanente um significado, talvez mais importante, como meio imprescindível para uma boa comunicação entre os adultos e as jovens gerações.

Por isto é necessário que os adultos se sensibilizem ante a educação permanente, não só em termos de alfabetização, mas também em termos de conhecimentos literários, não somente como mera questão profissional, como às vezes se quer contemplar, senão mui especialmente como meio para não cair antiquados num mundo de mudanças e poder.

Comunicar com os jovens de sua sociedade, fazendo com que estas diferenças geracionais sejam menos possível e que, por profundas que cheguem a ser, se mantenha uma comunicação que permita o diálogo e evidente a estridência destas diferenças.

A alfabetização e a literatura no contexto da educação permanente constituem um alvo imprescindível para se conseguir uma convivência mais humana e, como se tem dito, é condição prévia para a amizade, a estabilidade e a compreensão entre os homens. (O POPULAR. Goiânia, 29.01.1978).





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ALMIR GONÇALVES, UM

DOS FUNDADORES DA AELB.





Mário Ribeiro Martins*





(Discurso de posse na Cadeira 31, da Academia Evangélica de Letras do Brasil, no Rio de Janeiro).



Ao ser empossado na Cadeira 31, da Academia Evangélica de Letras do Brasil, neste 30.04.1982, aqui no Rio de Janeiro, no Auditório da Rádio Difusora Boas Novas, na Vila Isabel, sob a Presidência de Anselmo Chaves, tendo como Orador o Acadêmico David Gomes, Vice-Presidente, reconheço a responsabilidade que me pesa. Ocupá-la, tendo ela pertencido a Almir dos Santos Gonçalves(1), fundador da Cadeira, é gloria que me coroa os esforços.

Relembrando agora a figura de Almir Gonçalves, sinto deveras gratificado. É que desde os meus primeiros anos, trago presos, dentre os fatos que contribuíram para a minha formação intelectual e espiritual, alem do gosto pela literatura evangélica, seu fervor e sua presença configurada, pela inteligência sem par e pela extraordinária capacidade de construir o autentico e o belo.

E neste sentido, familiarizei-me com ele, via JORNAL BATISTA, semanalmente. Era como se com ele convivesse, porque seus livros e artigos eram sua própria pessoa, em talento, em religiosidade.

Seus cursos teológicos realizados por correspondência constituem uma prova cabal de sua força de vontade e de sua vocação, salutar habito que alimentara durante toda a sua vida de ler e ler muito, fazendo dos livros os seus MESTRES MUDOS.

Foi com esta visão panorâmica da realidade da vida que buscou os estudos jurídicos, bacharelando-se em CIENCIAS JURIDICAS E SOCIAIS, na Faculdade de Direito de Vitória, no Espírito Santo, em 1934, com 41 anos de idade.

Deslocando-se para o Rio de Janeiro, pastoreou várias Igrejas. Mas a sua vocação literária e jornalística o acompanhava sempre, daí ter se tornado, de 1946 a 1964, agora com 71 anos, Diretor e Redator do mais importante jornal evangélico brasileiro, O JORNAL BATISTA.

Sua grande arma, alem da convicção religiosa, era a poderosa força de sua linguagem falada e escrita.

Professor em Vitória durante muitos anos, alcançou em 1943, com 50 anos, uma das Cadeiras da Academia Espírito-Santense de Letras e cujo DISCURSO DE POSSE revela o esplendor de sua força literária e espiritual.

Almir Gonçalves, em termos de sua extraordinária obra, merece ser melhor estudado, através de teses de Mestrado e Doutorado, como um dos Monumentos Sagrados da literatura evangélica nacional. Autodidata em Teologia, tornou-se ele, no entanto, um dos principais nomes da Teologia Brasileira.

Tradutor de méritos, demonstrou sua habilidade para com a língua estrangeira, ao defender tese de concurso em Vitória, sob o titulo: A ERA ISABELIANA DA LITERATURA INGLESA. Mas nem por isso, descuidou-se da língua pátria, daí seus artigos na Imprensa de Vitória, com o titulo: ESTUDINHOS VERNÁCULOS.

Autor de muitos livros e de várias traduções, entre os quais, TEOLOGIA DE JESUS CRISTO, Almir Gonçalves foi um desses vanguardeiros proféticos que veio do século passado, chegando até nós para liderar o sonho de um jornalismo evangélico.

Pertenceu ele a uma elite batista, não de grau, fortuna, poder ou titulo nobiliárquico, mas de inteligência, virtude e boas ações.

Empreguei todos os esforços para fazer de minhas palavras um testemunho de admiração por aquele que me antecedeu nesta Cadeira 31.

E é com este estado de espírito que hoje ocupo esta tribuna, elevado pelos fidalgos votos daqueles que, em me honrando, fizeram-me seu confrade neste Silogeu de Imortais que é a ACADEMIA EVANGÉLICA DE LETRAS DO BRASIL. (FOLHA DE GOIAZ. Goiânia, 04.02.1983).





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(1) Mais sobre Almir dos Santos Gonçalves veja no site www.mariomartins.com.br ou no livro MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGÉLICO (Goiânia, Kelps, 2008, página 122).





ANTOLOGIA DESTACA

LETRAS ANAPOLINAS.





Lucélia Cunha*.





O escritor e professor Mário Ribeiro Martins, membro da Academia Goiana de Letras, está colocando nas livrarias um livro que é importante contribuição ao conhecimento da historia e atualidade das letras de Anápolis.

Trata-se de LETRAS ANAPOLINAS, que engloba a produção em verso e prosa praticada por ilustres filhos de Anápolis. O autor, Promotor de Justiça, Professor Universitário e ensaísta, ingressou recentemente na Academia Goiana de Letras, quando foi saudado pelo Acadêmico Jaime Câmara:

“Mario Ribeiro Martins chega à Academia Goiana de Letras com uma bibliografia interessantíssima. Poderia falar sobre inúmeras facetas da vida e obra deste jovem, todas convergentes para um único vértice - o aprimoramento cultural, que inclui, desde o brilho com que exerce o Ministério Publico e o Magistério Superior, até o destaque, na sua geração como um intelectual sedento de novos conhecimentos”.

Na apresentação que fez Jaime Câmara do novo membro da AGL, destaca-se o fato de ser Mario Ribeiro Martins da estirpe dos homens que enchem a sua época, “pelas qualidades que possuem, pela atividade que desenvolvem, pelos serviços que prestam à coletividade. São expoentes da cultura, repositórios da sabedoria, da inteligência, do talento, da criatividade. São homens simples, na maioria das vezes, mas de uma imensa grandeza de coração. Mario Ribeiro Martins, que hoje transpõe os umbrais da Academia Goiana de Letras, é um desses homens”.

Apresentando o livro LETRAS ANAPOLINAS que acaba de sair dos prelos da Gráfica e Editora O POPULAR, o escritor e acadêmico José Mendonça Teles enfatiza que as boas ações continuam medrando em Anápolis:

“Medram, crescem e têm o poder de atrair os homens de pensamento que chegam fascinados com o clima e a hospitalidade da Terra das Antas- Jarbas Jayme, Arlindo Costa, Jovelino de Campos, Gastão de Deus, José Lourenço Dias, Paulo Rosa, Basileu Pires Leal, Ursulino Leão, José Sizenando Jayme, Paulo Nunes Batista e Moacyr Salles. Pertencente a varias entidades culturais do Brasil e exterior, Mario Ribeiro Martins, ensaísta, filosofo, biografo, critico literário, professor universitário, já conquistou, pelo seu trabalho serio e construtivo, a admiração de todos os goianos”.

Comentando LETRAS ANAPOLINAS, diz José Mendonça Teles: “É uma antologia que fica e há de ensebar-se nas mãos do tempo, pois, só se conhece a história de uma cidade depois que se conhece dos homens que a cantaram em prosa e verso. E Anápolis é privilegiada, pois nesses últimos anos dois importantes trabalhos literários vieram realçar a sua vida- HISTÓRIA DE ANÁPOLIS, de Humberto Crispim Borges e ANÁPOLIS, SUA VIDA, SEU POVO, de Haydée Jayme Ferreira, notáveis historiadores goianos e filhos ilustres da cidade. E agora, LETRAS ANAPOLINAS, de Mario Ribeiro Martins, contendo rico material informativo e literário, completa o levantamento histórico-administrativo e cultural da Manchester Goiana”.

“Simples, modesto, sem alarde, Mario Ribeiro Martins vai construindo o seu universo literário com a publicação de obras importantes que refletem a inquietação de um moço diante do mundo em constante movimentação, com as bruscas e amargas transformações e, como testemunha de seu tempo, acredita na força da criação literária, como medida capaz de conduzir os homens às universalidades da cultura e do pensamento, conforme perfilei em meu livro GENTE & LITERATURA”, finaliza José Mendonça Teles. (O POPULAR. Goiânia, 05.10.1984).





LUCÉLIA CUNHA é jornalista, colunista social, redatora, editora.







AMBIENTE E POLUIÇÃO.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Nenhuma pessoa responsável permitiria que um menino de seis anos, por exemplo, fumasse nove cigarros diários. Quem o fizesse ou consentisse seria qualificado de monstro e imediatamente se duvidaria do equilíbrio de suas faculdades mentais.

Cientistas alemães, depois de tenazes e laboriosas investigações, têm comprovado que as crianças que nessa idade iniciam sua vida escolar em zonas de forte concentração industrial da República Federal Alemã inalam cada dia uma quantidade de substâncias cuja toxicidade equivale à substância derivada do consumo dos citados nove cigarros.

Pouco se pode fazer, porque é a própria sociedade procriadora que engendra este caldo de cultivo de mobilidade e estimula um ambiente que pode ser fatal. Infelizmente a sociedade não pode ser internada para seu tratamento e cura. Os investigadores comunicam cifras aterrorizadoras.

Na região de Rhin-Main, por exemplo: o raquitismo afeta a uns 15% dos recém-nascidos, enquanto em outras regiões chega a duplicar esta percentagem. A humanidade constrói ao tempo em que destrói. O homem até parece um lobo voraz frente a seus semelhantes.

Eis aqui algumas das conclusões a que chegam os cientistas alemães: "o ar se converte para os seres humanos em um gás nocivo, aumentam as enfermidades do aparelho respiratório - o câncer da traquéia ou do pulmão, as infecções cardíacas, a própria vegetação, esses pulmões verdes tão necessários às grandes urbes modernas, está em transe de imediato desaparecimento".

O problema é tão alarmante que o professor Gerhard Preuschen vaticina que num futuro próximo poderá faltar o ar para respirar, como conseqüência de uma séria alteração da relação oxigênioanhiidrido carbônico na atmosfera se não for combatido eficazmente o mal, se não for evitada tão perniciosa e negativa evolução.

Porém, como fazê-lo? Não é fácil responder a esta pergunta. Parece evidente que a ameaça se apresenta sobre toda a humanidade, com escassas distinções ou discriminações desde que se busquem fórmulas através de uma estreita cooperação internacional.

Escutei, faz alguns anos, um dito popular que esconde atrás de um aparente desenfado, boas doses de patetismo resignado: "Respire profundo uma vez, tussa três vezes e terá um pedaço de carvão na mão". A situação é bem distinta da que se pode comprovar, por exemplo, em Berlin Ocidental, com mais de dois mil hectares de espaços verdes e lagos remansados. Porém o caso de Berlim só se pode contemplar como exceção no conjunto dos países industrializados.

O mal é examinado de diversos ângulos em busca de uma adequação terapêutica de conjunto. Um dos enfoques é precisamente, o econômico. O professor Alvarez Rendueles, em recente conferência, argumentou: "Os economistas não têm dedicado demasiada atenção ao tema relativamente recente. Diversos motivos têm proporcionado esta situação de esquecimento de uma questão de tanta importância como é a qualidade ao ambiente. O ar e a água não têm sido considerados fatores escassos. O ambiente tem sido considerado como um elemento de propriedade comum".

Todas estas circunstâncias têm variado e hoje existe um interesse generalizado pelas questões de ambiente, tanto no terreno teórico, como nas propostas e aplicações de medidas de política econômica. Os impostos podem desempenhar um papel muito importante como corretores dos problemas da degradação do meio ambiente. De fato, países como Estados Unidos, Canadá e República Federal Alemã já utilizam este instrumento com resultados positivos.

Uma idéia que encontra cada dia mais raízes é a de que todo aquele que contamine o ambiente deve pagar em proporção ao grau de incidência de suas atividades.

Em Ruhr, por exemplo, para evitar a poluição das águas, está vigente há mais de meio século um sistema de impostos estabelecidos sobre os desperdícios e as águas utilizadas e posteriormente revertidas, pelas empresas localizadas às margens dos rios. Com o produto destas taxas se financia a instalação de estações depuradoras coletivas.

O problema, no entanto, não está resolvido. Resta muito por fazer e deve ser feito logo, porque está em jogo algo transcendental: A sobrevivência humana.

Jean Gionro escreveu: "Eu sei bem que é preciso satisfazer a uma população em contínuo crescimento que quer sempre mais carros e bens de todas as classes. Porém, isto não é o essencial. O essencial é viver num mundo que não nos faça vomitar". (DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, 28.06.1974).







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AS TROMBETAS DO CAPELÃO GOREN.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O conflito árabe-israelense, que tantas viagens, entrevistas e desgostos tem dado a Kissinger e ao mundo inteiro, tem em seu fundo, heterogêneas complexidades. Através da História e desde a antiguidade, essas duas raças têm convivido, porém jamais se entendido e nem o transcurso dos séculos conseguiu diminuir os ódios mútuos.

Jerusalém é o foco de múltiplos problemas religiosos. Quando, durante a guerra dos Seis Dias, Israel conquistou a parte da Cidade Santa que era ocupada pela Jordânia, falou-se com insistência de que os Judeus reconstruiriam o templo que sonhou Davi e edificou seu filho Salomão para depositar debaixo de suas abóbadas a Arca da Aliança.

Destruído tão histórico monumento tem-se crido em distintas oportunidades que a suprema aspiração do povo hebreu se concentra em fazê-lo, como proclamam em suas pregações, ainda que o rabino Eisenberg tenha escrito que essas orações se fazem de maneira convencional e ritualística ou, pelo menos, só com a intenção simbólica.

A reconstrução do templo de Jerusalém, segundo essa autoridade religiosa, não depende em nenhum caso dos homens.

A realização do propósito encontraria dificuldades teológicas insuperáveis, porque provocaria uma multidão de questões que o judaísmo atual não saberia resolver, especialmente quanto à natureza do culto litúrgico que seria preciso restaurar. Trata-se, ademais, de uma questão que não preocupa, nem apaixona aos hebreus e que as hierarquias religiosas não querem enfrentar. As belíssimas mesquitas de Omar e o Aqsa que se acham no antigo solar cercando o templo, beneficiam o judaísmo ainda que indiretamente.

Alguns textos hebraicos contêm a promessa de que o futuro terceiro templo descerá do céu completamente edificado e em sua virtude. Considera-se que o mais razoável e litúrgico é aguardar que a promessa se cumpra. Israel arriscaria tudo se pretendesse modificar a situação atual dos Lugares Santos. Nem todos os judeus pensam deste modo e alguns encontram poderosas razões para anelar a imediata reconstrução.

Sua mais dolorosa tristeza é haver perdido o rito maior com que no templo se comemorava o Roch Hachanah ou Ano Novo - e dez dias depois - o Yom-Kippur ou dia do Perdão. Nesta ocasião era enviado ao deserto um bode expiatório simbolicamente carregado com todos os pecados de Israel e que se convertia no réu do castigo.

Desde a destruição do monumento salomônico o rito do bode emissário tem sido evocado frequentemente, porém não em forma tangível e concreta, senão imaginada. Dizem os judeus que, mesmo sendo injusta a acusação de que a eles se devem todos os pecados do Ocidente, reconstruir o templo seria restabelecer aquele tradicional rito com o fim de que os bodes emissários expiassem os erros cometidos.

A grande maioria dos judeus crentes - cada dia há mais agnósticos - ao contemplar o atormentado destino do povo hebreu adverte as multidões fazendo analogias com os sinais premonitórios que na Bíblia assinalam o fim dos tempos.

Fato muito significativo foi que quando os soldados, no curso da guerra dos Seis Dias, chegaram ao Muro das Lamentações, o Capelão Goren fez soar as trombetas ou mais corretamente, o chifre de um carneiro pai. Esta evocadora iniciativa resumia os sentimentos de numerosos judeus, que criam com firmeza que os feitos que caracterizam a História do Estado de Israel indicam e revelam seu caráter messiânico.

Na noite do passado 12 de setembro os judeus entraram no ano 5.734 de sua era, segundo seu cômputo tradicional que coincide com o advento dos tempos bíblicos e se ajusta, mais ou menos, aos acontecimentos históricos. A antiga sociedade hebraica conheceu diversos calendários e o Talmund cita quatro "Anos Novos": o civil, que começa na primavera, o do gado - paga do dízimo - no outono, o da arboricultura, no término do inverno, e o religioso (primeiro de tichri) que sucede cair entre o 6 e o 5 de outubro, porque depende do calendário astrológico (sol e lua) judeu.

O texto bíblico não fala do Ano Novo, senão do Dia das Campanhas. Na tradição hebraica, o Roch Hachanah se denomina Dia do Juízo e Dia da Recordação. Até o século XVI substituiu unicamente o Ano Novo religioso, uma das duas grandes comemorações do judaísmo, a outra é o Yom-Kippur, Dia do Perdão.

Uma corrente mística impôs no século XVI o Ano Novo das árvores, para o qual se criou um ritual específico com numerosos símbolos inspirados ou tomados da Calaba. Tal festividade tem hoje em Israel uma multidão de manifestações populares e cada indivíduo tem de plantar uma árvore, porém sem significação religiosa.

O genuíno Ano Novo se comemora nos dois primeiros dias de Techri, porque a tradição exige que a festa se celebre por partida dupla. Sua significação é essencialmente espiritual.

O rito do Ano Novo transcorre em ambiente dramático. O judaísmo concede à vida um valor absoluto porque o homem tem de servir a Deus e a cada jornada está obrigado a conduzir uma Luz distinta, até que a morte termine sua missão. "Os mortos - disse o salmista - não louvam o criador".

Em conseqüência uma vez no ano o tema da morte é a meditação máxima da comunidade e se traduz em grandes pregações que assinalam a fragilidade da vida humana. Durante as cerimônias do Ano Novo, nas roupas litúrgicas é indispensável o branco, cor do sudário, porém o que dá maior impressão aos ritos da sinagoga, até criando uma atmosfera angustiosa, é o persistente sonido do chifre do carneiro, que vai acentuando os diversos atos do ofício.

É um sonido repetido e prolongado, de uma só nota a "tekia", outro de três notas mescladas as "chevaim", e um sobremaneira estrondosa de nove notas, a "terva". Significam, respectivamente, "início", "ruptura" e "tremor".

O Dia da Recordação tem como interpretação que todas as ações humanas são pesadas na presença de Deus. O Dia do Juízo indica a sorte dos homens no ano que vai vir e se apresenta como um grande livro aberto onde tudo está escrito e onde os seres humanos vivos passam diante de Deus como um rebanho ante seu pastor.

A buzina que fez soar Goren quando os soldados israelenses chegaram ao Muro das Lamentações não se interpreta como a grande chamada que marca "o fim dos tempos", porque nenhum acontecimento estritamente histórico pode cumprir as completas promessas da mística hebraica que no século X expunha a grande teologia de Gaon Saadia. Afirmou este que a trombeta soará em dez solenes ocasiões, uma das quais será para reunir os ausentes. "E acontecerá naquele dia: se tocará a grande trombeta e virão os perdidos na terra da Assíria e os dispersos na terra do Egito e se prostrarão ante Jeová no monte santo de Jerusalém" (Isaías 27:13).

As circunstâncias em que têm vivido os súditos de Israel explicam suas inquietações religiosas. O petróleo dos países árabes lhes tem imposto uma transição, demonstrando-lhes que esse carburante move também o motor da História. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 07.04.1974).





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ASPECTOS DE UM RELATÓRIO.



Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Já em 1907 se podia ter uma visão impressionante do que seria o futuro do trabalho batista no Brasil. Denominado pela Junta de Richmond como país sob dominação papal, ao lado da Argentina, Itália e México, o Brasil ocupou naquele ano o primeiro lugar em termos de crescimento evangelístico.

Um relatório animador e ao mesmo tempo comparativo foi apresentado pela "Comissão sobre Campos Papais" à Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos: "O número de igrejas organizadas sob nosso controle em todos estes países (Brasil, Argentina, Itália e México) é de 166. As congregações onde a pregação é feita mais ou menos regularmente chegam a 295. Temos nestes países 76 missionário, 64 pastores nacionais e 62 evangelistas. O número atual de membros é de 6. 679. Enquanto há 166 igrejas organizadas e 295 congregações, há somente 56 templos. Em todos estes campos há 110 Escolas Dominicais e 21 escolas primárias. Achamos que o número total de batismos durante o ano em nosso trabalho de Missões Estrangeiras atinge cerca de 2.239. Destes um pouco mais da metade ocorreu nos campos papais." ("Papal Fields", Sixty-second Annual Report of the Foreign Mission Board, Annual of the Southern Baptist Convention, 1907 Nashiville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1907, p.2).

Depois destas informações gerais, a referida comissão particularizou o Brasil, dizendo: "840 batismos dos 1.180 verificamos nos quatro países papais foram realizados no Brasil. Este país parece ser nosso campo fértil para espalhar a semente da verdade" (Ibid, p. 3). Como se vê, do total de batismos realizados em todos os campos da junta de Richmond, 27% resultaram do Brasil e dos realizados nos campos papais, este país entrou com 70%.

No mesmo relatório, a comissão teceu considerações sobre as dificuldades da pregação do Evangelho em países católicos, acentuando: "Nos campos papais nossos missionários combatem não somente o Romanismo em sua pior forma, mas também o Socialismo que é ainda mais fatal. Roma oferece mais morte do que vida aos países onde ela domina." (Ibid).

Em seu relatório à Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, disse a Junta de Missões Estrangeiras: "Um movimento está de pé para começar um colégio no Brasil. Em conexão com isto, desejamos fortalecer nosso trabalho teológico. Precisamos de pastores nacionais bem treinados para o rápido desenvolvimento da causa neste país." ("Our Missions", Sisty-second Annual Report of the Foreign Mission Board, Annual of the Southern Baptist Convention, 1907 Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1907, p. 70).

A partir de então o trabalho batista no Brasil teve crescimento rápido. Aquela desconfiança que chegou a caracterizar a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, antes do relatório do general A. T. Hawthorne em 1880, desapareceu completamente. O que aconteceu no Brasil, portanto, nos primeiros anos do trabalho batista foi a ratificação dos três aspectos positivos apresentados pelo general à referida convenção: "Primeiro, o governo é justo e estável... Segundo, o povo é cortês, liberal e hospitaleiro... Terceiro, o clima é ameno, a terra elevada e salubre..." (A. R. Crabtree, História dos Batistas do Brasil Vol. I (Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1937, p. 42).(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 12.11.1972).







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BILHETE ECUMÊNICO.



Mário Ribeiro Martins*





(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).



O chamado movimento ecumênico apresenta duas faces completamente diferentes: O PONTO DE VISTA EVANGÉLICO e O PONTO DE VISTA CATÓLICO. Do ponto de vista evangélico, o ecumenismo pode representar uma expressão de verdade, de amor e de sincero desejo de união com outros grupos religiosos para um objetivo comum: a glorificação de Cristo.

Não se pode negar que há evangélicos de tendência ecumenista muito bem intencionados, e talvez por isto, enganados quanto ao ecumenismo mal intencionado da maioria ou totalidade de católicos. A culpa, neste caso, não é dos bem intencionados evangélicos, mas da má-fé da Igreja Católica Romana, que ao definir sua concepção de ecumenismo, o faz teoricamente, não colocando em prática os princípios fundamentais de sua posição ecumênica.

Do ponto de vista católico, portanto, o ecumenismo é uma farsa. Foi o melhor argumento de que a Igreja de Roma lançou mão para investir contra o destemor evangélico na pregação da Palavra de Deus.

A prova do pseudo-ecumenismo católico está na abertura de novos trabalhos batistas em campos pioneiros. Que falem os obreiros que são acossados nas áreas longínquas deste país, onde o poderio católico ainda é fulminante.

Em pleno século do ecumenismo, a perseguição religiosa dos ecumenistas não é feita por prisões, queima de bíblias, templos, etc., mas pela filosofia (porquanto é só teoria) de que "tudo é a mesma coisa". Se "é a mesma coisa" por que não permitir ou dificultar a abertura de trabalhos evangélicos em certos lugares? Por que fazer campanhas contra instituições evangélicas? Por que perseguir professores evangélicos nas escolas públicas, colégios, universidades, etc.?

Há poucos meses um grande professor presbiteriano, lente de Inglês numa das Universidades de Pernambuco(1), foi informado de sua dispensa da Faculdade através de um BILHETE ECUMÊNICO, para não dizer pseudo-ecumênico, que apresentava a seguinte justificativa da dispensa: "DISPENSADO POR DISTRIBUIR BIBLIAS NA UNIVERSIDADE". (grifo nosso).

É que o bom mestre evangélico pertencente ao grupo dos Gideões Internacionais costuma deixar nas Universidades, Hospitais, Hotéis e outras entidades a Palavra Viva e Eficaz. Aquela escola, porém, não está interessada na Bíblia, mas no ecumenismo.

A dispensa de um professor de gabarito intelectual, didática e moralmente pelo simples fato de distribuir bíblias (assim reza o documento) é a maior e melhor prova do esvaziamento do conteúdo ecumênico, e principalmente, a demonstração de que existe má-fé nos arraiais católicos com esta maravilhosa estória do ecumenismo.

É verdade que o movimento ecumênico não teve a sua origem entre os católicos, mas entre os protestantes, o que credencia os romanos a usarem o ecumenismo como arma de acomodação religiosa.

Perante uma delegação russa que o procurou reclamando a inflação, em 1917, disse Lenine: "A inflação trabalha para o comunismo e realiza em meses a pirâmide dialética que Marx imaginou ser possível em apenas um século". Parodiando, poder-se-ia dizer do movimento ecumenista: O ecumenismo trabalha para o catolicismo e realiza em meses o que a Igreja Romana jamais imaginou ser possível em um século.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 03.06.1973).





(1) Tratava-se da Universidade Católica de Pernambuco e o docente era o Professor Robinson Cavalcanti.





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CARTA DE UM SEMINARISTA

(Gilberto Freyre).





Mário Ribeiro Martins*





Com o titulo acima, o jornal A MENSAGEM, do Recife, de 15.03.1919, publicou uma carta do grande estudioso brasileiro GILBERTO FREYRE, quando ainda estudante na Universidade de Baylor, nos Estados Unidos.

Embora Gilberto já estivesse em Baylor, a carta é oriunda de Fort Worth e mais do Seminário Batista (considerado o maior do mundo), datada de 28 de dezembro de 1918. Trata-se do Seminário Batista do Sul dos Estados Unidos, conhecido como SOUTHWESTERN BAPTIST THEOLOGICAL SEMINARY, Fort Worth, Texas.

Há certas coisas interessantes neste documento. O motivo de Gilberto ter ido ao “Seminary Hill” é uma delas. Ele mesmo disse: “Dois motivos trouxeram-me aqui. Visitar o meu bom amigo R. S. Jones(1) que está no Seminário e ouvir Billy Sunday. A visita a Jones valeria por si só. É um belo camarada. Espera seguir para o Brasil como missionário”.

Quanto a Billy Sunday, disse Gilberto: “E Billy Sunday? Minha “trip” a Fort Worth vai me custar uns 7 ou 8 dollars. Mas não me arrependerei de os ter gasto. Estou gozando da boa companhia de Jones. Ficarei conhecendo mais uma cidade- a segunda em importância do Texas-Billy é hoje o pregador de mais larga popularidade no mundo inteiro. Basta dizer que foi elle quem fez cahir de joelhos em New York, cem mil pessoas. Em Fort Worth, começou a pregar há 5(cinco) semanas. Tem havido uma média de cem(100) decisões por noite. Hontem à noite, houve umas 300(trezentas). Quando ontem à noite, ele falou com carinho do grande Spurgeon- o maior pregador que o mundo tem visto- lembrei-me de que há uma certa semelhança entre os dois- ao menos na fidelidade com que Billy prega as grandes doutrinas do cristianismo e que era uma das características do pregador inglês”.

Depois de tecer outros elogios a Billy Sunday, acentuou o missivista: “Elle ora como se Deus estivesse na frente delle... Prega as doutrinas da graça, da salvação pessoal, da redenção, etc., na sua pureza evangélica. Vê-se que elle lê o Novo Testamento...Porem lê a Bíblia e se baseia nela, na velha Bíblia, sem a mácula do “Higher-Criticism”, apresenta a sua pregação poderosa. Comparado a ele como pregador, Gipsy Smith some-se.

À primeira vista ou melhor nos primeiros minutos, Billy desaponta. Sua voz soa mal, quase como um realejo desafinado. Passam-se os 5 minutos de decepção. Billy solta um grito, avança para o auditório, num movimento brusco, violento, inesperado.

Criticam-lhe alguns puritanos a gesticulação, os movimentos desordenados, a teatralidade de maneiras. Mas quase sempre quando ele faz um gesto brusco- trepa a uma cadeira ou sobre o púlpito, avança, recua, levanta a perna direita, ergue os braços com violência- é para soltar uma frase surpreendente.

Penso que a melhor maneira de fixar impressões de Billy Sunday é desenhar a pena algumas de suas atitudes. É o que faço. Observe nos 4(quatro) cartões. 1) Billy Sunday orando. 2) Billy Sunday subiu na cadeira e gritou MOTHERS, OH MOTHERS. 3) Billy Sunday avança como se fosse saltar da plataforma. 4) Billy Sunday grita ESTE ESCRAVO É VOCÊ.

Creio que os desenhos dão uma idéia do maneirismo de Sunday, maneirismo que arranha a dignidade de certos eclesiásticos. Envio-lhe com os 4(quatro) cartões desenhos, uma fotografia do Pregador Sunday. Desejo guardá-los como lembrança e por isso peço que m’os devolva”.

Finalmente escreveu Gilberto Freyre: “Estou gozando a minha estada aqui nesse belo Seminary Hill... O Seminário está distante da cidade. Há cerca de 300(trezentos) estudantes no Seminário e Training School. A vida corre agradável. Visitei hoje e tive boa palestra com o Professor de Missões, Knighe. É jovem inteligente e preparado. Eu o quisera ver no Brasil como missionário”.

Em outro trecho, ele diz: “Espero que todos ahi tenham tido um Natal alegre. Eu vou indo bem e estou pronto para o novo “quarter” que começará terça-feira vindoura. Carta anterior dirigida a meu irmão Wlysses informa de como me fui nos exames. Melhor que esperava. Às vezes...porque outras vezes...

Veja, por exemplo, essa correspondência do Brasil... Nem Santa Claus teve a lembrança de uma carta de casa ou mesmo um simples postal que multiplicaria por mil a alegria do meu Natal. A propósito: recebi um magnífico presente de festas. Deram-mo os ARMSTRONG. É um livro de impressões da América do Sul, publicado recentemente, com ilustrações a cor que o tornam belíssimo. Ainda não o li de fio a pavio, o que farei logo que volte a Waco. Dir-lhe-ei então a minha impressão”. (CARTA DE UM SEMINARISTA. Recife, A MENSAGEM- 15 de março de 1919, página 05). Esta matéria foi reproduzida no JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 25.10.1972.



NOTA: Na verdade, em abril de 1918, Gilberto Freyre viajou para os Estados Unidos, não propriamente para o Colégio Bethel, consoante foi mencionado por H. H. Muirhead no seu Relatório, mas para a Universidade de Baylor, em Waco, Texas, passando a freqüentar a SEVENTH AND JAMES BAPTIST CHURCH, de onde tomou novos rumos.

Tudo isto depois de ter sido influenciado por alguns professores de Antropologia da famosa Universidade Batista de Baylor que o desestimularam de seguir o Ministério Evangélico, fazendo com ele voltasse as vistas para o campo de Ciências Sociais e Literatura, nas quais, posteriormente, se formou, seguindo depois para a Universidade de Columbia e mais tarde, para Sorbone, de onde recebeu, muitos anos depois, o titulo de DOUTOR HONORIS CAUSA, que foi assim justificado pelo Professor Marcel Durry, Deão da Universidade e cujo relato se encontra no livro CASA GRANDE & SENZALA, “atribuindo o grau de Doutor Honoris Causa desta Sorbone que ele freqüentou adolescente. A Gilberto Freyre, queremos não somente prestar uma homenagem ao profundo Sociólogo que trouxe técnicas novas e abriu vias inéditas às ciências do homem, mas também ao humanista que vem trabalhando de todo coração e que continua a trabalhar para a reconciliação entre raças e o amor entre os homens”.

Deve ser lembrado, do ponto de vista evangélico, que a Gilberto Freyre se deve o nome da Escola de Trabalhadoras Cristãs (hoje Seminário de Educadoras Cristãs), na Rua Padre Inglês, no Recife, em substituição ao titulo inglês TRAINING SCHOOL.

Seu livro TEMPO MORTO E OUTROS TEMPOS poderia esclarecer melhor esta fase da vida de Gilberto, mas não o faz, embora apresente trechos de um diário de sua adolescência e primeira mocidade, compreendendo o período que vai de 1915 a 1930. Neste diário, ele revela que sua mãe se comovia ao ver homens apertando a mão do filho, em sinal de arrependimento, depois de suas pregações na Igreja Batista e após os apelos religiosos que fazia. (CORREIO DO PLANALTO. Anápolis, 19.08.1980).





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(1) O autor nunca conseguiu identificar melhor quem era esse amigo de Gilberto, R. S. Jones, embora tivesse conversado com vários missionários sobre o assunto e ele mesmo estivera no Brasil como missionário, eis que para aqui veio em 1920 e trabalhou durante vários anos.







CENTENÁRIO DE CRISPINIANO

TAVARES EM GOIÁS.







Mário Ribeiro Martins*







Comemorou-se, neste 7 de setembro de 1983, o CENTENÁRIO da presença de CRISPINIANO TAVARES, em Goiás. Trata-se de uma data histórica não somente pela importância literária de Crispiniano, mas especialmente por marcar o primeiro contato do escritor com a terra e o povo goiano.

Na verdade, em 07 de setembro de 1883, Crispiniano Tavares encaminhava à Companhia de Mineração Goiana, na pessoa de seu Presidente, Comendador Antonio da Costa Chaves Faria, o seu relatório referente às lavras auríferas no Município de Meia Ponte(Pirenópolis), na Serra dos Pirineus Goianos.

O relatório do Engenheiro de Minas, Crispiniano Tavares, publicado na Revista de Engenharia do Rio de Janeiro e datado de 07.09.1883, revela não apenas a capacidade do técnico, do geólogo, mas também sua vocação literária, num verdadeiro “doublé” de esteta e literato.

Nascido em Ilhéus, na Bahia, em 28.10.1855, deslocou-se aos 15 anos de idade, para o Rio de Janeiro, onde estudou por conta da Coroa Imperial, como PROTEGIDO DE D. PEDRO II que durante 10 anos o ajudou. Após os primeiros passos com o Prof. Vitório da Costa, matriculou-se na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, transferindo-se, em 1877, com 22 anos, para a Escola de Minas, em Ouro Preto, onde se formou 3 anos depois, com 25 anos de idade.

Engenheiro de Minas e Geólogo, Crispiniano Tavares utilizava suas horas de folga para estudar o homem e seus costumes. Depois de passar pela região de Abaeté, instalou-se em Uberaba, Minas Gerais, como alto funcionário da Estrada de Ferro Mojiana, onde também continuou a escrever poesia e prosa.

Seu primeiro contato com Goiás, no entanto, se deu, quando em 1883, com 28 anos, realizou pesquisas geológicas de minerais em Silvânia e Pirenopolis, estudos estes publicados em revistas especializadas da época.

Mas o DR. CRISPIM, como era carinhosamente chamado, permaneceu em Uberaba, por muito tempo e lá foi tudo: Engenheiro, Geólogo, Agrimensor, Jornalista, Escritor, Poeta, Professor, Filósofo e Cientista apaixonado.

Na “QUINTA DA BOA ESPERANÇA”, Chácara Modelo por ele fundada e em que residia, em Uberaba, realizou as mais brilhantes pesquisas no campo da Fitologia e da Zoologia, escrevendo ali, grande parte do seu livro CONTOS INÉDITOS que só seria publicado em 1910, quatro anos após a sua morte.

Tal o seu dinamismo que chegou a fundar o jornal MINAS ALTIVA, cujo único redator, compositor e impressor era ele mesmo. Idealismo, assim, só o de Tobias Barreto, que de 1875 a 1882, publicou um jornal em alemão, o DEUTSCHER KAEMPFER, na pequenina cidade de Escada, em Pernambuco, cujo único redator, compositor, impressor e leitor era ele mesmo, porque ninguém na cidade sabia alemão.

Seu amor por Goiás era tal que em 1904, dois anos antes de sua morte, deixou Uberaba em lombo de burro e foi às nascentes do Rio Araguaia, onde realizou os mais significativos estudos.

Foi, entretanto, em Rio Verde, Goiás, que faleceu CRISPINIANO TAVARES, no dia 12.02.1906, com 51 anos de idade, após ser tocaiado e receber um tiro de espingarda, em virtude de um triângulo amoroso.

É que se envolveu com a mulher de seu auxiliar José Bento de Godoy. Este, sabedor do fato, pela vizinhança, resolveu tocaiá-lo, o que de fato fez. Mas, José Bento de Godoy, depois de dar um tiro de espingarda no Dr. Crispim, terminou recebendo um balaço, falecendo imediatamente. Dr. Crispim foi preso, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na prisão.

Lamentavelmente, as poesias românticas de Crispiniano Tavares, foram destruídas pelo Engenheiro Glycon de Paiva, seu sobrinho, que as julgou atentatórias à memória de sua tia Antonia Felicíssima Tavares, esposa de Crispiniano.

Caracterizado por um estilo claro e simples, Crispiniano Tavares registrou ditados e frases, de aspectos interessantíssimos em Goiás, sem descuidar-se da linguagem técnica. Tais expressões, porem, não lhe conseguiram tirar a inspiração literária e o gosto pelas pequenas historias que fizeram dele o primeiro CONTISTA GOIANO.(TRIBUNA PIRACICABANA. Piracicaba, SP, 08.10.1983).





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CENTO E CINQUENTA E NOVE

ANOS DE CURSOS JURIDICOS.







Mário Ribeiro Martins*







A fundação dos CURSOS JURIDICOS NO BRASIL ocorreu a 11.08.1827. Na verdade, a mais importante conquista da intelectualidade brasileira, após a independência política de 07.09.1822, foi a INSTALAÇÃO DOS CURSOS JURIDICOS E SOCIAIS, como foram inicialmente denominados.

A gloriosa e sempre lembrada Lei de 11 DE AGOSTO DE 1827, não significa apenas a criação da Escola de Direito em Olinda, Pernambuco e do Curso de Direito, em São Paulo, mas representava também a verdadeira CARTA MAGNA de nossa independência cultural. E POR QUE?

Porque se deslocava de Coimbra para o Brasil, o antigo e único CENTRO OFICIAL de formação do nosso ensino, agora ampliado num sentido fortemente progressista.

O Ensino Superior no Brasil não foi uma dádiva ou concessão do alto, não desceu do Rei ou do Governo, mas representou uma luta da própria nacionalidade, o ideal de uma revolução de intelectuais mineiros, anseio permanente das elites culturais da Colônia.

A instalação dos Cursos Jurídicos no Brasil não se deu, sem que antes tivesse havido altíssimos e violentíssimos debates culturais na Constituição de 1823, na Assembléia Ordinária de 1826 e no Senado em 1827, quando se discutiu a localização inicial dos cursos, bem como o avançadíssimo currículo para a época.

Assim é que Olinda e São Paulo se transformaram em dois grandes centros culturais do país. Para Olinda, se dirigiam os estudantes do Norte e Nordeste. Para São Paulo, os estudantes do Sul e Sudeste, alem das demais regiões do Brasil.

Devidamente criada, a Faculdade de Direito de São Paulo começou a funcionar no dia 01 de março de 1828, no Convento de São Francisco. A Faculdade de Direito de Olinda, por sua vez, iniciou suas AULAS no dia 15 de maio de 1828, no Mosteiro de São Bento, tendo como primeiro Diretor, o mineiro de São João Del-Rei, Dr. Lourenço José Ribeiro.

Em termos de Corpo Docente, o preenchimento das primeiras Cadeiras, foi de livre escolha do Governo, isto é, sem concurso público, e recaiu sobre ilustres personalidades, todas elas devidamente formadas pelas Universidades de COIMBRA, PARIS, ALEMANHA e INGLATERRA, cuja CONDITIO SINE QUA NON, para o exercício do magistério, era ser nacionalista e progressista.

Faço aqui um parêntese para dizer que outras Escolas Superiores já existiam no país, tais como: ACADEMIA DA MARINHA(1808), ACADEMIA DE MEDICINA DA BAHIA(1808), ACADEMIA REAL MILITAR(1810), ACADEMIA DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO(1813), além de várias outras.

O Império, meus amigos, concedeu-nos algumas Escolas de Ensino Superior, porém não nos ofereceu nenhuma UNIVERSIDADE. Tanto é que a primeira Universidade Brasileira foi a UNIVERSIDADE DE MANAUS(1909) e depois a UNIVERSIDADE DO PARANÁ(1912) e só a seguir a UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO(1920) e a UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO(1934).

Observe-se, no entanto, o fato de que vários paises da América do Sul, econômica e demograficamente menos importantes, tiveram suas Universidades quase quatrocentos anos(4 séculos) antes de nós ou para ser mais preciso, 358 anos antes de nós.

Veja-se que a Universidade de São Marcos, no Peru, foi fundada em 15 de maio de 1551, a Universidade do México(1556), a Universidade da Argentina(1613), a Universidade da Venezuela(1725), a Universidade do Chile(1743), a Universidade do Uruguai(1840) e assim por diante.

Tal a nossa situação, em termos de Ensino Superior, que em 1864 ou seja 37 anos após a instalação dos Cursos Jurídicos no Brasil, as DUAS FACULDADES DE DIREITO E UNICAS EXISTENTES NO PAÍS(Olinda e São Paulo) tinham apenas 826 alunos matriculados, quase o correspondente à Faculdade de Direito de Anápolis hoje(1986).

Tantas eram as dificuldades que o Barão de Cotegipe gastou 33 dias viajando entre Salvador e Olinda, quando foi estudar naquela Faculdade de Direito.

Mas tudo isso era o resultado de uma herança política e cultural, cheia de adversidades. Basta notar que, em 1772, o Governo Português, para substituir os jesuítas que tinham sido expulsos do Brasil, em 1759, contratou professores particulares para o ensino das primeiras letras no Brasil.

E como eram pagos tais professores? Eram pagos com o SUBSIDIO LITERÁRIO. E o que era o SUBSIDIO LITERARIO? Não era outra coisa senão o resultado do IMPOSTO de um REAL que se cobrava sobre CADA BARRIL DE CACHAÇA VENDIDO.

Quando foi proclamada a INDEPENDENCIA, em 1822, alguns Estados, como AMAZONAS, PIAUI e SANTA CATARINA não possuíam nenhuma Escola Primária. E Goiás, particularmente, já possuía 5 CADEIRAS ou seja 5 PROFESSORES. Para cada 1000(mil) habitantes existiam, em 1822, 900(novecentos) analfabetos, isto é, 90% da população nacional.

Pois bem, foi nesse contexto sócio-politico-cultural-educacional, em que, 5(cinco) anos depois, surgiram as Faculdades de Direito de Olinda e São Paulo.

Vale salientar, no entanto, que o primeiro documento legislativo sobre o Ensino Superior no Brasil, foi a CARTA DE LEI, de 11 de agosto de 1827, que criava as duas Faculdades de Direito. Tal Lei sancionada por D. Pedro I e referendada por José Feliciano Fernandes Pinheiro(Visconde de São Leopoldo).

E foi esta semente lançada em Olinda e São Paulo que se transformou nesta extraordinária arvore, que é o Ensino Jurídico Brasileiro, formado hoje(1986) por cerca de 150 Faculdades de Direito, oficialmente reconhecidas em todo o país.

Mas a CARTA DE LEI, de 11 de agosto de 1827, apresentava aspectos interessantíssimos, um deles, é que as Cadeiras criadas pertenciam a “9 LENTES PROPRIETÁRIOS” e a “5 LENTES SUBSTITUTOS”, com o ordenado anual de 800 mil réis e jubilação após 20 anos de serviço.

As duas(2) Faculdades, porem, Olinda e São Paulo, estabeleceram o mais salutar dos intercâmbios entre Professores e Alunos.

Assim é que JOSÉ DE ALENCAR iniciou-se na Faculdade de Direito de São Paulo e transferiu-se para Olinda. CASTRO ALVES fez diferente: iniciou-se em Olinda e transferiu-se para São Paulo.

O mesmo fenômeno ocorreu entre os professores. José Bonifácio, o Moço foi Professor em Olinda, depois em São Paulo. Pedro Cavalcanti foi de São Paulo para Olinda.

Mas a CARTA DE LEI, de 11 de agosto de 1827, estabelecia também o Currículo dos Cursos de Direito, entre cujas disciplinas se encontravam: LATIM EM PROSA E VERSO, INGLES E FRANCES EM PROSA E VERSO, RETORICA E POETICA, entre outras.

Consoante a mesma Lei, dois Graus eram concedidos: BACHAREL FORMADO e o de DOUTOR. Este com defesa de tese, era titulo indispensável para se tornar Professor da Faculdade e ter direito à INSIGNIA DOUTORAL, que era uma Borla Encarnada que os professores deveriam trazer na mão quando das solenidades escolares.

Assim, as Escolas de Direito de Olinda e São Paulo significaram o começo de vida nova no ambiente cultural do Brasil. Daí por que a juventude brasileira que desejava se preparar para os postos de governo, para os cargos de governo, para os cargos de administração, da política, da magistratura, do jornalismo, da critica, dos debates públicos corria para um daqueles dois núcleos de ensino jurídico.

Olinda e São Paulo, através da duas Faculdades, foram por assim dizer, os grandes e fecundos laboratórios das maiores reformas de base no Brasil. Na área política, resultou a Republica. Na área social e econômica, resultou a Abolição dos Escravos.

Assim se desenvolveu a Cultura Jurídica Brasileira, nos Cursos Jurídicos de Olinda e São Paulo, transbordando do quadro restritivamente jurídico para o literário, o filosófico, o político, o social, na animadíssima vida intelectual daqueles dois núcleos espirituais da nacionalidade.

Mas a outra grandiosa etapa de nosso desenvolvimento jurídico, complementar da fundação dos cursos jurídicos, foi a fundação já no Rio de Janeiro, do Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil. Tal fundação se deu no dia 07 de agosto de 1843 ou seja 16 anos após a fundação dos cursos jurídicos e cujo objetivo era “organizar a ordem dos advogados, em proveito geral da ciência e da jurisprudência”.

Seu primeiro Presidente foi o Conselheiro Francisco Gê Acaiaba de Montezuma. Montezuma já tinha sido fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro, em 1838. Na época, conseguiu a aprovação do sábio e liberal Imperador D. Pedro II para a organização do novo Instituto que se instalou exatamente no dia 07 de setembro de 1843.

Mas, se Montezuma foi o fundador do Instituto dos Advogados, o verdadeiro CONSOLIDADOR foi Francisco Ignácio de Carvalho Moreira, a quem coube a expansão do Instituto, com as filiais de Olinda e Salvador e a partir de 1930, presente em todos os Estados do Brasil.

Porem, não podemos nos esquecer aqui das Faculdades Livres de Direito que, embora não sendo governamentais, estão umbilicalmente vinculadas à fundação dos cursos jurídicos de Olinda e São Paulo.

Coube ao grande mestre LEONCIO DE CARVALHO criar, a 19 de abril de 1879, o ENSINO LIVRE NO BRASIL, portanto, PARTICULAR, na tentativa de quebrar o monopólio do Governo Imperial. E naquele ano(1879), vale relembrar, o Recife já tinha cerca de 112.000(cento e doze mil habitantes), enquanto São Paulo era um pequenino e atrasado burgo de 30.000(trinta mil pessoas). E foi neste contexto que se criou o ENSINO SUPERIOR PARTICULAR no Brasil.

No entanto, só em 15 de abril de 1891, é que foi instalada a primeira FACULDADE LIVRE DE DIREITO NO BRASIL. Primeiro, na Bahia e depois no Rio de Janeiro, exatamente os dois grandes centros que se sentiram desprestigiados com a instalação dos cursos em Olinda e São Paulo. Logo a seguir, em 1892, veio a Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais, seguindo-se as de outros Estados.

Eis aqui, em rápidas pinceladas, uma visão panorâmica da fundação dos cursos jurídicos e sociais no Brasil, semente que foi lançada em 1827 e que se transformou neste monumento que é o DIREITO BRASILEIRO.

Saiamos daqui, meus nobres colegas, como CAVALEIROS andantes da JUSTIÇA, para viver a própria vida dramática e eterna do Direito, lutando, resistindo, sangrando, irmanando, congraçando, desarmando as consciências, santificando a lei, na proteção impessoal da liberdade.

Assim, como é preciso cultivar o amor para colher a esperança, é TAMBEM PRECISO cultivar o Direito e a Justiça para colher a Paz.

Finalmente, dir-se-á como os latinos: OMNIA SUB LEGE ET CONSTITUTIONE(TUDO E TODOS, SOB O IMPERIO DA LEI E DA CONSTITUIÇÃO), para garantir a paz, a liberdade e a ordem, indispensáveis ao bem-estar da Sociedade.(BOLETIM DA AGMP. Goiânia, março/abril de 1987).



ATENÇÃO: Esta conferência foi pronunciada no auditório da Faculdade de Direito de Anápolis, em 11 de agosto de 1986, nas comemorações do DIA DO ADVOGADO.





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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CONHEÇA MELHOR

GILBERTO FREYRE.





Tácito da Gama Leite Filho*







Sobre Gilberto Freyre temos lido e ouvido muita coisa. Nas Enciclopedias lemos o seguinte: sociologo, professor e escritor brasileiro. Nasceu em Recife, no ano de 1900, estudou, do Jardim de Infância ao Ginásio, no Colegio Americano Gilreath, de orientação protestante batista e, aos 18 anos, foi para os Estados Unidos, onde cursou a Universidade de Baylor e em seguida a Columbia.

No livro CASA GRANDE & SENZALA, temos o relato do Deão da Sorbonne, Prof. Marcel Durry: “Atribuindo o grau de Doutor Honoris Causa desta Sorbonne, que ele frequentou adolescente, a Gilberto Freyre, queremos não somente prestar homenagem ao profundo sociólogo que trouxe tecnicas novas e abriu vias inéditas às ciencias de Homem, mas tambem ao humanista que vem trabalhando de todo o coração, que continua a trabalhar, para a reconciliação entre raças e o amor entre os homens”.

E no mesmo livro, tambem lemos as seguintes palavras de João Guimarães Rosa: “Gilberto Freyre, homem de espirito e ciência, sistematizador, descobridor, grande crítico e artista. Sabe ver, achar, pensar, inventar e por a reviver, remexer, experimentar, interpretar, alumiar, animar, influir, irradiar, criar, mestre. Mas seu estilo macio e falador, à vontade e imediato, exato e espaçoso, limpo e coloidal, personalíssimo e público, embebido de tudo e tão eficazmente embebedor- já por si- daria para abrigar a nossa admiração”.

Ainda o mesmo livro, apresenta a sua obra, cantada em versos, por Manuel Bandeira:

“CASA GRANDE & SENZALA,

Grande livro que fala

Desta nossa leseira brasileira”.

Na vultosa obra, ainda encontramos os seguintes informes: A obra de Gilberto Freyre já foi adptada para o Teatro, Drama em três Atos, de José Carlos Cavalcanti, Rio, Serviço Nacional do Teatro. Alem do mais, esta obra foi traduzida em diversos idiomas, dada sua importancia e repercussão.

No campo da música, o famoso compositor capixaba Lourenço Barbosa fez em 1961, uma suite nordestina, cujo 4º movimento se intitula CASA GRANDE & SENZALA.

Em festejos populares, a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, para o Carnaval de 1962, inspirou-se em CASA GRANDE & SENZALA, dramatizando boa parte do contexto, sob a forma de poema, musica e dança populares.

No prefácio do livro de Diogo de Melo Menezes, um dos biógrafos do Mestre de Apipucos, intitulado GILBERTO FREYRE, Monteiro Lobato diz o seguinte: “Gilberto Freyre tem o destino dos grandes esclarecedores”.

Realmente, em relação à história sociológica do Brasil, ele aclareou e esclareceu. Ao pensarmos, porem, em sua vida no inicio, ou seja, em sua adolescência, só muito tempo depois é que o destino permitiu-lhe esclarecê-la.

Gilberto Freyre sempre procurou ocultar a fase de sua vida cristã batista. Com má vontade, somos levados a crer, deixou vir a lume o livro TEMPO MORTO E OUTROS TEMPOS que contem trechos de um diario de sua adolescencia e primeira mocidade, compreendendo o seguinte periodo da vida do grande cultor brasileiro- 1915 a 1930.

Aqueles que leram esta obra encontraram referencias à vida religiosa do jovem Gilberto. Na pagina nove, diz estar preocupado com o problema do homem em relação a Deus.

Lemos tambem que ele prestava atenção às predicas de Mister Muirhead, seu professor de Geometria e Trigonometria. Mr. Muirhead foi missionário americano batista no Brasil, no inicio do seculo, e é autor de várias obras, dentre as quais, o Cristianismo Através dos Seculos, publicadas pela Casa Publicadora Batista.

Na adolescencia, Gilberto Freyre desejou levar o cristianismo àqueles que não o conheciam, objetivando ligá-los um ao outro, e assim tornou-se batista.

Na mesma obra, encontramos a informação de que Gilberto estudou grego com o professor Taylor, tambem missionario americano batista, e autor de varias obras, como a famosa INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO GREGO, usada por muitos seminarios protestantes e batistas.

O trecho que achamos mais importante narra o que aconteceu em 1917 e que se encontra na pagina 21 do mesmo livro. Quando o jovem Gilberto Freyre teve a sua inesquecivel experiencia de pregador do evangelho. Fez um apelo aos ouvintes e muitos de publico manifestaram o desejo de seguir a Jesus Cristo. A mãe(1) de Gilberto disse que se comoveu ao ver aqueles homens apertando a mão de um menino, em sinal de arrependimento e do desejo de seguirem a Cristo.

Daí para a frente vemos que Gilberto Freyre deixou apagar o que, segundo suas proprias palavras, foi para ele uma experiencia inesquecível.

A proposito de sua vida como evangelico batista, deixamos para o final a obra do Teologo, Historiador e Sociologo MARIO RIBEIRO MARTINS que, a nosso ver, dos biografos de Gilberto Freyre, teve a missão mais nobre e laboriosa, na dificil arte de pesquisar. Segundo o proprio biografo, não teve por objetivo esgotar o assunto acerca da adolescencia de Gilberto Freyre.

No entanto, ao lermos o livro de sua autoria, GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE, sentimos que isto aconteceu, dada a reação que a obra causou no proprio biografado.

O professor Mario foi tão bem sucedido que o Mestre de Apipucos lançou mão de um titulo expressivo- DEPOIMENTO DE UM EX-MENINO PREGADOR- para publicar no DIARIO DE PERNAMBUCO e DIARIOS ASSOCIADOS, o seguinte: “São contactos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e o conhecimento da natureza humana, no sentido das relações do homem com Deus e com o Cristo que é um sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante”.

Inteligentemente, o biografo de Gilberto Freyre apresentou esta face tão importante da vida deste que, intelectualmente falando, é um patrimonio nacional.

Mario Ribeiro Martins traduziu obras raríssimas no Brasil, existentes apenas em dois seminários batistas deste país, situados no Recife e no Rio de Janeiro, tal como o ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1917(Nashville, Tenn: Marshall & Bruce Company, 1917, p.154.

Pesquisou ainda em A MENSAGEM- Jornal dos Batistas do Norte do Brasil, Recife, 1919. Livro de Atas da Primeira Igreja Batista do Recife, 1915 a 1920, da qual Gilberto Freyre foi membro ativo, depois de ter sido batizado por H. H. Muirhead.

Recebeu e pesquisou a Carta da Seventh & James Baptist Church, Waco, Texas, 1973. Usou também a História dos Baptistas de Pernambuco, 1930. Examinou o livro A BRIEF SURVEY OF THE HISTORY OF BRAZILIAN BAPTIST DOCTRINE, de 1955 e muitos outros documentos importantes de valor historico.

Se Gilberto Freyre não tivesse um biografo tão inteligente, a fase mais importante de sua vida, não seria conhecida por nós, amantes do saber.

O livro GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE (São Paulo, Imprensa Metodista, 1973) deve ser lido por todos aqueles que desejarem conhecer mais intimamente o autor de CASA GRANDE & SENZALA, sua vocação e desejo de ser missionário, a influencia protestante em sua vida (o que podemos sentir até hoje, pois Gilberto Freyre tem profundo conhecimento teológico, mostrando isso em seu livro ALEM DO APENAS MODERNO) e outras facetas tais como GILBERTO FREYRE À LUZ DOS RELATÓRIOS DE RICHMOND (Organização batista norte-americana que iniciou o trabalho batista no Brasil), GILBERTO FREYRE E A PRIMEIRA IGREJA BATISTA DO RECIFE, GILBERTO FREYRE, O SEMINARISTA, GILBERTO FREYRE E A IGREJA BATISTA SEVENTH & JAMES (Igreja de que foi membro nos Estados Unidos).

Para enriquecer o livro, encontramos o magnifico prefácio do ilustre Pastor Batista, Parlamentar, Teólogo, Escritor e Historiador baiano, Dr. Ebenezer Gomes Cavalcanti que diz: “O livro de autoria de Mario Ribeiro Martins enriqueceu a literatura biográfica brasileira, objetivando também reacender a chama que ainda não se apagou de completo do coração de Gilberto Freyre, o ex-protestante. Enquanto há vida, há esperança”. (O POPULAR. Goiânia, 16.01.1977).



TÁCITO DA GAMA LEITE FILHO, Gerente da Casa Publicadora Batista(Goiânia, 1977), Escritor, Pastor Batista.





(1)É bom relembrar que embora Gilberto Freyre esteja distanciado da Igreja institucionalizada (e daí dizer que não é católico, nem protestante, mas que possui o seu cristianismo), suas raizes familiares ainda estão vinculadas a uma comunidade de fé. Quem tiver o ensejo, por exemplo, de visitar a Igreja Batista da Capunga, no Recife, poderá conhecer não somente Dona Gasparina Freyre Costa, membro da Igreja há mais de meio século, IRMÃ de Gilberto Freyre, única interprete de sua letra e ex-datilografa dos artigos e trabalhos mais longos do escritor, mas tambem Paulo Costa, assiduo aos trabalhos da Escola Biblica Dominical, membro da Igreja, antigo solista do Coro e cunhado de Gilberto. Eles constituem uma prova cabal das origens evangelicas de Gilberto e do seu misticismo na adolescência.









CONTESTAÇÃO E SOCIOLOGIA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Recente viagem à Europa para um curso de aperfeiçoamento em Sociologia na Universidade de Madrid, possibilitou-nos chegar até Barcelona onde se realizava o Simpósio Internacional de Sociologia na última semana do mês de janeiro de 1973. Suas apertadas reuniões decorreram com a intervenção de destacados sociólogos estrangeiros e bons representantes locais.

O público, minoritário, porém conhecedor e portanto exigente não ficou em linhas gerais satisfeito com as conclusões do Simpósio que abundou em abstrações e foi escasso em elementos úteis ao nosso "hic et nunc" que é em definitivo o que importa.

O Simpósio foi organizado pelo Departamento de Sociologia da Universidade Autônoma (precisamente um departamento dessa Universidade que se encontra em situação bastante precária e conflitiva como conseqüência das mudanças de planos de estudos nas Faculdades de Ciências Econômicas).

Durante a semana, a problemática urbana foi dissecada pelos componentes cuja luta sociológica tentou esclarecer a complicada situação que as estruturas sociais e econômicas criam em torno do homem da cidade torturado por uma "violência lenta e institucionalizada" que ajudada por outra violência evidente da vida na cidade e seus condicionantes (espaço tempo, movimento ambiente) vai limitando o seu raio de ação.

A incidência capital do Urbanismo sobre as atitudes humanas - é um entre os fatores que criam o contexto físico da natureza psicológica e social da pessoa - foi o motivo de muitas das intervenções durante o Simpósio.

Como manifestação dessas atitudes humanas provocadas pela carência de certos elementos nos habitantes marginalizados das grandes cidades um dos participantes, Jean Baudrillard da Universidade de Paris-Nanterre, falou sobre o fenômeno da "contestação".

A divertida dissertação interpretou as "falculdades" contestatárias que nas paredes das ruas nova-iorquinas e londrinas oferecem aos cidadãos de "segunda classe" os seus rabiscos de protestos.

Falou-se das inscrições sobre automóveis nos meios de transporte público, sobre os muros e as paredes nos lugares mais insuspeitos: é a "contestação urbana". Para o professor francês "a cidade se converte assim em uma grande galeria de exposição para os artistas".

As "inscrições" muitas vezes sujas por mais artísticas que sejam - não sugerem nenhum tipo de florescimento artístico novo e transcendental senão o grito rudimentar de protesto de alguém que sofre de alguma forma mais ou menos consciente visível ou evidente, uma pressão sobre algum direito ou necessidade. É também a prova de que para o autor ou autores das "pichações" não existe outro meio de comunicação e protesto.

É o extremismo gráfico de posições que não encontram caminho legal na sociedade ou no sistema no qual existem e graças ao qual nasceram. As "inscrições" não são um fenômeno pitoresco ou divertido, ainda que seu aspecto e sua peculiaridade de estilo o sejam. Responde a situações de um grupo ou um indivíduo a carências e debilidades, a pressões e esquecimentos cuja seriedade e às vezes patetismo lhes confere uma estranha, dignidade de amostras de outra cultura contraposta e quase sempre alienada à oficial do país e ao momento.

A "pichação" como órgão de "contestação urbana" nos parece um fenômeno político, social, religioso, econômico e psicológico de não pouca importância. É a plasmação da nota discordante do grito de rebeldia daqueles que não estão incluídos nas confusas e multitudinárias relações dos sistemas e suas oposições institucionalizadas e para os que a sociedade que os marginaliza não tem ouvidos nem voz.

Não se considera a "pichação do ponto de vista estético ou folclórico e inclusive suas manifestações mais picantes - os desenhos e frases desenhadas e coloridas sobre a superfície dos transportes públicos - o grifo inconfundível de um homem ou um grupo de homens, que sofrem dano em algo que consideram importante para eles não têm outro meio de expressão de comunicação de seu protesto, sua indignação ou essa fúria secreta que anima os desesperados.

O fato é que dos lavatórios públicos às carteiras das classes universitárias, das paredes de alguns locais públicos até os muros de muitos edifícios as cidades modernas se agitam com essa "arte" espontânea e tensa, desgarrada e escatológica das pichações". (JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 21.04.1974).





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COSTUMES DE OUTRORA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





A história das Igrejas Batistas do Brasil, em termos de desenvolvimento doutrinário, apresenta alguns aspectos interessantes e curiosos. No relatório anual da Primeira Igreja Batista do Recife, por exemplo, apresentado por Salomão L. Ginsburg em 1906, são mencionadas algumas destas curiosidades doutrinárias.

Falando sobre a CLASSE DOS INQUIRIDORES (classe de orientação aos novos crentes), disse Ginsburg: "No mesmo mez organizou-se a Classe dos Inquiridores. A sua utilidade é bem patente e os bons serviços que tem prestado ninguém pode contestar." (Salomão L. Ginsburg, Estatutos e Relatório Annual da Primeira Egreja Baptista do Recife, 1906. Recife: Typ. da Livraria Franceza, 1906, p. 18).

Mais adiante o missionário teceu considerações sobre o CÁLICE INDIVIDUAL, dizendo: "Foi também n`este mez, setembro, que se adaptou o uso do Cálice Individual para a Santa Ceia. Que a Egreja acertou adoptando este cálice, hoje, após um ano de experiências, ninguém mais pode duvidar." (Ibid, p. 19).

No mesmo relatório, Salomão destacou a questão da LICENCIATURA DE PREGADORES, argumentado: "A Egreja este anno autorisou a pregar o Evangélho a três dos seus membros: José Pedro da Silva, um dos mais velhos d`esta Egreja... José Barbosa de Freitas, moço ainda, porém inpondo-se à estima de todos quantos o conhecem... José Piani, que a essas horas deve estar no alto mar. Não necessito dizer nada de José Piani, vós o tendes visto sofrendo, lutando e padecendo como poucos". (Ibid).

Nesta ocasião, Ginsburg descreveu o problema da DESFRATERNIZAÇÃO, ACENTUANDO: "Esta Egreja, cançada de sofrer, vio-se obrigada n`uma de suas sessões, a protestar contra tanta malignidade e votou unanimimente a desfraternização. No dia em que a Egreja de Christo em Pernambuco provar o seu espírito christão, esta Egreja, estou bem certo, não fará questão em reconsiderar a moção de desfraternização." (Ibid, p. 25).

No terreno das convenções, há também algumas curiosidades. Uma delas diz respeito ao PARECER SOBRE O ESTADO ESPIRITUAL DAS IGREJAS. De modo geral este relatório consistia de uma análise da situação de cada igreja pertencente à Convenção ou União. (Vide: Actas da Quinta Reunião Annual da União Baptista Leão do Norte, 1904. Pernambuco: Typ. do Jornal do Recife, 1904, p. 6).

Uma outra curiosidade diz respeito às comissões. Estas abrangiam aspectos interessantes, tais como: COMISSÃO DE EXERCICIOS RELIGIOSOS E COMISSÃO DE TEMPERANÇA, entre outras. (Ibid, p. 7). (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 28.01.1973).





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DE SUPERINTENDENTE DA

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

A GOVERNADOR DO ESTADO.

(Eraldo Gueiros Leite)





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Embora pouco lida no Brasil, a Bíblia tem exercido influência nada surpreendente nos elementos mais cultos da sociedade nacional. Desde Rui Barbosa que revelou profundo conhecimento das Escrituras Sagradas, inclusive, citando-as em várias ocasiões, José Inácio de Abreu e Lima, que provocou a reação do clero católico, por seu desassombro em arcar contra o meio infenso ao livre exame da Bíblia.

Tobias Barreto de Menezes, que sobre a Bíblia, disse: "É um modelo de tudo quanto é belo e bom". José Maria Machado de Assis, que revelou ser a Bíblia Sagrada o livro de sua predileção, quando declarou: "Os leitores nos dispensam dizer que a Bíblia é o livro por exelência". Henrique Maximiano Coelho Neto, teve a sua cultura literária influenciada pela Bíblia e daí suas expressões: "Homem de fé, o livro de minha alma, aqui o tenho: é a Bíblia. Não encerro na biblioteca, entre os do estudo, conservo-o sempre à minha cabeceira, à minha mão."

A influência do Livro Sagrado tem sido marcante na história da nação brasileira, principalmente nos momentos decisivos, quando se encontraram em jogo os princípios democráticos e os ideais de independência.

Entre os ilustres cidadãos da atualidade, que receberam a preciosa influência das Escrituras Sagradas, destaca-se o atual Governador de Pernambuco. Eraldo Gueiros Leite, homem público, filho de ilustre família de presbiterianos do Recife e mais precisamente de Canhotinho no mesmo Estado, foi criado num lar onde a Bíblia era o livro de leitura diária.

Sobre esta influência, há um testemunho expressivo, que é do saudoso Jerônimo Gueiros, pastor e fundador de algumas igrejas presbiterianas no Recife, ex-presidente da Academia Pernambucana de Letras e um defensor autêntico da Bíblia Sagrada: "Dr. Eraldo Gueiros Leite" - disse Jerônimo - "irmão na inteligência, como no sangue, de Evandro Gueiros Leite, nasceu e criou-se sob a influência do Evangelho. Amigo do ensino da Bíblia, Eraldo Gueiros já exerceu na Igreja Presbiteriana da Boa Vista o lugar de SUPERINTENDENTE (grifo nosso) da Escola Bíblica Dominical" (Jerônimo Gueiros, Projeções de Minha Vida. Recife, 1952, p. 294).

Apesar de não estar vinculado, atualmente, a qualquer confissão religiosa, o governador tem destacado a validade dos princípios evangélicos e especialmente a influência da Bíblia sobre a sua formação. Assiste, esporadicamente, aos ofícios religiosos na Igreja Presbiteriana do Recife, que é pastoreada por um de seus parentes, o Rev. Israel Gueiros, ilustre nome do presbiterianismo brasileiro. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 29.04.1973).





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DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO

DEVE SER LANÇADO

EM JANEIRO DE 2001.





Mariá Soares*







Mário Martins é autor do primeiro Dicionário Biobibliográfico do Tocantins. O escritor Mario Martins pesquisou em diversas fontes nos últimos dois anos. O livro terá tiragem de 2,5 mil exemplares.

O autor deverá receber em dezembro o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS(1), resultado de uma pesquisa iniciada em 1998. Trata-se da primeira obra desta natureza no Estado do Tocantins.

No ano passado, Martins lançou o Dicionário Biobibliográfico de Goiás, com 1232 páginas e composto por mais de mil autores que nasceram, viveram ou passaram por Goiás.

Agora, ele pretende homenagear escritores que atuam no Tocantins, ainda que não tenham aqui nascido. O livro terá uma tiragem de cerca de 2,5 exemplares e sairá pela Editora Master, do Rio de Janeiro.

O lançamento está previsto para janeiro de 2001. O autor conta que para concluir o livro pesquisou em Bibliotecas, mandou correspondências e comprou cerca de 45 dicionários biobibliográficos.

A longa pesquisa resultou num apanhado de aproximadamente 1.400 nomes, entre verbetes, pesquisadores, críticos literários, jornalistas, etc.

Entre os nomes que estarão biografados no Dicionário, está o do Tenente-Coronel Antonio Siqueira Campos(Rio Claro, SP, 1898) que escreveu FLANCOS DA COLUNA. “Ele foi vinculado ao Tocantins, porque em junho de 1925, seu grupo marchou sobre Goiás, passando por Jataí e depois Caiapônia. Alcançou Taguatinga, hoje no Tocantins, onde travou combate com a força policial, no dia 29 de setembro de 1925.

Depois o grupo seguiu para Porto Nacional, onde foi recebido pelo Frei Dominicano José Maria Audrin, no dia 12 de outubro de 1925 e cuja narrativa se encontra no livro ENTRE SERTANEJOS E INDIOS DO NORTE(Rio de Janeiro, Editora Agir, 1946), página 247, dando conta da presença dos revolucionários, hospedados no Convento Dominicano de Porto Nacional, Paulo Kruger, João Alberto, Miguel Costa, Juarez Távora e Luiz Carlos Prestes”.

O Dicionário Biobibliográfico do Tocantins apresenta muitas outras curiosidades. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 17.10.2000).





MARIÁ SOARES é Jornalista, Redatora e Editora.







(1) Este Dicionário foi publicado pela Master, do Rio de Janeiro, em 2001, com 924 páginas e foi lançado na Secretaria da Cultura do Tocantins, no dia 04.05.2001, tendo sido apresentador da obra, o Desembargador Marco Villas Boas.







DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO

FAZ REGISTRO DE

AUTORES GOIANOS E TOCANTINENSES.





Luciane Goebel*





A obra de 1.230 páginas e mais de dois mil verbetes foi lançada por Mario Ribeiro Martins. Teotonio Segurado tambem foi lembrado no livro.

O escritor Mario Ribeiro Martins acaba de lançar o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIAS(Rio de Janeiro, Master, 1999). Uma obra completa que registra vida e obra de autores que nasceram, viveram ou passaram pelo Estado, a partir do século XVIII.

Do livro tambem fazem parte 138 escritores com ligações com o Tocantins, seja pelo nascimento no antigo Norte de Goiás ou porque nele viveram ou por ele passaram.

São 1.230 páginas e centenas de verbetes resultantes de quase três anos de pesquisa.

“Todos os estados brasileiros já têm uma obra desse tipo, menos Goiás e Tocantins. Futuramente, pretendo fazer uma apenas para o Tocantins”, ressaltou Mário Martins. O objetivo principal do livro é resgatar a memória dos escritores do passado e servir de subsidio inclusive para pesquisadores e historiadores que tenham algum interesse pela história literária de Goiás e Tocantins.

Nomes de personalidades constam nos relatos. Entre eles, o Ouvidor Joaquim Teotonio Segurado e um de seus filhos, o Rufino Teotonio Segurado que foi Juiz da Comarca de Palma(hoje Paranã) e que escreveu “VIAGEM DE GOYAZ AO PARÁ”. E ainda Abílio Wolney, importante nome de Dianopolis, bem como Virgilio Martins de Mello Franco que veio de Paracatu(MG), em 1875, como Juiz para Conceição do Norte.

O autor tambem faz referência a Sebastião Rocha Lima, pai de Luiz Fernando Rocha Lima, ex-diretor geral da Organização Jaime Câmara no Tocantins e atual Diretor Geral do JORNAL DE BRASILIA(1).

O lançamento oficial do livro aconteceu em Salvador(BA), em maio, isso devido ao autor ser baiano e devido às comemorações do 116º ano do lançamento do primeiro DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO BRASIL, escrito por Sacramento Blake.

“Quando Blake lançou a obra tinha 56 anos de idade, fato que coincide com a minha idade atual”, destacou Mario Martins que escreveu inumeras obras e artigos nas areas de Sociologia, Literatura, Biografia, História, Filosofia, Epistemologia e Cultura. Entre seus trabalhos anteriores, destacam-se ESCRITORES DE GOIÁS, FILOSOFIA DA CIÊNCIA, HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL, SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL, etc.

Para conseguir um exemplar da obra atual, o interessado deve escrever para a Caixa Postal, 827, Anapolis, Goiás(2). (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 24.06.1999).





LUCIANE GOEBEL é Jornalista, Redatora e Editora.





(1) Nos ultimos tempos(2008), Luiz Fernando Rocha Lima tem sido Diretor de Jornalismo da Organização Jaime Câmara. Está no quadro de membros honorários da Academia Goianiense de Letras.

(2) Com a mudança para o Tocantins, Mario Martins passou a ter a Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77.001-970.





DICIONÁRIO GENEALÓGICO

-MARIO E FILEMON-.





Antonio Monteiro*





Você diz num dos seus livros, ser uma pessoa fascinada pelos dicionários e eu como leitor e apreciador de suas obras literárias, não poderia deixar de fazer um relato sobre o dicionário genealógico da família Ribeiro Martins, conhecida também como a árvore genealógica da família, aliás, muito bem pesquisado e elaborado em parceria com o seu irmão Filemon Francisco Martins.

Este pode não ser o melhor livro da Vossa Coleção, entre tantos outros, mas para mim é talvez uma das melhores obras literárias escritas por vocês até então, pois este dicionário propriamente dito focaliza a família como um todo, em todas as suas gerações, daí a razão de sua importância. Em suma, uma verdadeira obra de grande valia.

Tenho certeza que tanto você Mário, quanto o seu irmão Filemon, tiveram um minucioso trabalho ao pesquisarem tantos membros de uma numerosa família, uma vez que a grande maioria entre eles, refere-se à pessoas falecidas há muitas décadas atrás.

Com tudo isso, vocês não mediram esforços, não excluíram ninguém, selecionando todas as pessoas da família, sem distinção de nomes ou de grau de parentesco. Esse dicionário é muito divertido, um verdadeiro passa tempo.Parabéns!!!

Acredito que, nenhum professor, pesquisador ou pessoa influente do meio literário, da região de Xique-Xique,Cidade da Barra,Morpará, Ibotirama, Brotas de Macaúbas, Ibipetum, Barra do Mendes e Bom Jesus da Lapa, tenha concretizado até então, um trabalho tão valioso quanto este.

Não poderia deixar de destacar que este dicionário ficará e servirá de exemplo não só para aqueles que estão presentes, mas também para as futuras gerações e muitos que nascerão , provavelmente, hão de concordar com as minhas palavras. Acreditem!!!

Finalmente, quero dizer ao Mário e Filemon, que na minha modesta opinião, a família é o melhor e o maior bem que nós temos em nossa vida enquanto vivermos, já que quando partirmos para a eternidade, nada desta terra levaremos, mas deixaremos portanto, esposa, filhos, netos, enfim, os frutos das sementes que semeamos neste grande Universo de todos. Abraços. (São Paulo,11 de Outubro de 2008).



ANTONIO MONTEIRO é intelectual, leitor e apreciador de genealogia.







DICIONÁRIO REUNE

DADOS DE ESCRITORES GOIANOS.





Gêza Maria*





Organizada por Mário Ribeiro Martins, a obra tem informações sobre a produção literária e a vida das pessoas que publicaram livros em Goiás.

Já está pronto o primeiro DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS. Depois de muita pesquisa e dedicação, o escritor e Procurador de Justiça Mário Ribeiro Martins, um baiano que se diz goiano de coração, fez o lançamento da obra na Biblioteca Publica de Salvador, no dia 23.

O local foi escolhido para homenagear SACRAMENTO BLAKE(Augusto Victorino Alves Sacramento Blake), natural da Bahia, autor do DICCIONARIO BIBLIOGRAPHICO BRAZILEIRO, o primeiro livro do gênero publicado há 116 anos, em 1883.

Como todo dicionário, a obra de Mário Ribeiro Martins é extensa. São mais de 1.200 paginas contendo informações sobre a vida e produção literária de mais de dois mil autores que publicaram livros em Goiás.

A idéia de fazer a compilação surgiu em 1975, época em que Mario Ribeiro procurou e não encontrou obra semelhante em Anápolis, cidade para onde se mudou, depois de ter deixado Recife e Salvador. Para chegar ao Dicionário, o Procurador de Justiça publicou anteriormente livros que agora serviram como fonte de dados, como ESTUDOS LITERÁRIOS DE AUTORES GOIANOS e ESCRITORES DE GOIÁS.

Alem da ausência de uma obra que reunisse a produção literária, os poucos dados biográficos que os livros trazem atualmente estimulou Ribeiro Martins a levar o projeto adiante.

Finalizar o trabalho não foi fácil. Conforme diz o autor, a maior dificuldade foi reunir as informações biográficas dos autores. “Para consegui-las em número suficiente, entrei em contato com as famílias por telefone e através de carta. Algumas respostas nunca chegaram. Como alguns verbetes não tiveram um número satisfatório de informações, fui obrigado a acrescentar uma explicação aos leitores”, comenta Martins que desde 1983 é membro da Academia Goiana de Letras.

Como a intenção de Mario Martins era resgatar a memória dos escritores goianos já mortos e divulgar o trabalho dos que ainda atuam, o autor não estabeleceu critérios rígidos de seleção e nem levou em conta a qualidade da produção literária. Conforme explica, todas as pessoas que tiveram livros publicados fazem parte do Dicionário. Outra peculiaridade do trabalho é a confecção dos verbetes com o nome de batismo dos autores. “Fiz isso em respeito às mulheres divorciadas que não usam mais o sobrenome dos ex-maridos”, comenta.

Pela obra desfilam nomes já esquecidos da história de Goiás, como Afrânio de Melo Franco, Virgilio Martins de Melo Franco, Abílio Wolney - pivô do romance O TRONCO, de Bernardo Elis - e inúmeros outros. De acordo com Ribeiro Martins, estão no Dicionário autores de obras com temas diversos, como FISICA, BIOLOGIA, LITERATURA, MATEMÁTICA e até PORNOGRAFIA. “Creio que, ao resgatar a memória dos escritores goianos, o Dicionário vai servir como fonte de pesquisa”, afirma.

Até agora a obra está sendo comercializada apenas através de Caixa Postal. Segundo o autor, o Dicionário está sendo vendido por mala direta para todo o Brasil, pois não há interesse em revendê-lo nas livrarias. “As livrarias cobram cerca de 30% sobre o valor da obra para colocá-la nas prateleiras. Discordo desse valor. É um absurdo. Enfim, o autor pesquisou, escreveu, publicou. Perder logo de cara 30% é um horror. Outro fato é que os donos de livrarias não morrem de amor por autores goianos, com exceção da Livraria Cultura Goiana, que chega a comprar livros para revender, ressalta Mário Ribeiro Martins” (O POPULAR. Goiânia, 07.05.1999).





GÊZA MARIA é jornalista, editora e redatora.





DIPLOMA DE SÓCIO DA ACADEMIA.





Inocêncio Candelária*





Recebemos diploma de Sócio Correspondente da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, de Anápolis, Goiás- a poetisa Carolina P. Andreozzi, o poeta José Pinto de Moraes e eu (Inocêncio Candelária). Somos, assim, com muita honra para nós, membros daquela Casa de Letras.

Em sequência a esse fato, tomamos conhecimento do talento, da cultura e da produção intelectual de Mário Ribeiro Martins, ilustre membro da citada Academia e secretário da mesma.

Ele é Bacharel e Mestre em Teologia. Licenciado em Filosofia Pura. Bacharel em Ciencias Sociais. Bacharel em Direito.

Especializou-se em Educação Moderna, em Madrid e Administração Publica em Alcalá de Henares, na Espanha.

Professor Titular de Etica Profissional, Sociologia e Filosofia, na Universidade de Anapolis. Coordenador do Departamento de Filosofia e Teologia, da Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão, de Anapolis.

Promotor de Justiça e autor de livros de Direito, Teologia, Educação, História, Estudos Brasileiros, Economia, Psicologia, Literatura, Sociologia, Filosofia e Biografia. Seu endereço para correspondência é Caixa Postal, 827, Anapolis, Goias, 77.100(1).

Desse apreciado autor, conhecemos os livros GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE (São Paulo, Imprensa Metodista, 1973), com o sub titulo de UMA CONTRIBUIÇÃO BIOGRÁFICA.

Tambem HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL (Recife, Acácia Publicações, 1974), com o sub titulo de CONTRIBUIÇÃO PARA A HISTÓRIA DOS BATISTAS BRASILEIROS.

Ainda FILOSOFIA DA CIÊNCIA (Goiania, Oriente, 1979). Este livro, em linguagem clara, é proprio para os estudantes de Filosofia, nos cursos de Educação, Comunicação, Ciencias Sociais, Direito, servindo para todos que queiram estudar a vida e o mundo.

O seu método de estudo ou programa é A FILOSOFIA NO BRASIL, PERSPECTIVA HISTÓRICA DA FILOSOFIA, PROBLEMAS GERAIS DA FILOSOFIA, FILOSOFIA E EDUCAÇÃO, ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA, FILOSOFIA E DIREITO, entre outros temas.

Os interessados nos seus livros poderão se dirigir ao autor no endereço acima indicado. (DIÁRIO DE MOGI. Mogi das Cruzes, São Paulo, 05.07.1979).





INOCÊNCIO CANDELÁRIA é Jornalista, escritor, editor.







(1) Com a mudança do autor, seu endereço passou a ser: Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77.001-970.





DIREITOS AUTORAIS(1).



Mario Ribeiro Martins*





Embora alguns estudiosos afirmem que a atividade literária entre Romanos e Gregos permitia aos autores uma forma de sobrevivência, a afirmativa parece não ter consistência histórica.

É sabido que os intelectuais gregos, de modo geral, eram escravos e como tais constituíam propriedade dos senhores. Alguns deles eram cegos, não porque tenham nascido, mas porque foram feitos cegos para que não fugissem. Era uma maneira esdrúxula que os gregos tinham de admirar os gênios da poesia e da literatura.

O fato faz lembrar a musica de Luiz Gonzaga, cuja letra denuncia a pratica de furar os olhos do ASSUM PRETO(pássaro preto), para que este pudesse cantar melhor.

Entre os romanos não se falava em direitos relativos aos frutos da inteligência. Veja-se que os DIREITOS eram subdivididos em PESSOAIS, OBRIGAÇÕES e REAIS. Aqui se esgotava o conhecimento jurídico sobre o assunto.

Assim, o pensamento não era objeto de nenhum direito, não se cogitando, portanto, de qualquer tipo de proteção legal. Somente se tratava de proteger o pensamento que se concretizava em objeto material. Se o artista idealizasse uma estatua e a construísse, esta estaria protegida, pois não se tratava mais de uma idéia, mas de um objeto material.

Não havia uma distinção clara entre o trabalho mecânico e a atividade intelectual, ou seja, entre o direito de propriedade sobre o objeto e sobre a criação intelectual.

Durante muito tempo e até hoje, ao escritor resta somente o recebimento de determinadas honrarias e, quando muito, um emprego publico, com o qual passará o resto da vida. Neste sentido, o direito romano se orientava por uma concepção materialista que estava longe de favorecer a criação intelectual, tida como irrelevante para o progresso do Estado.

O Direito Autoral, no sentido de reconhecimento da atividade intelectual, só começa a ter, os seus primeiros vislumbres no século XV. Com a invenção da imprensa, a literatura como produção intelectual alcançou um novo status. O sistema de privilegio foi uma manifestação dessa nova situação. Tal sistema se prolongou durante muito tempo.

Ao Rei era concedido o direito, o poder e a autoridade de conferir ao autor de obra literária, a permissão especial para explorar ou comercializar o seu trabalho intelectual. Existiam, evidentemente, determinadas condições e a exploração se fazia por certo tempo. Na verdade, pouquíssimos eram aquinhoados com tal privilegio e quando tal ocorria, era porque a obra constituía um Tratado de Bajulação à pessoa do Rei, do contrario, a licença não lhe era concedida e, em muitos casos, sobrava ao escritor, nada menos que a FORCA.

Não havia, portanto, o Direito Autoral, o que havia era uma atribuição de Direito ao autor, concedido como Favor, Graça e Obsequio pelo seu trabalho intelectual. O regime do privilégio era totalmente dependente da censura, o que era válido também para as produções artísticas.

Ao lado das obras literárias e artísticas, estão os inventos. Se o sistema de privilegio, com o passar dos tempos, desapareceu no que concerne à literatura e à arte, em relação à invenção, não desapareceu.

Assim é que a figura da PATENTE, inserida na moderna legislação não é outra coisa, senão a manutenção do antigo privilegio, evidentemente com outra roupagem. A patente, alem de ser o reconhecimento do autor, é também uma licença para o monopólio, em termos de exploração no sentido industrial.

Diferentemente das obras literárias e artísticas, os inventos como fruto da inteligência e da pesquisa, sofrem mais restrições e daí serem melhor regulamentados.

Historicamente falando, o sistema de privilégios foi vencido na Inglaterra. Os ingleses, influenciados pelas idéias avançadas de vários pensadores, entre os quais, John Locke, reconheceram os direitos autorais. Juridicamente falando, o fato se deu através da instrumentalidade da Rainha Ana que sancionou o BILL, de 11.01.1709, regulamentando o COPYRIGHT.

Deste modo, o direito do autor ou do que tinha a concessão de uma obra literária ou artística deveria durar catorze(14) anos, contando-se da primeira publicação, podendo ser renovado, desde que o autor ainda estivesse vivo. De qualquer forma, os beneficiados, seja em termos de privilegio ou depois da sanção da nova lei, sempre foram os editores e nunca autores propriamente ditos.

Quase meio século mais tarde, a Dinamarca adotou o mesmo critério, reconhecendo os direitos autorais, embora a questão continuasse a ser debatida durante todo o século XVIII e alem dele, em virtude da crescente insatisfação dos autores constantemente ludibriados e explorados pelos editores.

As transformações surgidas com a Revolução Francesa terminaram por alcançar também as obras literárias e artísticas. Todos os tipos de privilegios, em todas as áreas e facetas da vida humana desapareceram, inclusive os privilegios concedidos aos editores. Os direitos autorais, a partir de então foram protegidos, para o que contribuiu a nova gama de conceitos que passou a vigorar na França.

A Convenção Francesa, pela Lei de 19.07.1793, estabeleceu normas quanto ao reconhecimento da propriedade literária e artística. E foi alem, reconheceu o direito da atividade em termos de literatura e arte, oriundo do trabalho intelectual, como um direito mais legitimo e mais sagrado do que a propriedade das coisas, o que significou um extraordinário avanço dentro da legislação pertinente.

O reconhecimento de tal direito corroborava com o fato de que não há relação jurídica mais completa e mais autentica do que aquela que vincula o titular ao objeto de seu direito ou de sua criação. Tudo isto significava o direito de melhor usufruir os resultados do trabalho intelectual.

Determinadas dificuldades têm surgido quando da aplicação à criação intelectual de normas elaboradas para orientar as coisas materiais. Daí, o aparecimento de termos designativos de fatos relativos à produção no campo literário e artístico, entre os quais, a expressão “propriedade intelectual”, reveladora de que o fruto do intelecto é também matéria, embora com características próprias. Assim, o direito de propriedade passava a ser extensivo também aos resultados do labor intelectual.

Modernamente, a doutrina dos direitos autorais está presente em todos os diplomas legais. Seja em forma de direitos intelectuais sobre as obras literárias ou artísticas ou sobre inventos, trabalhos e modelos industriais. O artigo 27, § 2º, da Declaração Universal dos Direitos do Homem acentua: “Todo homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais de qualquer produção cientifica, literária ou artística da qual seja autor”.

A CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL, de 1824, em seu artigo 179, § 26, destaca: “Aos autores de obras literárias e artísticas é garantido o direito exclusivo de reproduzí-las pela imprensa ou por qualquer outro processo mecânico. Os herdeiros dos autores gozarão desse direito pelo tempo que a lei determinar”.

Em igual sentido se pautaram os Códigos Penais de 1830 e 1890 ao incluírem em seus dispositivos, punições para os crimes de falsificação e imitação de obras literárias e artisticas.

A CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, de 1934, em seu artigo 113, § 20, acentuou: “Aos autores de obras literárias, artísticas e científicas é assegurado o direito exclusivo de reproduzí-las. Esse direito transmitir-se-á aos seus herdeiros pelo tempo que a lei determinar”. No entanto, a CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, de 1937, manteve absoluta silencio sobre o assunto. A Constituição de 1946 repetiu, com outras palavras, as Constituições de 1891 e 1934, usando, para isto, o Artigo 141, § 19. A CONSTITUIÇÃO DO BRASIL, de 1967, no seu Artigo 150, § 25, fez a mesma repetição. A CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, de 1969, chamada Emenda Constitucional, em seu Artigo 153, § 25 declara: “Aos autores de obras literárias, artísticas e cientificas pertence o direito exclusivo de utilizá-las. Esse direito é transmissível por herança, pelo tempo que a lei fixar”.

O fato, porem, é que tais postulados, repetidos nas diversas Constituições brasileiras jamais foram capazes de verdadeiramente amparar os autores, sem que houvesse normas reguladoras mais detalhadas e mais eficazes.

A primeira lei nacional verdadeiramente voltada para os direitos autorais é a de Nº 496, datada de 01.08.1898, sancionada pelo Presidente Prudente de Morais. A inspiração desta lei, deve-se ao escritor e Deputado Federal Medeiros e Albuquerque. Projetos anteriores a respeito do assunto já tinham sido apresentados à Câmara Federal.

Em 1856, Aprigio Justiniano da Silva Guimarães encaminhou à Camara dos Deputados um projeto neste sentido. O mesmo fez Gavião Peixoto, em 1858. Tempos depois, em 1875, José de Alencar apresentou semelhante projeto que, como os demais, foram completamente esquecidos.

Após a Constituição de 1891, a legislação sobre os direitos autorais tornou-se abundante, havendo mais de 200(duzentos) atos legislativos neste sentido, de que a Lei Medeiros e Albuquerque é o marco mais profundo, precisamente por ter definido em seu Artigo 1º, os direitos do autor de forma mais minunciosa, alcaçando desde a autorização para tradução até a garantia dos direitos do autor, sua cessão, transmissão, etc. É a partir da Lei 496, de 1898, que se formou o direito brasileiro do autor.

Fora disso, já em 1882, Tobias Barreto em seu jornal escrito DEUTSCHER KAEMPFER(Lutador Alemão), impresso em Escada, Pernambuco e cujo único leitor era ele mesmo, usou pela primeira vez a expressão Direito Autoral, posteriormente substituida por outras, entre as quais, Direito do Autor ou Direito de Autor.

A Lei Nº 2.577, de 1912, sancionada pelo Presidente Hermes da Fonseca serviu para ratificar a Lei 496, de 1898, dando-lhe nova roupagem, especialmente quanto ao Artigo 13 que relacionava e submetia o gozo do direito de autor, ao registro na Biblioteca Nacional.

Assim, os direitos autorais durante muito tempo foram protegidos não apenas pelo Código Penal que continha um capitulo sobre os “Crimes contra a propriedade literária, artística, industrial e comercial”, mas tambem pela propria Lei 496. Na verdade, tal situação permaneceu até 1917, quando entrou em vigor o Código Civil Brasileiro, cuja Lei Nº 3.071 fora sancionada pelo Presidente Wenceslau Braz.

Seguiram-se varias outras leis, decretos e regulamentos disciplinadores da materia, reforçando ainda mais os direitos autorais. Relembre-se, por exemplo, o Decreto 4.092, de 1920, baixado pelo Presidente Epitácio Pessoa. Tambem em seu governo foi ratificada a Convenção de Berna. Tal Convenção tinha sido assinada em 1886, por varios paises, com o proposito de proteger de forma eficaz e uniforme os direitos dos autores sobre as respectivas obras literarias e artisticas. Esta Convenção foi revista em varias outras épocas e locais, uma delas em Bruxelas, em 1948. Outros decretos podem também ser relembrados, como o Decreto 4.790, de 1924, baixado pelo Presidente Artur Bernardes. (CORREIO DO PLANALTO. Anápolis, Goiás, 17.02.1981).





(1) Sobre este assunto, o autor escreveu também o artigo A LEI BURLANDO A LEI que é repetido aqui como enriquecimento da matéria.







A LEI BURLANDO A LEI





(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Mário Ribeiro Martins*







Refiro-me ao parágrafo 4º, do Artigo 184, do Código Penal Brasileiro que diz, em resumo, que “O disposto nos parágrafos 1º, 2º e 3º não se aplica... à cópia de obra intelectual, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto”.

Ou seja, o que o parágrafo está dizendo é que quem tira cópia xerox para uso próprio, não comete nenhum crime. Então na prática, o que acontece? Adão tira uma cópia para uso próprio. Mário tira uma cópia para uso próprio. Artur tira uma cópia para uso próprio. No fim, dois mil tiraram cópia para uso próprio, sem que tenham cometido qualquer crime.

É ou não é, a lei burlando a lei? Ora, se o Caput do Artigo 184, preconiza pena de “detenção, de 3 meses a 1 ano ou multa” para quem viola direitos do autor, como pode o parágrafo 4º abrir tal exceção? Imagine-se uma classe de cem alunos, em que cada um tirou uma copia xerox para uso próprio do livro MANUAL DO TÉCNICO E AUXILIAR DE ENFERMAGEM(Goiânia, AB Editora, 1999). Foram cem copias tiradas e ninguém cometeu crime. Prejuízo certo para o autor e também para a Editora.

O parágrafo 1º, do Artigo 184, do dito Código Penal, preconiza pena de “reclusão, de 2 a 4 anos e multa”, mas vem o parágrafo 4º e burla o 1º, abrindo uma exceção que, na pratica, é maléfica ao autor.

Os parágrafos 2º e 3º, do dito Artigo 184, preconizam penas de “reclusão, de 2 a 4 anos e multa”, mas vem o parágrafo 4º e burla(os dois) o 2º e o 3º, sem nenhuma cerimônia. O que fazer?

Alguém diria: Para proteger o autor, se tem a Lei de Direitos Autorais, a Lei 9.610, de 19.02.1998. Só que na parte criminal, a Lei de Direitos Autorais remete exatamente ao Artigo 184, do Código Penal Brasileiro, que apresenta as brechas já referidas. Então, continua a pergunta: O que fazer? O pior é que os grandes comentaristas do Código Penal Brasileiro nem chegam ao parágrafo 4º, do Artigo 184 e, quando chegam, não dizem absolutamente nada de aproveitável.

Com a palavra meus ilustres juristas, entre os quais, Dr. Ismar Estulano Garcia, meu antigo colega no Curso de Especialização em Direito Penal, com o Professor Licínio Leal Barbosa, na Faculdade de Direito, da Universidade Federal de Goiás. (texto publicado no livro A CONSCIÊNCIA DA LIBERDADE E OUTROS TEMAS. Goiânia, Kelps, 2008).







MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

ESCRITOR.

SITE: www.mariomartins.com.br

CAIXA POSTAL, 90, PALMAS, TOCANTINS, 77001-970.

FONES: (063) 32154496. (063) 99779311.

HOME PAGE: http://www.genetic.com.br/~mario

E-MAIL: mariormartins@hotmail.com





DOIS GOIANOS FAZEM

PARTE DA OBRA.





Dilmar Ferreira*





Trata-se do livro ESCRITORES DO BRASIL(Rio de Janeiro, 1978). Para nós goianos, isso é uma honra e louvor, porque ANATOLE RAMOS, apesar de não ser goiano de nascimento, aqui vive há quase duas decadas. MARIO RIBEIRO MARTINS é baiano, mas vive em Anapolis, onde tem feito muito pela cultura.

No final da apresentação, Aparicio Fernandes afirma que ESCRITORES DO BRASIL “é uma mensagem de fé, de amor e de idealismo. Que o nosso povo cada vez mais se aprimore e se desenvolva intelectualmente, é o desejo sincero de todos os participantes deste livro. Para o bem de todos e felicidade geral da nação. Porque nunca é demais repetir a frase de Monteiro Lobato- UM PAÍS SE FAZ COM HOMENS E COM LIVROS”.

À primeira vista, ESCRITORES DO BRASIL parece uma obra cansativa, mas como a variedade de estilo é muito grande, torna-se uma leitura envolvente e que o leitor é capaz de lê-la em pouco tempo.

Quanto a ANATOLE RAMOS, de Ervália, Minas Gerais, 15.10.1924, escreveu, entre outros, ANTES DAS ÁGUAS, O SARGENTO VERMELHO, O INSPETOR, etc. Formado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, mudou-se para Goiania, em 1963, já com 39 anos, casado e pai de sete filhos. Formou-se em Letras Vernaculas, pela Universidade Federal de Goias. Tornou-se Funcionario Publico.

Quanto a MARIO RIBEIRO MARTINS. Nasceu em Ipupiara, Bahia, em 07.08.1943, filho de uma ilustre familia do sertão baiano. Depois dos estudos primários feitos em sua terra natal e tambem em Morpará, fez o ginásio em Bom Jesus da Lapa, Bahia. Transferiu-se para o Recife, onde estudou Teologia, Ciencias Sociais e Filosofia Pura. Lecionou na Universidade Catolica de Pernambuco, na Universidade Federal Rural, no Seminario Teologico Batista do Norte do Brasil e na Escola Superior de Relações Publicas.

Escreveu para o DIARIO DE PERNAMBUCO, JORNAL DO COMMERCIO(Recife) e JORNAL BATISTA(Rio de Janeiro).

Fez cursos de especialização, na área de Educação e Sociologia, alem de Administração, respectivamente, no Instituto de Cultura Hispanica de Madrid e na Escuela Nacional de Alcalá de Henares.

A partir de 1975, com 32 anos, passou a residir em Anapolis, onde leciona na Associação Educativa Evangélica. Aqui Mario Martins cursou Direito e depois de ser aprovado em Concurso Publico, de Provas e Titulos, foi nomeado Promotor Publico, função que exerce na vizinha cidade de Abadiânia.

Escreveu vários livros, sendo que a maioria encontra-se esgotada. Dentre suas obras destacam-se SOCIOLOGIA DA COMUNIDADE, ESBOÇO DE SOCIOLOGIA, CORRENTES IMIGRATÓRIAS DO BRASIL, MISCELÂNIA POÉTICA e GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE.

Mario Martins participa da obra ESCRITORES DO BRASIL, com dois trabalhos- DOIS AMIGOS E SEUS ENÍGMAS HISTÓRICOS e CANTO DE MORTE NOS POETAS NACIONAIS.

“Dois Amigos e seus Enígmas Históricos” parece um conto, mas deixa de ser porque o autor toma parte nas personagens descritas no trabalho. Poderia ser rotulado como uma narração de um sentimento interior que toma conta do seu “ser” quando lê alguns autores.

Mario Ribeiro Martins lendo as obras de Antonio Guevara que viveu no século XVI e que foi um dos maiores prosistas de seu tempo, bem como Jeronimo Benito Feijoo, um espanhol do seculo XVIII, com quem Mario confessa passar momentos graciosos, durante seus retiros de estudos.

Mario faz uma comparação do papel desempenhado pelos dois intelectuais, cada um no seu tempo. Para Mário, apesar do tempo que separa Antonio Guevara e Jeronimo Benito Feijoo- mais de dois séculos- há uma semelhança nos procedimentos desses dois homens ilustres, amigos sentimentais do autor, pelo menos assim Mário afirma, quando diz:

“Isto de ter amigos tão antigos traz não poucas vantagens. Se eu os enfado, eles não têm oportunidade de reclamar. Se eles me irritam (coisa que acontece frequentemente entre amigos), não tenho meios para fazê-los saber. De modo que estou com eles, quando quero e sem eles, quando não gosto de sua companhia. Porem que saborosa e amena é esta companhia através de seus livros”.

“Canto de Morte nos Poetas Nacionais” é um trabalho de análise que Mario Ribeiro Martins fez, analisando as composições poéticas de vários autores não só contemporâneos, como pertencentes a varias escolas literarias, quando esses escritores invocam a morte em suas poesias.

A titulo de ilustração, citamos alguns trechos formalizados pelo autor do trabalho. Gonçalves Dias, maranhense, chegou a escrever: “Meu canto de morte, guerreiros, ouvi”. Myrtes Ribeiro escreveu o SALMO DA MORTE, cuja afirmação inicial demonstra uma estranha familiaridade com a morte, quando diz: “Eu te aguardo, morte desconhecida. Eu me ofereço a ti, bela ignorada por tantos dias. Teu beijo é o do verme cego e surdo”.

Nestas mesmas condições, o autor mostra referencias acerca da morte em vários poemas de autores das diversas escolas, inclusive autores goianos, como é o caso de Miguel Jorge. (CORREIO DO PLANALTO. Anápolis, Goias, 08.09.1978).





DILMAR FERREIRA é Jornalista, Diretor-Proprietário de vários jornais, entre os quais, CORREIO DO PLANALTO, MANCHESTER, O ANÁPOLIS, etc.









DUPLICE CAMINHO

DA FILOSOFIA GREGA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Pelo tesouro de idéias que suscita e pelos caminhos que mostrou à humanidade, o reexame da filosofia grega é de utilidade para a compreensão do mundo presente.

O primeiro caminho dos filósofos gregos foi uma preocupação com os problemas cosmológicos, especialmente por parte da escola jônica, itálica, eleática e atomista.

O segundo caminho da filosofia grega foi uma preocupação brusca, a partir do século IV, com os problemas metafísicos e morais que assumem transcendência, especialmente com Sócrates.

Até o século V, A. C. a filosofia grega era sobretudo uma filosofia da natureza, porém Sócrates modificou este rumo criando uma filosofia do espírito. Toynbee, em EXPERIÊNCIAS, assinalou muito bem esta mudança de diretrizes, dizendo: "Na história intelectual do mundo helênico, Tales, o pai da física, apareceu um século e meio antes de Sócrates, o pai da ética. Sócrates, ao transferir deliberadamente a atenção para a ética, deixando a física, que o tinha fascinado na juventude, produziu um acontecimento que marcou época".

Os dois caminhos da filosofia grega são vislumbrados em Tales e Sócrates. O primeiro com a filosofia da natureza, o segundo com a filosofia do espírito. Tales volta a sua filosofia para os cosmos, Sócrates volta a sua filosofia para os nous, para o homem, para a consciência, para a ética.

Qual teria sido o destino do mundo, se não houvesse esta virada do pensamento, da física para a ética? Seja qual for a resposta, o fato é que a ciência e a tecnologia gregas alcançaram extraordinário teor de criatividade, porém logo se esclerosaram. As necessidades da vida e da técnica levaram a uma vigorosa tecnologia o desenvolvimento científico, como a engenharia hidráulica de Tales e de Anacarses, a construção das naves, a química da confecção dos papiros, tudo isso implicando numa atividade intelectual superior, mãe da tecnologia.

Uma série de feitos mostra o caminho da física na filosofia grega. A construção de relógios, por exemplo, foi uma invenção que assinalou o despertar do pensamento científico. O aparecimento da cirurgia, embora operação manual. A matemática assumiu um grande esplendor. Os primeiros poetas valorizaram o trabalho, embora posteriormente a atividade tenha sido menosprezada.

O segundo caminho da filosofia grega surge quando, depois das guerras e da agitação das classes, os problemas humanos tomam primazia sobre os problemas cosmológicos. Nesta virada maravilhosa do pensamento para o homem, Sócrates é a expressão máxima e se realiza como pai da ética. Mais do que os anteriores, os problemas deste segundo caminho são mais sérios e por isso ainda hoje prendem e desafiam o eixo definitivo de todas as especulações: a liberdade e a dignidade.(O POPULAR. Goiânia, 03.04.1977).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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EDUCAÇÃO E RELAÇÕES

RACIAIS NOS ESTADOS UNIDOS.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Geralmente não é lembrado o fato de que há uma sensível mudança nas relações raciais nos Estados Unidos. Analisando-se a história dos conflitos entre brancos e pretos nestes últimos tempos, encontram-se elementos que denotam a existência desta transformação. As manifestações de melhor e mais humano relacionamento entre os grupos conflitantes têm sido muitas, mas não amplamente mostradas.

Conforme estudo feito pelo dr. Paulo Wailler especializado em assuntos éticos-sociais naquele país, há duas razões por que o mundo não é melhor informado acerca destas transformações entre os dois grupos: De um lado, a imprensa da própria América não se interessa pelos pequenos fatos.

A existência de espontaneidade e disposição para evitar o conflito racial pode ser comprovada através de pequenas realizações, pelo menos na esfera educacional. Uma nova etapa na vida americana surgiu em 17 de maio de 1954 quando o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, por decisão unânime, declarou inconstitucional a segregação racial nas escolas públicas.

Para que houvesse unanimidade, um dos Ministros, Robert H. Jackson, deixou o seu leito no hospital por algumas horas para estar presente.

Embora o acontecimento fosse memorável e transmitido para todo o mundo, pela sua oficialização, a decisão não estava abrindo um campo totalmente novo, porquanto muitas instituições tinham aberto suas portas à raça negra muito antes.

Já em 1949, por exemplo, a Junta Administrativa da Universidade de Louisville Kentucky com um corpo discente de sete mil alunos, decidiu aceitar pessoas de cor na instituição. Atitude idêntica foi tomada dois anos mais tarde pela Universidade de Carolina do Norte. Em 1953 a direção do Seminário Teológico da Universidade de Sewanee recebeu instrução no sentido de atender a todos os pedidos de matrícula sem preocupação racial.

Segundo a interessante pesquisa do dr. Wailler tem ocorrido nos Estados Unidos "um milagre de ajustamento social" muito bem visto em Washington, onde as escolas públicas na sua maioria são escolas integradas. Em Missouri, a Universidade de Lincon, embora "somente para pretos" passou a ter trezentos estudantes brancos em cada grupo de oitocentos jovens. Em Indianópolis, Indiana, o Conselho das Escolas Públicas elegeu uma educadora de cor para uma de suas escolas.

Finalmente, dez anos antes da decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, o arcebispo Joseph Francis Rummel fez retirar dos bancos das Igrejas Católicas de Nova Orleans, as palavras: "Para negros, somente".(JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 13.12.1972).









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ENTREVISTA COM

MÁRIO RIBEIRO MARTINS.





Roberto Pimentel*





Membro da Academia Goiana de Letras, Presidente da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, Professor Universitário e Membro do Conselho Municipal de Cultura de Anápolis, Mário Ribeiro Martins aborda diversas questões relacionadas com a cultura em Goiás.

Nesta entrevista, afirma: “A literatura goiana deve ser analisada sob diferentes facetas. Uma delas é a necessidade de elaboração didática para a melhor compreensão de tal literatura. Não é justo falar-se de literatura goiana no sentido global, sem as necessárias distinções. A elaboração didática permite estabelecer os momentos, os tipos e os aspectos gerais da literatura em Goiás”.

COMO VÊ, MARIO, A LITERATURA GOIANA ATUAL? “A literatura goiana deve ser estudada sob diferentes facetas. Uma delas é a necessidade de elaboração didática para a melhor compreensão de tal literatura. Não é justo falar-se de literatura goiana no sentido global, sem as necessárias distinções.

A elaboração didática permite estabelecer os momentos, os tipos e os aspectos gerais da literatura em Goiás. É preciso entender por literatura goiana toda a produção livresca e literária eclodida no Estado, em todos os campos e não apenas nas áreas de poesia, do romance e do conto. Esta visão permite oferecer um lugar ao sol aos chamados autores didáticos que, se de um lado fazem literatura e divulgam o nome de Goiás, por outro lado, são quase esquecidos.

A este tipo de literatura didática se vinculam nomes expressivos em Goiás, entre outros, o do Desembargador Romeu Pires de Campos Barros, com o seu recente PROCESSO PENAL CAUTELAR e cuja entrevista concedida a você, Roberto Pimentel, publicada na FOLHA DE GOIAZ, foi de uma importância impar pelas conotações em torno da justiça e do ensino superior.

Mas nesta literatura didático-juridica de Goiás, há outros nomes, como o de Marcos Afonso Borges, autor de EMBARGOS INFRINGENTES, Paulo Turmin Borges, Geraldo Batista Siqueira, Licinio Leal Barbosa, Jônatas Silva, Nelci Silvério de Oliveira, cujo livro ESTUDOS DE MORAL, CIVISMO E PROBLEMAS BRASILEIROS, se encontra na 4ª Edição”.

QUE PROMETE VOCÊ PARA BREVE? “Entre os vários originais prontos para publicação, existe um já no prelo, na Editora Dominus, de São Paulo. Trata-se do livro PERFIL LITERÁRIO DE AUTORES GOIANOS(1), com uma analise da vida e obra de cada um. O texto é o resultado de dezenas de artigos publicados em diferentes jornais do país, entre os quais, FOLHA DE GOIAZ. Outro livro praticamente pronto é o PERFIL ACADEMICO. Trata-se de um texto que focaliza a Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras. Sua história desde a fundação. Os dados biobibliográficos de cada membro titular, em numero de 20, inclusive os patronos das respectivas cadeiras. Síntese da vida e da obra de cada membro correspondente, somando, no momento, mais de 700(setecentos) no Brasil e exterior”.

COMO ANDA O CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA DE ANÁPOLIS? “O Conselho Municipal de que sou membro, é presidido pelo Dr. Helio Lopes de Oliveira, Inspetor Federal e foi criado sob a inspiração do escritor José Mendonça Teles. É constituído de nomes ilustres, entre os quais, o Bispo Dom Manuel Pestana, o Rev. Nicomedes Augusto da Silva, Paulo Nunes Batista, Célia Siqueira Arantes, Helena Melazzo, Antenor Silva.

O Conselho, como todos os órgãos voltados para a cultura, enfrenta o crônico problema da falta de verbas para o seu adequado funcionamento. Entre suas atribuições, destaca-se a promoção de exposições, espetáculos, conferencias, debates e atividades conexas, dando especial atenção à difusão cultural”.

E A AAFCL COMO ESTÁ? “A Academia Anapolina de Filosofia Ciências e Letras continua prestando um relevante serviço a Anápolis. Através do Boletim Informativo PERFIL, a cultura anapolina tem sido divulgada pelo Brasil e fora dele, com o patrocínio da COPLAVEN, cujo Diretor-Presidente Luiz Antonio de Carvalho é membro titular da AAFCL e apóia todos os eventos culturais anapolinos. Fato digno de menção é a presença de mais de 700(setecentos) membros correspondentes e de honra, destacando-se, no exterior: Vicenzo Granato, da Academia de Ciências Humanísticas da Itália, Genevieve Jean, da Association Litteraire du Cannet, França, Marceau Constantin, Presidente da Academia Internacional de Lutece, França, alem de muitos outros.

No Brasil, destacam-se os nomes do Ministro Prado Kelly, da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, Joaryvar Macedo(Ceará), José Luiz de Castro(Minas Gerais), Antenor Santos de Oliveira(São Paulo), Roberto Pimentel(FOLHA DE GOIAZ), Rodolfo Cavalcanti(Bahia), Nelson Abel de Almeida(Espírito Santo), Guimarães Lima(Brasília), Antonieta de Clairfont(Pará), Amélia Max(Paraná), Antonio Becker(Rio Grande do Sul), Jayme Pereira(Amazonas), alem de outros, como o General Morivalde Calvet Fagundes(Rio de Janeiro)”.

E O INTERCAMBIO CULTURAL? “Bem, você sabe que o deslocamento pessoal hoje para a realização de conferencias, debates, congressos é muito difícil, visto que o escritor é quase sempre um funcionário publico e, como tal, não dispõe de tempo a seu bel-prazer. Mas, o intercambio cultural tem sido feito não só no âmbito nacional, porem também internacional. Assim é que, como efetivação desse intercambio, temos sido agraciados com vários títulos, entre os quais, o DIPLOME D’HONNEUR DU CANNET(França), o DIPLOMA HONORIFICO DO CENTRO CULTURAL E ARTISTICO DE PORTUGAL e, ultimamente, o DIPLOME D’HONNEUR DU CLUB DES INTELLECTUELS FRANÇAIS. Em termos nacionais, temos duas posses marcadas. Uma, na Academia de Letras Municipais do Brasil, em São Paulo. Outra, na Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, ocasião em que falarei sobre Crispiniano Tavares que viveu muitos anos em Uberaba”.

QUAL TEM SIDO A REPERCUSSÃO DE SUAS OBRAS? “Embora seja muito difícil ao escritor goiano ultrapassar o Rio Paranaíba(2), como diz José Mendonça Teles, nada tenho a reclamar quanto à divulgação e repercussão dos meus trabalhos. FILOSOFIA DA CIÊNCIA é divulgado e vendido pela ATLANTIS LIVROS, de São Paulo, fazendo parte de seu Catálogo Geral, o mesmo ocorrendo com SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL. O livro GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE, publicado em São Paulo, pela Imprensa Metodista, em 1972, teve tal aceitação pelo seu caráter religioso que foi traduzido na Argentina por Jorge Piñero Marques”.

“PERFIL LITERÁRIO publicado no Rio de Janeiro, é um conjunto de poesia e prosa que sofrerá ampliação para nova edição em 1984. Os demais livros MISCELÂNIA POÉTICA, SOCIOLOGIA DA COMUNIDADE, ESBOÇO DE SOCIOLOGIA, CORRENTES IMIGRATÓRIAS DO BRASIL, SUBDESENVOLVIMENTO-UMA CONCEITUAÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA, HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL, BREVE HISTÓRIA DOS BATISTAS EM PERNAMBUCO estão esgotados, devendo alguns deles serem revistos e atualizados para futuras edições. No entanto, o grande problema da produção literária goiana, continua a ser a distribuição”.

E A ACADEMIA GOIANA AGORA COM CORA CORALINA? “A Academia Goiana de Letras foi enriquecida com a eleição de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretãs- CORA CORALINA. Sua posse, lá na Cidade de Goiás(Goiás Velho) será um dos momentos históricos mais significativos para a Academia, por ter sido lá que, em 12.10.1904, no Palácio Conde dos Arcos, Eurydice Natal e Silva fundou a antiga Academia de Letras de Goiás. CORA CORALINA como titular e BERNARDO GUIMARÃES como patrono, formam uma dualidade constitutiva irreversível, trazendo CORA as glorias de Goiás e BERNARDO relembrando fatos pitorescos e históricos de sua passagem por Catalão, fatos estes que contribuíram para sua formação de grande romancista nacional, já que seu primeiro livro CANTOS DA SOLIDÃO foi publicado em 1852, ano em que começou a trabalhar como Juiz naquela cidade goiana”. (FOLHA DE GOIAZ. Goiânia, 27.11.1983).





ROBERTO PIMENTEL é Jornalista, redator e editor.





(1) Este livro terminou sendo publicado em 1995, com o titulo ESTUDOS LITERÁRIOS DE AUTORES GOIANOS, com 1051 páginas.

(2) É o Rio Paranaíba que separa Goiás de Minas Gerais, em alguns trechos, como, por exemplo, Itumbiara.







ESCOLA SUPERIOR DA AVAREZA





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





A Bíblia apresenta, embora sem nomeá-las, várias Escolas: Escola dos Profetas, Escola de Alexandria, Escola Mosaica, Escola Judaíca, Escola Paulina, entre outras. Todas tiveram seus fundadores e seguidores. A Bíblia apresenta uma escola "sui generis": A Escola Superior de Avareza. Caim teria sido seu fundador, nos primórdios da humanidade, se é que foi o resto imprestável da sua lavoura que ele separou para entregar ao Senhor, como alguns supõem.

Mas esta escola, como todas as outras do Velho e Novo Testamento, teve os seus seguidores, dos quais a Bíblia guarda tristes e horripilantes memórias. Um deles foi Judas Iscariotes que revelou seu instinto bestial e avarento quando Maria, irmã de Lázaro, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, derramou sobre os pés de Jesus e os enxugou com suas madeixas. Foi aí que Judas disse: "Por que não se vendeu por trezentos dinheiros, Senhor?" Judas não queria o dinheiro para o Senhor, mas para a sua bolsa.

Quantas vezes se ouve: para que comprar terreno para a Igreja, se o dinheiro tem de sair do nosso bolso? Judas provavelmente diria: é melhor não comprar móveis, porque desde a fundação da Igreja estamos acostumados com velhos bancos e nunca morremos. Mas Judas fez muito mais do que isto. Diz Mateus que por causa dele os discípulos se indignaram contra Jesus.

Dois outros discípulos da Escola Superior da Avareza foram Ananias e Safira dos quais a Bíblia apresenta uma ingrata memória. Foi mais fácil Deus ressuscitar a Lázaro, abrir o Mar Vermelho ou o Rio Jordão do que abrir o coração avarento de Ananias e Safira. Haviam dado profissão de fé. Haviam sido imersos nas águas batismais. Haviam preenchido uma ficha. Sabeis qual? A ficha da fidelidade e da honra, escrita não com letras e tinta, mas com lágrimas caídas dos seus olhos nos dias das perseguições.

Vivemos no mundo dos símbolos: a aliança representa a união matrimonial, o batismo simboliza uma nova vida, o diploma é a expressão da formatura, a ficha que o membro de uma igreja assina representa a fidelidade. Mas a avareza fez com que Ananias e Safira pensassem: nos dias de Cristo não era assim, a gente dava quando queria, dava voluntariamente e a obra foi realizada. Agora estes apóstolos querem até saber quanto nós ganhamos com a venda da propriedade. Verdadeiro crediário, Safira! Vamos dar quanto nós entendemos! Foi aí que Pedro disse: "Não mentiste aos homens, mas a Deus". É provável que Ananias ao ouvir as palavras de Pedro ainda tenha pensado: é um verdadeiro crediário, pesquisou a minha vida e soube por quanto vendi a propriedade!

Estas são as argumentações da avareza. Ananias e Safira foram fulminados. Deus não conseguiu vencer a avareza. Aquelas mesmas portas largas pelas quais entraram, por elas saíram. Entraram como bons crentes e saíram como maus mordomos. Como Ananias e Safira, há aqueles que entraram para as igrejas como crentes, mas saem por causa da avareza, levando na consciência as marcas de um mau mordomo.

A Escola Superior da Avareza ainda existe e seus seguidores estão espalhados por toda parte: entre pastores, diáconos, professores da Escola Dominical, alunos, verdadeiros "Cains" que dizem: o fogo do altar também pode acender-se com os restos da minha lavoura. Esta meditação é uma advertência para que não se cometa o pecado da avareza.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 16.09.1973).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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ESCRITOR HOMENAGEIA

ARTISTAS PLÁSTICOS EM DICIONÁRIO.





Mariá Soares*





Palmas - Artistas Plásticos que atuam no Estado do Tocantins serão homenageados em livro. O escritor Mário Ribeiro Martins está em fase de pesquisa para o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE ARTES PLÁSTICAS DO TOCANTINS. Ele já tem em mãos mais de 100 nomes, mas considera pouco.

“A nossa intenção é reunir o maior número de nomes possíveis”, diz, já que o trabalho de pesquisa requer paciência. Os dados estão sendo adquiridos por meio de terceiros ou das exposições que acontecem no Estado, eventos que o escritor faz questão de comparecer, pois são nessas ocasiões que ele tem o contato direto com os artistas.

Martins explica que no dicionário pretende colocar em uma pagina os dados biográficos do artista e em outra, ou na mesma pagina, dependendo da quantidade de informação, ilustrar com um trabalho. Ele conta que a intenção é reunir todas as formas das artes plásticas, entre elas, a pintura, a gravura, a colagem, a escultura e o desenho.

Com este trabalho, Martins completará a terceira no gênero. No inicio deste ano (04.05.2001), ele lançou o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS. O livro é resultado de dois anos de pesquisa e reúne 1.500 nomes biografados de pessoas que vivem no Estado do Tocantins, que nasceram na região ou que passaram pelo Estado, ainda quando Norte de Goiás. Mario Martins é também autor do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS.

Como se trata de uma longa pesquisa, Martins acredita que o lançamento do dicionário de artes plásticas só aconteça no segundo semestre de 2002(1).

A Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), por meio da Coordenação de Artes Plásticas, está cadastrando os artistas plásticos que trabalham no Tocantins. De acordo com dados da Coordenação cerca de 60 já estão cadastrados. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 08.11.2001).



MARIÁ SOARES é jornalista, intelectual e escritora.



(1)Como se pode observar este Dicionário jamais foi terminado, porque o número de Artistas Plásticos, no Tocantins, se tornou extraordinariamente grande e o autor não conseguiu pegar os dados pessoais de cada um, tipo nome de pai e de mãe, data completa de nascimento, cidade em que nasceu, etc.





ESCRITOR PUBLICA BIOGRAFIAS

DE IMORTAIS DA AGL.





Lenna Borges*





A idéia de elaborar o livro surgiu porque há mais de 30 anos não havia sido atualizada a obra RETRATO DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS, de Humberto Crispim Borges.

O ano de 2007 foi de muita produção para o escritor Mario Martins. De junho a dezembro, ele publicou três obras, a mais recente lançada em Dezembro, foi o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS. Em junho, MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGÉLICO. Em outubro, o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA EVANGÉLICA DE LETRAS DO BRASIL.

O livro DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS foi lançado na ultima reunião ordinária da Academia Goiana de Letras, em Goiânia.

De acordo com o escritor, que traz no currículo a publicação de varias obras biobibliográficas, a idéia de elaborar o dicionário foi devido à lacuna de mais de 30 anos, sem que houvesse uma edição revista e atualizada do livro RETRATO DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS, de Humberto Crispim Borges, historiador oficial da AGL. Martins é membro da AGL desde 1983 e apresenta nesta obra 142 biografias entre Patronos, Fundadores e Titulares das 40 Cadeiras da AGL, alem de alguns membros correspondentes.

Na obra o autor apresenta um breve histórico da AGL, desde a sua instalação, em 29.04.1939, presidida pelo acadêmico e então Governador Pedro Ludovico Teixeira, e titular da Cadeira 01, que tem como Patrono Couto Magalhães.

Martins conta alguns fatos históricos interessantes da AGL apresentados no livro de Humberto Crispim Borges. O autor faz questão de frisar que a obra não tem nenhuma preocupação literária, trata-se meramente de um trabalho biográfico.

Segundo o autor, todos os nomes biografados, bem como os mais de 20 mil outros nomes, já estão em seu DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, disponível para qualquer interessado em seu site www.mariomartins.com.br ou www.usinadeletras.com.br.

Martins escreveu os livros GILBERTO FREYRE- O EX-PROTESTANTE, HISTORIA DAS IDEIAS RADICAIS NO BRASIL, FILOSOFIA DA CIENCIA, SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL, ESCRITORES DE GOIAS, LETRAS ANAPOLINAS, DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS, ESTUDOS LITERARIOS DE AUTORES GOIANOS, DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS, etc.

Mario Ribeiro Martins nasceu em Ipupiara, Bahia, 07.08.1943. No Recife, fez os cursos de Bacharel e Mestre em Teologia, Bacharel em Ciências Sociais e Licenciatura em Filosofia. Fez especialização na área de Sociologia e Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, na Espanha, alem de Administração Publica, na Escuela Nacional de Alcalá Henares.

Foi Promotor de Justiça de Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis. É Presidente da Federação das Instituições Culturais de Anápolis. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goiás, da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Academia Pernambucana de Letras e Artes.

Internacionalmente, está vinculado ao Club des Intellectuels Français, à International Academy of Letters of England e à International Writers and Artists Association of United States.

FIQUE POR DENTRO: O autor revela que fará em fevereiro e março deste ano(2008), também em Goiânia, o lançamento de mais duas obras: DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GOIÁS e o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES DE GOIÁS. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 15.01.2008).





LENNA BORGES é jornalista, redatora, editora, articulista.





ESCRITOR ANAPOLINO RECEBE

PRÊMIO DA FRANÇA.





Luiz Carlos Mendes*





O professor e escritor Mário Ribeiro Martins recebeu, recentemente, um DIPLOMA DE HONRA (DIPLOME D´HONNEUR), em virtude da publicação do livro FILOSOFIA DA CIÊNCIA.

A homenagem foi prestada por uma entidade literária francesa, denominada LA CIGALE POETICA e fica localizada na cidade de AU CANNET, de onde procede o diploma com data de 01.06.1979, com a observação “pour son oeuvre litteraire et sociologique”, assinado pelo Presidente da Association Litteraire du Cannet, Genevieve Jean.

O livro FILOSOFIA DA CIENCIA foi publicado durante o ano de 1979 e vem sendo adotado em diversas universidades brasileiras, sendo tambem enviado a outros centros universitários, especialmente nos paises europeus.

Em virtude desta divulgação realizada pela Editora Oriente, de Goiânia, o professor Mário Ribeiro vem tendo suas obras conhecidas em outros paises. E não só conhecidas, mas tambem laureadas.

Mario Ribeiro Martins, atualmente, é Professor nas Faculdades de Direito e de Filosofia, de Anápolis. Em virtude dos seus inúmeros trabalhos literarios publicados no ano de 1979, foi escolhido pelo CLUBE DE IMPRENSA DE ANÁPOLIS como o DESTAQUE DO ANO, na área de literatura.

Alem do Magistério Superior, exerce tambem o cargo de Promotor de Justiça do Estado de Goiás, atuando na Comarca de Abadiânia.

Fundador e Presidente da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras. Pertence ainda a varias entidades culturais e de classe, como o Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, União Brasileira de Escritores, Ordem dos Ministros Batistas do Brasil, Academia de Letras de Uruguaiana, Academia Internacional de Heraldica e Genealogia, alem de outras instituições. (CORREIO DO PLANALTO. Anápolis, Goias, 19.01.1980).





LUIZ CARLOS MENDES é Jornalista, Redator e Editor.







ESTANTE DE LIVROS.





Abdias Lima*





Mário Ribeiro Martins é Bacharel e Mestre em Teologia. Licenciado em Filosofia Pura. Bacharel em Ciências Sociais. Bacharel em Direito. Professor Titular de Filosofia, Ética Profissional, Sociologia e Filosofia da Educação, da Universidade Evangélica de Anápolis. Estudou na Espanha.

Seu livro FILOSOFIA DA CIÊNCIA é altamente informativo. É uma nova dimensão didática da Filosofia, em linguagem simples, clara e com apresentação metódica. Através dela, o autor oferece uma visão panorâmica da realidade filosófica, abrangendo as grandes linhas do pensamento.

Embora não esteja preocupado em polemizar, o autor faz uma reflexão critica e sistemática dos principais problemas filosóficos sem esquecer, contudo, o primordial que é facilitar ao estudante o contato com a Filosofia, de forma fácil e agradável.

É realmente uma obra séria, ao mesmo tempo eminentemente didática. Quem a examinar atentamente absorverá conhecimentos de Filosofia, dos gregos até o momento atual. Após cada capitulo, o autor faz varias interrogações sob o titulo: TEMAS PARA REFLEXÃO.

Livro que enriquece o leitor do começo ao fim. Logo à página 29. “Por isso disse Sócrates: “A vida sem reflexão não merece ser vivida”. À pagina 59: “Essa preocupação da Filosofia Grega era tal que Demócrito chegou a dizer- prefiro descobrir a origem das coisas a ser Rei dos Persas”.

O capitulo IX é o das teorias gregas, de Tales de Mileto, de Anaximando, de Anaxímenes, de Heráclito, de Empédocles e de outros famosos filósofos. Do grupo sofista, cita Górgias, que argumentou que nada existe e se existisse não se poderia conhecer e se conhecesse não se poderia comunicar a outrem.

São epicuristas, as máximas: “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” ou “entrega-te aos prazeres e fugirás da dor”.

Buda e as verdades fundamentais: a) A essência do mundo é o sofrimento. b) A origem do sofrimento é o desejo. c) A libertação do sofrimento é o domínio dos desejos. d) A extinção dos sofrimentos e dos desejos é o NIRVANA.

Um pequeno cochilo geográfico- A área do Espírito Santo não é apenas de 36.000 Km2 e sim de quase 46.000 Km2.

Certa a teoria de Marcuse: “que embora se viva em pleno século XX, a Sociedade Industrial é FETICHISTA, porque a atenção dos grupos está voltada para objetos, para quantidades e não para o homem”.

Taine dizia que “o espírito é um feixe e um fluxo de sensações”, não existindo a substancia espiritual.

Observa-se ao final desse belo trabalho que Mario Ribeiro Martins é um Mestre em Filosofia que estudou todas as correntes filosóficas do mundo, dando uma excelente contribuição para o entender filosófico. (TRIBUNA DO CEARÁ. Fortaleza, 24.10.1979).





ABDIAS LIMA é Jornalista, Articulista, Redator e Editor.







ESTRELA SOLITÁRIA







Guimarães Lima*







O Acadêmico Jaime Câmara fará o discurso de recepção do novo imortal da Academia Goiana de Letras, o jovem professor e membro do Ministério Público, Mario Ribeiro Martins, em noite de gala, quando aquele sodalício será enriquecido com um intelectual de escol, cultor da ciência de Platão.

Por estranho que pareça, nunca a Filosofia foi tão necessária como nos tempos atuais, de violências, de assaltos, de estupros e de falta de respeito humano, porque à sua sombra vivem o Direito e a Moral.

Aliás, o Direito, segundo Jellinek, “é uma porção mínima da Moral”, porque aquele não existe sem esta. O Direito é a cristalização da Moral, sendo que a esfera desta é mais ampla e de maior força protetora.

O domínio do Direito sem conhecimento da Filosofia é como uma orquestra sem maestro, porque o direito é a matéria prima da Justiça.

Conhecer Filosofia é empregar a reflexão e isto desde Thales a Pitágoras, que foram os primeiros filósofos que tentaram discutir e explicar à luz da razão humana alguns desses princípios mutilados no ZEND-AVESTA, pelo caráter religioso, filho da supersticiosa revelação que os envolvia.

Consequentemente, foi na Grécia que a Filosofia começou a ser considerada como ciência, porquanto antes, na Índia apenas bruxuleavam esparsos alguns dos seus princípios, através do espesso véu do mistério e da grosseira mitologia do Oriente.

A Filosofia é sobretudo uma atividade do espírito que visa ao conhecimento universal, incluindo o conhecimento do homem, do mundo e de Deus.

Apesar de sua dimensão, é tão pouco cultivada e raros são os seus apologistas.

Na aula inaugural proferida por Lachelier na Universidade de Toulouse, ele perguntou: O QUE É FILOSOFIA? O auditório não soube responder, levando o mestre a acrescentar: NEM EU SEI.

E foi sincero, porque a Filosofia é a procura do melhor, como privilégio do ser humano, porque somente nós analisamos e refletimos. Os animais irracionais não analisam nem pensam, pois agem pelo instinto.

Foi Kant quem disse que “não há filosofia que se possa aprender, porque só podemos aprender a filosofar”. E foi filosofando que Sócrates afirmou: “Só sei que nada sei”. Filosofia não é dogma, mas perquirição do melhor através da reflexão.

Se eu digo, por exemplo, dogmaticamente, DEUS EXISTE, alguém pode contestar-me: QUAL A PROVA? Ao que responderei: Se não posso provar a sua existência, também não posso provar a sua inexistência, ou, então, argumentar com a teoria cômoda de Pascal: “Creio em Deus, se me engano, nada perco. Mas, se acerto, tudo ganho”.

Não se trata disso, porem, e sim de filosofar, porque, como pondera Sócrates, “a vida sem reflexão não merece ser vivida”. E se todos refletíssemos sobre os atos a praticar, o mundo seria um paraíso e a felicidade um fato real. Por que a Bíblia é o Livro dos Livros? Pela sua reflexão: Não julgar, porque sereis julgados. Não condenar, porque sereis condenados.

A vida terrena é fugaz e ilusória, razão pela qual é a sabedoria filosófica quem nos ensina: QUEM COM O FERRO FERE, COM O FERRO SERÁ FERIDO. É o fim dos déspotas, dos tiranos, dos falsos salvadores da Pátria. Mão-Tse-Tung, fenômeno internacional, é exemplo disso. E Hitler? E Mussolini?

Mais do que nunca, a Filosofia deve ser o “pão-nosso-de-cada-dia”. E é com ele que Mario Martins vai abastecer a Academia Goiana de Letras, forja de artífices das letras, pela cultura nacional.

E poucas academias têm o privilegio de possuir em seu seio os cultores da ciência de Platão, que tem seu germe no berço da humanidade e o seu nascimento na pátria da civilização. Mario Martins será a sua estrela solitária.(O POPULAR. Goiânia, 22.03.1983).



GUIMARÃES LIMA foi Promotor Público de Anápolis. Procurador de Justiça de Brasília. Autor de dezenas de livros. Sua biografia completa se acha em www.mariomartins.com.br









EVANGELISMO E LITERATURA



Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O evangelismo nacional possui hoje uma coleção de nomes ilustres, escritores dedicados que honram as letras brasileiras. Muitos deles ligados a academias, cenáculos e outras entidades culturais, apresentam obras publicadas nas diversas áreas, destacando-se, sobretudo, os campos de literatura geral, biografias, religião, didática, etc.

Aliás, mesmo no passado, grandes nomes despontaram entre os evangélicos, contribuindo decisivamente para a formação cultural do país, mencionando-se, entre outros o filólogo Eduardo Carlos Pereira, ligado ao presbiterianismo e autor de renomada gramática da língua portuguesa na sua época. O polemista Jerônimo Gueiros, que se destacou nas letras, história e controvérsia. Ministro presbiteriano, membro da Academia Pernambucana de Letras, na cadeira patrocinada por Abreu e Lima e que fora ocupada por Oliveira Lima. Membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco e autor de vários livros, entre os quais, "O Brasil Ameaçado". Também colaborador do JORNAL LO COMMERCIO, onde manteve a secção "Disciplina da Linguagem". O filólogo e historiador Erasmo Braga, nome expressivo na cultura nacional, de convicção presbiteriana, deixou a obra intitulada: "The Republica of Brazil" - "A Survey of the Religious Situation" entre outras.

Entre os escritores mais recentes podem ser lembrados alguns nomes, tais como: Jorge Buarque Lira, de fé presbiteriana, ministro evangélico e membro da Academia de Letras de São Paulo, do Cenáculo Fluminense de História e Letras e da Academia Guanabarina de Letras. Autor de mais de 50 obras, Jorge Lira é uma daquelas estrelas fulgurantes do evangelismo brasileiro. Sobre ele, disse Agripino Grieco, um dos maiores críticos nacionais: "Admiro cada vez mais a sua erudição, a sua produtividade, o seu ardor combativo". Bolivar Bandeira, presidente da Academia Evangélica de Letras, ministro presbiteriano e autor de algumas obras significativas têm contribuído para a formação cultural do povo brasileiro.

Além destes nomes, há o de José dos Reis Pereira, um dos verbetes da Delta-Larouse, cuja referência é assim feita "Diretor" de "O Jornal Batista", Presidente da Ordem dos Ministros Batistas do Brasil desde de 1962 e membro da Comissão de doutrina da Aliança Batista Mundial". (Grande Enciclopédia Delta-Larousse Rio de Janeiro: Editora Delta, 1970. p. 5243). É uma das maiores autoridades em História Eclesiástica, escritor de renome, ministro batista, da Academia Evangélica de Letras e autor de várias obras, entre as quais: "Mobilização dos Válidos", "História dos Batistas", etc.

Ebenézer Gomes Cavalcanti, polemista, historiador; ministro batista, escritor de méritos, autor de diversas obras, destacando-se, "A Gazela de Jope" – 1º classificado em Concurso de Literatura. Ebenézer Soares Ferreira, da União Brasileira de Escritores, da Sociedade Brasileira de Romancistas, da Academia Evangélica de Letras; é ministro batista e membro de The American Schools of Oriental Research. Autor de algumas obras acentuando-se, entre outras, "Educação Moral e Cívica" e "Angelologia".

Estes são apenas alguns dos escritores evangélicos, já que nomes pertencentes a outros grupos denominacionais não foram aqui mencionados, embora igualmente expressivos. O evangelismo nacional, através da pena de tão ilustres homens, tem contribuído extraordinariamente para elevar o nível intelectual dos meios inferiores da sociedade brasileira.(JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 11.07.1973).





ATENÇÃO: Com a biografia completa de todos eles, este autor publicou o livro MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGELICO. Goiânia, Kelps, 2007. Este livro se encontra completo também na Internet, no site www.mariomartins.com.br





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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FILHA DILETA DO SENHOR.



Condessa de Meia-Ponte*

(Vera lopes de Siqueira)





Para o eminente Promotor, Professor e

Escritor Mário Ribeiro Martins.





Um elogio feito com sinceridade, nascido da própria alma de alguém que deseja nos comunicar um recado afetivo, não há coisa melhor para nos ajudar a procurar olhar sempre para a frente e ver que o mundo continua lindo.

Assim me senti ao receber o livro ESCRITORES DE GOIÁS, de Mário Ribeiro Martins. Fui premiada. Primeiro, se há um nome que tem enriquecido a cultura em Goiás, este é Mario Ribeiro Martins. Segundo, pela sua dedicatória amável “a quem admiro” e “especial estima”, pintando com palavras, as cores diversas com que se apresenta a amizade. Eu, uma sua desconhecida!

Sem saber o nome daquela que usa o pseudônimo de CONDESSA DE MEIA-PONTE para enviar-lhe o livro, este foi entregue à Diretoria do Jornal Nova Era, para que assim eu pudesse recebê-lo.

Muitas pessoas acham uma extravagância o pseudônimo usado por mim. Não sabem o por que dessa preferência. Para uns, sou uma pedante. Para outros, modo de me exibir. E para muitos, ser diferente, usando de um titulo aristocrático, fora de moda.

Esse cognome tem história e achei por bem apropriar-me dele, em homenagem ao meu pai, um homem integro e cristão.

Nos idos de 1929, ele era um linhagista, pesquisando e publicando seus trabalhos na REVISTA GENEALÓGICA BRASILEIRA.

Sobre sua mesa de trabalho ficava o BRASÃO DA FAMILIA SIQUEIRA- um pretexto para que os seus opositores políticos o criticassem.

Com a Revolução de 30, ele, um CAIADISTA, cairia no ostracismo, assim pensavam os políticos, agora da situação. Usando de um gesto tolo, deixaram afixado na porta de sua residência, um cartaz, que seria motivo de humilhação:

“Washington Luiz foi para as profundas, carregando na corcunda o BARBUDO, puxando com uma corda o CAIADO. E o CONDE DE MEIA-PONTE para onde vai? Para o Acre”!

Ao dar aquela alcunha a meu pai, seus adversários políticos, inconscientemente, reconheciam que ele era uma grande personalidade. Gostando do apelido, quando ele e seu irmão fundaram o semanário O PIRINEUS(1931/1934), escrevia artigos para o mesmo e os assinava- CONDE DE MEIA-PONTE.

O pseudônimo por mim usado, não foi escolhido por acaso. Foi inventado para o meu pai(1) e eu agora faço uso dele como sua herdeira.

Não ligo às opiniões emitidas. Na minha pequenez, querendo lidar com as palavras, vivo como se fosse uma condessa. Uma condessa simples que reconhece as suas limitações, de bem com a vida, sentindo-me acima de tudo, como UMA FILHA DILETA DO SENHOR. (A NOTICIA. Anápolis, Goiás, 25.10.1997).





CONDESSA DE MEIA-PONTE (Vera Lopes de Siqueira) é escritora e autora dos livros DATAS PIRENOPOLINAS, RETALHOS e TRADIÇÕES PIRENES.



(1) Seu pai se chamava JOSÉ ASSUERO DE SIQUEIRA.









FILOSOFIA DA CIÊNCIA,

DE MÁRIO RIBEIRO MARTINS.





E. D´Almeida Victor*





Este é o novo livro de reflexão filosófica de Mario Ribeiro Martins. É uma outra dimensão didática da filosofia, em linguagem simples, clara e com apresentação metódica.

Entre os temas focalizados, destacam-se Filosofia e Reflexão, Perspectiva Histórica da Filosofia, Problemas Gerais da Filosofia, Filosofia e Educação, Filosofia no Brasil, Antropologia Filosófica, Filosofia do Direito e ainda Filosofia e Ciência.

É um livro indispensável aos estudantes de Filosofia nos cursos de Educação, Comunicação, Ciências Sociais, Direito, Filosofia Pura, Teologia, podendo servir também para leituras complementares em outros cursos. Enfim, interessa a todos os que participam dos problemas do homem e que queiram refletir sobre a vida e o mundo, de uma perspectiva filosófica.

O autor, Mario Ribeiro Martins, é Bacharel e Mestre em Teologia. Licenciado em Filosofia Pura. Bacharel em Ciências Sociais. Bacharel em Direito. Especializou-se em Educação Moderna e Administração Publica, respectivamente, em Madrid e Alcalá de Henares, na Espanha. Professor titular de Filosofia, Ética Profissional, Sociologia e Filosofia da Educação, na Universidade Evangélica de Anápolis. Coordenador do Departamento de Filosofia e Teologia, da Faculdade de Filosofia “Bernardo Sayão”. Autor de vários livros, entre os quais, Sociologia da Comunidade, Esboço de Sociologia e Gilberto Freyre, o Ex-Protestante.

Colaborador em jornais e revistas especializadas. Advogado. Especializou-se em Direito Processual Penal, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goias. Promotor de Justiça, através de Concurso Publico de Provas e Títulos. Membro da União Brasileira de Escritores, da Academia Internacional de Ciências Humanísticas, do Instituto de Cultura Hispânica(Madrid), da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, alem de outros títulos que o credenciam para escrever esta obra, dirigida aos que gostam de refletir e cultivar a inteligência.

O livro, publicado pela Editora Oriente, de Goiânia, Goiás, com 310 paginas, custa Cr$ 200,00 podendo ser solicitado ao autor(1), por vale postal, para a Caixa Postal, 827, Anápolis, Goiás, Cep 77.100. (CORREIO BRAZILIENSE. Brasília, DF, 14.06.1979).





E. D´ALMEIDA VICTOR é jornalista, escritor, tradutor.





(1) Este livro se esgotou e o autor, ao mudar-se para o Tocantins, passou a usar a CAIXA POSTAL, 90, PALMAS, TOCANTINS, 77.001-970.





FILOSOFIA DA CIÊNCIA.



Joaquim Rosa*





Lançado em Anápolis, Goiás, na sede do BANORTE(Banco Nacional do Norte), um livro do Prof. Mario Ribeiro Martins.

Trata-se de caprichada edição Oriente, com 304 páginas, em que o autor- responsável por uma série de valiosas publicações destinadas a estudiosos e universitários- põe à disposição das pessoas cultas as páginas de FILOSOFIA DA CIÊNCIA.

Um livro que dá nova dimensão didática ao ensino da filosofia, em linguagem simples, clara e metódica.

Nunca fui muito de filosofias, sociologias, etc, etc. Finalmente em tempos de aberturas cada qual pode expressar as suas idiossincrasias a bel prazer, sobretudo nos temas abrangentes, de que guardo a lição de um...filosofo: “Tão importante é a filosofia para a vida que, sem ela, a vida correrá da mesma forma”.

Moral da história: FILOSOFIA DA CIÊNCIA é um livro que deve ser lido até por quem sofre de alergia por filosofias, mas gosta de aprender, ainda que dobrando o famoso cabo das tormentas, como este escrevinhador. (JORNAL OPÇÃO. Goiânia, 18.05.1979).



JOAQUIM ROSA é Jornalista, Redator, Editor.

NOTA DO AUTOR: Joaquim Rosa foi fundador do jornal O IPAMERI e farmacêutico. Nasceu em Ipameri, em 19.04.1901 e faleceu em Goiânia, em 11.11.1982.









FILOSOFIA DIVULGA

O NOME DE ANÁPOLIS.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Entrevista, concedida ao CORREIO DO PLANALTO(Anápolis, 31.07.1980), pelo Escritor e Promotor de Justiça, Prof. Mário Ribeiro Martins, das Faculdades de Filosofia e Direito.





O QUE É A ACADEMIA ANAPOLINA DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS

E LETRAS



A AAFCL, entidade cultural, foi fundada em Anápolis-GO, pelo seu idealizador, escritor Mário Ribeiro Martins, com a colaboração de Paulo Nunes Batista e outros intelectuais da terra. De sua primeira Diretoria Executiva constam, além dos dois nomes acima, os de Luiz Antônio de Carvalho, Sidiney Pimentel, Iron Junqueira e João Asmar.

Tem por finalidade principal "congregar intelectuais, anapolinos ou não, para ampliar, em todos os sentidos, a cultura" nesta cidade. Assim é que, de seu programa, são itens fundamentais: "defender os interesses" dos escritores anapolinos ou não, através do incentivo e do apoio; reivindicar, junto ao poder público, as justas aspirações afetas à cultura em geral, para o bem da cidade; promover semanas de estudos e debates culturais; proteger os direitos autorais e os direitos morais e patrimoniais de seus associados. Já publicou e registrou os seus estatutos.





COMO SE JUSTIFICA A EXISTÊNCIA DAS ACADEMIAS NO MUNDO MODERNO?



O mundo atual exige reflexão em todas as facetas do conhecimento humano. Isto significa dizer que a Filosofia, a Ciência e as Letras não somente impõem tal reflexão, mas também se desenvolvem pelo processo reflexivo. Filosofia, Ciência e Literatura representam e significam a participação do intelectual no processo histórico.

Foi com este espírito que surgiu a Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, objetivando congregar intelectuais das mencionadas áreas, que tenham livros ou artigos publicados. Há sempre na existência das academias o humilde entusiasmo e o esperançoso ideal.

Aliás, quando perguntaram a Olavo Bilac, por que os membros das academias eram chamadas imortais, em resposta, disse o poeta: "É PORQUE NÃO TEM ONDE CAIR MORTOS".



COMO SURGIU A ACADEMIA ANAPOLINA DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS?



No dia 26 de agosto de 1978, o CORREIO DO PLANALTO, em seu Edital, anunciava a fundação da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras por intelectuais anapolinos, liderados pelos escritores Mário Ribeiro Martins e Paulo Nunes Batista. Em seguida foram elaborados os Estatutos, publicados, registrados e impressos. Sua Diretoria Executiva é constituída pelos escritores Mário Ribeiro Martins, Paulo Nunes Batista, Sidney Pimentel, Luis Antonio de Carvalho, Iron Junqueira e João Asmar.

Mário Martins, eleito ESCRITOR DO ANO pelo Clube de Imprensa de Anápolis, com 15 livros publicados. Paulo Nunes, elogiado por Drumond e Jorge Amado, com mais de 100 obras publicadas. Pimentel, com vários livros publicados, dois deles a serem lançados. Luis Antonio, com uma tese filosófica, aplicada à administração sobre a dialética hegeliana. Iron, autor de mais de 10 livros, com renda dedicada ao Lar Humberto de Campos. João Asmar, com mais de 100 crônicas publicadas em vários jornais.



QUAIS OS OBJETIVOS DA ACADEMIA?



Os objetivos estão expressos em dois artigos dos Estatutos, sendo que o Artigo 1º reza: "A Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras é uma entidade civil e cultural, com sede e foro na Cidade de Anápolis, Goiás, e tem como finalidade principal congregar intelectuais, anapolinos ou não, para ampliar, em todos os sentidos, a cultura na referida cidade". O Artigo 2º trata das finalidades da Academia, de forma mais minuciosa e específica, como entre outras, "zelar e defender os interesses fundamentais dos escritores anapolinos ou não, através do incentivo e do apoio", "lutar pela efetiva definição do escritor local e de alhures, no sentido de proteger os direitos autorais e de estimular a maior aquisição de livros por parte do povo anapolino".



QUAIS AS INFORMAÇÕES SOBRE OS MEMBROS DA ACADEMIA?



O Artigo 3º dos Estatutos apresenta três categorias de membros, que são: Beneméritos, Efetivos e Correspondentes. Além das duas primeiras categorias, a Academia conta com mais de 200 membros correspondentes que, através de seus artigos e publicações diversas, tornam ainda mais conhecido o nome de Anápolis e que estão distribuídos da seguinte forma. em todo o Brasil: São Paulo - 51 correspondentes; Rio de Janeiro - 57; Ceará - 9; Minas Gerais - 31; Rio Grande do Sul - 6; Rio Grande do Norte - 5; Amazonas - 1 Bahia - 11; Santa Catarina - 6; Paraná - 8; Espírito Santo - 4; Mato Grosso - 2; Pará - 3; Pernambuco - 3; Maranhão - 4; Distrito Federal - 1; Itália - 1; França - 1.



DE QUE FORMA A ACADEMIA TEM SIDO DIVULGADA?



De muitíssimas maneiras. Na verdade, os principais divulgadores são os membros beneméritos, efetivos e correspondentes. Vários livros, jornais, e revistas fazem referência à Academia e seus membros, destacando-se: ANUÁRIO DA ACADEMIA DE LETRAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, REVISTA DA ACADEMIA MUNICIPALISTA DE LETRAS DE MINAS GERAIS, REVISTA DO ATENEU ANGRENSE DE LETRAS E ARTES, REVISTA DO CENTRO DE LETRAS DE PARANAGUÁ, ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL, ESCRITORES DO BRASIL, além de muitíssimos livros, como: ECOS NA ETERNIDADE, TROVAS DA MINHA VIDA, FILOSOFIA DA CIÊNCIA, CARROSEL DE FLORES, VIDA AFORA, EU DE VOLTA, COLETÂNEA DE TROVAS BRASILEIRAS, além de artigos, referências e entrevistas, como a de Paulo Nunes Batista concedida ao TOP NEWS (29/7/79), também CORREIO DO PLANALTO (19/1/80), FOLHA DE GOI-Z (8/7/79) e outros jornais, como CORREIO BRAZILIENSE (14/6/79), PRESENÇA DE LORENA (9/11/78), TRIBUNA DO CEARÁ (3/8/79), O POPULAR (19/6/79), DIÁRIO DE MOGI (5/7/79), O TAUBATEANO (23/4/79), O MOVIMENTO (15/10/78), O TAMBAÚ(22/10/78), O COMÉRCIO (19/11/78), INFORMADOR TIJUCANO (4/10/78), O CAMINHO (1/79), METRÔ NEWS DE SÃO PAULO (20/8/79), além de outros que seria enfadonho mencionar.



PODERIA CITAR ALGUNS DOS CORRESPONDENTES?



Todos os membros correspondentes são autores de vários livros e estão vinculados a entidades congêneres de todo o país. Já que não é possível citar todos os nomes, lembro alguns: Modesto de Abreu, Presidente da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro; Alípio Mendes, Presidente do Ateneu Angrense de Letras e Artes; Joaquim Lobo de Macedo, Presidente do Instituto Cultural do Vale Caririense; Rui Antonio Silva Costa, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Jaguarão; João Albano Mendes da Silva, Presidente da Academia Eldoradense de Letras; Humberto Feliciano de Carvalho, Presidente da Federação das Entidades Culturais de Uruguaiana; José Luis de Castro, da Academia Municipalista de Minas Gerais; Vincenzo Granato, da Academia de Ciências Humanísticas Y Relaciones de Napoli, Itália, Madame Geneviève Jean, Presidente de L´Association "La Cigale Poétique et Littéraire du Cannet", França e muitos outros que a exigüidade de espaço não permite mencionar.



OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE A ACADEMIA?



A Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras comunica-se com o Brasil literário e cultural e também com o exterior, através da Caixa Postal, 827*. São seus membros reconhecidos, não somente pelo diploma que recebem, mas também pela carteira de sócio, expedida para os membros beneméritos, efetivos e correspondentes. No início do ano, a Academia se fez presente no Encontro, Nacional de Academias de Letras, realizado em São Paulo. Enfim, a Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras tem divulgado o nome de Anápolis, de seu povo e de sua cultura, por todo o Brasil.(CORREIO DO PLANALTO. Anápolis, 31.07.1980).



ATENÇÃO: Com o passar do tempo, a Caixa Postal, 827 foi desativada. Mas, qualquer correspondência pode ser enviada para a Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77.001-970.





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FILOSOFIA MAÇÔNICA.





Mário Ribeiro Martins*





Evidentemente, a maçonaria não é uma instituição estática, mas dinâmica. Isto significa que certos conceitos são mudados para satisfazer as contigências dos séculos.

Contudo, ela tem os seus “LANDMARKS” ou “ANTIGOS LINDEIROS”, que são considerados absolutamente básicos para toda a maçonaria.

Alem disto, há a Constituição de Anderson, elaborada pelo Pastor Protestante James Anderson, Ministro da Igreja Presbiteriana de Londres, em 1717 e que é considerado até mesmo pelos inimigos da Ordem e não somente por eles, mas por todos os maçons, como o Profeta da Maçonaria.

Embora existam outros documentos de grande importância, estes dois são os textos fundamentais da Maçonaria Universal. É com base em tais documentos que cada Potencia Maçônica tem a sua Constituição e cada Loja o seu regulamento.

O que pensa a Maçonaria Nacional é sempre de grande significação. Ninguém pode, como individuo, estabelecer este ou aquele pensamento e atribuí-lo à Sublime Ordem. No entanto, pelos documentos que se tem em mãos, é possível perceber o pensamento da maçonaria brasileira nos seguintes pontos:

Tanto a maçonaria quanto o cristianismo combatem não apenas o comunismo, mas também o capitalismo. O equilíbrio entre estes dois sistemas econômicos está nas doutrinas maçônica e cristã, que defendem o que é justo.

Enquanto Capitalismo e Comunismo são a negação do amor, Maçonaria e Cristianismo são a mais alta expressão do sentimento de solidariedade humana pela liberdade, igualdade e fraternidade.

Se, de um lado, o comunismo explora o homem, também o capitalismo comete injustiças. Se no comunismo é difícil ver o dinheiro, no capitalismo prende-se o dinheiro que deveria ser utilizado para o bem comum. O cristianismo e maçonismo reprimem a injustiça e ensinam o amor ao próximo.

Maçonismo não é comunismo. Os inimigos da Ordem têm criado, em torno dela, os mais aberrantes conceitos. O Comunismo é uma ditadura política, que nega a importância do homem, transformando-o em escravo da máquina estatal.

Contudo, não se pode negar que tanto o maçonismo como o comunismo fazem guerra contra a exploração do homem. Só que os meios são por demais divergentes.

Enquanto o Comunismo se vale do “direito da força”, a Maçonaria se vale da “força do direito”. No maçonismo, o homem tem de se curvar diante do Arquiteto dos Mundos, que é Deus, para vencer as lutas diárias.

Para a Maçonaria, o homem é um ser que pensa e que tem o direito de externar os seus pensamentos. Para o Comunismo, o homem transformado em máquina, não tem o direito de pensar, pois quem pensa é o Estado.

Em virtude de ser a Maçonaria uma organização de caráter universal, há sempre aqueles que encontram na Sublime Instituição um caráter desnacionalizador.

A maçonaria, no entanto, é nacionalista. O primeiro dever do maçom é a fidelidade à pátria. O caráter universal que tem a Ordem não destrói o patriotismo.

A maçonaria é nacionalista e contribui, de todos os modos, para criar condições favoráveis ao desenvolvimento da nação. O nacionalismo da instituição é acentuado de várias maneiras, entre as quais, a importância dada ao Pavilhão Nacional, o numero de colégios e escolas mantidos, além da proibição de trocar frases, amistosas ou não, em língua estrangeira, fora de ordem e sem que haja interprete.

A maçonaria tem lutado com todas as forças para concretizar o ideal da liberdade religiosa. Conseguiu impor este principio, no Brasil, quando do movimento republicano de 1889, em que um dos primeiros passos foi a separação entre a Igreja e o Estado, com a conseqüente liberdade de consciencia.

A Sublime Ordem tem sido protetora e defensora do ideal religioso, da liberdade de culto, de crença, de consciência e de pensamento do individuo.

Ensina a Maçonaria que o Estado não deve ter Religião Oficial, mas deve amparar todo e qualquer sistema religioso. (Texto publicado no livro ESCRITORES DO BRASIL. Rio de Janeiro, Arte Moderna, 1980, I volume, p. 307).





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FILOSOFIA ROTÁRIA.





Mário Ribeiro Martins*





Escrevo com aquele gosto cinza de quem chegou atrasado, paralisado na massa revolta dos idealistas ingênuos. Lembro-me daquele que ingressou no mundo rotario equipado com o entusiasmo dos iniciados sinceros, queimando-se nos naturais ardores de cristão novo.

E para sua sorte, encontrou cristãos velhos, trabalhados na experiência e por isso mesmo, alérgicos à beatice e aos fanatismos.

A filosofia rotária é experiência humana. E, como experiência humana, somente ganha dimensão se há militancia e vivencia.

A existencia em si é incompleta. Toda existencia apenas vale quando projetada como coexistencia. Todo viver, já disse alguem, unicamente significa como conviver. Viver e existir são verbos humanamente transitivos, verbos que ajudam o transito da sociedade, a passagem, a transferencia de nossa humanidade para outros.

Filosofia rotária é uma oportunidade magnifica para se revelar e transferir humanidade. Mas tambem pode ser uma não menos magnifica oportunidade para se comunicar desumanidade, isto porque o bem e o mal utilizam os mesmos canais.

E quando o mal se canaliza não há defesa ativa, porem apenas defesa passiva. Utilizam-se vacinas, entra-se em férias psicológicas ou licença-premio espiritual e espera-se que a dinâmica malefica se esgote. Mas esse mal tem um valor extraordinário: ele vai testar a capacidade de compreensão, virtude básica da filosofia rotaria. Sem compreensão não há companheirismo e dissolve-se a solidariedade.

Poucos conhecem o significado histórico e filosófico da comunidade de mesa. A filosofia rotaria, acima de tudo, apresenta-se na condição de comunhão em torno de uma mesa. Não para agregar-se mecanicamente no espaço de uma hora, entre o expediente matutino e o vespertino, enquanto se almoça. Precisa-se não esquecer da refeição da alma, a mais difícil de todas, porque o cardápio é infinito e os temperos variados.

Sem a compreensão não se pode servir. Mas é preciso cuidado para que esse servir não se transforme em “servir-se”, pois há quem não sirva à filosofia rotária, porem se sirva da filosofia rotária para a sua vaidade pessoal, o que, evidentemente, não traduz o verdadeiro companheirismo rotariano. (Texto publicado no livro ESCRITORES DO BRASIL. Rio de Janeiro, Arte Moderna, 1979, II volume, p. 350).





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GILBERTO FREYRE À LUZ DOS RELATÓRIOS

DE RICHMOND.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Uma excelente imagem do famoso escritor nacional, Gilberto Freyre, quando ainda adolescente, é encontrada nos relatórios que foram enviados à Junta de Missões Estrangeiras da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos por alguns missionários que atuavam no Nordeste, particularmente no Recife.

Assim é que, em seu relatório à Missão Norte-Americana, sobre o Colégio Americano Gilreath(Colégio Americano Batista), acentuou o missionário D. L. Hamilton(David Luke Hamilton):

“Digno de nota especial é o diretor do departamento primário, cuja posição é uma das mais responsáveis nesta instituição. Gilberto Freyre cujo pai tem ensinado em nossa escola desde a sua origem, está aqui desde o jardim de infância, curso primário e até a sua graduação no Colégio, quando foi convidado para servir como professor. Nele nós encontramos as melhores qualidades do sistema americano, com a facilidade de adaptá-las às condições atuais do Brasil. Seu trabalho é altamente satisfatório”.(D. L. Hamilton, SEVENTY-TWO ANNUAL REPORT OF THE FOREIGN MISSION BOARD-NORTH BRAZIL MISSION, in ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1917(Nashville, Tenn: Marshall & Bruce Company, 1917, p.154. Traduzido pelo autor).

Já em 1918, H. H. Muirhead, dando relatório da referida instituição à Junta de Richmond, assim se expressou:

“Pela primeira vez na história do Colégio, nós tivemos o privilegio de entregar cinco diplomas de bacharel a cinco jovens. Escrevo esta última palavra(Jovens) com orgulho, pois eles são homens no sentido mais autentico da expressão. Dois destes são agora ativos pastores, enquanto um outro, talvez o mais promissor do grupo entrou para o ministério desde graduado.

Os outros dois são esplendidos trabalhadores como professores da instituição. Gilberto Freyre, filho de nosso professor de Português, veio do departamento primário, ginásio e colégio. Seu pai tem sido sempre liberal em seus pontos de vista religiosos, e é agora um sincero crente, embora não batizado ainda, mas sua esposa é uma católica fanática.

Há dois anos atrás, Gilberto Freyre era um sincero materialista, mas ao iniciar o seu ultimo ano de Colégio, o Espírito Santo fez seu trabalho e hoje, embora com apenas dezoito anos de idade, este pescador de homens é o mais espiritual entre nós e indiscutivelmente o melhor pregador no campo pernambucano. Ele vai para o Colégio Bethel, Ky., este ano como estudante assistente no departamento de línguas modernas”.(H. H. Muirhead, SEVENTY-THIRD ANNUAL REPORT OF THE FOREIGN MISSION BOARD-NORTH BRAZIL MISSION, in ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1918(Nashville, Tenn: Marshall & Bruce Company, 1918, p.217. Traduzido pelo autor).

Na verdade, em abril de 1918, Gilberto Freyre viajou para os Estados Unidos, não propriamente para o Colegio Bethel conforme foi mencionado por H. H. Muirhead, mas para a Universidade de Baylor, passando a freqüentar a Seventh & James Baptist Church, de onde tomou nos rumos.

Finalmente deve ser lembrado que a Gilberto Freyre se deve o nome Escola de Trabalhadoras Cristãs(hoje Seminário de Educadoras Cristãs), em substituição ao titulo inglês TRAINING SCHOOL.(Mildred Cox Mein, CASA FORMOSA. Recife, Gráfica Editora Santa Cruz Ltda, 1966, p. 24). (JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 04.10.1972).





ATENÇÃO: Sobre o assunto, este autor chegou a publicar o livro GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE. São Paulo, Imprensa Metodista, 1973.

Para mais informações, leia QUEM FOI GILBERTO FREYRE, no site

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MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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GILBERTO FREYRE

E SUAS MEMÓRIAS.



Mário Ribeiro Martins*





Com o titulo GILBERTO FREIRE DEFENDE MODELO DE SOCIEDADE ANÁRQUICA, o Suplemento Cultural de O POPULAR publicou entrevista do escritor Gilberto Freyre através de doze perguntas, devidamente respondidas.

Dentre elas, destaca-se a seguinte: “COMO FOI O INICIO DE TUDO QUE O SENHOR É HOJE E ATÉ QUE PONTO INFLUIU A ORIENTAÇÃO FAMILIAR NA SUA VIDA DE ESCRITOR?”

A propósito da resposta dada pelo ilustre brasileiro, é de grande significação que se apresente para os leitores de O POPULAR, a resposta que, anteriormente, foi dada pelo celebre sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre à série de ARTIGOS SOBRE ELE ESCRITOS, não somente no DIARIO DE PERNAMBUCO, mas também no JORNAL DO COMMERCIO, do Recife, e ainda no JORNAL HOJE, de São Paulo.

Lançando mão de um titulo expressivo DEPOIMENTO DE UM EX-MENINO PREGADOR, assim escreveu Gilberto Freyre no DIARIO DE PERNAMBUCO e para os Diários Associados:

“Num jornal do Recife, simpático e decerto bem intencionado cronista de coisas evangélicas no Brasil- Mário Ribeiro Martins- vem recordando meus contatos de adolescente - quase menino de 17 anos - com o evangelismo. Um evangelismo, o meu, nesses dias, de caráter o mais popular. O mais antiburguês. O mais antieclesiastico. Com muito de tolstoiano, portanto”.

A influencia protestante de que tanto se tem falado sobre a infância de Gilberto Freyre é revelada em suas próprias palavras, quando escreveu:

“São contactos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e o conhecimento da natureza humana, no sentido de relações dos homens com Deus e com o Cristo, que é um sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante”.

Na verdade, tem razão o Mestre de Apipucos, porque quem como ele teve a oportunidade de ouvir Billy Sunday (o maior pregador da época) e dizer: “Elle ora como se Deus estivesse na frente delle... Já o ouvi duas vezes. É uma maravilha... E o de mais poder. Elle prega as doutrinas da Graça, da Salvação Pessoal, da Redempção, etc, na sua pureza evangélica” não poderia sentir outra coisa senão o pulsar do Cristo dos Evangelhos e sua poderosa influencia.

“Creio ter sido”- acrescentou Gilberto Freyre- como adolescente brasileiro, um pequeno precursor, anárquico e a meu modo, do atual movimento, também um tanto anárquico e, a seu modo construtivo, chamado de Jesus ou de Cristo. Movimento atualíssimo que empolga tantos adolescentes e jovens- inclusive HIPPIES- nos Estados Unidos e noutros paises: adolescentes e jovens enfastiados de burguesias, de idéias burgueses, de riqueza, de conforto, de igrejas organizadas em senhoras igrejas”.

Aqui, parece que Gilberto Freyre não se lembrou de que a Primeira Igreja Batista do Recife (de que ele era membro) era uma senhora igreja, pelo menos, a ela freqüentavam os grandes mestres do Colégio Americano Gilreath, inclusive seu próprio pai que alem de Vice-Diretor do Colégio, era também Juiz.

Pois bem, desta igreja Gilberto fazia parte como paroquiano, membro (e não foi forçadamente, mas por livre e espontânea vontade) e nela pregava as doutrinas do Cristianismo na sua pureza evangélica.

Aliás, era difícil naqueles primórdios, ser um pregador anárquico e a seu modo. O fato é que o futuro Mestre de Apipucos, conscientemente, fez parte de uma burguesia (se é que a referida igreja o era) e nela permaneceu por algum tempo nos Estados Unidos e dela recebeu os mais valiosos préstimos, conforme carta de W. C. Taylor que disse: “Eu o ajudei a ir aos Estados Unidos para estudar”.

“O que eu queria”- prosseguiu Gilberto Freyre- Contacto com gente do povo para lhe falar de um Jesus ou de um Cristo que devia ser dela e não dos burguesões”. Esta seria uma boa argumentação, se Gilberto tivesse continuado, independentemente de Igreja, a falar de Cristo ao povo. Poderá fazê-lo ainda. A bem da verdade, até vê-lo entre o povo(mas povo mesmo) é difícil.

Continuando, escreveu Gilberto: “As igrejas de qualquer espécie me pareciam redutos desse burguesismo para mim sem sentido e sem atração. Pois eu não queria enriquecer. Não queria ser poder político. Ciente de minhas origens sociais, não sentia necessidade de ascensão social. Não queria seguir qualquer profissão rendosa e convencionalmente burguesa”.

Este modo de pensar, contudo, parece ter sido apenas uma fase na vida do jovem, pelo menos é o que mostra a sua maneira de ser e viver na Mansão de Apipucos.

Seguindo o raciocínio, acentuou Gilberto: “Daí ter me tornado, de fato, durante meses no Recife, um Menino Pregador de Jesus a gente de mucambos, aos pobres mais pobres da cidade, aos mais desvalidos, um dos quais me lembro- era um funileiro- que morreu tuberculoso nos meus braços. Braços de um filhinho de papai que se horrorizaria se tivesse visto o filho tão mimado em casa, falando de Jesus a um coitado que se desfazia em sangue, que vomitava sangue numa bacia e mal me podia dizer: “Obrigado, menino enviado por Deus. Morro feliz. Já estou ouvindo musica de pancadaria vinda do céu”. Ninguém da família estava no conhecimento dessas minhas aventuras antiburguesas e anticatolicas”.

A dedicação de Gilberto Freyre à pregação do Evangelho não foi somente “durante meses no Recife”, mas também nos Estados Unidos, conforme carta de W. C. Taylor que disse, referindo-se ao jovem Gilberto: “Naquele tempo (1917), ele era o mais amado Pregador Batista em Pernambuco e CONTINUOU assim enquanto foi membro da SEVENTH AND JAMES BAPTIST CHURCH, como Dr. Melton, o Pastor, me contou”.

“A verdade”- acentuou o Mestre de Apipucos- é que ajudei muito pobre. Confraternizei com muito desgraçado. Fui tolstoiano- lia muito Tolstoi- à minha maneira que era a de um menino provinciano do Brasil que lia, além do grande russo, os Evangelhos”.

A biografia do missionário Livingstone e a leitura do Livro Sagrado exerceram tanta influencia sobre ele que, como disse José Lins do Rego, citado por Diogo de Melo Menezes “nessa fase chegou a pensar em tornar-se missionário”.

Quem sabe se ao ir para os Estados Unidos não estava ele pensando nesta possibilidade? Alias, ele mesmo disse numa carta referindo-se ao Seminário: “Visitei hoje e tive boa palestra com o professor de Missões, Knighe. Eu o quisera ver no Brasil como missionário”.

No mesmo depoimento ao DIARIO DE PERNAMBUCO, disse Gilberto Freyre: “O já referido cronista aludiu à Primeira Igreja Batista do Recife, na qual dificilmente concordei em repetir uma ou duas das minhas falas à gente de mocambo do Recife, depois de ter concordado sem entusiasmo em tornar-se seu membro”.

Este “sem entusiasmo” do Mestre de Apipucos não é muito justo, mesmo por que a Igreja não o batizou, simplesmente por batizar. Ele se tornou membro da Igreja por sua própria e exclusiva vontade. Se não houvesse entusiasmo, ele teria permanecido como seu pai: amigo da Igreja, mas nunca membro dela. Ou será que filiou-se à Igreja “sem entusiasmo”, com outras intenções.

Um jovem “ativo em coisas de Escolas Dominicais, excursões evangélicas, cantoria de hinos e pregação do Evangelho”, não poderia ter segundas intenções, nem deixar-se imergir nas águas batismais, “sem entusiasmo”.

Não tivesse ele entusiasmo, não teria participado de Comissões Especiais, eleitas pela Igreja ou mesmo apresentado relatórios e pareceres às Convenções, como ocorreu no dia 01.04.1918, segundo A. N.Mesquita que diz: “O Prof. Gilberto Freyre leu outro bem elaborado parecer sobre Missões Estrangeiras”.

Os assuntos tratados eram sérios demais para serem focalizados por um jovem que entrou para a Igreja “sem entusiasmo”. Este tipo de argumentação é uma boa saída, mas nunca convincente quando se conhece as exigências das igrejas daquela época.

“E numa daquelas falas”- prosseguiu o Mestre Gilberto Freyre- “o templo transbordando de gente de toda espécie- fiz um apelo- quem quer ser do Jesus de quem acabo de falar?”- a que atenderam centenas de ouvintes. Entre eles, gente notável: o então líder socialista, já Bacharel em Direito e já intelectual brilhante, Cristiano Cordeiro. O futuro jornalista no Rio de Janeiro, Orlando Dantas, que se tornaria famoso como proprietário do Diário de Noticias. O advogado João Vicente da Costa e seu filho dipomaniaco. Episódios “dramáticos”.

A terminologia de que o mestre de Apipucos lança mão aqui é tipicamente protestante. Expressões como “fiz um apelo” e outras são linguagem evangélica.

No mesmo depoimento argumentou o ex-menino Pregador: “Mas quando o missionário, Pastor da Igreja e também meu bom amigo Rev. Muirhead, entusiasmado com o que acabara de ver, exclamou que aquela sua Igreja, até então só de gente modesta teria como membros Advogados, Médicos, Industriais, Intelectuais, altos comerciantes, impressionados com o Menino Pregador, eu, indignado lhe disse: “Fique-se com esta Igreja de burguesões e de ricos. Só me interessam os pobres. Era um tolstoiano radical”.

A sinceridade de Gilberto Freyre para com o missionário é significativa: “Meu bom amigo”. A argumentação, no entanto, “fique-se com essa igreja de burguesões”, não é das melhores, por várias razões: Não havia somente a Primeira Igreja Batista do Recife, o que significa que ele poderia ir para igrejas extremamente pobres. Por outro lado, embora Gilberto tivesse dito “fique-se com essa igreja”, ele verdadeiramente não deixou a Igreja, ao contrario, colaborou em tudo, até o momento em que viajou para os Estados Unidos, e de lá solicitou carta de transferência para a SEVENTH AND JAMES BAPTIST CHURCH, Waco, Texas, conforme foi demonstrado pela carta de W. C. Taylor.

Sua viagem para os Estados Unidos ocorreu em abril de 1918. Pois bem, no dia 04.03.1918, ele foi eleito em sessão membro de uma Comissão Especial para tratar de hospedagem da Convenção e no dia 01.04.1918, como representante da Igreja apresentou um “parecer sobre Missões Estrangeiras” na Assembléia Convencional. O “fique-se com essa igreja” foi, portanto, uma força de expressão.

“E um tanto”- acrescentou Gilberto Freyre- “com esse sonho tolstoianamente evangélico é que pensei nos Estados Unidos- para onde, nessa época, segui e integrei-me, na mesma Universidade onde já estudavam, tendo se tornado “evangélicos”, meu irmão e meu amigo Edgar Ribeiro de Brito, filho do então Senador Federal e também dois jovens, Guedes Pereira, Ivo Araújo, filho do Senhor de Engenho, Antonio de Araújo(Usina Cadete, de Amaragy) e neto do Barão desse nome- estudar(sendo ainda evangélico) Ciências Sociais e Literatura.

O evangélico a que se refere Gilberto Freyre, vale salientar, era muito mais do que um simples rótulo. Significava antes de tudo ser membro de uma igreja e ter responsabilidade com ela. Dizer-se que o Mestre de Apipucos foi evangélico simplesmente não tem significado. O que é expressivo e poucos sabem é que ele foi membro da Primeira Igreja Batista do Recife, batizado pelo missionário Harvey Harold Muirhead (H. H. Muirhead), que era Pastor da Igreja, em setembro de 1917.

Continuando, disse ele, no mesmo documento: “O que fiz? Quando, porem, defrontei-me com o tratamento mais que cruel dado pela burguesia evangélica dos Estados Unidos aos negros, descri desse evangelismo”. Ainda bem que Gilberto Freyre descreu do evangelismo, mesmo porque evangelismo diz respeito à teoria, ao método de evangelizar. Ele não descreu da evangelização que é a aplicação ou pratica do evangelho.

Alem do mais, a profissão de fé que ele dera na Primeira Igreja reunida em sessão não foi fundamentada em nenhuma teoria de superioridade ou inferioridade racial, mas na pessoa de Jesus Cristo como Salvador pessoal. Uma fé que não permite suportar as injustiças sociais e outras mazelas da humanidade, não é fé verdadeira, semelhante à fé dos discípulos, que continuaram com o Cristo, apesar da traição de Judas.

Ainda acentuando o seu desvio do evangelismo, esclareceu o autor de CASA GRANDE & SENZALA: “E dei um rumo um tanto anárquico ao que já era o dos meus projetos de vida”. A declaração bem analisada parece soar mal. Há como que algo de insinceridade na entrada de Gilberto Freyre na Primeira Igreja Batista do Recife, o que os fatos não comprovam e chega-se, portanto, à conclusão de que o Mestre de Apipucos tenta fugir de uma realidade que lhe marcou a vida.

Os seus “projetos de vida não eram um rumo um tanto anárquico”, mas conforme Diogo de Melo Lins, citando José Lins do Rego, eram o “tornar-se missionário”.

“Diferente de todos os rumos convencionais”- continuou ele- “todo meu. Sem nunca desprender-me de todo do meu entusiasmo de adolescente e de jovem por Jesus e das minhas preocupações com os pobres do Brasil, cuidaria do assunto à minha maneira, nem católica e nem evangélica”. Esse tipo de argumentação é também uma forma de fuga. Expressões como “todo meu”, “minhas preocupações”, “minha maneira”, “meus projetos” revelam um narcisismo tolo e inoperante.

Alem disso, deve haver um nome para “maneira nem católica, nem evangélica”. Seria cristã? Mas, o Cristianismo jamais foi uma anarquia intelectual. E mais, se Gilberto nunca se desprendeu de todo do seu entusiasmo de adolescente de jovem por Jesus, deve lembrar-se que foi este entusiasmo que o levou às “mucambarias do Recife”, sendo visto por centenas de pessoas e nunca por si só e pelas suas próprias maneiras.

Finalmente escreveu o mestre, seguindo sua linha de pensamento: “Nem ligada a qualquer instituição ou ideologia. Cristãmente anárquica. Desligado de moralismos e de burguesismos. Indiferente a posições e riquezas”.

Poder-se-ia lembrar a declaração de São Paulo: “Nos últimos tempos, sobrevirão dias difíceis, pois os homens serão egoístas, arrogantes, irreverentes, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder”.

O fato, no entanto, é que há homens que nascem em determinada época e lugar para realizar grandes obras. É o caso de GILBERTO FREYRE. (O POPULAR. Goiânia, 28.08.1977).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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NOTA DO AUTOR: Alguns anos depois, em 1981, Gilberto Freyre voltou a escrever sobre o assunto, no jornal FOLHA DE SÃO PAULO(29.03.1981), com o seguinte teor: “GILBERTO FREYRE, in FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, 29 de março de l98l: "Um simpático Dr. Mário Ribeiro Martins publicou há pouco um opúsculo -GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE. São Paulo, Imprensa Metodista, 1973. Pena que não me tenha ouvido outras vezes. Eu lhe teria contado coisas mais, talvez de interesse para o seu estudo. Aliás, anteriormente, num jornal do Recife -JORNAL DO COMMERCIO- este simpático e bem intencionado cronista de coisas evangélicas no Brasil já vinha recordando meus contatos de adolescente -o que também o fizera no DIARIO DE PERNAMBUCO -com o evangelismo, quando quase menino de l7 anos. Contatos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e o conhecimento da natureza humana, no sentido de relações dos homens com Deus e com o Cristo, que é um sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante.". Sobre este assunto, veja também aqui o artigo O MESTRE DE APIPUCOS.



O “EX-PROTESTANTE”.





Gilberto Freyre*.





Uma vez por outra surge um comentário inexato ao fato de que, dos 17 aos 18 anos eu ter sido protestante.

Foi minha segunda revolta contra a ortodoxia familial em que, felizmente, me criei e à qual tanto devo. A primeira revolta foi aos 6 anos: fugi de casa. Fuga sem quê, nem pra quê. Tanto que eu próprio tomei a iniciativa de voltar aos pais e irmãos e à avó Francisca e também aos brinquedos e ao gato chamado Fidalgo. A saudade deles me reorientou como por mágica. Sem lógica. Como sem lógica fora a fuga.

A segunda revolta contra a ortodoxia familial foi a aventura protestante. Ou evangélica. Aventura de adolescente inspirada um tanto por Tolstoi: sua revolta a ortodoxia greco-catolica e contra a burguesia russa. Revolta animada por uma interpretação anárquica de Cristo.

Fui então no Recife, nesses meus velhos dias, um famoso MENINO PREGADOR. Pregador de 17 anos nos bairros mais pobres. Menino dos chamados finos, em contacto com as gentes mais humildes e mais rudes. Amado por essas gentes. Um funileiro tísico morreu nos meus braços, deitando sangue pela boca e me pedindo: me fale mais de Jesus. Falei-lhe. Segurou-me a mão para me ouvir melhor. Até que me disse: Basta, menino, já estou ouvindo música de pancadaria. E morreu.

Um simpático dr. Mário R. Martins publicou há pouco um opúsculo: GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE. Pena que não me tenha ouvido outras vezes. Eu lhe teria contado coisas talvez de interesse para o seu estudo.

Soube ele que, indo do Brasil para os Estados Unidos, aos 18 anos, a fim de, por conta do meu pai, estudar na Universidade Batista de Baylor- onde já haviam estudado meu irmão Ulisses e outros brasileiros: três Guedes Pereira, Edgar, filho do então Senador por Pernambuco, Ribeiro de Brito, José Ermírio de Morais, todos antigos alunos do Colégio Americano Batista do Recife- freqüentei uma Igreja Protestante próxima da Universidade. É certo. Fui ainda, por uns curtos meses, nos Estados Unidos, protestante.

Pensando até em ser missionário não sabia onde: talvez entre os Índios do Brasil. Mas, repito- só por uns curtos meses. O que vi de sadismo no tratamento dos negros pelos protestantes brancos- quasi assisti a um linchamento, dos então comuns- a rígida divisão, nas próprias igrejas, entre brancos e pretos, hipocrisias burguesas- desencantou-me com o protestantismo. Com o que, de algum modo, respondo à carta agora mesmo recebida de jovem e inteligente brasileiro do Espírito Santo que me pergunta: Por que não ser protestante?

Não repudiaria de modo algum minha experiência evangélica ou protestante. Nem o que foi para mim, o estudo em Colégio Americano de orientação protestante. Nem o curso que segui, como outros brasileiros, na Universidade Batista de Baylor, antes da Pós-Graduação em Columbia. Mais sobre o assunto em artigo próximo. (FOLHA DE SÃO PAULO, 29.03.1981). *Informação da Folha: Gilberto Freyre é sociólogo, ex-deputado federal, ex-deputado constituinte(1946), ex-delegado brasileiro à Assembléia Geral da ONU e autor do clássico CASA GRANDE & SENZALA.





OBSERVAÇÃO: É bom relembrar que embora Gilberto Freyre esteja distanciado da Igreja institucionalizada (e daí dizer que não é católico, nem protestante, mas que possui o seu cristianismo), suas raizes familiares ainda estão vinculadas a uma comunidade de fé. Quem tiver o ensejo, por exemplo, de visitar a Igreja Batista da Capunga, no Recife, Rua João Fernandes Vieira, 769, Boa Vista, poderá conhecer não somente Dona Gasparina Freyre Costa, membro da Igreja há mais de meio século, IRMÃ de Gilberto Freyre, única interprete de sua letra e ex-datilografa dos artigos e trabalhos mais longos do escritor, mas tambem Paulo Costa, assiduo aos trabalhos da Escola Biblica Dominical, membro da Igreja, antigo solista do Coro e cunhado de Gilberto. Eles constituem uma prova cabal das origens evangelicas de Gilberto e do seu misticismo na adolescência.







GILBERTO FREYRE

E OUTRAS MEMÓRIAS.





Mário Ribeiro Martins*





Muito oportunamente Geraldo Azevedo, da revista VISÃO (27.10.1975), deu à sua entrevista com o Mestre de Apipucos, o titulo: GILBERTO FREYRE-UM POUCO DE MEMÓRIAS E UM LIVRO NOVO.

Válida essa manchete não somente porque Gilberto Freyre escondeu muitas facetas de sua vida que poderiam ser conhecidas pelo Repórter se tivesse lido o livro GILBERTO FREYRE- O EX-PROTESTANTE publicado em São Paulo, pela Imprensa Metodista(1972), de Mário Ribeiro Martins ou os artigos sobre ele escritos no JORNAL BATISTA, distribuído do Rio de Janeiro para todo o Brasil pela JUERP, mas também porque Gilberto Freyre, teimosamente, insiste em ocultar uma realidade que lhe marcou a vida, o que já foi sobejamente provado e comprovado nos escritos acima mencionados e, inclusive, ratificado por ele mesmo ao dizer, referindo-se aos contatos e sua vinculação com os batistas no Recife:

“São contatos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e o conhecimento da natureza humana com Deus e com o Cristo que é um sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante”. (Gilberto Freyre, DEPOIMENTO DE UM EX-MENINO PREGADOR, in DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, 31.12.1972).

Mas não foi isso que Gilberto Freyre disse ao repórter de VISÃO. Às perguntas feitas sobre o aspecto religioso, Gilberto respondeu de modo tendencioso e desprezível, como se nunca tivesse sido batizado numa Igreja Batista ou mesmo participado como membro de Igrejas no Brasil e nos Estados Unidos e de outras atividades denominacionais tipicamente batistas. Assim é que declara o Mestre de Apipucos: “Foi no Colégio Gilreath, hoje Colégio Americano Batista que tive certa iniciação no Cristianismo”.

A expressão “certa iniciação” não revela nada ao leitor. Não revela, por exemplo, o fato de ter sido ele batizado pelo missionário H. H. Muirhead em setembro de 1917, na Primeira Igreja Batista do Recife, conforme seu livro de Atas. Não revela o fato de ter sido ele membro da Seventh & James Baptist Church, Estados Unidos, igreja freqüentada pelos alunos da Universidade Batista de Baylor, onde Gilberto estudou. Não revela o fato de ter sido ele um pregador, conforme ele mesmo escreveu para o DIÁRIO DE PERNAMBUCO: “Daí ter me tornado, de fato, durante meses no Recife, um Menino-Pregador de Jesus a gente de mucambos, aos pobres mais pobres da cidade, aos mais desvalidos, um dos quais me lembro- era um funileiro- ter morrido, tuberculoso, nos meus braços”.

É esse homem que fala em “certa iniciação”. Alias, Gilberto caiu em contradição quando disse ao repórter: “Depois, encontrei nos Estados Unidos o filosofo espanhol George Santayana que me reconciliou com o Catolicismo” (Visão, p.86).

Com a expressão “reconciliou” Gilberto disse tudo, pelo menos ao bom entendedor. Mas a contradição é muito mais chocante quando se lê o que Gilberto escreveu para o DIARIO DE PERNAMBUCO, referindo-se à sua saída da Igreja: “E dei um rumo um tanto mais anárquico ao que já era o dos meus projetos de vida. Diferente de todos os rumos convencionais. Todo meu. Sem nunca desprender-me de todo, do meu entusiasmo de adolescente e de jovem por Jesus e das minhas preocupações com os pobres do Brasil, cuidaria do assunto à minha maneira, nem Católica, nem Evangélica”. Esse é o mesmo Gilberto que, contraditoriamente, diz para VISÃO que se reconciliou com o catolicismo.

A uma outra pergunta do repórter sobre seus estudos nos Estados Unidos, Gilberto Freyre respondeu: “Eu queria preparar-me para ser escritor” (VISÃO, p.86). É uma contradição chocante. Não foi isso que disse Diogo de Melo Menezes, ex-secretario de Gilberto e um de seus melhores biógrafos: “Naquela época, o menino muito lido nos Evangelhos, em Milton, em Bunyan, na biografia do Dr. Livingstone pensou em ser missionário”(Diogo de Melo Menezes, GILBERTO FREYRE. Rio de Janeiro, CEB, 1944, p.42).

Alias, o próprio Gilberto Freyre escreveu para o DIARIO DE PERNAMBUCO: “Com esse sonho tolstoianamente evangélico é que pensei nos Estados Unidos, para onde segui e integrei-me na mesma Universidade Batista de Baylor, onde já estudavam meu irmão e meu amigo Edgar Ribeiro de Brito”.

Gilberto Freyre não tinha ido propriamente preparar-se para ser escritor, o que se conclui não somente de suas palavras “sonho tolstoianamente evangélico”, mas também de suas cartas enviadas dos Estados Unidos. Uma delas chegou a ser publicada, num jornal brasileiro- A MENSAGEM(Recife, 15.03.1919)- sob o titulo CARTA DE UM SEMINARISTA.

Essa carta, Gilberto escreveu exatamente de um dos quartos do maior seminário do mundo, o Seminário Batista do Sul dos Estados Unidos, conhecido como SOUTHWESTERN BAPTIST THEOLOGICAL SEMINARY, Fort Worth, Texas.

Nessa carta, entre outras coisas, ele diz: “Visitei hoje e tive boa palestra com o Professor de Missões, Knighe. É jovem, inteligente e preparado. Eu o quisera ver no Brasil como missionário. Falei ao velho Gambrel, “papai” dos baptistas do Texas. Hoje à noite, falarei a um grupo de mexicanos- entre os quais o Seminário- professores e estudantes- que fazem trabalho missionário. Misturarei ao meu hespanhol um pouco de português”(CARTA DE UM SEMINARISTA. A MENSAGEM. Recife, 15.03.1919, p.5).

Sobre o grande pregador Billy Sunday, Gilberto escreveu: “Já o ouvi duas vezes. É uma maravilha. Billy é hoje o pregador de maior popularidade no mundo inteiro. E o de mais poder. Basta dizer que foi ele quem fez cair de joelhos, em New York, 100(cem mil pessoas). Em Fort Worth começou a pregar há cinco semanas. Tem havido na media 100(cem) decisões por noite. Ontem à noite, houve umas 300 decisões”.

Outros fatos poderiam ser mencionados, mas estes bastam para mostrar que somente um narcisismo tolo e inoperante, uma má vontade impertinente e estúpida podem fazer com que Gilberto Freyre esconda o fato histórico incontestável da contribuição protestante para a sua formação, desde os seus dias de Colégio Americano Batista, no Recife, até sua ida para a Universidade Batista de Baylor, pois enquanto W. C. Taylor escreveu EU O AJUDEI A IR AOS ESTADOS UNIDOS PARA ESTUDAR(W.C.Taylor, A Brief Survey of the History of Brazilian Baptist Doctrine. Rio de Janeiro, 1955, p.57), o velho missionário Johnson vendeu o seu piano de estimação para ajudar o jovem Gilberto Freyre na sua viagem à América.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 11.01.1976).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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GOVERNADOR DE GOIÁS

ENALTECE DR. SHEPARD.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Quando da XXXV Assembléia da Convenção Batista Goiana, na cidade de Iporá, interior do Estado, a Igreja local aproveitou a oportunidade para inaugurar o seu templo - o maior e mais belo templo do Estado.

A inauguração contou com a presença não somente dos convencionais representantes das Igrejas Batistas do Estado, mas também com a presença do Governador, Engenheiro Dr. Irapuan Costa Júnior, o mais novo dos governadores estaduais, que fora especialmente para tal inauguração, acompanhado de sua comitiva constituída de deputados, secretários e na qual se destacava o ajudante-de-ordens do Governador, Capitão Elenauro Batista dos Santos, membro da Primeira Igreja Batista de Goiânia e filho do veterano obreiro do campo, Pastor Isaías Batista dos Santos.

A porta do majestoso templo e com numerosa assistência, depois de breve palavra pelo Pastor Wanderley José Álvares, o Governador descerrou a placa de inauguração, onde se lia: "Templo da Igreja Batista". Abertas as portas e ao som de um hino entoado pelo coral que já se encontrava em pé, o governador penetrou no templo, subiu a plataforma e ouviu excelente mensagem proferida pelo pastor da Igreja, Renato Cavalcanti que além de destacar o acontecimento, expôs com clareza os princípios batistas e agradeceu por ser aquela a primeira vez que um governador do Estado assistia pessoalmente a um conclave dos batistas goianos.

Usando a palavra e muito emocionado, o governador disse ser aquele um momento de muita significação em sua vida porquanto se lembrava, naquele templo, da Igreja Batista de Itacuruçá que era semelhante até na disposição das janelas e onde tantas vezes ouvira as mais preciosas lições, quando aluno do Colégio Batista do Rio, nos idos de 1948, lições que lhe fizeram tão bem à vida.

Depois de relembrar fatos relacionados com o internato do Colégio Batista e suas visitas à Igreja que servia ao Colégio, enalteceu a obra, a fé e a personalidade do Dr. Shepard, CUJA VIDA ERA SEMPRE RELEMBRADA NOS SEUS DIAS DE COLÉGIO e que fora para ele uma sublime inspiração. Em virtude da influência do Colégio é ainda hoje um leitor constante da Bíblia que ocupa lugar de destaque em seu gabinete governamental.

Parabenizou à Igreja pelo seu templo e disse: "especialmente porque tendo iniciado suas atividades com apenas sete pessoas, depois de oito anos, consegue construir este majestoso e funcional templo". Após algumas músicas especiais pelo coral da Igreja local, o governador despediu-se profundamente impressionado.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 19.10.1975).





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HINDUISMO FILOSÓFICO:

JULGAMENTO CRÍTICO.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







A India é a pátria das grandes religiões. Tanto o bramanismo como o budismo e o jainismo são florações deste resplandecente espírito religioso. Tendo uma forte e esplêndida consistência ética, o budismo permanece como uma rebeldia contra o bramanismo, no que se pode comparar ao protestantismo de Lutero em relação à Igreja Católica Romana. Mas a filosofia budista tem raízes religiosas e desenvolveu-se em função delas, o que não aconteceu com a filosofia grega. Daí dizer-se que a filosofia, no fundo, é uma criação grega. Como diz Laurindo Leão, em sua HISTÓRIA DA FILOSOFIA, é ela a interpretação da experiência pela razão e esta interpretação puramente racional tem sua sistemática na Grécia.

Na India, portanto, a filosofia está vinculada à religião e à ética, e se desenvolve em função destas. Sua preocupação é, especialmente, com as relações entre o Eu e a divindade, como também com a penosa caminhada do homem para seu aperfeiçoamento e para a conquista da iluminação. Essa religiosidade, perante as massas, desgarrou-se num politeismo desbaratado. Aos milhares se encontram os deuses orientais nos Vedas e Puramas, livros sagrados da India, com os cultos esquisitos dos deuses orientais, contra os quais o ateismo budista reagiu, numa também rebelião contra a predominância das castas superiores e os seus privilégios, pregando o igualitarismo da abolição das castas já na India milenária.

São de notável pureza os ensinos esotéricos da filosofia religiosa hindu. Pureza esta continuada com os pensadores dos séculos XIX e XX, entre os quais se destacam: Ram Mohan Rai (1772-1883), Derendrath Tagore (1817-1905). Ramacrishna (1834-1886), Svamin Viveka Nanda (1863-1902), Rabindranath Togore (1861-1941), Mahatma Gandhi (1869-1948) e Aurobindo Ghose (1872).

De modo geral a filosofia hindu sustenta que a natureza do homem é divina, seu objetivo na terra é esta caminhada para o desenvolvimento, com a manifestação do princípio divino que existe em seu interior. Tal princípio tem uma existência oculta, mas que se descobre quando o homem realiza a integração com o Samadh ou união com a divindade atingindo a consciência cósmica, e que é a verdade universal expressa no conteúdo esotérico das grandes religiões.

A integração da unidade do Eu individual com o Eu Cósmico é a consciência cósmica, a forma mais alta do Samadhi ou super-consciente ou seja a absorção do espírito no Eu Cósmico, como uma centelha que sai e retorna ao fogo.

O Swami hindu é um monje e um mestre religioso, devoto de Deus, que ajuda os demais a adquirir fé, prestando sua ajuda à humanidade, independentemente de preconceitos racistas ou religiosos. O boddhisattva é o homem que pode tornar-se um Buda, um iluminado, portanto. Apesar do seu apregoado ateismo, para o budismo, no fundo, Deus é um devenir e não um devenido.

A realidade espiritual é um todo único. O resultado desta tese é que a escola do pensamento hindu a que Buda se opunha estava na linha da ciência moderna. Daí dizer Arnold Toynbee, em suas Experiências: "A uniformidade da natureza é ainda um dos postulados fundamentos da ciência moderna, embora sua formulação seja talvez menos simples e absoluta hoje do que o era há um século atrás". Conforme esta tese, a matéria, é menos material do que se supõe e o espírito menos espiritual, daí por que participariam ambos de uma espécie de natureza neutral que permitiria a sua união.

A maior maravilha do mundo e a maior realização até agora feita no campo da vida é a criação de um ser vivo, dotado de consciência. Este ser vivo que alarga desde muitos milênios a sua consciência é o misterioso de hoje que algum dia tornar-se-á claridade.

Até que isto aconteça permanecerá a dúvida que Karl Marx levantou, em 1841, no prefácio do seu escrito juvenil e tese doutoral A DIFERENÇA ENTRE A FILOSOFIA NATURAL DE DEMÓCRITO E A FILOSOFIA NATURAL DE EPICURO em que considera "Prometeu como o mais nobre dos santos e mártires do calendário da filosofia", contestando a Hermes, o mensageiro dos deuses que disse: "Jamais mudarei minha cadeia pelo servilismo do escravo. Melhor é estar encadeado a uma rocha do que obrigado ao serviço de Deus". (O POPULAR. Goiânia, 13.03.1977).





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HINDUISMO FILOSÓFICO

KANADA E KAPILA.





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Forjada numa conotação materialista, a filosofia de Kanada, Vaisheshila, afasta-se por completo da índole espiritual e mística da metafísica hindu e deriva o seu nome de visesa (particularidade). A individualidade deve ser encontrada nas partículas do mundo, especialmente nas almas e átomos particularmente imperceptíveis.

Um sistema de categoria, com uma classificação séxtupla de padarthas (objetos que podem ser pensados e designados), é estabelecido pela filosoifa de Kanada: dravya (substância), samaya (generalidade), visesa (particularidade), samavaya (inerência). A estas, os discípulos das escolas acrescentaram mais tarde uma outra: abhava (não existência).

Disto se conclui que o primeiro princípio é: "alguma coisa existe". No entanto, nada pode existir sem possuir determinadas qualidades, as quais, por sua vez, podem existir em uma pluralidade de coisas, ou somente em algumas.

Uma teoria atômica foi também desenvolvida pela filosofia Vaisheshika, segundo a qual as coisas do mundo são constituídas de partículas, que são eternas. O limite da divisão das coisas é marcado pelo átomo que não tem extensão e cuja heterogeneidade de sua natureza é a causa da sua visibilidade oriunda da combinação das partículas.

Kanada contraria a doutrina bíblica segundo a qual "os elementos ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se queimarão", pois conforme ele nunca haverá um tempo para a aniquilação das coisas, porquanto os átomos são eternos.

Em Kanada, portanto, se tem os germes da teoria atômica desenvolvida posteriormente pelo grego Demócrito, embora com um sentido essencialmente especulativo. O materialismo é encontrado na filosofia Vaisheshika com uma forte dosagem, pois a matéria, nos seus constituintes mais íntimos, é eterna.

É também de índole puramente materialista, a filosofia Samkhya, fundada por Kapila. Surgiu como uma reação ao monismo espiritualista idealista e místico dos Upanishads. Antagônico ao panteismo idealista da vedanta, é o panteismo materialista da filosofia Samkhya.

Kapila, com sua filosofia, nega a existência de um espírito divino, criador e ordenador do mundo, regulador supremo: Iswara. Ao contrário, desenvolve a teoria do materialismo e da evolução. A natureza ou prakriti é a última base constituinte do universo empírico, de modo que a transformação dessa natureza resultou o que se chama mundo.

De três elementos ou qualidades se compõe a natureza, a saber: sattna (consciência potencial), rajas (atividade), tamas (restrição). A primeira dessas gunas (qualidades) significa a essência ou forma que deve ser realizada. A segunda constitui a força que permite a superação dos obstáculos. A terceira diz dos obstáculos à realização da forma.

As tendências à manifestação das coisas e da atividade são contidas pelas tendências à não manifestação e não atividade. Ocorre o desenvolvimento exatamente quando a tensão é relaxada. O aparecimento das coisas que estão latentes é o desenvolvimento. O desaparecimento no estado original e primitivo é a destruição.

Ao contrário de Kanada, Kapila não preconiza a destruição ou aniquilação das coisas. Sob a influência de purusa (sujeito), no aparato do pensamento e dos objetos do pensamento desenvolve-se a natureza.

Mahat (o grande) ou Bridhi (inteligência) é o primeiro produto da evolução da natureza, o que significa que a inteligência universal procede da natureza, daí o materialismo, Purusa é o Eu inteligênte, enquanto prakriti (natureza) é inconsciente. Para experiência do Eu é que a natureza se desenvolve e toda a evolução da natureza é adaptada para o Eu.

Cada Eu, ou Ego, ou Purusa possui, além do seu corpo material que se dissolve com a morte, um corpo mais sutil, formado do aparelho psíquico, que não é so a base do renascimento, como ainda o próprio princípio da identidade nas sucessivas existências do Ego.

M. A. Dynnik, em sua HISTÓRIA DA FILOSOFIA diz: "Uma das conquistas mais importantes da antiga filosofia hindu é a tese da escola Samkhya de que o movimento, o espaço e o tempo são propriedades inerentes da matéria e inseparáveis dela".

Embora num contexto puramente filosófico, dir-se-ia a teoria samkhya é, no fundo, a própria tese da relatividade de Einstein e do universo de Minkhowski em sua forma geral.(O POPULAR. Goiânia, 30.01.1977).





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HINDUISMO FILOSÓFICO:

VARDHAMANA E BUDA.





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O contemporâneo mais velho de Buda, Vardhamana, foi o fundador do Jainismo, embora no sentido de que ele sistematizou as concepções e a fé sustentadas por grandes sábios antecessores, entre os quais destaca-se Parsvanatha.

Na filosofia jainista, o conhecimento se coloca dentro de um ponto de vista relativista, segundo o qual qualquer afirmação sobre um objeto é unilateral ou incompleta, nada se podendo afirmar ou negar absolutamente de uma coisa. Disso resulta a teoria Syadvada ou seja, toda proposição nos permite apenas conhecer o "talvez", o "pode ser" ou o "syat".

Na cosmologia jainista, as coisas se dividem em jiva (vivas) e ajiva (sem vida). As condições necessárias do existente, das almas e da matéria são: espaço, dharma e adharma. O espaço fornece o quadro para o que existe; dharma é a força do movimento; adharma é a tendência ao repouso.

Conforme Vardhamana, a matéria é eterna. Forma-se de átomos e agregados. Ao lado da teoria atômica, o jainismo admite a evolução. Da agregação e desintegração dos átomos resultam as mudanças no mundo físico. Tais mudanças são chamadas de parinama e significam simplesmente o surgimento de novas qualidades. Pela sua combinação os átimos homogêneos produzem diversos elementos.

Somente a matéria mais grossa é percebida pelos sentidos. A matéria mais sutil está além do alcance dos sentidos e é chamada de Karma, espécie de matéria que enche todo o universo. Por causa do seu intercâmbio com o mundo a alma está repleta de partículas de karma. A característica essencial da alma é a consciência. A alma individual (jiva) é composta de consciência e matéria (corpo). Uma matéria sutil (uma das oito espécies de karma) acompanha sempre a alma, mesmo nas transmigrações. A alma e o mundo são eternos, o que significa dizer serem eternas a existência e a matéria.

Embora o jainismo não acredite em Deus, crê que as almas podem alcançar um status divino. Deus é assim um devenir a ser alcançado pelo homem. Através da prática constante de uma vida austera, o homem deve procurar o nirvana, é o pensamento do jainismo que também recomenda o justo conhecimento, a justa conduta e a justa fé. Não subtrair qualquer espécie de vida é a sua recomendação. Apesar de poucos adeptos, o jainismo, além de sua orientação filosófica, é uma religião.

O Budismo, fundado por Buda, constitui uma filosofia herética diante da filosofia ortodoxa hindu fundamentada na autoridade dos Vedas. De grande ascendência no Oriente, a doutrina de Buda é tanto uma filosofia como uma religião. Representa um dos protestos da India de então contra o formalismo do hinduismo dos Vedas. Negando valor permanente aos deuses do Panteon dos Vedas e oferecendo um novo caminho para a salvação, o budismo rejeitou a autoridade dos Vedas e fundou uma nova moralidade independente.

A filosofia de Buda é principalmente uma filosofia moral. Ensina a auto-disciplina. É também uma filosofia moral de fundo social, porquanto ensina a controlar nossas relações com outros homens. Na tentativa de ensinar o homem a libertar-se da dor, preocupa-se menos com uma metafísica e muito mais com uma terapêutica capaz de curá-lo e de levá-lo ao repouso supremo.

A parte moral do sistema se fundamenta nas "quatro verdades": A dor é universal. A origem da dor é o desejo. O fim da dor é a eliminação do desejo. O meio de libertação da dor é a contemplação das coisas. Tais práticas constituem a "octupla via de libertação": crer retamente, querer retamente, falar retamente, obrar retamente, viver retamente, esforçar-se retamente, pensar retamente, meditar retamente.

O fim da existência humana é alcançar o nirvana. Os brâmanes já empregavam este termo significando a absorção do Eu no Brama, Deus, Atman, a imersão da individualidade na existência divina. O nirvana pode ser a existência positiva, isenta das transmigrações. Pode ser existência no nada, no vazio. Pode ser o aniquilamento completo, depois da aparência da vida. Pode ser extinção da paixão que é conseguida quando o discípulo atinge o conhecimento da verdade. Na literatura dogmática do budismo, nirvana significa literalmente extinção do fogo da paixão. Na filosofia Vedanta, o termo é também usado para designar a união com Brama. A crítica contemporânea não entende o nirvana como a extinção total. É, sim, a completa extinção da individualidade, sem perda da consciência. É uma condição em que cessa o sofrimento e a dor deixa de existir, numa espécie de Summum Bonum.

O budismo, no fundo, é um ramo desenvolvido da Yoga. O fim último do budista não é a moralidade, mas o conhecimento, a prática da "octupla via" que culmina com meditação mística ou concentração, o estágio Samadhi da Yoga. O Samadhi consiste na fixação da atenção sobre um determinado ponto ou assunto, de modo que o espírito passa por diferentes etapas de auto-hipnotização. A prática da concentração é pré-budista, possivelmente veio da Yoga ortodoxa, através de Patanjali, pai da psicologia hindu e fundador da Yoga, portanto avó da parapsicologia.

O budismo se estendeu de uma filosofia a uma metafísica e posteriormente uma religião. Assim é hoje em dia, mais uma religião do que uma filosofia. A literatura sagrada budista é conhecida mediante dois cânones diferentes: Cânon do sul, na língua pali, aceito no Ceilão, Birmânia e no Sudeste da Ásia, onde o budismo se irradiou com a escola hinayana. Cânon do norte, aceito no Nepal, China, Japão, Tibet, onde o budismo se irradiou com a escola mayayana, na língua sânscrito. Na língua pali o cânon subsiste em três Pitakas (cestos): Vinaia-Pitaka, suta-Pitaka e Abidama-Pitaka. Na língua Sânscrito o cânon varia de acordo com as seitas budistas.

O objetivo budista, na escola hinayana, é alcançar a libertação do sofrimento. Na sua metafísica Geral, eles afirmam a eternidade da matéria elementar que se combina e recombina de acordo com leis laterais. A alma dos seres vivos obedece à mesma lei de alternância, de elevação e decadência, até que eliminem os vícios e se eleve pela virtude até o nirvana, que põe fim à transmigração, e se alcança pelo conhecimento e pela eliminação da ignorância, assim como pela virtude.

De Buda, disse Albert Schwizter, em LES GRANDS PENSEURS DE "L`INDE: é um poderoso inovador lembrando Lutero em muitos traços. Rejeitou o dogmatismo dos vedas e desacreditou o politeismo exagerado das massas hindus. Deu maior emancipação ao poder da razão contra a tradição. é um dos maiores gênios éticos que produziu a humanidade". (O POPULAR. Goiânia, 30.01.1977).





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YOGA E NYAYA.





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Tendência importante do idealismo filosófico hindu é a filosofia yoga. Originária de Patanjali, tem sido muito divulgada no Ocidente através dos estudos recentes do Yogue Ramacharaka.

É, principalmente, pela sua aceitação do teismo e pela sua insistência na disciplina mental que a Yoga se caracteriza. O Eu individual pela prática da Yoga se dissolve no Eu cósmico, na Consciência Cósmica, através de determinados métodos e determinadas práticas, pelas quais o indivíduo consegue a iluminação ou identificação com a divindade, mediante o êxtase. Numa certa dosagem de misticismo repousa a Yoga, como também desenvolve uma filosofia religiosa teista, em que Deus é dotado de supremo poder, sabedoria e bondade.

Em oito etapas consiste o método da Yoga, a saber: Yama (domínio de si). Niyama (observância dos preceitos religiosos e morais). Asana (atitude e postura). Pranayama (poder de governar a força vital através da respiração). Dhyana (concentração). Dhorana (meditação). Samadhi (contemplação).

Como as primeiras etapas são acessórias e levam aos estágios finais, a caminhada para a consciência cósmica se finaliza com o êxtase, Samadhi, identificação com o Absoluto, da mesma natureza que o Eu individual. Aqui a Yoga se nivela com a Vedanta pela doutrina do Tat tvam asi (tu és isto), de que a essência espiritual do Eu é a mesma que a da divindade.

Através de várias sendas ou caminhos o ser humano poderá conseguir a suprema finalidade e daí os diversos tipos de comportamentos preconizados pela Yoga, a saber: Hatha Yoga (domínio do corpo). Raja Yoga (domínio da mente). Gnani Yoga (domínio pela sabedoria). Kakti Yoga (aperfeiçoamento pela bondade).

A filosofia psicológica Yogue se aproxima de determinadas técnicas da psicoterapia, especialmente a terapia da vontade (Will-therapy). Não chega, porém, à técnica da psicanálise e está longe de assemelhar-se com ela, pelo menos no sentido de aumentar a eficiência do ego consciente. A prática da filosofia Yoga, contudo, mesmo para o ocidental é um tranqüilizante num universo social perturbado. É sua maneira, é um caminho de libertação, como o é a própria psicanálise através do clássico divã do psicanalista.

A filosofia nyaya, por sua vez, relembra um pouco a escolástica, porquanto discute os problemas lógicos, e é, de todos os sistemas filosóficos indianos, o que desenvolve intensamente o formalismo lógico. Fundada por Gotom, a filosofia nyaya apresenta formas de argumentação, cujas semelhanças são evidentes com o silogismo aristotélico. Preocupa-se fundamentalmente com o problema do conhecimento e não afirma como o Vedanta a simples ilusão do mundo fenomenal.

Partindo de um ponto de vista diverso de que o relato do mundo que o nosso espírito obtém é digno de valor, a nyaya aprecia vários caminhos pelos quais o conhecimento é obtido. Seu alto teor lógico é visto pela análise na intuição, da percepção sensorial, da inferência (no que relembra o silogismo de Aristóteles), da indução, da causação e comparação.

Dentro do panorama e do contexto geral da filosofia hindu, a filosofia nyaya apresenta uma singularidade monumental, por ser muito mais uma teoria do conhecimento e uma lógica do que mesmo metafísica e teologia.(O POPULAR. Goiânia, 27.02.1977).





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HISTÓRIA E ESTATÍSTICA AMEAÇADAS.







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Os chamados órgãos estatísticos nacionais reclamam seriamente das igrejas evangélicas, sob o pretexto (verdadeiro) de que elas não gostam de responder a questionários, e quando o fazem, demonstram má vontade e imprecisão nas informações prestadas.

As visitas que se tem feito aos órgãos desta natureza resultam em apelos dramáticos às igrejas para que estas (teoricamente mais organizadas do que as não evangélicas) enviem informações precisas sobre seu crescimento, suas transformações, etc., que facilitem a verdadeira estatística do culto protestante no Brasil.

Ocorre que a dificuldade de se fazer História e Estatística não é um mal existente apenas entre os grupos evangélicos, mas é um caso brasileiro. Se o mérito da "Estatística do Culto Protestante do Brasil" consiste no fato de ser o único levantamento sistemático sobre o Protestantismo brasileiro, que dizer do Catolicismo sobre o qual muito pouco se sabe em termos de número e de formas?

O "desaparecismo" é uma característica de nossas instituições, sejam elas religiosas, governamentais, educacionais ou quaisquer outras. Diante de uma pergunta sobre um documento histórico, há sempre alguém que diz: "Não encontrei: desapareceu."

A nova lei vai contribuir ainda mais para esta situação, ameaçando a História e a Estatística brasileiras. Isto é o que se pode deduzir do artigo 1.215 do novo Código de Processo Civil a entrar em vigência no dia 1º de janeiro de 1974. Assim esclarece o mencionado dispositivo:

"Os autos poderão ser eliminados por incineração, destruição mecânica ou por outro processo adequado, findo o prazo de cinco (5) anos, contados da data do arquivamento. Parágrafo 1º. É lícito, porém, às partes dos interessados requerer, às suas expensas, o desentranhamento dos documentos que juntaram aos autos, ou a microfilmagem total ou parcial do processo. Parágrafo 2º. Se a juízo da autoridade competente houver nos autos documentos de valor histórico, serão eles recolhidos ao Arquivo Público."

Ora, a historicidade de qualquer texto pode ser atual ou potencial, o que impossibilita a autoridade de estabelecer um juízo do "valor histórico" deste ou daquele texto. Um folha de papel que hoje não tem valor, poderá ser um documento histórico precioso dentro de 15 ou 20 anos. Tudo o que constitui manifestação de um povo é documento histórico, que poderá ter maior ou menor valor com o passar dos anos.

Se a despreocupação pelo documento histórico é permitida ou insinuada no Código de Processo Civil, o que vai alastrar-se nos órgãos oficiais, tanto pior ocorrerá em outros ambientes, como entidades religiosas, educacionais, etc., onde a falta de consciência em relação à importância da preservação de tais documentos já é comum.

Aplicando-se o fato aos batistas brasileiros, precisamos ter cuidado com os nossos papéis, porquanto sem documentos a historiografia se tornará difícil e até mesmo impossível. Um povo, em termos religiosos ou não, que não possua história conhecida terá um futuro não muito diferente do presente, sem perspectivas, porque lhe falta a identificação e o auto-conhecimento. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 05.08.1973).





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INTEGRAÇÃO CRISTÃ & ATUALIDADE.





Mário Ribeiro Martins*



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Há algum tempo atrás, no Recife, um pastor batista(1) teve acesso ao Clube Náutico Capibaribe e terminou por ser eleito Diretor do Departamento Cultural daquele famoso clube brasileiro. Teria exercido alguma influência ali dentro? Esta é a pergunta que normalmente se faz.

O boletim oficial daquele departamento apresentava fotografias de garrafas de cerveja e dela fazia propaganda, mas a partir do momento em que aquele obreiro assumiu a direção do referido departamento, o boletim passou a fazer propaganda não mais de cerveja, porém de guaraná, lembrando-se ainda as diversas conferências culturais e religiosas que foram realizadas.

É possível que tal mudança tenha provocado um impacto entre os associados do clube e certamente muitas perguntas foram levantadas sobre o assunto. Teria sido uma oportunidade para o testemunho CRISTÃO? O fato é que através daquele obreiro muitas pessoas passaram a ter conhecimento do Evangelho, recebendo, inclusive, a preciosidade do Livro Sagrado. Seria esta uma forma de integração cristã na vida atual?

Não importa a resposta que se dê a este tipo de pergunta, mas o fato é que um dos assuntos que mais empolga a gente jovem é a integração na vida de hoje. Esta preocupação, evidentemente, não é nova. Aliás, deve ser tão antiga quando a existência da própria juventude, já que integração é problema de maturidade e esta sempre existiu na vida jovem.

É provável, no entanto, que a necessidade da integração cristã, hoje, seja mais intensa do que outrora, em virtude dos diferentes ângulos apresentados pela vida moderna. É possível que não tenha havido uma juventude distanciada de sua época, ao contrário, o que sempre houve foi a preocupação de controlar os avanços demasiados da mocidade, na tentativa de dar soluções apressadas aos problemas da sociedade.

A interferência da Igreja Católica nos negócios do Estado, em 1948, por exemplo, recebeu o protesto do Primeiro Congresso Nacional da Mocidade Batista Brasileira, (ver: COM A BÍBLIA UM MUNDO NOVO, 1949, p. 186) numa demonstração de que aquela juventude, numericamente ainda inexpressiva, não estava alienada da realidade social de sua época e de seus problemas.

Das razões apresentadas para a integração da mocidade cristã no mundo moderno, é de grande significação e talvez a mais expressiva aquela que argumenta que o jovem é indispensável na estrutura atual da sociedade e da igreja. A atualidade em que se vive é reconhecidamente diversa de qualquer outra, sobretudo orientada no sentido da tecnologia que a torna mais materializada.

A integração cristã de que se fala, portanto, não pode ser realizada nesta direção, mas terá de ser fundamentada em bases espirituais, e só este tipo de participação na sociedade trará para a Igreja Cristã maior conceito e melhor contribuição.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 30.07.1975).



(1)Tratava-se do Pastor João Virgílio Ramos André.





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"KOHOUTEK":

UMA LIÇÃO PARA A CIÊNCIA.



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"Finaliza a viagem de Kohoutek". "De sua observação grandes resultados eram esperados, porém até o momento os dados são pouco originais". "Lubos Kohoutek abandonou o Chile". Com estas manchetes jornais de todo o mundo noticiaram o desaparecimento do "Cometa do Século".

No princípio de janeiro chegou a uma cidade - La Serena - no interior do Chile, Lubos Kohoutek que de um observatório com mais meios que nenhum outro na História, contemplava diariamente, posto o sol, o cometa batizado com o seu nome.

O certo é que o grande cometa descoberto em 7 de março de 1973 não respondeu às esperanças científicas postas sobre ele. Os astrônomos mais respeitados pensaram na possibilidade de conhecer e determinar a composição dos cometas. Alguns - os mais atrevidos - creram, inclusive, que seria fácil enviar uma sonda cósmica ao encontro do "Kohoutek". Esta sonda obteria amostras de gás e material realmente importante para definir a estrutura inorgânica do cometa. A tentativa não foi vitoriosa e tudo indica que o "Kohoutek" não foi o cometa do século.

Já se começa a dizer que se tem de esperar o ano de 1986 para observar a reaparição do "Haley", um estranho cometa que com grande pontualidade se deixa ver regularmente cada setenta e seis anos. A verdade é que nenhum passou tão perto do Sol como o "Kohoutek" que no dia 20 de dezembro teve o seu momento mais luminoso, passando somente a 20 milhões de quilômetros do Sol. O "Haley" passou no dia 15 de dezembro de 1910 a 120 milhões de quilômetros da Terra, com uma velocidade de 28,8km por segundo.

O aparecimento dos cometas tem provocado uma série de associações e profecias. O cometa "Haley", dizem que teria sido visto no ano 467 a. C. Sua má fama, porém, começou quando se apresentou no céu num dia fatal do ano 66, época da destruição da cidade de Jerusalém. Posteriormente o "Haley" coincidiu, em 1066, com a invasão da Grã-Bretanha por Guilherme, o Grande. Desde então não foi possível atribuir-lhe outras desgraças, até que em 1910 ele novamente apareceu e quatro anos mais tarde estourou a Primeira Guerra Mundial.

Pouco caso se deve fazer destas coincidências, sobretudo quando se realiza um balanço do que foi o período luminoso do "Kohoutek". O fato é que ele ficou como um cometa a mais na relação dos, aproximadamente, mil e seiscentos que se tem notícia. Chegou-se a crer, no começo de dezembro, na sua desintegração. Alguns observatórios europeus confirmaram-na. O Dr. Oro, catedrático de Houston disse: "Eu temia sua desintegração. Era muito possível que não pudesse resistir ao tremendo calor do Sol". A verdade é que ele não se desintegrou e as perguntas sobre todos eles permanecem sem respostas, o que mostra as limitações do homem e da ciência.

Os que pensaram que o cometa terminaria por chocar-se contra a Terra cometeram um erro histórico, porque não há evidência alguma de que um corpo celeste deste tipo tenha terminado os seus dias em nosso planeta. Fala-se de um cometa desconhecido que teria caído nas margens do Rio Tunguska, Sibéria Ocidental, no dia 30 de junho de 1908. Quase todos, porém que estudaram o fenômeno o negaram.

Lubos Kohoutek voltou a sua pátria de origem, enquanto muita gente que não pôde ver o cometa desenhado no céu ficou desiludida. Mas forte, no entanto, foi a decepção dos astrônomos que esperavam encontrar no "Kohoutek" elementos adequados para desvendar os mistérios que, todavia, continuam encerrados, porquanto ainda pertencem ao Criador do Universo.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 12.05.1974).







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LEI SOCIAL MATOU UMA IGREJA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Com o nome de "União Batista Pernambucana" foi organizada no dia 19 de julho de 1906, com aproximadamente 22 membros, uma Igreja Batista no Engenho Jardim, interior do Estado de Pernambuco. Após ter recebido a designação de Igreja Batista do Jardim, transferiu-se posteriormente, para o Engenho Jucá, tornando-se Igreja Batista do Jucá. Nesta localidade, a igreja sofreu terrível perseguição, em virtude da atitude assumida pela "Senhora do Engenho de não permitir em suas terras qualquer trabalho evangélico”.

A conversão de um proprietário em Lajedo, Abílio André Pereira, em 1920, e a conseqüente doação de um terreno aos crentes fez com que a igreja se transferisse para este novo abrigo, recebendo o nome de Igreja Batista de Lajedo. Há aspectos significativos na história desta igreja. Os pastores que a serviram é um deles. O número de obreiros reflete a instabilidade de uma comunidade de fé na zona rural.

Seus pastores foram: Eloi Correia de Oliveira, R. E. Petigrew, Manoel Corinto Ferreira da Paz, Augusto Filipe Santiago, L. L. Johnson, Benício de Souza Leão, Wilcox, João Norberto, Eduardo Gobira, Severino Batista, Eliezer Correia de Oliveira, Apolônio Falcão, Sóstenes Pereira de Barros, Harrison, Antônio Sales, Alcides Barbosa de Araújo, José Morais, Jedir Ribeiro, entre outros.

Localizada numa área com acentuados problemas sociais, a igreja começou a desaparecer. Seus membros, por força de uma Lei Social, passaram a residir em outros engenhos, até que finalmente, os proprietários do Engenho Lajedo expulsaram os últimos residentes como efeito da Lei da Estabilidade do Morador. A lei formulada para salvaguardar o bem-estar social causou a morte de uma das representantes da mais legítima instituição social: a igreja. As famílias perderam tudo, exceto os muitos filhos que possuíam.

A comunidade de fé batista de Lajedo chegou a ter 173 membros e um dos mais expressivos corais da região, dirigido por Antônio Ferreira de Alcântara. Entre suas filhas, destacam-se as seguintes igrejas: Aliança, Timbaúba, Ferreiros, També, Carobé, Tracunhaém, Grói. Filhos daquela igreja estão espalhados pelas Igrejas Batistas do Brasil, destacando-se em Pernambuco, a presença marcante nas seguintes igrejas: Evangélica de Casa Amarela, Monteiro, Tegipió, Apipucos, Jordão, Beberibe, Garanhuns, Goiana, Nova Descoberta, entre outras.

Hoje, numa clareira em meio ao canavial, encontra-se fechado e bem conservado um grande monumento: é o templo da antiga Igreja Batista de Lajedo, que se abre apenas uma vez no ano para uma festa espiritual, de confraternização e de saudade.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 23.09.1973).







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LETRAS ANAPOLINAS







Coelho Vaz*





Não é fácil organizar uma antologia de vultos ilustres de uma terra ou de uma região. É um trabalho que deve ter critérios por parte do pesquisador, a fim de evitar o desgaste da coletânea e de quem teve a idéia de fazê-la.

É difícil agradar a todos e muitas vezes o biografado se considera esquecido por algum detalhe vivencional omitido pelo autor. Outras vezes, são filhos que se consideram ilustres e nem foram lembrados na antologia.

O que é importante no trabalho é a seriedade da pesquisa, o levantamento histórico, os velhos jornais, as entrevistas com pessoas fidedignas, as visitas às bibliotecas para dirimir duvidas, em fim o carinho necessário dispensado à obra.

Com esse espírito, o escritor, professor e Promotor de Justiça Mario Ribeiro Martins publicou LETRAS ANAPOLINAS que não é seu primeiro livro, mas é de grande importância para as letras uma vez que traz no seu bojo a historia literária da prospera cidade de Anápolis.

São mais de duas centenas de biografias de filhos que nasceram, viveram ou passaram pelas terras de SANT’ANA DOS CAMPOS RICOS, também chamada de SANT’ANA DAS ANTAS(hoje Anápolis), espalhando conhecimentos literários, participando dos movimentos culturais e deixando ali, a semente do saber.

Nomes ilustres como Ada Curado, Adolfo Graciano da Silva Neto, Arlindo Costa, Augusto Rios, Bernardo Guimarães, Célia Siqueira Arantes, Carmo Bernardes, Décio Jayme, Francisco Xavier de Almeida Junior, Gastão de Deus Victor Rodrigues, Haydée Jayme Ferreira, Humberto Crispim Borges, Iron Junqueira, Jarbas Jayme, Moacyr Salles, Venerando de Freitas Borges, Ursulino Tavares Leão, os irmãos José e João Asmar e muitos outros que fizeram e fazem a historia da nossa literatura, encontram-se nesta obra.

LETRAS ANAPOLINAS trás ainda a apresentação e prefacio dos escritores José Mendonça Teles e do Presidente da Academia Goiana de Letras, Ursulino Leão, respectivamente.

É um livro que careceu de trabalho e tempo, em vista do que se realizou. São prosadores e poetas que deixaram os nomes ligados nas folhas do tempo e que serão perpetuados agora e sempre nas paginas de LETRAS ANAPOLINAS.

Muitos nomes foram omitidos- conforme nos relata o professor e Promotor de Justiça Mario Ribeiro Martins- mas por razões dos critérios adotados na feitura da obra ou por outros motivos não foram inseridos no volume que se encontra já lançado ao publico.

Podemos afirmar que é uma antologia bem escrita, estilo claro, esmerado, cuja obra veio para ficar, pois é um trabalho que enriquece a fotografia cultural de uma cidade e todo aquele que desejar fazer estudo da evolução literária do Estado, forçosamente terá de conhecer essa monumental obra.(O POPULAR. Goiânia, 30.05.1985).



GERALDO COELHO VAZ é escritor e foi Presidente da União Brasileira de Escritores de Goiás e da Academia Goiana de Letras.







MAHATMA GANDHI





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Há em quase todos os lares hindus, três imagens: Shiva representa a destruição, Vishnu simboliza a conservação e Brahma retrata a criação. Essa é a trindade hindu existente há 25 séculos. Uma nova imagem colocada ao lado dessa trindade: a de Mahatma Gandhi, simbolizando a paz.

Conforme George Woodcock, Gandhi já era venerado, mesmo em vida, como um verdadeiro deus, por algumas tribos da India Central. Hoje é considerado como um pai da nação e a maior festa do ano é celebrada em 2 de outubro, dia natalício do herói legendário.

Os hindus estão acostumados a tratar com deuses, heróis e fantasmas gloriosos e, às vezes, não distinguem entre vivos e mortos, nessa unidade fabulosa entre o céu e a terra, entre o passado e o futuro, entre a abstração e a realidade.

Gandhi sempre foi uma abstração ativa e atuante, que continua tão poderosa como quando vivia. Seu mito tem crescido enormemente. É sabido que os grandes mitos, isolados e poderosos, têm conduzido a humanidade na história: Abraão, Moisés, Buda, Moahmed e tantos outros.

O último que merece ser citado nesse nível do sobre-humano é Mahatma Gandhi Homem excepcional, mas de vida simples. Conheceu as debilidades humanas.

Quando jovem adaptou-se à vida inglesa, vivendo em Londres, onde ensaiou os passos de um burguês conformista. Compreendeu, no entanto, que Oriente e Ocidente representavam culturas distintas, com maneiras diferentes de entender a vida e a morte. Recolheu-se à sua própria cultura e não tardou a ser essa figura que milhões de hindus adoram hoje, depois de venerá-lo em vida.

Respeitam a Mahatma Gandhi não só os hindus, com a mente condicionada pelos livros sagrados, mas também os cristãos, anarquistas e ateus. Saindo decepcionado da Inglaterra, Gandhi foi ao Sul da África, onde levou a cabo, pelo exemplo moral e pregação, uma revolução vitoriosa sem fusilamentos, guilhotinas, comitês clandestinos ou táticas maquiavélicas.

A única vítima violenta de sua doutrina foi ele mesmo, assassinado na rua por um dissidente. Transladado por um armon da artilharia e escoltado pela antiga guarda do governador inglês, numa procissão fúnebre acompanhada por milhares de soldados, Gandhi foi sepultado, venerado como deus da paz, enquanto seu assassino foi condenado pela lei britânica.

Demonstrou com feitos que a não violência pode converter-se na base filosófica da reconstrução da sociedade, de modo que os excessos de poder e de violência sejam eliminados. Enfrentou e venceu nos campos de batalha um império moderno, bem armado, sem outras armas que não as do exemplo moral e de suas convicções político-religiosas. Teria fracassado diante de inimigos brutais como Hitler e Stalin? Não o creio.

Atrás desses homens estavam as massas humanas com cérebros e corações acessíveis. Poderiam ter matado a Gandhi, porém Mahatma seria o que é: mártir de convicções virtuosas, um desses mitos que conduzem a sociedade na história. (DIARIO DE PERNAMBUCO. Recife, 26.08.1974).







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MANIFESTO CONTRA O ÓBVIO.





Mário Ribeiro Martins*



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Desejamos estar sempre na expectativa, porquanto somos as testemunhas da espera no tempo e para além do tempo. Por isso, não gostaríamos de ser mais chamados por esta denominação, tão viciada, de poetas. Mas, como nem sempre se pode fugir desta inominável mania de nomear as coisas, queremos sempre ser tidos por expectantes.

Sermos tidos, não é sermos chamados: é simplesmente um caso de reconhecimento. Como testemunhos inseparáveis da espera, somos tanto angélicos como diabólicos, porquanto não nos limitamos ao bem ou ao mal. Contradizemo-nos, muitas vezes, porque a arte, como a vida, é resultado de uma contradição. Se deixarmos de esperar, deixaremos de existir. A nossa espera não deve estar circunscrita apenas ao vocábulo: somos expectantes não por nomeação, mas por essência.

Adoradores e mágicos é o que somos. Mais do que a verdade nos interessa a beleza, porque a verdade não existe. Somos os perenes missionários da perpétua beleza, apesar da sua indiferença ao nosso desafio. Fora da estética não há vida, por isso nos importamos mais com a estética do que com a ética. Nunca definimos, sempre procuramos sentir e captar porque a coisa existe independente da nossa aceitação ou rejeição: a beleza é sempre bela.

Quando fiz vestibular para Ciências Sociais, em 1969, na Universidade Federal de Pernambuco, o tema da redação foi: O ENCANTO BELO DAS PONTES DO RECIFE. Fiquei encantado, maravilhado com o assunto. Escrevi quase alem do limite de linhas. Resultado: passei no vestibular e terminei o curso em dezembro de 1972.

Não possui o dom de amar aquele que não sabe violentar... Por isso toda expressão artística deve estar carregada também da tragicidade e da violência da vida. Não se deve supor que os chamados poetas não sejam técnicos. Somos, pelo contrário, técnicos da suprema delicadeza. Sem deixar de ser contemplantes, somos técnicos e temos a técnica poética para qualquer tipo de epiderme. Mas não ficamos apenas na superfície, pois amamos a profundidade. Somos portadores de uma espera infatigável na busca dos meios para os nossos fins.

Qualquer idéia de segurança é algo por demais decepcionante: mutila todo o amor, a violência e a beleza nas nossas vidas. Nada existe mais desapaixonado, desfibrado e sem vibração do que um homem "instalado", um homem "seguro". O homem deixaria de ser homem se supusesse esta idéia de segurança. E um homem seguro seria um homem morto, porque é a idéia de insegurança que nos oferece sempre a aspiração de uma incontrolada e apaixonada permanência. A nossa medida no tempo é precisamente essa permanência sem limite e nem pouso.

Nomear as coisas é limitá-las no seu campo de ação, por isso nunca gostamos de ser nomeados, uma vez que nascemos primeiro do que os nomes. Nada, portanto, deverá modificar nossa feição original, nada deverá limitar-nos na expansão do nosso Ser. Nunca postulamos coisa alguma, porque as regras e os postulados foram feitos para não serem seguidos, principalmente quando se trata de expressão artística. Entre ser imbecil e contraditório, preferimos ser contraditórios, porque a própria vida é uma contradição, mas seria bom provar o contrário.

Nunca somos demasiadamente conservadores, porque detestamos todo e qualquer instinto de conservação. Alimentamos a consciência de termos a eternidade dos deuses. Isto nos impõe um tal ritmo existencial, que enfrentamos e aceitamos todos os riscos e perigos tanto na nossa vida como na nossa arte. Não mantemos compromissos com as vanguardas: elas existiram antes e existirão depois de nós.

Somos maiores que qualquer vanguarda, porque somos os restauradores perpétuos da arte e da esperança. Somos de tudo por sermos o tudo, já que aquilo que não se ultrapassa a si mesmo não é: só é, aquilo que assume um caráter de permanência, que transgride todos os postulados e regras, todos os limites e fórmulas, e que atinja um grau de expectação tal que jamais acabe. Por isso cremos na espera definitiva, perfeitamente válida para o futuro e, porque não dizer, para toda a vida.(JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 25.10.1972).







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MARGINALIZAÇÃO NA

SOCIEDADE URBANA.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O famoso arquiteto Constantino Doxiadis fez uma urgente advertência sobre os graves problemas do urbanismo moderno, com a seguinte figura: "Tem-se cometido o gravíssimo erro de esquecer que a cidade deve ser feita para o homem. Confunde-se o molusco com a sua concha. Ignora-se o organismo vivente para cuidar apenas da casca que envolve e a concha acabará asfixiando o molusco".

O problema do urbanismo não é questão apenas de número e de categorias de edifícios ou construções, mas afeta do mesmo modo as condições de trabalho, de estudo, de espaço e, sobretudo, de relações humanas e comunicação dos habitantes, enfim afeta a própria vida nesse contexto social.

A maior parte dos problemas de que padecem as cidades latino-americanas são do tipo sócio-econômico, devidos principalmente ao estabelecimento de uma sociedade injusta e egoísta, que se orienta para a busca do bem-estar material, antepondo os valores econômicos aos valores humanos e sociais.

Um dos problemas mais sérios da sociedade urbana latino-americana é a existência dos chamados grupos marginalizados, isto é, aqueles que não estão plenamente integrados na sociedade e cultura urbanas, que não desfrutam de modo cabal dos benefícios e vantagens da vida urbana. Em alguns casos essa marginalidade se deve à ação direta e injusta da sociedade, noutros à própria atitude dos grupos de se conservarem à margem, como um meio de reação e de protesto.

Os habitantes dos bairros marginais constituem grandes setores da população latino-americana que vivem à margem das estruturas sociais, econômicas e administrativas e que formam o âmbito de operação da vida urbana. Algumas da causas dessa situação têm sua origem no período colonial, mas outras são de origens mais recentes.

Nas cidades latino-americanas são comuns "os cinturões de miséria" que as rodeiam e que são bairros marginais, povoados de habitantes provenientes, em regra, das zonas rurais, em virtude do crescente processo de migração interna. Os grupos marginalizados, nas áreas urbanas mais criticamente afetadas, representam até 50% da população.

Cerca de 35 milhões de latino-americanos residem em bairros marginais ou em tugúrios dentro das próprias cidades. A miséria material, ligada á carência moral é o denominador comum de todos esses habitantes subempregados, com residências sub-humanas, isto é, recolhidos a um círculo vicioso muito difícil de romper e que necessitam urgentemente de toda espécie de ajuda, mas sobretudo de algo que os levante em sua dignidade humana e os ajude a superar em todo o sentido.

As crianças abandonadas formam um sério problema que interessa a todos, já que constitui parte do futuro dos povos. Essas crianças são encontradas em quantidades nos bairros pobres de quase todas as cidades latino-americanas e perambulando pelos caminhos, vivendo da mendicância e iniciando-se no caminho da delinqüência.

Muitas delas provêm de famílias numerosas que emigram do campo para a cidade em busca de melhores condições de vida. Outras são frutos de lares desbaratados pela irresponsabilidade dos pais. Entre as causas principais está o abandono do lar, principalmente por parte do homem. Dia a dia cresce o índice de crianças abandonadas. Em alguns países a quantidade de meninos que não conhecem seu pai ou que nascem de uniões ilegítimas chega a quase 50%. Por trás do problema da criança abandonada, está a paternidade irresponsável e uma sociedade que propicia condições para o fenômeno.

Os alcoólatras constituem um grupo marginalizado, pois o alcoolismo é um dos mais antigos males e graves, que aflige quase todos os países do mundo. O problema torna-se muito mais sério na América Latina porque se combina com a má alimentação e a saúde deteriorada dos habitantes. Ainda mais que, para lutar contra o subdesenvolvimento, os países necessitam, entre outras coisas, da ativa participação do talento e da energia de todos os habitantes.

Os alcoólatras são um obstáculo ao progresso material e imaterial de uma nação. Sua irresponsabilidade e sua degradação fazem do alcoólatra uma pessoa marginalizada da sociedade, da mesma sociedade que, de uma ou outra forma, estimulou a bebedeira, somando-se às inclinações da própria pessoa.

Entre as causas que levam as pessoas ao alcoolismo, encontram-se vários fatores predisponentes, como o desejo de evadir da realidade, livrar-se das frustrações, desinibir-se, assim como a pressão do meio social e cultural. Entre as classes populares abusa-se da bebida mais barata e também mais violenta em seus efeitos.

Os viciados em drogas afetam um bom setor da juventude, em quase todas as cidades do mundo. Na última década, é inegável o crescente aumento do consumo de cocaína, heroína e sobretudo da maconha, com os problemas conseqüentes da saúde e da moral, especialmente nos jovens entre os 15 e os 25 anos. São muitos os jovens que recorrem a drogas como um meio de escapar à realidade e aos problemas que esta ocasiona. Outros o fazem para buscar emoções novas e fortes.

Mas parece que é a curiosidade o principal motivo que impulsiona um número de jovens a ingressar no mundo alucinante das drogas, como declarou uma adolescente em seu testemunho: "Estou tão curiosa que tenho pressa de provar a erva. Só uma vez e nunca mais, prometo".

O viciado em drogas é marginalizado pela sociedade civilizada, que não tolera seu comportamento anômalo. O usuário das drogas termina revelando desordens mentais e físicas que o levam à incapacidade social, econômica e à dependência total. Trata-se, no fundo de vidas vazias, carregadas de solidão e angústia, que necessitam urgentemente de ajuda especializada, que é oferecida por algumas instituições dedicadas a esse trabalho. Daí a necessidade de se desempenhar um bom serviço de caráter preventivo, usando literatura e filmes sobre o problema.

Os presidiários e ex-presidiários, na maioria dos países, constituem um dos grupos mais abandonados da sociedade. Quase todo sistema penitenciário padece de falhas. Na prática, são numerosos os casos em que os internos, em vez de se regenerarem, agravam seus hábitos e tendências delituosas.

Em muitos cárceres os reclusos vivem em condições subhumanas, onde o ócio, a promiscuidade sexual e outras circunstâncias contribuem para a sua degeneração. Existe também o caso aberrante de mulheres encarceradas juntamente com seus filhos menores, por falta de centros especiais para essa classe de crianças.

Os presidiários são uma resultante dessa situação. Muitos deles ao saírem da prisão, encontram fechadas todas as portas da sociedade, sendo-lhes impossível encontrar um trabalho honesto. São pessoas marcadas e facilmente voltam a delinqüir como meio de sobrevivência ou porque nesse ambiente encontram a aceitação que a sociedade lhes nega.

Os cegos e os surdos-mudos constituem problema grave, porque nem todos eles tiveram a oportunidade de ingressar nas raras instituições especializadas para se habilitarem e se tornarem úteis, apesar de sua deficiência. Outros há que não desejam buscar essa assistência, pois fizeram da mendicância uma profissão. Com o método Braille de leitura e outras técnicas especiais, os cegos podem superar sua situação e valer-se a si mesmos.

Para os surdos-mundos criou-se todo um idioma por meio do qual eles podem falar ou melhor comunicar os seus pensamentos e sentimentos. É verdade que a maioria dessas crianças terminam por parar em guetos de surdos-mudos, isolados e desarraigados da sociedade, como seres de outro planeta.

O abandono dos anciões que constituem, muitas vezes, um grupo marginalizado, começa, quase sempre, pela própria família, que desumanamente deixa à sua triste sorte homem e mulheres que, ao chegar à velhice, com as forças debilitadas e as enfermidades acumuladas, caem na solidão, no vazio e desesperança. Muitos são os velhinhos que perambulam de casa em casa implorando a caridade pública para viver.

Em muitos dos países a previdência social abrange apenas uma pequena parte dos habitantes, por isso um bom número de anciões jazem à margem desse tipo de proteção. A maioria dos abrigos de anciões são lugares de internação por caridade, onde se encerram os velhos mais pobres, abandonados de seus próprios parentes, amigos e até da sociedade.

Os extremistas políticos constituem um grupo marginalizado e são aqueles cujas posições radicais os levam a usar a violência e por isso são obrigados a viver à margem da sociedade. No entanto, por mais que se queira esquecê-los, eles existem como um problema social. Dir-se-ia que a existência dos diversos grupos marginalizados na sociedade latino-americana representa um tremendo desafio para as instituições sociais. O pluralismo da vida urbana e a magnitude dos problemas envolvidos na atual situação mundial devem levar as instituições a reavaliar e renovar suas próprias estruturas.(O POPULAR. Goiânia, 16.10.1977).





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MÁRIO MARTINS E AS 274

BIOGRAFIAS DA ABL.





Elisângela Farias*



Palmas- Você sabia que nove estados brasileiros jamais tiveram um membro na Academia Brasileira de Letras(ABL): Acre, Amapá, Amazonas, Brasília, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Tocantins? Ou, ainda, que um Membro da Academia, também Ministro do Tribunal de Contas da União, para não ser Aposentado aos 70 anos, falsificou a sua Certidão de Nascimento, conseguindo ficar mais dois anos no Tribunal?

Essas são algumas das curiosidades que podem ser encontradas no livro DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, do escritor Mário Ribeiro Martins que será lançado hoje, a partir das 9 horas da manhã, na Livraria Palmas Cultural.

Durante o lançamento haverá apresentação de Genésio Tocantins, exposição de quadros da Artista Plástica Lillian Melo Campos e de artesanato de membros da Associação dos Artesãos de Palmas.

Para quem ainda não se satisfez com as curiosidades, Martins conta que no livro o leitor poderá saber que, ao saudar uma autoridade estrangeira, um acadêmico morreu do coração na Tribuna da entidade ou ainda, que “alguns membros que tomaram posse na Academia, por intrigas pessoais, jamais voltaram lá”.

Segundo Martins, o levantamento bibliográfico foi feito durante um ano em diversos livros e revistas para conseguir traçar a biografia de 274 pessoas, dentre elas, Patronos, Fundadores de Cadeiras e Titulares da Academia. Foram publicados três mil exemplares pela Editora Kelps, de Goiânia.

A idéia de elaborar um Dicionário da ABL, de acordo com Martins, foi por nunca ter encontrado em apenas um livro a biografia dos 40 imortais da instituição. “O site que a Academia possui na Internet, por sinal muito bem escrito, tem essas informações, mas não resolve o problema daquele que viaja de metrô, de trem, de ônibus, de avião, de automóvel que precisa de um texto escrito para leitura rápida, para consulta imediata”, explica o autor, na Introdução da obra.

O livro, com 1.037 páginas, não está sendo comercializado. É enviado para Bibliotecas publicas e particulares, para Bibliotecas de Academias e para Biblioteca de Universidades, bem como é cedido para um público-alvo, formado por intelectuais, escritores e todas as pessoas que gostam de biografias.

“Afinal, são 274 biografias de nomes importantes da literatura brasileira, todos vinculados à Academia Brasileira de Letras(1)”, enfatiza o escritor.

Martins afirma que, mesmo antes do lançamento, o livro já foi encaminhado para todas as Universidades do Brasil, para todas as Academias de Letras e todas as Bibliotecas, inclusive a Biblioteca Nacional. A obra foi também enviada para todos os Membros atuais da Academia Brasileira de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no Rio de Janeiro que são, por sinal, as duas instituições culturais mais ricas do Brasil.

Com o livro a ser lançado, Martins diz que espera divulgar o Estado do Tocantins e o seu nome, entre os intelectuais brasileiros.

Mario Ribeiro Martins nasceu em Ipupiara, Bahia, em 07.08.1943. Fez o primário nas cidades de Ipupiara e Morpará, Bahia. O Ginásio, em Xique-Xique e Bom Jesus da Lapa. O Clássico, no Colégio Americano Batista Gilreath, do Recife. Ainda no Recife, fez os cursos de Bacharel e Mestre em Teologia, no Seminário Batista do Norte. Na Universidade Federal de Pernambuco, fez o Bacharel em Ciências Sociais. Na Universidade Católica de Pernambuco, fez Licenciatura em Filosofia. Fez especialização na área de Sociologia e Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, na Espanha, alem de Administração Publica, na Escuela Nacional de Alcalá Henares.

Foi Promotor de Justiça de Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis. É Presidente da Federação das Instituições Culturais de Anápolis. Membro da Academia Tocantinense de Letras, da Academia Goiana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goiás, da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Academia Pernambucana de Letras e Artes.

Internacionalmente, está vinculado ao Club des Intellectuels Français, à International Academy of Letters of England e à International Writers and Artists Association of United States.

Mario Martins escreveu os livros: Gilberto Freyre, o ex-Protestante, Historia das Idéias Radicais no Brasil, Filosofia da Ciência, Sociologia Geral & Especial, Escritores de Goiás, Dicionário Biobibliográfico de Goiás, Estudos Literários de Autores Goianos, Dicionário Biobibliográfico do Tocantins, Coronelismo no Antigo Fundão de Brotas, Dicionário Biobibliográfico de Membros do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, entre outros. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 10.02.2007).





ELISÂNGELA FARIAS é Jornalista, redatora e editora.













(1) Sobre o assunto, Mario Martins escreveu também QUEM NÃO FOI PARA A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Este texto se encontra também em seu site www.mariomartins.com.br e ainda em seu livro A CONSCIENCIA DA LIBERDADE E OUTROS TEMAS(Goiânia, Kelps, 2008).







MARIO MARTINS ESCREVE

MAIS UM DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO





Elisangela Farias*







Vinte e nove publicações, sendo seis dicionários biobibliográficos. O mais recente, lançado em março, em Goiânia, é o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GOIÁS, autoria do escritor Mario Martins.

A obra é composta por 290 biografias, subdivididas em Biografias dos Patronos e Sócios Titulares, Quadro dos Sócios Antigos e Alguns Novos, Quadro dos Patronos e Titulares Substituídos, Sócios Correspondentes e Honorários.

Conforme informações de Martins, o Instituto é composto por 50 cadeiras, alem dos sócios correspondentes(47), sócios eméritos(11) e os sócios honorários(19). O numero de correspondentes e honorários varia de ano para ano. Os dados do livro são de 2007.

A base de pesquisa para a obra foi no próprio arquivo do Instituto, por meio das fichas dos membros. Martins ressalta que teve mais dificuldade de fazer este livro, em virtude da diversidade de membros correspondentes, honorários, eméritos, etc. “Não existia livro anterior. É um livro pioneiro”, frisa.

O escritor ressalta que pretende esperar por dois anos para fazer a reedição da obra, revista e atualizada, levando em consideração que os membros mudam com o passar do tempo. A próxima obra de Martins, que ainda está no prelo, é o Dicionário Biobibliográfico de Membros da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás.

Os livros estão à disposição de pessoas que se interessem pelo assunto. Já foi enviado a Bibliotecas e Universidades brasileiras. Não é vendido.

Mario Ribeiro Martins nasceu em Ipupiara, Bahia. No Recife, fez os cursos de Bacharel e Mestre em Teologia. Bacharel em Ciências Sociais e Licenciatura em Filosofia. Fez especialização na área de Sociologia e Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid e Administração Publica, na Escuela Nacional de Alcalá de Henares, na Espanha.

Foi Promotor de Justiça de Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis. Presidente da Federação das Instituições Culturais de Anápolis.

Membro da Academia Goiana de Letras, da Academia Tocantinense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goiás, da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Academia Pernambucana de Letras e Artes.

Internacionalmente, está vinculado ao Club des Intellectuels Français, à International Academy of Letters of England e também à International Writers and Artists Association of United States.

Escreveu os livros GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE, HISTORIA DAS IDEIAS RADICAIS NO BRASIL, FILOSOFIA DA CIENCIA, SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL, ESCRITORES DE GOIAS, LETRAS ANAPOLINAS, DICIONARIO BIOBIBLIOGRAFICO DE GOIAS, ESTUDOS LITERARIOS DE AUTORES GOIANOS, DICIONARIO BIOBIBLIOGRAFICO DO TOCANTINS, CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS, entre outros.(JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 17.04.2008).





ELISANGELA FARIAS é jornalista do Jornal do Tocantins em Palmas.





MÁRIO MARTINS- O HOMEM CORDIAL.





Gilberto Mendonça Teles*





MÁRIO RIBEIRO MARTINS é meu companheiro na Academia Goiana de Letras, mas ambos vivemos fora de Goiânia: ele em Palmas, no Tocantins; eu no Rio de Janeiro, de modo que raramente nos vemos em Goiânia.

Mas no ano passado fui fazer uma conferência em Palmas e tive o prazer de encontrá-lo, com Isabel dos Santos Neves (Belinha), à minha espera no aeroporto. Os passeios, os jantares, a conversa agradável na sua possante caminhonete com ar refrigerado, tudo me foi revelando uma pessoa admirável, que eu só conhecia mesmo pelo trabalho de pesquisador cultural do Centro-Oeste.

Homem cordial, culto, de conversa cativante e conhecedor apaixonado da realidade em que vive — Goiás e Tocantins, por onde fluem os mais importantes rios do Brasil — MÁRIO MARTINS realmente me cativou e me deu consciência da sua importância na consolidação cultural do novo Estado.

Livros como Escritores de Goiás, Dicionário biobibliográfico de Goiás e Dicionário biobibliográfico do Tocantins, para ficar apenas nesses, são uma notável trilogia que dá bem uma amostra de seu poder de pesquisa e organização, suficientes para comprovar o valor da sua contribuição na leitura do mapa cultural da região do Centro-Oeste. Daí a minha admiração pelo seu trabalho intelectual, que reitero (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiania, 20.10.2008).





GILBERTO MENDONÇA TELES é escritor, com centenas de livros publicados. Ocupante da Cadeira 11, da Academia Goiana de Letras. Professor da Universidade Católica do Rio de Janeiro.







MÁRIO MARTINS PREPARA

DICIONÁRIO COM OS

ESCRITORES TOCANTINENSES.





Mariá Soares*





O DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS(1) ainda está em fase de elaboração e deve ser lançado este ano. Estarão no livro pessoas que já escreveram alguma obra literária, ou textos, desde que tenham sido publicados.

O Procurador de Justiça e escritor Mário Martins pretende ainda este ano elaborar o Dicionário Biobibliográfico do Tocantins. O projeto está em fase de coleta de informações. Neste sentido, Martins está recebendo livros e biografias de escritores para comporem o dicionário.

A proposta é dar continuidade ao Dicionário Biobibliográfico de Goiás que ele elaborou em 1998. A exemplo da obra anterior, estarão no livro pessoas que já escreveram alguma obra literária ou qualquer texto, desde que tenha sido publicado.

De acordo com o autor, estão no livro de 1998, cerca de 139 autores que nasceram, vivem ou passaram pelo Estado do Tocantins. Os demais são referentes a Goiás. O nome do Governador José Wilson Siqueira Campos está no Dicionário de Goiás, na página 1038.

Conforme Martins, o dicionário tem como objetivo resgatar a memória dos escritores do passado, divulgar os escritores do presente e servir de fonte para pesquisadores ou para pessoas interessadas na história literária de Goiás e Tocantins.

O Dicionário de Goiás possui várias curiosidades, com muitos nomes que nem sempre são lembrados na História de Goiás e Tocantins.

“Afrânio de Mello Franco, aluno da Mestra Nhola, em Goiás Velho e Virgilio Martins de Mello Franco, Juiz de Direito em Conceição do Norte e Pirenópolis, depois fundador da Faculdade de Direito de Minas Gerais, são alguns dos nomes lembrados”, disse Martins, complementando que dos mais humildes aos mais ilustres estão no Dicionário.(JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 23.03.2000).





MARIÁ SOARES é Jornalista, Redatora e Editora.



(1) Este Dicionário foi publicado pela Master, do Rio de Janeiro, em 2001, com 924 páginas e foi lançado na Secretaria da Cultura do Tocantins, no dia 04.05.2001, tendo sido apresentador da obra, o Desembargador Marco Villas Boas.





MARIO MARTINS TRAÇA BIOGRAFIA

DE MULHERES ESCRITORAS.







Lenna Borges*





Desta vez o autor aborda a historia das 134 membros da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. O escritor Mario Martins publica mais um dicionário biobibliográfico, o da ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES DE GOIAS. Martins possui 30 obras publicadas, artigos, ensaios, cordel, discursos e redação. Todos os textos, segundo Martins, estão na internet, no endereço www.mariomartins.com.br

A obra Dicionário Biobibliográfico de Membros da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás é composta por 134 biografias, entre Patronas, Fundadoras e Titulares. Segundo o autor, uma obra que trata das mulheres não é fácil, uma vez que as mesmas não gostam de divulgar a data completa de nascimento, por isso, teve muita dificuldade de encontrar os dados biográficos completos, eis que não há biografia, sem data completa de nascimento. “Mas o que me animou foi o fato de ser amigo pessoal de várias escritoras que militam na Academia Feminina”, conta.

De acordo com o autor, no livro pode-se pesquisar por cada cadeira, separadamente, por nome de batismo ou através do índice onomástico, que ele colocou no final do livro ou seja pelo ultimo sobrenome.

Martins explica que a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás(AFLAG), permite maior dinamismo onde a primeira ocupante da Cadeira é também a futura Patrona. Portanto, a Fundadora da Cadeira é também a Patrona da Cadeira. Este sistema difere da Academia Francesa e da Academia Brasileira de Letras. Por outro lado, permite maior dinamismo à Academia, diz.

Os livros não são vendidos, mas estão à disposição de pessoas que se interessam pelo assunto. Vários exemplares foram enviados a Bibliotecas e Universidades brasileiras. E o escritor promete uma nova obra para breve, desta vez, uma coletânea de artigos de sua autoria publicados em jornais, revistas e na internet. “Estou tentando reunir os artigos que escrevi e publiquei para elaborar este novo trabalho”, diz.

Mario Ribeiro Martins nasceu em Ipupiara, Bahia. No Recife, fez os cursos de bacharel e mestre em Teologia, bacharel em Ciências Sociais e licenciatura em Filosofia. Fez especialização na área de Sociologia e Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid e de Administração Publica na Escuela Nacional de Alcalá de Henares, na Espanha. Foi Promotor de Justiça de Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis. Foi Presidente da Federação das Instituições Culturais de Anápolis.

Membro da Academia Goiana de Letras, da Academia Tocantinense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goiás, da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Academia Pernambucana de Letras e Artes.

Internacionalmente, está vinculado ao Club des Intellectuels Français, à International Academy of Letters of England e a International Writers and Artists Association of United States.

Mario Ribeiro Martins escreveu os livros: Gilberto Freyre, o ex-Protestante, Historia das Ideias Radicais no Brasil, Filosofia da Ciência, Sociologia Geral & Especial, Escritores de Goiás, Dicionário Biobibliográfico de Goiás, Estudos Literários de Autores Goianos, Dicionário Biobibliográfico do Tocantins, Coronelismo no Antigo Fundão de Brotas, Dicionário Biobibliográfico de Membros do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, entre outros.(JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 22.07.2008).





LENNA BORGES é jornalista do JORNAL DO TOCANTINS, em Palmas.







MARIO RIBEIRO INGRESSOU

NA ACADEMIA.



Absaí Gomes Brito*





A Academia Goiana de Letras tem, desde a noite de sábado(19.03.1983), novo integrante: MARIO RIBEIRO MARTINS, empossado na Cadeira 37, cujo patrono é Crispiniano Tavares. Ele foi saudado pelo acadêmico Jaime Câmara e a sessão solene da AGL, foi presidida por Ursulino Leão, compondo ainda a mesa diretora José Lopes Rodrigues(secretário), Mario Ribeiro Martins(empossando), Jaime Câmara(Orador), José Mendonça Teles(Presidente do Conselho Estadual de Cultura), Guimarães Lima(Presidente da Academia de Letras e Artes do Planalto, de Luziânia e Célia Siqueira Arantes(Presidente da Academia Anapolina de Letras e Artes).

O ato constou de diplomação do novo acadêmico, saudação, agradecimento e posse, cabendo ao Presidente Ursulino Leão as palavras finais de boas vindas e agradecimento.

Participaram da reunião os acadêmicos Francisco Ayres, Bernardo Elis, Venerando de Freitas, Nelly Alves de Almeida, Bariani Ortêncio, Eli Brasiliense, Alaor Barbosa, José Mendonça Teles, Jerônimo Geraldo de Queiroz, Colemar Natal e Silva, Humberto Crispim Borges, Basileu Toledo França, Carmo Bernardes, Regina Lacerda, Rosarita Fleury, Modesto Gomes da Silva e Altamiro de Moura Pacheco.

Estiveram também presentes: Felicíssimo de Sena(OAB), José Pereira da Costa(AGMP), Roldão de Oliveira Carvalho(Juiz de Anápolis), Walter Silva Reis(Juiz de Anápolis), João Barbosa das Neves(Juiz de Anápolis), Joaquim Pereira de Souza(Procurador de Justiça), Sebastião Menezes Maia(Procurador de Justiça), Alarico de Araújo Caldas(Promotor de Justiça), Elenauro Batista dos Santos(Promotor de Justiça), Nilma Dias do Carmo(Promotora de Justiça), Maria de Fátima Belchior(Promotora de Justiça).

Outras presenças: Olimpio Ferreira Sobrinho(Procurador do Estado), Getulio Targino Lima(Procurador do Estado), Pedro Pereira Lima(OAB), Elizeu Vieira Machado(OAB), Braz Gontijo da Silva(OAB), Antonio Baptista de Oliveira(OAB), Joelcio Natal Barreto(OAB), Geovah Silva(OAB), Minervino Francisco(OAB), Waldemar Cavalcanti(OAB), Délio Pereira da Cruz(OAB), Nelci Silvério de Oliveira(UFG), Pedro Muniz Coelho(Odontólogo), Wanderley Santos(Maçonaria), Sidiney Pimentel(OAB).

Ainda presentes: Paulo Nunes Batista(Escritor), José Asmar(Jornalista), Roberto Pimentel(Jornalista), Julio Alves(Jornalista), Padre Aluisio Catão(Capelão da Base Aérea), Tenente Lira(Base Aérea), Haydée Jayme(Escritora), Jarbas de Oliveira(Escritor), Laurentina Muricy(Escritora), João Aparecido(Maçonaria), Joel Ribeiro(Maçonaria), Afif Farah Hajjar(Maçonaria), Paulo Frigari(Banespa), Claudovino Alencar(OAB), Maristela Mendes(OAB).

A cerimônia foi bastante concorrida, comparecendo expressiva caravana de Anápolis, tendo o Conselho Filosófico de Kadosch nº 9, do qual o irmão Mario Martins é membro, sido representado por seu Presidente Irmão Absaí Gomes Brito.

Transcrevemos alguns trechos do discurso de posse do irmão Mário Martins: “Mais uma vez se abrem as venerandas portas desta Casa, entre cujas paredes se acolhe fraternalmente a Academia Goiana de Letras para a recepção deste que vos fala, o mais humilde dos servos acadêmicos. Neste simbólico recinto de estudo, meditação e trabalho silencioso e profícuo, reúnem os cultores das belas letras goianas, em família, para festejar o ingresso deste novo companheiro que vem compartilhar a efêmera, mas confortadora gloria da imortalidade literária”.

“Podeis muito bem avaliar o quanto me está sendo grato e honroso ser recebido nesta CASA pelo ilustre homem de letras, jornalista, administrador, Deputado Federal e empresário Jaime Câmara a quem agradeço a generosidade das palavras”.

“Agradeço, igualmente, ao Excelentíssimo Senhor Presidente deste Silogeu de Imortais, Dr. Ursulino Tavares Leão e demais acadêmicos, pela escolha do meu nome para ocupar a Cadeira 37, cujo Patrono é Crispiniano Tavares e que, por certo, há de vibrar em meu pensamento nesta noite festiva, policroma e maravilhosa, que passa a fazer parte das minhas recordações mais gratas”.

E mais adiante, disse Mário Martins: “Portanto, meus amigos, eis-me aqui nesta Casa. Eis-me como o iluminado da distante cidade de Ipupiara(Fundão de Brotas ou Jordão de Brotas), na Bahia, na gloria de sua ascensão...Desvanece-me o fato de poder me ombrear a homens e mulheres da mais alta estirpe nas letras goianas, que vão desde o nome de Eurídice Natal e Silva que, nos idos de 1904, lançou a semente desta Casa, até esta plêiade de ilustres confrades que engalanam os quadros da Academia Goiana de Letras, a quem, muito justo e oportunamente, rendo a minha homenagem e o meu agradecimento”.(JORNAL LIBERDADE E UNIÃO. Goiânia, 31.03.1983).



ABSAI GOMES BRITO é jornalista. Membro da Loja Maçônica Liberdade e União, de Goiânia. Presidente do Conselho Filosófico de Kadosch nº 9.





MENOS UM BALUARTE NO TOCANTINS.



Mário Ribeiro Martins*





Um dos mais ilustres lutadores pela formação do Estado do Tocantins, faleceu em Goiânia, no dia 26.10.2001, com 96 anos de idade, conforme noticiado pelo jornal O POPULAR.

Trata-se de CATÃO MARANHÃO. Mas quem foi ele? De Carolina, Maranhão, 18.09.1905, escreveu, entre outros, “TERRITÓRIO FEDERAL DO TOCANTINS”, sem dados biográficos completos no texto.

Filho dos cearenses João do Rego Maranhão e Cândida Cavalcante Maranhão. Irmão de Nelson Maranhão, Othon Maranhão, Perolina Maranhão e José Américo Maranhão.

Nelson publicou o livro de poesias MUSA ANTIGA. Othon editou o livro SETENTRIÃO GOIANO. Catão tornou-se Professor e Jornalista.

Após os estudos primários em sua terra natal, Catão tornou-se Professor, fundando o EXTERNATO BENEDITO LEITE, por volta de 1927, com 22 anos de idade. Lá estudou, entre outros, sua prima Sofia Maranhão, filha de seu sobrinho Alfredo Maranhão. Fundou também o Instituto Coelho Neto.

Nos anos seguintes, a partir de 1931, dedicou-se ao jornalismo, dirigindo o jornal A TARDE, de Carolina, Maranhão, durante mais de 30 anos, encontrando-se no exemplar de 05.11.1962, o seguinte expediente: DIRETOR PROPRIETÁRIO: CATÃO MARANHÃO. Gerente: Mário Lopes. Redator: Carlos Maranhão.

Casou-se com Ana Rita Vasconcelos, com quem teve vários filhos. Em duas legislaturas, foi eleito Deputado Estadual pelo Maranhão. Foi um dos fundadores do Rotary Club e da Loja Maçônica de Carolina. Foi musico da Banda Euterpe Carolinense.

Seu jornal A TARDE passou a defender, em 1931, a criação do TERRITÓRIO FEDERAL DO TOCANTINS, com Capital em Carolina ou Pedro Afonso, conforme a tese do Brigadeiro Lysias Rodrigues.

Na década de 1950, Catão Maranhão, através de seu jornal, passou a defender o movimento não mais em prol do Território, mas em favor do Estado do Tocantins.

Depois de mais de trinta anos, defendendo essa idéia, CATÃO MARANHÃO, no ano de 1959, arrastado também pelos filhos, transferiu-se para Goiânia, passando a viver de representações comerciais, até a sua morte, ocorrida neste 26.10.2001.

Faleceu, portanto, um dos mais brilhantes nomes do jornalismo nacional e que deve ser lembrado pela sua luta em prol da criação do Estado do Tocantins. (FOLHA POPULAR. Palmas, 02.11.2001).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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MORENO:

UMA IGREJA HERÓICA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Refiro-me à Igreja Batista de Moreno, no interior do Rio Grande do Norte. Tendo de representar o Seminário Batista do Norte do Brasil na Convenção daquele Estado, passei a procurar no mapa a cidade de moreno, onde se realizaria a referida Convenção, que, aliás, acompanhou a orientação governamental de participação pela integração.

Moreno não existe no mapa, porque não chega a ser uma vila, mas um sítio onde quem não é batista, é da Igreja de Cristo. Embora esteja fora do mapa, a Igreja Batista de Moreno está perfeitamente integrada no Rol Cooperativo da Convenção Batista Brasileira. Moreno é um sítio localizado no vale do Apodi, a região mais rica do Rio Grande do Norte, celeiro de grande parte do arroz brasileiro.

Por que destacar Moreno? Por causa de suas singularidades e das circunstâncias em que vive. Igreja localizada num sítio, mas que possui no seu rol quase 200 membros. Um coral com mais de 20 vozes, que canta e encanta, como se à frente houvesse um grande regente, o que não acontece, porque o que existe é a transmissão dos elementos musicais mais simples de geração a geração.

Esta é uma igreja heróica porque existe e coopera, embora nenhum obreiro queira ser seu pastor efetivo, em virtude do isolamento e das circunstâncias, exceto o Pastor Diomédio Alves da Silva, presidente de uma cooperativa em Apodi, que tem dado a sua valiosa cooperação. O aparecimento desta igreja data de 1931. Inicialmente foi uma Congregação da Assembléia de Deus, tornando-se posteriormente batista, sob a orientação de um antigo missionário de Richmond, localizado no Rio Grande do Norte.

Ao aceitar o Evangelho, essa vila sofreu a perseguição da sede do município, fazendo-lhe pressão econômica, religiosa e política, e muito mais que isto, prendendo alguns de seus líderes. Foi organizada a Igreja em 1949. A verdade é que hoje a Igreja Batista de Moreno constitui o centro da comunidade, não só pelo respeito que impõe, mas também do ponto de vista geográfico, já que todas as residências são construídas, voltando-se para o simpático e conservado templo, ao lado do qual se encontra também a casa pastoral. Foi esta Igreja, constituída de grandes famílias, das quais a principal é a Morais, que hospedou de modo impressionante a Convenção Batista Norte Rio-Grandense.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 22.12.1974).



ATENÇÃO: Hoje(2008), a vila de Moreno, na região de Apodi, no Rio Grande do Norte, continua não existindo no mapa, não sabendo o autor, se a Igreja ainda existe.





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MUIRHEAD:

CAPUNGA AOS TRÊS ANOS.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Dentre as igrejas que estão completando cinqüenta anos em 1973, no Estado de Pernambuco, destaca-se a Igreja Batista de Capunga. Embora organizada nas mesmas circunstâncias que as outras, alcançou crescimento rápido, estando colocada hoje entre as maiores igrejas do Brasil Batista.

Seu surpreendente desenvolvimento já o foi revelado há quarenta e sete anos atrás, quando H. H. Muirhead que era o pastor da época, publicou um relatório anual como parte das festividades comemorativas do terceiro aniversário. Nele há aspectos interessantes e recordativos, sobretudo agora quando a mencionada igreja comemora o seu Jubileu de Ouro.

Sobre a fundação desta igreja, por exemplo, disse o missionário: "Há três annos, foi organisada a Egreja Baptista da Capunga, com 13 membros, numa das salas da velha casa que occupou este terreno. Dois foram os motivos que levaram aquelle pequeno grupo a se unir numa egreja: 1 - A convicção de que o grande districto conhecido pelo nome de Capunga, onde não havia nenhuma egreja evangélica, constituia campo estratégico na evangelização desta cidade. 2 - O desejo de trabalhar. As egrejas da cidade então constituidas tinham passado por um período de agitação e controvérsia".

Prosseguindo acentuou H. H. Muirhead: "O pequeno grupo cançado de tantas luctas estranhas ao espírito do Evangelho, resolveu afastar-se destas coisas vãs e consagrar as suas energias no serviço do reino do Mestre. O pequeno grupo tomou como divisa as palavras do apóstolo Paulo: `Esquecendo-me das coisas que para trás ficam prossigo para o alvo."

O sentimento da igreja foi expresso através das palavras de seu pastor: "Nunca nas sessões ou reunião pública da egreja foram mencionadas as coisas desagradáveis do passado, nem discutidas questões pessoais que resultam na divisão de muitas egrejas e são aqui relembradas, simplesmente como dados históricos e como explicação porque Deus tem abençoado tão ricamente a sua egreja. A experiência tem ensinado que a prosperidade de uma egreja é sempre proporcional à sua fidelidade no cumprimento da Palavra de Deus."

Na tentativa de comprovar com fatos concretos o crescimento da nova igreja, disse: "A egreja foi organisada a 19 de abril de 1923 com 13 membros. (Estes tinham sido eliminados da Primeira Igreja Batista do Recife, na contenda radical, entre eles alguns missionários, destacando-se, porém, a figura de um leigo, Dr. Arnaldo Poggi).

O relatório apresentado por ocasião do primeiro aniversário contava 70 membros. O relatório do segundo aniversário contava 90 e hoje no terceiro aniversário podemos apresentar o bom número de 125 membros em plena comunhão."

Finalmente acentuou: "A estatística completa desde a organização da egreja até a data presente, apresenta 74 batismos, 96 cartas e 1 reconciliação. Deixaram de ser membros durante o período 58 pessoas, sendo 51 por carta para formar 3 egrejas no campo e 7 por exclusão. A Egreja Baptista da Capunga crê na cooperação e prova a sua crença pelas obras." (H. H. Muirhead, Relatório Annual. Recife: Typographia do C.A. B., 19 de abril de 1926).

A organização da Igreja Batista da Capunga foi um dos resultados benéficos das lutas de 1923, pois já se fazia necessária a existência de uma igreja que pudesse servir melhor ao Colégio Americano Batista. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 06.05.1973).





ATENÇÃO: Este autor foi membro da Igreja Batista da Capunga, no fim de 1974, no pastorado do Pastor Manfred Grellert. Quando se mudou para Anápolis, em 1975, pediu a sua carta de transferência.





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NADA MAIS FRACO

DO QUE A ÁGUA.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O caos do mundo atual é devido à falta total de uma filosofia e de um ritmo de vida tais como encontramos em Laotsé e seu brilhante discípulo Chuangtsé. Laotsé que viveu aproximadamente no sexto século antes de Cristo tinha a destreza necessária para fazer Hitler e outros sonhadores da fama mundial se mostrarem loucos e ridículos.

Se algum livro existe capaz de dar conselhos contra as múltiplas atividades e frívolas negociatas do homem moderno, este é o livro de Laotsé, um dos mais profundos livros do mundo filosófico.

É desse admirável Laotsé as palavras: "Nada existe mais fraco do que a água porém, nada lhe é superior quando ela se torna forte, pois não há substituto para ela. Sua fraqueza torna-se força, a gentileza transforma-se em rigidez, Sem que ninguém o saiba nem possa imitá-la".

É provável que o filósofo chinês pensasse na força da água que move os moinhos, na violência das enchentes que arrasam as cidades e destroem as lavouras. Talvez pensasse na fúria das tempestades, no furor dos mares encapelados.

Laotsé, hoje, teria uma visão mais ampla do poder da água, vendo-a transformar-se em energia e mover usinas, fábricas e trens, enfim, sendo a mola do progresso e o grande fator da industrialização do mundo. Tal como a água são as idéias. Poder-se-ia parodiar Laotsé e afirmar: nada existe mais fraco do que a idéia, porém nada lhe é superior quando ela se torna forte. A força de uma idéia é, às vezes, subestimada, e depois empolga os povos, alterando a fisionomia do mundo, daí dizer Rivarol: "Não se deve dar tiros nas idéias".

De fato, as idéias são como a água. E o córrego que desliza suavemente nas pequenas quedas que poderá tornar-se na planície um Amazonas gigantesco repelindo o mar e na sua queda transformar-se num monstro como o São Francisco na Cachoeira de Paulo Afonso.

Como a água são as idéias. Todas elas: as boas e as más. No primeiro caso idéias devem ser conservadas. No segundo, devem ser substituídas. De qualquer modo as idéias devem ser respeitadas e tratadas não com a violência das inquisições, mas com prudência e serenidade, porque a fraqueza de uma idéia pode transformar-se em força e a gentileza transformar-se em rigidez, sem que ninguém o saiba nem possa imitá-la, como disse Laotsé.

O mundo enfrenta uma crise de idéias porque o homem é ordinariamente mais propenso a contentar-se com as idéias alheias, do que a refletir e a raciocinar. Por isso mesmo a humanidade precisa de novas idéias, afinal de contas, como disse Bacon "as idéias governam o mundo" e, na verdade, quem conduz e arrasta o progresso não são as lágrimas, mas as idéias.(O POPULAR. Goiânia, 15.05.1977).





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NOVO IMORTAL

TOMA POSSE NA ATL.



Isabela Campos e Lisane Braga*





Hoje é dia de festa para os membros da Academia Tocantinense de Letras(ATL). O novo acadêmico, Mário Ribeiro Martins, vai ser empossado e dois imortais lançam seus livros durante a solenidade.

A Academia Tocantinense de Letras recebe hoje um novo imortal. O escritor baiano Mário Ribeiro Martins, eleito no final do ano passado, vai ocupar a cadeira 37, cujo Patrono é o Frei José Maria Audrin. A cerimonia está marcada para as 20 horas, no auditorio da OAB, em Palmas.

A cerimonia de posse do novo membro vai ser bem formal, como pede o protocolo da Academia de Letras.

Quem abre a solenidade é o Presidente da ATL Juarez Moreira Filho. Depois acontece o discurso do orador, o maranhense José Cardeal dos Santos. A entrega do Diploma ao novo academico será feita pela Professora Margarida Lemos Gonçalves. Segue-se o discurso do novo membro que já foi impresso para ser distribuido entre os presentes e versará sobre seu Patrono Frei Audrin.

Após a solenidade de posse, vai haver um coquetel, quando serão lançados dois livros, um de Ana Braga(A FORÇA DO REGIONALISMO NA OBRA DE JUAREZ MOREIRA FILHO) e o outro de Fidêncio Bogo(O QUATI E OUTROS CONTOS).

Durante a eleição que aconteceu no dia 28.11.2001, Mário foi eleito com 14 votos, contra 11 de Helio Miranda(1) e 5 de Gil Correia.

O Secretário da Academia Tocantinense de Letras, Almecides explica que há muito tempo Mario já era um nome cogitado para a Academia. Ele só não se candidatou antes, porque esperava a Cadeira 37, o mesmo número da Cadeira que ocupa na Academia Goiana de Letras.

No Tocantins, o Patrono da Cadeira é Orador Sacro Frei José Maria Audrin que lutou pela literatura sacra e foi responsavel por grandes contribuições sociais na região onde hoje fica o Estado.

Para preparar o discurso, Mario fez uma extensa pesquisa sobre a vida e a obra do escritor frances que veio para o Norte de Goiás, aos 17 anos de idade, e mesmo depois de voltar para a França, 48 anos mais tarde, continuou hasteando em seu quarto a bandeira do Brasil.

Sobre o novo imortal. Mario Ribeiro Martins é escritor, Procurador de Justiça Aposentado do Ministerio Publico de Goias. Membro tambem da Academia Goiana de Letras, do Instituto Historico e Geografico de Goias, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goias.

Vinculado a varias outras instituições, como Academia Pernambucana, Academia Carioca, Academia Evangélica de Letras do Brasil, no Rio de Janeiro.

No plano internacional, é membro da International Writers e ao Club des Intellectuels Français.

Possui 28 livros publicados, entre eles, o DICIONÁRIO BIOBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS que reune os nomes dos escritores que nasceram, escreveram ou passaram pelo Estado. Antes, já havia publicado o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS que tambem já incluia alguns nomes relacionados ao Tocantins. (FOLHA POPULAR. Palmas, 05.04.2002).





ISABELA CAMPOS e LISANE BRAGA são jornalistas, redatoras e editoras.





(1) Em 2002, Hélio Miranda foi candidato à Cadeira 39, tendo sido eleito Dourival Martins Santiago. Não mais se candidatou. Tal como Paulo Bertran que tambem não foi eleito para a Academia Goiana de Letras, a Academia Tocantinense de Letras terminou por perder um excelente intelectual. Autor de muitos livros, Hélio Miranda é hoje(2008) Membro do Tribunal Regional Eleitoral.











O ACIDENTE DE AVIÃO.







Mário Ribeiro Martins*









1965.28.02. Estando em Petrolina, Pernambuco, ganha uma “carona” num avião “Teco-Teco” para chegar ao Recife, onde estudava. Ao sobrevoar a famosa SERRA DAS RUSSAS, o avião apresenta defeito e cai, pegando fogo. É jogado numa “MOITA DE CAPIM”, onde é encontrado sem sentidos, mas sobrevive sem qualquer seqüela, sendo levado para o Hospital Barão de Lucena, no Recife. O Piloto e o Fazendeiro(proprietário do avião) foram “CARBONIZADOS”.

Em todos os meus livros aparece este texto. E, as pessoas, ao lerem, ficam ainda muito mais curiosas. Resolvi então contar o fato todo. Na época, fazia o curso clássico, no Colégio Americano Batista Gilreath, do Recife.

Tinha ido de férias para a minha cidade natal -Ipupiara- na Bahia. Ao retornar, peguei um caminhão, carregado de fumo e fui para Morpará, na Bahia, distante cerca de 100 quilômetros. Em Morpará, embarquei num vapor, com destino a Juazeiro, na Bahia. Foram cerca de 7(sete) dias, descendo o Rio São Francisco.

Do outro lado de Juazeiro, atravessando a ponte, está Petrolina, em Pernambuco, de onde se pegava o ônibus para chegar ao Recife. Enquanto aguardava o ônibus, que só viajava duas vezes por semana, fiquei hospedado num pequeno Hotel.

Pois bem, na noite do dia 27.02.1965(sábado), aproximou-se de mim, ainda jovem(22 anos), um cidadão simpático que me disse: “E aí, menino, você vai pra onde?” Em resposta, retruquei: vou para o Recife, onde estudo, no Colégio Americano Batista.

Então, ele disse: “Você não quer pegar uma carona com a gente? Nós estamos indo para Natal, no Rio Grande do Norte, mas temos de descer no Recife para abastecer?”

Acertada a viagem, no outro dia, domingo, 28.02.1965, fomos para o pequeno aeroporto de Petrolina. Ao entrar no avião, primeiro o piloto, depois o fazendeiro(dono do avião) e finalmente eu. O piloto falou: “coloque o cinto de segurança”. Peguei o cinto e coloquei sobre as pernas, sem travar, mesmo porque não sabia como travá-lo.

Viagem excelente, até que, em certo momento, o piloto começou a apertar todos os comandos e, finalmente, gritou: “O MOTOR PAROU E NÓS VAMOS CAIR”. Não se viu mais nada.

O resto da história só fiquei sabendo dois dias depois, através de terceiros. É que o avião desgovernado, caiu fazendo piruetas e eu, que estava sem o cinto, fui jogado fora do avião, caindo numa MOITA DE CAPIM VERDE, enquanto o avião caiu a cerca de 150 metros dali, espatifando-se e pegando fogo.

Quando os vaqueiros da região chegaram o avião tinha acabado de explodir e os corpos do piloto e fazendeiro já estavam se CARBONIZANDO.

Mas eles permaneceram perto do avião, na esperança de encontrar algo de valor. Já estavam indo embora, quando um deles, ouviu um gemido fraco, na direção da MOITA DE CAPIM. Correu para lá e me encontrou ENSANGUENTADO(pelos cortes do capim), mas ainda respirando.

Disseram eles: “Este deve morrer logo. Mas, como ainda está vivo, vamos fazer uma maca de madeira, descer a Serra e entregar para o primeiro que passar na estrada”. De fato, eu fui conduzido por um dono de caminhão para o Hospital Barão de Lucena, no Recife.

Estava eu com as roupas rasgadas e sem documento, porque os documentos estavam na mala que queimou.

Por volta de 5 horas da manhã, depois dos remédios que me deram, comecei a voltar, meio zonzo ainda e perguntei à enfermeira: onde estou?. Ela respondeu: “Nós é que estamos querendo saber quem é você. Sem documento e quase sem roupa. Disseram que você foi o único sobrevivente de um avião que caiu”.

Contei que era aluno do Colégio Americano Batista, concluinte do curso Clássico. O Diretor foi me buscar e os colegas fizeram uma “vaquinha” para me dar algumas peças de roupa. Evidente, tive de tirar todos os documentos, porque eles estavam na mala que se queimou.

Sobre esta mala, há um fato interessante: Quando eu estava na Bahia, na casa do meu avô, Gasparino Francisco Martins, conhecido como VELHO DOUTOR, este se aproximou de mim e disse: “Mario, este ano você vai se formar no Recife e eu vou lhe dar algum dinheiro”. Pegou um jornal velho e colocou alguns maços de dinheiro. Quando cheguei na casa dos meus pais, contei o dinheiro e tinha o correspondente hoje(2008), a VINTE MIL REAIS. Pois bem, o dinheiro estava na mala que se queimou.

A felicidade é que eu era ajudado pela enfermeira missionária Zênia Birkniek e não me faltou recursos para tirar os novos documentos, comprar roupas, etc.

Alguns meses depois do acidente, estava eu viajando com uns missionários americanos, quando passamos pela estrada, próxima do local do acidente. Falei com os missionários que o avião tinha caído naquela serra. Um deles, entusiasmado, resolveu conhecer o local e olhar os destroços do avião.

Pois bem, ao subirmos a serra, encontramos o casebre de um vaqueiro. Este então disse que o local era distante e de difícil acesso. Mas que poderia nos levar lá.

Ao chegar onde estavam os destroços do avião, suas ferragens, o vaqueiro disse: “Quando nós chegamos aqui, o avião já estava se queimando e dois corpos carbonizados. Mas, na moita de capim, havia um muito ensangüentado que deve ter morrido logo. Nós colocamos numa maca e levamos para a estrada, porque ele ainda respirava”.

Foi aí que o missionário disse para ele que o da MOITA DE CAPIM era eu, ali ao lado. O vaqueiro tomou aquele susto, fez o sinal da cruz e exclamou: FOI MILAGRE!

Na volta, ainda passamos nos casebres de outros vaqueiros que tomaram o mesmo susto, sendo que um deles chegou a ajoelhar-se para agradecer a Deus, a minha ressurreição.

Como os três missionários eram generosos, aproveitaram a oportunidade para pregar o Evangelho, deixando também com suas famílias alguns trocados em dinheiro, o que foi uma festa.

Relembre-se que o ano era 1965, em plena ditadura militar que tinha eclodido no dia 31.03.1964. Chegou-se a especular que o avião tinha sido atingido por guerrilheiros, o que contrariava os interesses da Revolução. Nada disto, o avião caiu porque apresentou defeito no único motor que tinha.

Eis aí, a história completa do meu acidente de avião. Mas, não fiquei com medo de avião, tanto é que, em janeiro de 1973, viajei num avião da TAP(TRANSPORTES AÉREOS PORTUGUESES), do Recife para Lisboa, sobrevoando o Oceano Atlântico durante 9(nove) horas.

Na verdade, a primeira vez em que viajei de avião foi de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, para Salvador, em dezembro de 1962. Como fui o primeiro colocado no término do Curso Ginasial no Colégio São Vicente de Paulo e Orador da Turma, ganhei uma viagem de avião para Salvador, acompanhado das Freiras do Colégio.

Como eu era evangélico, as Freiras, no domingo, me deixavam na porta da Igreja Batista dos Mares e iam para a Missa. E assim foi durante os 15(quinze) dias em que estivemos em Salvador. Uma dessas Freiras, ainda me lembro, Irmã Catarina.





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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O ARGUMENTO ONTOLÓGICO

DE ANSELMO.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Anselmo de Cantuária é um ponto de referência no escolasticismo, porquanto é a partir dele que a escolástica primitiva começa a tomar consciência de si mesmo. Apresenta-se Anselmo, muito mais como religioso do que como filósofo, daí suas premissas apresentarem teses religiosas, tais como: "Não quero saber para crer, mas crer para saber".

Daquilo que, em Agostinho, era tão somente uma grande idéia, Anselmo fez escola. Com roupagem teológica, analisou problemas filosóficos, expressando suas posições pela frase: "Credo ut intelligam" (Creio para compreender). Tornou-se célebre, principalmente, com as duas obras, MONOLOGIUM e PROSLOGIUM. Esta, tratando da existência de Deus e aquela, acentuando a sabedoria divina.

Na primeira, desenvolveu uma argumentação cosmológica, que ia do particular ao universal e deste a Deus. Na segunda, fez uma troca, desenvolvendo uma argumentação ontológica, em que partindo do simples conceito de Deus, poder-se-ia demonstrar sua existência.

O argumento ontológico de Anselmo pode ser resumido em dois aspectos: o que existe na realidade é maior e mais perfeito do que aquilo que existe só no entendimento. Negar que existe aquilo sobre o qual nada maior pode pensar-se, significa contradizer-se.

A palavra pensar, conforme Anselmo, tem dois sentidos: pode-se pensar a palavra que a coisa indica e pode-se pensar a coisa em sim mesma. Utilizando-se este sentido é possível pensar que Deus não existe, mas no segundo sentido é impossível pensar que Deus não existe. O ponto de partida do argumento ontológico é a existência do conceito.

Diante das objeções de Gaunilon, Anselmo reafirma que Deus é um caso único e incomparável, não sendo limitado como uma ilha. Suas provas da existência de Deus são essencialmente platônicas: os graus de perfeição e a idéia do ser supremo.

Depois de provar a existência de Deus, Anselmo acentua as relações de Deus com o mundo, destacando aspectos que são capazes de fomentar a piedade, tais como: o mundo depende completamente de Deus, porquanto é por ele conservado; Deus está presente em todas as coisas, especialmente no homem que pode adorá-lo e amá-lo sempre.

Embora destituído de maior profundidade, o argumento ontológico de Anselmo terminou por exercer extraordinária influência sobre o alto escolasticismo, alcançando os tempos modernos. Rejeitado por uns e aceito por outros, o argumento ontológico de Anselmo é muito mais um princípio do que uma prova. E como tal, o argumento nada mais é do um círculo vicioso.

No entanto, foi formulado não para eliminar a piedade, mas para ajudar na compreensão da fé e na elevação dos corações a Deus, numa consciência plena de sua existência.(JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 19.12.1973).





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OBRA TRAZ BIOGRAFIAS

DE IMORTAIS GOIANIENSES.





Lenna Borges*





Escritor Mario Martins lançou o ultimo livro biográfico que tem como tema a Academia Goianiense de Letras.

Depois de vários livros biobibliográficos, o escritor Mário Martins lançou em Goiânia, no ultimo dia 07.08, o que ele mesmo diz ser o ultimo livro desta serie, o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS. Ele promete uma nova obra para breve, desta vez, uma coletânea dos artigos de sua autoria publicados em jornais, revistas e na internet e que já tem titulo: A CONSCIÊNCIA DA LIBERDADE E OUTROS TEMAS.

De acordo com o escritor, a idéia de elaborar o livro da mais nova instituição cultural fundada em Goiânia, em 06.11.2006, é que mesmo sendo nova, ela já foi instalada carregando uma historia.

“A Academia Goianiense de Letras(AGynL) foi criada para dar espaço e representatividade ao escritor da Capital e do interior, uma idéia surgida há mais de 30 anos, por estudantes de Anápolis que estudavam em Goiânia”, explica.

O objetivo da recém criada Academia é dar identidade cultural ao escritor para que a sociedade entenda a presença da AGYNL na vida do autor.

“Porque dei apoio logístico aos estudantes anapolinos de 1976 e por ser membro da nova entidade, decidi elaborar o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS que tem alem dos Titulares, também os membros Honorários, Eméritos e Correspondentes, totalizando cerca de 200 biografias”, diz.

Segundo o autor, todos os nomes biografados, bem como os mais de 30 mil outros nomes, já estão em seu DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, disponível para qualquer interessado em seu site www.mariomartins.com.br ou www.usinadeletras.com.br.

Mario Martins escreveu os livros: Gilberto Freyre, o ex-Protestante, Historia das Idéias Radicais no Brasil, Filosofia da Ciência, Sociologia Geral & Especial, Letras Anapolinas, Escritores de Goiás, Dicionário Biobibliográfico de Goiás, Estudos Literários de Autores Goianos, Dicionário Biobibliográfico do Tocantins, Coronelismo no Antigo Fundão de Brotas, Dicionário Biobibliográfico de Membros do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Dicionário Biobibliográfico de Membros da Academia Goiana de Letras, Dicionário Biobibliográfico de Membros da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Retrato da Academia Tocantinense de Letras, entre outros.

Mario Ribeiro Martins nasceu em Ipupiara, Bahia, em 07.08.1943. Fez o primário nas cidades de Ipupiara e Morpará, Bahia. O Ginásio, em Xique-Xique e Bom Jesus da Lapa. O Clássico, no Colégio Americano Batista Gilreath, do Recife. Ainda no Recife, fez os cursos de Bacharel e Mestre em Teologia, no Seminário Batista do Norte. Na Universidade Federal de Pernambuco, fez o Bacharel em Ciências Sociais. Na Universidade Católica de Pernambuco, fez Licenciatura em Filosofia. Fez especialização na área de Sociologia e Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, na Espanha, alem de Administração Publica, na Escuela Nacional de Alcalá Henares.

Foi Promotor de Justiça de Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis. É Presidente da Federação das Instituições Culturais de Anápolis. Membro da Academia Tocantinense de Letras, da Academia Goiana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goiás, da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Academia Pernambucana de Letras e Artes.

Internacionalmente, está vinculado ao Club des Intellectuels Français, à International Academy of Letters of England e à International Writers and Artists Association of United States. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 19.09.2008).





LENNA BORGES é Jornalista, Redatora e Editora.







O COLÉGIO AMERICANO BATISTA

E SUA INFLUÊNCIA NA

FORMAÇÃO NACIONAL.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).



Os séculos XVII E XVIII constituíram uma espécie de "Idade média" na história nacional. Portugal, dominado pela inquisição, tinha receio de que o liberalismo político, religioso e educacional que havia alcançado a França, Inglaterra e Alemanha penetrasse também no Brasil.

Em 1800 o cientista alemão Barão Von Humboldt foi impedido de visitar o Brasil, porque poderia, segundo a ordem do governo português ao seu delegado no Pará, envenenar a mente do povo com as chamadas "novas idéias e princípios falsos." (A.R. Crabtree, Baptists In Brazil Rio de Janeiro: Baptist Publishing House, 1953, p. 21).

A presença do elemento missionário no Brasil implicou na necessidade de escolas que pudessem servir aos seus filhos e às famílias que se iam convertendo. Tanto nas escolas públicas quanto nas instituições particulares os filhos de protestantes eram obrigados a participar das práticas católicas, e em muitas das escolas não tinham acesso.

Em Pernambuco, portanto, em 1899 W. E. Entzminger dedicou três horas por dia dando aulas para quatro alunos que desejavam dedicar-se ao ministério batista. Em 1900 a Junta de Richmond enviou a primeira verba para manutenção da classe teológica. Em 1902 foi organizada uma classe "para ensinar os filhos dos batistas" (Ibid, p. 159), ao lado do Seminário Teológico que tinha sido formalmente instalado em abril do mesmo ano.

O testemunho das famílias beneficiadas quanto ao valor desta classe forçou os missionários a estender suas atividades ao público com a organização de uma escola de rapazes.

A concretização deste ideal só foi possível após a conversão do ex-padre José Piani, conforme informou W. H. Canadá apresentando seu relatório à Junta de Richmond: "Depois da conversão do ex-padre Piani, que é um experiente professor, nós sentimos que o tempo havia chegado de estabelecer nesta cidade um colégio cristão. A Junta nos garantiu uma pequena verba para começar. Assim no dia 10 de março nós iniciamos com 10 alunos." (W. H. Canadá, "Report of W. H. Canadá," Annual of the Southern Baptist Convention, 1906 Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1906, p. 99).

A nova escola recebeu o nome de Colégio Americano Gilreath, e conforme o mencionado relatório, foi organizado no dia 10 de março de 1905. Com a ida de W. H. Canadá para os Estados Unidos, os missionários substitutos passaram a designar, embora erradamente, 1906 como ano da fundação do Colégio.

O fato é que o próprio fundador do Colégio escreveu à Junta de Richmond, dizendo: "Nossa escola de rapazes, que começou em 1905, imediatamente após a conversão do ex-padre Piani, iniciou seu segundo ano no dia 15 de janeiro, com 15 alunos, dois dos quais de famílias católicas... No fim de fevereiro o número já tinha crescido para 40 e quando encerramos as aulas no dia 26 de outubro tínhamos tido durante o ano 67 alunos. Destes 67, 48 eram de famílias católicas." (Canadá, "Educacional Report Pernambuco Mission." Annual of the Southern Baptist Convention, 1907 Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1907, p. 90).

É possível que a data de 1906 tenha sido estabelecida por H. H. Muirhead, que, apresentando o relatório de 1908 disse ser aquele "o terceiro ano da instituição." (H. H. Muirhead, "Annual Report of the Boys Academy of the Pernambuco Mission." Annual of the Southern Baptist Convention, 1909 Nashville, Ten.: Marshall & Bruce Company, 1909, p. 94). Os documentos do Colégio, talvez por isto, apresentam 1906 como a data da fundação.

Em 1918 a instituição teve o seu nome mudado para Colégio Americano Batista, passando a ser administrado pela Convenção Batista Brasileira e exercendo grande influência no Estado e fora dele, não só no sentido educacional, mas também no sentido de atrair pessoas para o Evangelho. Escrevendo à Junta de Richmond, disse H. H. Muirhead: "A escola já ganhou a confiança do povo e tem feito mais colocando o Evangélho diante do público do que qualquer outro departamento de trabalho." (Muirhead, "Sixty-seventh Annual Report of the Foreign Mission Board - Pernambuco Field," Annual of the Southern Baptist Convention, 1912 Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1912, p. 135).

A influência do Colégio tornou-se cada vez mais intensa, e em 1917 diplomou a primeira turma de bacharéis em Ciencias e Letras(segundo grau), assim constituída: Antonio N. Mesquita, Tertuliano Cerqueira, Fernando Wanderley, José Munguba Sobrinho e Gilberto Freyre.

Sobre este grupo, disse o diretor da instituição: "Pela Primeira vez na história do Colégio nós tivemos o privilégio de entregar cinco diplomas de bacharel a cinco jovens. Escrevo esta última palavra (jovens) com orgulho, pois eles são homens no sentido da expressão... Há dois anos atrás, Gilberto Freyre era um sincero materialista, mas ao iniciar o seu último ano de Colégio, o Espírito Santo fez seu trabalho e hoje, embora com apenas dezoito anos de idade, este pescador de homens é o mais espiritual entre nós e facilmente o melhor pregador no campo pernambucano." (Muirhead, "Seventy-third Annual Report of the Foreign Mission Board - Noth Brazil Mission", Annual of the Southern Baptist Convention, 1918 Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1918, p. 217).

Ao Colégio Americano Batista coube a iniciativa de fundar a primeira Escola Comercial no Norte do Brasil, introduzindo também o primeiro curso de Treinamento Doméstico em Pernambuco.

O governador do Estado chegou a solicitar de Mrs. Muirhead, diretora do departamento de ciência doméstica, sugestões para a abertura de um departamento similar na Escola Normal do Estado. Como resultado desta solicitação foi realmente organizado um departamento, que teve como primeira diretora, uma brasileira formada no Colégio.

A esta mesma instituição coube o privilégio de organizar a primeira Escola de Música no Recife. H. H. Muirhead, diretor do Colégio, foi convidado pelo Secretário de Educação do Estado para esquematizar o curso de educação primária e também orientar os professores. (Vide: David Mein, "The Contributions of Baptists to the Life of Brazil." Unpublished Th. D. Dissertation, Southern Baptist Theological Seminary, 1945, p. 24).

Em 1927, por iniciativa dos alunos, foi fundada a Academia de Ciências e Letras D. Pedro II, cujo requisito para ser membro era um trabalho escrito que seria aprovado por uma comissão julgadora. (Vide: Prospecto do C. A. B. Recife, Typographia do C. A. B., 1929, p. 16). Em 1928, ciente do benefício da disciplina militar e desejoso de acentuar o amor cívico, o Colégio fundou o Tiro de Guerra 258, dirigido por um sargento devidamente nomeado pelo Ministro da Guerra. No próprio Colégio, portanto, os alunos recebiam sua carteira de reservista. (Ibid, p. 25).

Um relatório publicado na revista FORMAÇÃO da Sociedade Literária Joaquim Nabuco expressa a influência do Colégio já em 1938: "200 ex-alunos assistiram ao banquete oferecido pelo Colégio no dia 12 de outubro desse ano, dia dos ex-alunos, e falaram com muita animação dos benefícios recebidos no decorrer dos 32 anos de existência do C. A. B." ("Dia do Ex-Aluno", Formação, I, nº 1, 1938, p. 33).

A influência do Colégio Americano Batista seja em termos de protestantismo brasileiro ou no sentido da formação nacional tem sido marcante. De seus bancos, saíram grandes nomes, hoje atuantes nos diversos setores da vida brasileira. Em 1941 o colégio teve alunos de 12 países estrangeiros, quais sejam: América do Norte, Alemanha, Armênia, Canadá, Inglaterra, Itália, Portugal, Rumânia, Síria, Uruguai, Ucrânia e Trindade.

Brasileiros de renome passaram por esta instituição. Tomando como exemplo o ano de 1938, nele se destacaram: Nivaldo Rique - Banqueiro. Ariano Suassuna - Escritor. Isaac Barreto Ribeiro - primeiro médico de Brasília. José Alimonda - Industrial. Aurino Valois - Político.

A contribuição que o Colégio Americano Batista tem dado para o desenvolvimento da educação no Brasil revela a visão dos pioneiros batistas, a influência protestante no país e constitui a certeza de que, no futuro, o Colégio alcançará sua justa e perfeita maioridade.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 14.01.1973).



ATENÇÃO: Este discurso foi feito quando das homenagens prestadas pelo Colégio Americano Batista, do Recife, ao ex-aluno Sociólogo Gilberto Freyre. Este autor foi também aluno do dito Colégio entre 1963 e 1965, quando terminou o Curso Clássico. Em 1972, quando fez o discurso acima, já era concluinte do Curso de Mestrado em Teologia.





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O DIÁRIO DE PERNAMBUCO

À LUZ DOS RELATÓRIOS DE RICHMOND.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Uma excelente imagem do famoso matutino Diário de Pernambuco é encontrada nos relatórios que foram enviados à junta de Richmond da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, por alguns missionários que atuavam no Nordeste e especialmente no Recife.

Assim é que, em seu relatório à Missão Norte-Americana, sobre alguns aspectos da vida nacional, principalmente quanto à liberdade de consciência e imprensa brasileira acentuou o missionário D. L. Hamilton: "Digno de nota especial, no Brasil, é o jornal Diário de Pernambuco. Sua posição é uma das mais responsáveis neste país. Nele, nós encontramos as melhores qualidades de um jornal, dentro das condições atuais do Brasil. Sua função jornalística é altamente satisfatória" (D. L. Hamilton, "Seventytwo Annual Report of the Foreign Mission Board-North Brazil Mission", Annual of the Southern Baptist Convention, 1917 (Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1917), p. 154.

Em 1918, H. H. Muirhead (ex-professor de História de Gilberto Freyre), dando relatório à Richmond do Colégio Americano Gilreath (hoje Americano Batista), ratificou o elogio de D. L. Hamilton, dizendo sobre o Diário de Pernambuco: "Sua tradição é o melhor comprovante de fidelidade à verdade dos fatos" (H. H. Muirhead, "Seventy-third Annual Report of the Foreign Mission Board-North Brazil Mission", Annual of the Southern Baptist Convention, 1918 (Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1918), p. 217.

"Foi ele" - continuou Muirhead - "que numa época de intolerância, abriu suas colunas para a defesa dos princípios da liberdade de consciência".

Salomão Ginsburg, que jamais viveu separado da imprensa e tinha o hábito de escrever e publicar, apresentando seu relatório à junta de Richmond, acentuou: "Temos publicado alguma coisa importante pelo Diário de Pernambuco que é uma das mais úteis publicações que conhecemos, dos mais antigos e sérios jornais do Continente" (Salomão L. Ginsburg. "Sixty-fourth Annual Report of the Foreign Mission Board-Report of the Pernambuco Baptist Mission", Annual of the Southern Baptist Convention 1909 (Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1909, p. 89.

Estes relatórios, impressos em mais de cinqüenta exemplares, existentes apenas nos dois grandes seminários deste país - Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e Seminário Teológico Batista do Sul, respectivamente no Recife e Rio de Janeiro - dão informações preciosíssimas sobre o Brasil, sua História, seu povo e sua imprensa, destacando a já marcante presença do Diário de Pernambuco e sua contribuição para a formação nacional.

Daí dizer Salomão L. Ginsburg: "No começo de 1906 nos colocamos um anúncio no DIÁRIO DE PERNAMBUCO, oferecendo enviar grátis certos de nossos tratados para alguém que os desejasse. Como resultado pedidos vieram de todas as partes do Brasil" (Salomão L. Ginsburg. "Sixtysecond Annual Report of the Foreign Mission Board-Report of the Pernambuco Baptist Mission", Annual of the Southern Baptist Convention 1907 (Nashville, Tenn.: Marshall & Bruce Company, 1907, p. 88.

Assim tem o Diário de Pernambuco sua mensagem impressa e seu nome perpetuado, como um verdadeiro monumento, nos anais da maior Convenção Batista do mundo: The Southern Baptist Convention of the United States of America.(DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, 30.11.1974).





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O EVANGÉLICO GILBERTO FREYRE.





Paulo Nunes Batista*





Trabalho de pesquisa dos mais importantes sobre a vida na fase juvenil do escritor GILBERTO FREYRE, o grande sociólogo de CASA GRANDE & SENZALA, é o que o intelectual Mario Ribeiro Martins publicou, primeiro em serie de artigos na imprensa e, em 1973, em livro, editado pela Aliança Biblica Universitária, via Imprensa Metodista, de São Paulo. Trata-se de GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE, cuja segunda edição o autor anuncia para breve, incluindo novos fatos.

Embora o volume não tenha mais de 64 páginas, pela sua seriedade e valor documental, esse trabalho do pesquisador Mario R. Martins constitui um desses “grandes pequenos livros” que valem, muitas vezes, mais do que certos volumosos compendios, pesados de má literatura, vazios de substancia, pobres de conteúdo.

É que Mario Ribeiro Martins é dono de um invulgar poder de sintese, aliado a uma cultural geral respeitável. Dominando o idioma com total segurança, estudioso do evangelismo nacional em todos os seus aspectos, com diversos outros trabalhos de pesquisa e doutrina publicados, professor universitario, Mario Martins é um intelectual honesto, consciente de seu oficio de escritor e de suas responsabilidades com o leitor.

Tenho lido, com satisfação, os artigos que o Professor Mario, como o chamo na Faculdade de Direito de Anápolis, vem publicando há tempos, nas colunas do Suplemento Cultural de O POPULAR, de Goiania, tão bem dirigido pelo escritor Miguel Jorge. E nos frequentes contatos, sempre que trocamos idéias, admiro-o cada vez mais.

É que alem de homem culto e religioso, Mario Ribeiro Martins é cativante pessoa humana, simples, sem essas poses de Magister e sem ranços sectaristas, a despeito de ser um protestante convicto. Dedicado de corpo e alma às coisas do espirito, aos labores intelectuais, o escritor, que é baiano, formado em Teologia, Filosofia, Sociologia e Direito, no Recife e, atualmente, radicado em Anapolis, Goias, tem dado valiosa contribuição para o enriquecimento das letras anapolinas, e por que não dizer goianas.

Para escrever sobre uma fase da juventude de Gilberto Freyre, o famoso Mestre de Apipucos, Mario Martins que conhece tão bem a lingua inglesa quanto a nossa, teve de traduzir do original inglês vários documentos em que se baseia para provar- como de fato comprova- a participação de Freyre nos movimentos evangélicos do Recife, entre 1917 e 1919, quando o grande sociólogo e antropólogo brasileiro andava entre os 17 e os 19 anos de idade.

O proprio Gilberto Freyre, em varios escritos, embora conteste a influencia que o protestantismo exerceu sobre a sua formação cultural, não nega o fato de haver participado mesmo, naqueles verdes anos, como um engajado no evangelismo, embora esse engajamento tivesse mais um cunho social do que propriamente religioso. É Gilberto quem o afirma, conforme se lê à página 56 do livro de Mario Martins:

“A verdade”- acentuou o Mestre de Apipucos- “é que ajudei muitos pobres. Confraternizei com muito desgraçado. Fui tolstoiano- lia muito Tolstoi- à minha maneira que era a de um menino provinciano do Brasil que lia, alem do grande russo, os Evangelhos”.

Por essa época(1917), Gilberto Freyre não era um simples simpatizante das idéias evangelicas, mas um militante entusiasta, ativista aplaudido nos circulos protestantes locais, em que pese a sua pouca idade. A confissão é do mais tarde famoso escritor:

“São contactos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e conhecimento da natureza humana, no sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante”.

E linhas abaixo “Creio ter sido”- acrescentou Gilberto Freyre- “como adolescente brasileiro, um pequeno precursor, anárquico e a meu modo, do atual movimento, tambem um tanto anarquico e, a seu modo construtivo, chamado de Jesus ou de Cristo. Movimento atualissimo que empolga tantos adolescentes e jovens- inclusive hippies nos Estados Unidos e noutros paises. Adolescentes e jovens enfastiados de burguesias, de idéias burguesas, de riqueza, de confortos, de igrejas organizadas em senhoras igrejas”.

À página 55, do seu excelente trabalho, Mario Ribeiro Martins repete ainda Gilberto Freyre, reproduzindo estas palavras suas: “O que eu queria?”- prosseguiu Gilberto- “Contacto com o povo para lhe falar de um Jesus ou de um Cristo que devia ser dela e não dos burguesões”.

E logo adiante, na mesma página: Continuando disse ele: “As Igrejas de qualquer especie me pareciam redutos desse burguesismo para mim sem sentido e sem atração. Pois eu não queria enriquecer. Não queria ser poder politico”.

Para concluir: “Daí ter me tornado, de fato, durante meses, no Recife, um menino pregador de Jesus, a gente de mucambos, aos pobres mais pobres da cidade, aos mais desvalidos, um dos quais me lembro- era um funileiro- ter morrido, tuberculoso, nos meus braços. Braços de um filho de papai e de mamãe que horrorizariam se tivessem visto o filho, tão mimado em casa, falando de Jesus a um coitado que se desfazia em sangue, que vomitava sangue numa bacia e mal me podia dizer: ‘Obrigado, menino enviado por Deus. Morro feliz. Já estou ouvindo musica de pancadaria vinda do céu´. Ninguem da familia estava no conhecimento dessas minhas aventuras antiburguesas e anticatólicas”(1).

Como se vê, o estudo de Mario R. Martins sobre o ex-protestantismo de Gilberto Freyre traz revelações do maior interesse para um melhor conhecimento da personalidade desse escritor brasileiro, hoje, traduzido nas principais linguas do mundo. Nenhum biografo do autor de SOBRADOS E MOCAMBOS poderá prescindir da consulta a esse pequeno grande livro, onde Mario Ribeiro Martins nos revela, ainda, que numa das pregações do jovem Gilberto Freyre, em que “centenas de ouvintes” atenderam ao apelo do orador- “Quem quer ser do Jesus de quem acabo de falar”, figuravam pessoas que mais tarde se tornariam ilustres, como, Cristiano Cordeiro, lider socialista, que conheci em Goiania em 1947, já em pleno ostracismo politico e Orlando Dantas, jornalista e Deputado Federal por Sergipe, Diretor-Proprietário do DIARIO DE NOTICIAS, do Rio de Janeiro.

Relendo agora, a notável contribuição que o escritor Mario Martins trouxe para um melhor entendimento do intelectual e do homem Gilberto Freyre- sem dúvida alguma um dos mais respeitados “monstros sagrados” da cultura brasileira- vêm-me à lembrança as palavras que escrevi, há oito anos atrás, na coluna EM PROSA E VERSO que eu então assinava no desaparecido diário O ANÁPOLIS, sob o titulo “A fala impressionante de um lider evangelico”.

Nesse artigo, dizia eu, falando sobre a preparação que ouvira, na Igreja Metodista de Anapolis, a cargo do Pastor João Paraiba Daronc da Silva: “O Profeta Miquéias e o Apostolo Mateus foram os pontos de apoio do Pastor João. Mostrou-nos ele o quanto se tem mal interpretado a mensagem biblica, o quanto se tem torcido o espirito da letra, o quanto se tem procurado acomodar a interesses de classe, de casta, de grupos, o que convencionalmente se chama “a Palavra de Deus”.

E eu assim terminava: “Querer servir a Deus sem servir aos homens é mera pretensão desinteligente de egoistas orgulhosos. Não é à-toa que a juventude hoje, em sua esmagadora maioria, está entregue ao mais cru ateismo, ao mais declarado materialismo. De tanto ver a dureza de coração de certos “religiosos”, o Jovem se revolta e descrê de tudo. O Brasil precisa de muitos João Paraiba”.

Não creio que o escritor Gilberto Freyre, já bem amadurecido, volte mais a filiar-se a qualquer corrente religiosa, daqui ou de fora. Mas estou certo de que a experiencia por ele vivida, por mais de ano, entre os evangelicos pernambucanos e, depois, norte-americanos, nos Estados Unidos, foi marcante em sua vida e obra.

Basta ver o acentuado interesse que o escritor manifestou cada vez mais, pelo estudo da Sociologia, buscando as raizes sociais da formação da gente brasileira, o conhecimento de nossa realidade como povo, tornando-se um Mestre no assunto, um profundo entendedor de Antropologia do homem brasileiro, escrevendo livros e livros que se tornaram classicos no ramo.

Aquele “contacto com gente do povo” que a prática do evangelismo proselitista lhe possibilitou, deu a Gilberto Freyre a base de uma filosofia, de um cristianismo que evoluiria para um campo cada vez mais intelectual, por assim dizer mais sofisticado que o evangelico, ao invés de continuar pregando à pobreza dos mocambos recifenses, passou a doutrinar a todos quantos estudam o Brasil, demonstrando as causas históricas de nosso subdesenvolvimento.

Leitor de Tolstoi, não teve Gilberto Freyre a “loucura cristã” do gênio de TASNAIA POLIANA, que, para ser fiel ao Cristo, preferiu deixar o conforto (ele era um Principe) para viver ao lado dos escravizados russos daquele tempo. Gilberto Freyre, como bem concluiu Mário Ribeiro Martins, dizendo à página 60 de seu precioso livro: “E mais, se Gilberto nunca se desprendeu de todo do seu entusiasmo de adolescente por Jesus, deve lembrar-se que foi este entusiasmo que o levou à mocambarias do Recife, sendo visto por centenas de pessoas e nunca por si só e pelas suas maneiras” (O POPULAR. Goiania, 07.11.1976).





PAULO NUNES BATISTA é Jornalista, Escritor, Cordelista.







(1)É bom relembrar que embora Gilberto Freyre esteja distanciado da Igreja institucionalizada (e daí dizer que não é católico, nem protestante, mas que possui o seu cristianismo), suas raizes familiares ainda estão vinculadas a uma comunidade de fé. Quem tiver o ensejo, por exemplo, de visitar a Igreja Batista da Capunga, no Recife, poderá conhecer não somente Dona Gasparina Freyre Costa, membro da Igreja há mais de meio século, IRMÃ de Gilberto Freyre, única interprete de sua letra e ex-datilografa dos artigos e trabalhos mais longos do escritor, mas tambem Paulo Costa, assiduo aos trabalhos da Escola Biblica Dominical, membro da Igreja, antigo solista do Coro e cunhado de Gilberto. Eles constituem uma prova cabal das origens evangelicas de Gilberto e do seu misticismo na adolescência.





O EX-PROTESTANTE

GILBERTO FREYRE.





Robinson Cavalcante*





(Divulgação da Aliança Biblica Universitária do Brasil)



“Não apagueis o Espírito”. I Tes. 5:19.



De parabéns o historiador Mário Ribeiro Martins pela série de crônicas que tem escrito no JORNAL DO COMMERCIO sobre o “periodo evangélico” da vida do Mestre de Apipucos. Outros estudos sobre o mesmo assunto já haviam sido feitos, mas ficaram restritos aos leitores da comunidade evangélica. Mário trouxe suas despretenciosas pesquisas ao grande publico e aos leitores especializados de uma página literária.

Cremos que poucos dos leitores já haviam ouvido ou lido algo a respeito. Não somente com autores nacionais, mas igualmente com os de fora, os biografos silenciam sobre convicções religiosas, parecendo que aos grandes homens as coisas de Deus pouca importância tinham.

Quantos cientistas, filosofos ou literatos foram homens de comunhão com o Senhor, leitores da Biblia, frequentadores de igrejas! Mas em suas biografias- especialmente em lingua portuguesa- nem uma linha.

Outros, como o autor de CASA GRANDE & SENZALA tiveram suas crises espirituais ou periodo de maior crença, que por motivos varios são substituidos, posteriormente pela indiferença, retraimento ou afastamento da comunidade de fé.

É o caso do escritor Josué Monóilo, da Academia Brasileira de Letras, filho de presbítero de uma igreja de São Luis do Maranhão. Este ultimo- embora afastado da fé de seu pai- teve o mérito de colocar os primórdios do Evangelho no Brasil em nossa literatura, criando um personagem típico- o Pastor Tobias de seu livro DEGRAUS DO PARAISO, cuja leitura recomendamos.

Nossa imprensa pode relatar de um modo sério a mudança de religião protestante para a romana de um Jacques Maritain, na França ou de um Euripedes Cardoso de Menezes, no Brasil.

Reconhecemos o valor daqueles senhores, embora conheçamos os lances de suas mudanças. Propositadamente, usamos a expressão “mudança de religião” e não “conversão” por ser esta outra coisa, uma experiência espiritual genuína, mudança de vida, encontro com Cristo e não mudança de grêmio religioso, de rótulo, etc. As mudanças em direção contraria são silenciadas ou mal interpretadas ou levadas na gozação.

E o que dizer a nossa “gente bem” de um dos maiores nomes de nossa cultura que foi membro em plena comunhão com a Primeira Igreja Batista do Recife, pregando de Bíblia em punho de um púlpito, fazendo visitas de evangelismo pessoal, compartilhando suas experiências com missionários americanos, mesmo vindo de uma família tradicionalmente católica-romana?

E que sua viagem aos Estados Unidos, ponto de partida de sua obra e fama, foi feita com a ajuda de missionários, dirigindo-se para uma Universidade Batista, a de Baylor, onde talvez estudasse para pastor?

Em artigo publicado em nossa imprensa há poucas semanas intitulado DEPOIMENTO DE UM EX-MENINO PREGADOR(1), Gilberto Freyre faz alusão às pesquisas de Mario Ribeiro Martins e a seu período protestante.

Reconhece o valor daquela experiência em sua formação, mas procura dar uma explicação tolstoiana e não biblica para suas ações daquele tempo. Não sabemos se àquela época, ele daria a mesma explicação.

O autor não se aprofunda na analise dos fatos, deixa muitas interrogações na mente de seus leitores e não parece muito convincente em suas explicações. Termina dizendo que depois dali deu rumo mais anárquico e não convencional à sua vida, cuidando do assunto à sua maneira e, desligando-se de moralismos.

Como explicamos, tais ocorrências, quando não se tratava de um esfriamento de filho de crente, mas a saída da comunhão dos pecadores remidos de alguém que nela entrara e militara com entusiasmo?

É muito temporário fazermos julgamento da vida espiritual de alguém. Pelo artigo citado, deduz-se que a motivação era humanista e não bíblica. Inspirada em um escritor russo e não no Espírito Santo. Crise de identidade de um adolescente e não conversão genuína e duradoura. E que o mesmo estava olhando muito mais para organização e para os homens do que para o próprio Cristo, a “embriagues” das muitas letras, a “alergia” à moral cristã, o pecado, enfim de todo o homem. Mas, a Bíblia fala de “filhos pródigos”. Volta aos púlpitos, velho pregador! (JORNAL DO COMMERCIO. Recife, 14.01.1973).





ROBINSON CAVALCANTI é Jornalista, Escritor, Poliglota.



(1)É bom relembrar que embora Gilberto Freyre esteja distanciado da Igreja institucionalizada (e daí dizer que não é católico, nem protestante, mas que possui o seu cristianismo), suas raizes familiares ainda estão vinculadas a uma comunidade de fé. Quem tiver o ensejo, por exemplo, de visitar a Igreja Batista da Capunga, no Recife, poderá conhecer não somente Dona Gasparina Freyre Costa, membro da Igreja há mais de meio século, IRMÃ de Gilberto Freyre, única interprete de sua letra e ex-datilografa dos artigos e trabalhos mais longos do escritor, mas tambem Paulo Costa, assiduo aos trabalhos da Escola Biblica Dominical, membro da Igreja, antigo solista do Coro e cunhado de Gilberto. Eles constituem uma prova cabal das origens evangelicas de Gilberto e do seu misticismo na adolescência.









O GOVERNO DO TOCANTINS

E A SEDE DA ACADEMIA.





Mário Ribeiro Martins*







O Governo de Goiás comprou uma sede própria para a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás na RUA 132-C, NÚMERO 114, SETOR SUL, Goiânia, sem que tenha nenhum membro da Academia, no governo.

Comprou uma sede própria para a União Brasileira de Escritores de Goiás, na RUA 21, Nº 262, CENTRO, GOIÂNIA, em iguais condições.

O Instituto Histórico e Geográfico de Goiás tem a sua sede própria na RUA 82, NUMERO 455, SETOR SUL, GOIÂNIA, há muitas décadas.

A Academia Goiana de Letras tem a sua sede própria na RUA 20, NÚMERO 175, CENTRO, GOIANIA.

A história da conquista desta sede da Academia Goiana já é bem divulgada, além de curiosa.

A Academia Goiana tinha sido fundada em 22.04.1939 e instalada em 29.04.1939, sob a presidência de Pedro Ludovico Teixeira que era o Titular da Cadeira 01. Pois bem, Pedro Ludovico mandou e desmandou em Goiás. Foi Senador. Foi Governador por vários anos e nunca conseguiu uma SEDE PRÓPRIA para a Academia.

Somente no governo de Henrique Santillo que não tinha nada a ver com a Academia é que foi conseguida a sede própria. Santillo autorizou seu Secretário da Cultura, Kleber Adorno, a comprar a Casa de Colemar Natal e Silva e doar para a Academia, por volta de 1988. Como se vê, somente 49 anos depois de fundada, a Academia ganhou a sua SEDE PRÓPRIA.

O que está acontecendo no Tocantins não é mera coincidência. É uma realidade. Siqueira Campos é o 1º ocupante da Cadeira 01, da Academia Tocantinense de Letras, fundada em 12.12.1990 e instalada em 02.03.1991. Siqueira mandou e desmandou no Tocantins.

Foi Governador durante muitos anos e nunca conseguiu a sede para a Academia Tocantinense de Letras, embora o assunto tivesse constado em Ata, do dia 02.03.1991, nos seguintes termos, “A seguir o Cerimonial anunciou a assinatura, pelo Exmº Sr. Governador do Estado José Wilson Siqueira Campos, de várias medidas que beneficiam o mundo cultural do Tocantins: 1)Oficializando o Hino do Estado do Tocantins. 2)Considerando a Academia de Letras do Tocantins, Entidade de Utilidade Pública. 3)DANDO UMA ÁREA NA ZONA URBANA DE PALMAS, DESTINADA À CONSTRUÇÃO DA SEDE DA ACADEMIA. 4)Concedendo subvenção anual à Academia. Tais atos foram sancionados sob acalorada salva de Palmas”.

O fato é que a Academia, depois de passar pelas casas dos Presidentes, foi abrigada numa sala nos fundos da Biblioteca Pública Municipal Jaime Câmara, no Espaço Cultural de Palmas, graças à gentileza do antigo Prefeito de Palmas, Manoel Odir Rocha, mas não dispõe de espaço para nada. A Academia tem 40 membros, mas a sala não cabe os dez primeiros que chegarem. Não tem espaço para Biblioteca, Secretaria, etc.

Esperança de ganhar a sua sede própria a Academia já teve muitas, a começar pelo elenco de seus presidentes.

Entre 1991 e 1993, foi Presidente o Desembargador José Liberato Costa Póvoa muito bem relacionado e com livre trânsito no governo.

Entre 1993 e 1995, foi Presidente Margarida Lemos Gonçalves, Missionária e Professora de muito prestigio. Entre 1995 e 1998, retornou à presidência, o Desembargador Liberato Póvoa. Entre 1998 e 2001, foi Presidente a Advogada Mary Sonia Matos Valadares.

Entre 2001 e 2003, foi Presidente o Advogado Juarez Moreira Filho, cujo irmão Deputado Estadual Laurez Moreira, sendo da bancada do governo, na época, poderia ter ajudado na conquista da sede própria da Academia. Sem se falar, é claro, no antigo Deputado Federal Darci Coelho que, sendo membro da Academia na Cadeira 05, foi até Vice-Governador do Tocantins e seu Deputado Federal, da bancada do governo, entre 1993 e 2004.

Entre 2003 e 2006, foi Presidente Isabel Dias Neves. Belinha foi a que mais teve condições de conseguir a sede própria da Academia, por ser amiga da família do Governador Marcelo Miranda e de seu pai-membro da Academia - Brito Miranda. Preocupou-se com alguns projetos culturais e se esqueceu da sede própria.

A partir de 2007, foi eleito Presidente o Procurador de Justiça Aposentado Eduardo Silva de Almeida que continua batalhando pela sede da Academia.

Infelizmente, alguns presidentes não se empenharam com afinco na conquista da sede própria, eis que, preocupados muito mais em conseguir passagens aéreas do governo para viagens, alem de outras mordomias.

A Academia Tocantinense conta hoje com um nome forte para conseguir a sua sede própria que é José Edimar Brito Miranda que, sendo membro da Academia, na Cadeira 25, é também pai do Governador Marcelo Miranda e seu SECRETÁRIO GERAL DA INFRA-ESTRUTURA.

Em Goiás, todas as sedes próprias de entidades culturais foram compradas pelo Governo Estadual e nenhuma pelo Governo Municipal.

No Tocantins, não importando de onde venha, se do Governo Estadual ou Municipal ou da iniciativa privada, o importante é que a Sede Própria da ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS apareça o mais rápido possível.

Sobre o assunto, há uma matéria publicada no jornal TRIBUNA DO PLANALTO (Palmas, 2003), em sua coluna “Laboratório Cultural”, sob o titulo “Inicio Pífio da Academia de Letras” que diz:

“Será o fim ou pesadelo? Agora, para completar a crise que vem se arrastando há tempos na Academia Tocantinense de Letras, o Projeto Cidade do Conhecimento tomou na marra a minisala que acomodava a Presidência da ATL, na Biblioteca do Espaço Cultural, nesses últimos dias.

Para falar com a Presidente Belinha é necessário ir até a sua residência, isto porque a ATL é lá. Diante da implacável certeza de que a literatura é finita, a Academia encolhe-se, acuada. Morrer lhe parece um futuro absurdo, desconcertante.

Por que a existência dessa arte aqui no Tocantins é tão curta quando comparada à imensidão dos letrados do planeta terra? Qual sentido traz uma obra que vive à sombra de seu nome? A Academia de Letras do Tocantins, simplesmente, não existe. Lá há acadêmicos que não têm sequer um gibi escrito nos anais de nossa história. Como diz o grande escritor e poeta Fidêncio Bogo: “Temos acadêmicos que nunca foram às reuniões”.

É uma vergonha, a Academia ser conhecida nacionalmente por seus concursos literários e quando alguma comitiva chega em Palmas para visitá-la não tem onde sentar-se. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 02.04.2008).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

ESCRITOR.

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O HINDUISMO FILOSÓFICO

E SEU ESPÍRITO.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Sempre houve na India uma intensa floração do espírito filosófico. De variadas tendências, é verdade, desde o espiritualismo ao agnosticismo e ao materialismo, ao homem do ocidente menos conhecedor das idéias da Yoga e da Vedanta, ou ainda do Budismo, esta filosofia se apresenta, principalmente, com um sentido duplo: reconhecimento da espiritualidade da psiquê e sua integração cósmica, técnica de auto-domínio e auto-disciplina, que se aproxima da moderna psicoterapia e da hipnose, especialmente da "will-therapy".

Representam os marcos simbólicos de tal orientação espiritualista, sobretudo, a Yoga, a Vedanta e o Budismo. No entanto, há rotas diversas, desde o materialismo de Kapila e o dualismo de Kanada até especialmente a doutrina Lokayata que se associa ao nome de Brihapasti com seu sistema charvaka.

O estudo das soluções mais originais do pensamento filosófico é o que especialmente interessa ao ocidental, já que as teses do materialismo e da sociedade tecnológica são comuns à civilização européia-americana a que nenhuma outra cultura conseguiu exceder.

Por volta do século VI A.C., houve na India uma acentuada tendência de explorar a psique humana, a mente. A psicologia e a psicoterapia tiveram o seu início, emolduradas ambas de uma conotação filosófica.

Daí assinalar Toynbee, em sua obra EXPERIÊNCIAS: "Na India, no tempo de Buda, muitos pensadores inclusive o próprio Buda, não dirigiam o pensamento para o mundo exterior revelado ao ser humano pelos sentidos e recentemente interpretado em termos quantitativos pela ciência moderna. Exploravam o mundo interior que um ser humano descobre dentro da psique".

A Yoga de Patanjali por sua vez e a psicologia de Buda são ainda técnicas de auto-disciplina. Dominar-se a si próprio é o que o homem tem de aprender e é o que Buda já ensinava no século VI a.C. Dominando-nos, devemos aprender como dominar nossas relações mútuas com os outros homens, sob pena de perigo da própria espécie humana.

Desde que o conhecimento poder ser usado para o bem ou para o mal, o homem deve autodisciplinar-se no seu uso para o bem. São de Dostoiewsky as palavras: "Desde o princípio do mundo, Deus luta contra Satã, e o campo de batalha é a alma humana". Orientar o homem no uso do conhecimento para o bem, garantindo a sua sobrevivência no planeta, é também o que a técnica da auto-disciplina pode fazer.

A técnica da auto-disciplina e a tese do monismo metafísico do hinduísmo filosófico (de que a realidade espiritual é um todo único) são os dois momentos simbólicos e interpretativos da filosofia hindu, enfim a parte culminante do hinduismo filosófico. Apesar do seu imenso avanço, a ciência moderna traz poucas luzes sobre o mundo circundante e a psique, o que significa que há muito ainda para ser desvendado, bastando ler-se os livros de Louis Paudwels e Jaques Bergier, respectivamente, O PLANETA DAS POSSIBILIDADES IMPOSSÍVEIS E O DESPERTAR DOS MÁGICOS, nos quais os autores delineiam as possibilidades do III milênio depois de Cristo.

Dir-se-ia, portanto, que Tales é o pai da Física, que hoje já alcança um rumo incomum. A psicologia ainda está na sua madrugada, podendo ser a rainha das ciências. Apenas explora as capas mais superficiais da mente humana. A exploração do abismo subconsciente da pisque humana, camada por camada, é muito recente, datando de Freud, Adler, Yung e prosseguindo com os modernos parapsicólogos.

Por Toynbee foi dita uma grande verdade: "Nosso estudo e domínio do subconsciente se encontrarão em 1973 aproximadamente no mesmo estágio que o estudo da Física alcançara na geração dos "diadochi" de Tales, Anaximandro e Anaximenes. Durante a história helênica e a história ocidental, o estudo da psique humana limitou-se virtualmente a traçar o mapa da superfície consciente e voluntária da psique humana. Um grande abismo existiu entre a epistemologia e auto-disciplina, apesar dos esforços da escola estóica e da epicurísta para fazer a filosofia baixar à terra".

A partida para o III milênio apenas começou, daí dizer Paudwels: "O universo esconde mais segredos do que jamais se acreditou". A realidade não é apenas mais fantástica do que acreditamos, é muito mais fantástica ainda do que tudo quanto podemos imaginar. A partir disto concluiu Oppenheimer: "Chegamos assim a saber o quanto o mundo é descomunal".(O POPULAR. Goiânia, 06.03.1977).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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O MATERIALISMO E A MAÇONARIA.





Mario Ribeiro Martins*





A presença de determinados tipos de influência materialista se faz presente, não somente em todas as facetas da vida humana, mas também em todos os sistemas filosóficos, morais e religiosos. Em suma, sempre que há relações entre seres humanos, a influencia materialista chega a ser necessária, inclusive, para a sobrevivência do próprio grupo.

A religião, por exemplo, que tem um caráter extraordinariamente espiritual, não subsistiria, se a conotação materialista não se fizesse sentir para permitir o equilíbrio dentro da própria atividade religiosa.

Não constitui surpresa e não deve constituir escândalo, a existência da influencia materialista em qualquer sistema em que esteja em jogo o pensamento humano.

Daí ter razão o poderoso irmão Morivalde Calvet Fagundes, ao focalizar em sua tese O MATERIALISMO E A MAÇONARIA, os diversos aspectos dessa influencia materialista.

A ordem dos FILHOS DA VIUVA não poderia constituir exceção à regra. Se tal fosse, a maçonaria não seria uma instituição constituída de homens, mas de anjos. Evidentemente, a preocupação maior não foi detectar simplesmente a existência da matéria como tal, mas a presença da influencia de postulados materialistas dentro da sublime ordem.

Embora a maçonaria tenha um caráter essencialmente espiritualista, sua função não é espiritual, eis que a ordem não é uma religião e não pode ser ela confundida com qualquer sistema religioso. Assim, não se poderia falar da maçonaria como sendo uma instituição tão somente espiritual que não tivesse qualquer influencia materialista.

O materialismo que permeia determinados princípios maçônicos não altera a filosofia básica e fundamental da sublime ordem, eis que, perfeitamente normal e peculiar a todos os sistemas humanos.

A maçonaria, tal como o cristianismo, combate o materialismo em sua forma pura. Mas o materialismo como forma essencial de vida, como movimento que atribui tudo que existe à matéria, a ponto de ser esta uma realidade essencial e única.

O materialismo combatido pela maçonaria é aquele adjetivado, em sua forma dialética ou histórica, consoante preconizado por Karl Marx ou o materialismo de Nietzsche que destaca a doutrina do Super-Homem, agarrado à terra, sem nunca levantar os olhos para o céu, ateu, violento, tirano e egoísta.

A maçonaria, portanto, não é este materialismo, embora tenha em seus postulados a influencia de alguns aspectos deste mesmo materialismo que, no entanto, não chega a nortear os destinos da ordem ou até mesmo abalá-la.

A influencia materialista “intrínseca” a que se refere o poderoso irmão General Morivalde Calvet Fagundes em sua tese é aquela que está presente nos símbolos, nos ensinamentos e nas alegorias e que constitui CONDITIO SINE QUA NON para a sobrevivência da própria filosofia maçônica, mas que não deve ser confundida com qualquer forma de panteísmo ou de naturalismo.

Assim, a influencia materialista está presente quando se encontra no Delta Luminoso, com seu Olho Divino no centro, o símbolo do Primeiro Principio ou quando o Sol e a Lua simbolizam o Macho e a Fêmea.

A influencia materialista “extrínseca” é aquela que tem sido acrescentada, consoante situações históricas, geográficas, políticas, etc., e que não constitui parte fundamental, mas que é a demonstração de que a maçonaria não é uma instituição estática, mas dinâmica.

Expressão dessa influencia materialista é a tentativa, através dos séculos, de transformação dos princípios da ordem. Os racionalistas franceses, por exemplo, entre os quais, Diderot e Voltaire, ao lado de positivistas como Littré, chegaram a eliminar a palavra DEUS da Constituição Maçônica bem como o LIVRO SAGRADO de seus rituais.

Mas esse tipo de materialismo existe até mesmo dentro da própria religião. Algumas seitas, por exemplo, ditas cristãs, chegaram a substituir a palavra sagrada CRUZ pela palavra ESTACA que tem um sentido puramente materialista.

Tem havido não poucas vezes, através dos tempos, a tentativa de modificar ou de adaptar as Constituições Maçônicas a certas situações locais ou nacionais em flagrante desrespeito aos LANDMARKS que são considerados absolutamente básicos para a maçonaria. Tais tentativas são formas extrínsecas de materialismo que fogem ao espírito da Constituição de Anderson e que juntamente com os ANTIGOS LINDEIROS formam os textos fundamentais da Maçonaria Universal. É com base em tais documentos que cada Potência Maçônica elabora e aprova a sua Constituição.

A influencia materialista “extrínseca” se fez presente na Maçonaria Francesa, Italiana, Mexicana, Uruguaia e de outros paises, principalmente, em termos de GRANDE ORIENTE e através de determinadas palavras e expressões, tal como a substituição da frase CRENÇA EM DEUS, existente na Constituição do Grande Oriente da França, pela expressão CRENÇA NA EXISTÊNCIA DE UM PRINCIPIO CRIADOR, existente na Declaração oriunda da Convenção de Lausanne.

Outras expressões são também encontradas, especialmente nos rituais dos diversos graus, revelando que as influencias materialistas originarias do Século XVIII, pela instrumentalidade do Racionalismo Francês e através das concepções filosóficas de Kant, Fichte, Schelling, Hegel, Lessing, Comte, Taine, Spencer, Renan, Proudon, Feuerbach e outros, alguns deles maçons, espalharam-se pelo mundo maçônico, impregnando-se nos Grandes Orientes Nacionais que se foram formando através dos tempos.

Colocando-se de lado a especulação materialista, a substituição da palavra DEUS pela expressão PRINCIPIO CRIADOR foi também a tentativa de tornar ainda mais universal a doutrina maçônica, lançando mão de uma terminologia destituída de qualquer vinculação religiosa. A palavra DEUS é essencialmente cristã, de tradição judaica e a maçonaria não tem cor religiosa. Assim, a expressão PRINCIPIO CRIADOR foi de mais fácil adaptação aos diversos sistemas políticos, religiosos, filosóficos e morais. Mas, isto não elimina a influencia materialista.

Como o Grande Arquiteto do Universo é muito mais do que o PRINCIPIO CRIADOR, já que o próprio Criador é mais do que principio ou origem, a expressão ideal seria INTELIGENCIA SUPREMA que a tudo criou e que preside a todas as coisas.

Se de um lado, a influencia materialista “intrínseca” poucas alterações tem trazido para a vida pratica da Ordem Maçônica, por outro lado, a influencia materialista “extrínseca” tem contribuído para a tentativa de quebra de unidade da instituição, eis que todas as divergências ocorridas dentro da Maçonaria estão fundamentadas nas palavras e expressões, oriundas dessa influencia.

A prova está no fato de que de todos os poderes maçônicos(executivo, legislativo, judiciário e litúrgico), este, o litúrgico, é sempre o pomo de discórdia dentro da Maçonaria.

Demonstração dessa influencia materialista “extrínseca” é o Rito Moderno ou Francês, principalmente no espírito que o anima, professadamente agnóstico e materialista, eis que, retirando de seus templos o Livro da Lei, substituído pela Constituição Política, e abolindo a fórmula de invocação ao Grande Arquiteto do Universo, substituída pelas expressões LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, fugiu dos postulados fundamentais maçônicos.

Tal influencia materialista é também detectada, fazendo-se uma análise teológica entre a doutrina maçônica e a doutrina cristã, o que é perfeitamente compreensível, visto que a Maçonaria não tem cor de Religião.

Poder-se-ia destacar na doutrina maçônica, por exemplo, a influencia materialista em alguns juramentos, entre os quais, o do Grau 19, do Rito Escocês Antigo e Aceito, que diz, nas entre linhas: “...juro e prometo, sob palavra de honra...não reconhecer outro guia senão a Razão”. Tal assertiva é materialista e nega a existência do Ser Supremo como Supremo Guia.

Dir-se-á finalmente que a tese O MATERIALISMO E A MAÇONARIA, de Calvet Fagundes, resulta plenamente provada, pois que, corroborada com exemplos e fatos, tem validade permanente, podendo contribui de modo decisivo para a melhor compreensão da filosofia e doutrina maçônicas, pelo que a sua aprovação há de ser proposta com voto de louvor, não somente pela profundidade, mas também pela sua importância.(CP, 827, Anápolis, Go).CORREIO DO PLANALTO. Anápolis, 15.08.1982.



ATENÇÃO: Este parecer foi apresentado no Congresso Maçônico Internacional, no Rio de Janeiro, em julho de 1981, na Academia Maçônica de Letras.









O MATERIALISMO NO

HINDUISMO FILOSÓFICO.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Pelo nome de Lokayata é chamado o materialismo na filosofia hindu, pretendendo que só o loka (mundo) é real. A respeito escreveu Y. P. Frantser: "A mais brilhante expressão da tendência materialista na antiga filosofia india era a doutrina Lokayata ou sistema Charvaka, a cujo aparição se costuma associar o nome de Brihapasti".

Com precisão os adeptos da doutrina Charvaka abordaram os problemas da teoria do conhecimento. É realista a sua gnosiologia. São discutidos também os problemas da lógica. Só é verdadeiro o conhecimento derivado da percepção, pois os adeptos de Charvaka adotaram a tese de que a percepção é a única fonte para conhecer a verdade. Fora disso todas as supostas fontes de conhecimento são apenas duvidosas.

Negando os Vedas como fonte da verdade, os filósofos charvakas descobriram contradições e erros nessa literatura, manifestando uma atitude cética sobre a dita tradição sagrada e sobre a revelação divina, como sendo sem nenhum fundamento para o conhecimento fidedigno. O materialismo da filosofia charvaka se ligava diretamente ao ateísmo.

Sustentavam os partidários da filosofia Charvaka que o mundo é material e tudo o que nele existe se compõe de quatro elementos: fogo, ar, água e terra, no que se assemelhavam à concepção do grego Empédocles. Os seres vivos e os homens se formam das partículas materiais, pois a matéria é o fundamento de toda a existência, donde a afirmativa Brihapasti: "A vida surgiu da matéria".

A consciência é função da matéria e por isso o homem não é senão o corpo dotado de consciência. O materialismo Charvaka rejeita a tradicional teoria hindu da metempsicose, porquanto não crê na vida futura, e rejeita a concepção da liberação (moksa) da alma com respeito ao corpo. O inferno é a dor, o paraíso é o prazer. Daí sua posição contrária ao budismo que põe em guarda os homens contra os prazeres mundanos como um legítimo anelo do homem de buscar a felicidade.

Conforme a Lokayata a alma não é imortal, mas desaparece com a dissolução e a destruição do corpo. Deus é apenas um mito que o homem aceita por ignorância e incapacidade. O mundo não foi criado por ele. Ao contrário, o mundo e o universo nasceram por sí próprio e a sua natureza é puramente material.

Em seu livro DESCOBRIMENTO DA INDIA, J. Nehru resume a orientação dos antigos materialistas indus, dizendo: "Só existe o que os sentidos percebem diretamente, e o que não é percebido não existe. Somente pode admitir-se a existência que é susceptível de uma percepção imediata. Qualquer outro raciocínio ou suposição pode ser, com o mesmo êxito, verdadeiro ou falso".(O POPULAR. Goiânia, 30.01.1977).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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O MESTRE DE APIPUCOS

(GILBERTO FREYRE-IMPORTÂNCIA

E ATUALIDADE).



Mário Ribeiro Martins*





Conhecido como o festejado MESTRE DE APIPUCOS(por residir num antigo casarão do Bairro de Apipucos, no Recife), GILBERTO FREYRE morre aos 87 anos de idade(18.07.1987), deixando a mais forte lacuna na área das Ciências Humanas no Brasil, por tudo que produziu e pelas novas idéias que estava desenvolvendo em cima da ciência que ele próprio criara, a LUSOTROPICOLOGIA.

Jamais o campo das Ciências Sociais, no Brasil, recebeu contribuição tão significativa, como a que fora dada por Gilberto Freyre.

Conseguiu unir o real ao agradável, num verdadeiro “doublé” de sociólogo e esteta.

Nascido no Recife, em 15.03.1900, e após ter estudado no Colégio Americano Batista (de que seu pai Alfredo Freyre) era Diretor), seguiu para os Estados Unidos, passando pelo Seminário Teológico Batista de Fort Worth, no Texas, e indo para a Universidade Batista de Baylor, onde, como protestante, se tornou membro da SEVENTH & JAMES BAPTIST CHURCH e um de seus pregadores, “especialmente na B.Y.P.U. (BAPTIST YOUNG PEOPLE UNION) ou seja na União Batista de Jovens, onde falou ao grupo em varias ocasiões sobre o Brasil e suas possibilidades para a obra missionária”. (David Mathews, Carta da Seventh & James Baptist Church, Waco, Texas, 05.01.1973).

Ainda na Universidade de Baylor, defendeu sua tese de Mestrado com o titulo: “SOCIAL LIFE IN BRAZIL IN THE MIDDLE OF THE 19TH CENTURY” (A VIDA SOCIAL NO BRASIL NA METADE DO SÉCULO 19). Para publicação no Brasil, a tese recebeu o nome de CASA GRANDE & SENZALA, obra hoje traduzida em mais de 50 idiomas.

Escreveu vários livros de inestimável valor, tendo se preocupado ultimamente com a aclimatação e colonização lusitana nas zonas tropicais.

As verdadeiras nascentes culturais e espirituais de onde jorrou a fabulosa obra do festejado Mestre de Apipucos têm sido expostas através de diferentes livros, entre os quais, GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE, de Mario Ribeiro Martins, traduzido para o Espanhol, por Jorge Piñero Marques.

Há homens que nascem em determinada época e lugar para realizar grandes obras. É o caso de Gilberto Freyre.

Sua obra CASA GRANDE & SENZALA constitui um verdadeiro monumento nacional. Através dela se dá a redescoberta do homem brasileiro. Dir-se-á até que, enquanto Cabral descobriu o Brasil, Gilberto Freyre descobriu a brasilidade e sua vocação de democracia racial e étnica.

A tão decantada CASA GRANDE & SENZALA apresenta características próprias.

Possui apenas cinco capítulos. O primeiro, trata da COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL. O segundo, focaliza o INDIGENA NA FORMAÇÃO BRASILEIRA. O terceiro, fala do COLONIZADOR PORTUGUÊS. Os dois últimos, tratam do ESCRAVO NEGRO E SUA VIDA SEXUAL NO BRASIL.

Com cerca de 500 páginas, CASA GRANDE & SENZALA contem só de prefácio 30 paginas (escrito em Lisboa, em 1931) e 40 páginas de bibliografia, envolvendo documentos, manuscritos, periódicos, livros, artigos, entrevistas pessoais, etc.

Sobre Gilberto Freyre já foram escritos dezenas de livros, entre os quais, o de seu ex-secretário, Diogo de Melo Menezes, publicado no Rio de Janeiro, em 1944, talvez o retrato mais fiel do cosmopolita pernambucano, até aquele ano.

Construtor de idéias, teses, teorias e princípios, Gilberto Freyre tornou-se famoso pela teoria de que o Brasil é uma democracia racial e étnica, o que foi, no entanto, questionado por Octavio Ianni, no livro RAÇAS E CLASSES SOCIAIS NO BRASIL.

Graças aos estudos sócio-antropológicos e científicos de Gilberto Freyre, o Brasil derrubou os tabus construídos na Europa e na América do Norte sobre os paises tropicais, especialmente as posições de HUMTINGTON, ZISCHKA, CLARK, GOURROU e PAUL RIVET que defenderam a tese da vocação única do Brasil - a agrícola.

Acreditando no futuro do Brasil, escreveu Gilberto Freyre, em seu livro BRASIS, BRASIL, BRASILIA: “O Brasil se apresenta como uma já meia potencia moderna, à qual parece reservada uma missão internacional, não só dentro, como fora do Continente Americano”.

Aí está a importância e atualidade de Gilberto Freyre, cujo talento multiforme, como sociólogo, antropólogo, escritor e pintor, dificilmente será encontrado. (REVISTA IMAGEM ATUAL. Anápolis, 31.07.1987).





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O MISTICISMO

DE BERNARDO DE CLAIRVAUX.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).



A espiritualidade do século XII, idade áurea da vida contemplativa, encontrou em Bernardo de Clairvaux um núcleo de interpretação da vida mística. Identificou o desejo de conhecer como "uma torpe curiosidade", acentuando que as discussões dos filósofos eram "loquacidade cheia de vento" e daí ter afirmado: "Minha mais sublime filosofia é esta - conhecer a Jesus e sua crucificação".

Clairvaux é opositor típico da investigação escolástica e ao mesmo tempo exaltador dos caminhos místicos. Para ele, a investigação racional é inútil. Sua preocupação única é compreender e viver diretamente, de acordo com os poderes da graça, a verdade suprema.

Seu misticismo foi expresso não somente em seus tratados e epístolas, mas também nos hinos que escreveu. Bernardo concluiu que o homem foi criado à imagem de Deus, mas ele não é a própria imagem. Somente o "Verbo" é a imagem eterna da Justiça, da Verdade, da Sabedoria, porque só o filho é Deus de Deus é Luz da Luz. O homem, no entanto, apesar das suas limitações, tem possibilidade de compreender essa imagem eterna.

Para ele a alma é curva (anima curva), se ela não utiliza a possibilidade que tem para compreender a imagem eterna. Desde que ela use a possibilidade, torna-se reta (anima reta). A grandeza da alma consiste nesta capacidade de identificar-se com o divino. Se ela não exercita essa capacidade, ainda assim, permanece sua inclinação para as coisas espirituais, o que já é uma grandeza.

Clairvaux acentuava a queda do homem, mas não colocava entre ele e Deus um abismo que pudesse separá-lo completamente do criador. Em outras palavras, o homem, apesar do pecado, continuava a ser "magna creatura" e não um "pau torto". Este "modus pensandi" de Bernardo parece aproximar-se da linha de pensamento de Agostinho, porquanto embora conhecesse "o mundo da dessemelhança", não desconhecia o elemento divino no ser humano.

Para ele, a humanidade é a primeira e fundamental condição da investigação mística. É o caminho que conduz à verdade e é a virtude pela qual o homem, conhecendo-se verdadeiramente, se encontra diante de si mesmo, daí ter dito: "Eu não estou unido com Deus e por isto estou dividido em mim mesmo. Ora, não posso unir-me com Deus a não ser pela caridade, nem a ele sujeitar-me, senão pela humildade, nem ser verdadeiramente humilde, senão pela verdade, que eu só posso encontrar pela renúncia".

O mais que se poderia dizer de Bernardo de Clairvaux é que ele foi, na opinião de W. Valker, a maior força religiosa do seu século e, no consenso geral, tido como um dos principais santos medievais. Aliás, quando da controvérsia entre o papa Inocêncio II e o antipapa Anacleto IV, em 1130, foi a atuação de Bernardo que impediu o cisma, depois de convencer Anacleto a renunciar sua posição.

Daí por que tendo falecido no ano de 1153, foi canonizado em 1174, recebendo em 1830 o título máximo de Doutor da Igreja.(O POPULAR. Goiânia, 04.07.1976).





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O MOMENTO É DE

INVERSÃO DE VALORES.





Roberto Pimentel*







Uma dessas manhãs fui à Editora Oriente. Lá o Domingos Félix me apresentou ao Professor Mário Martins que, recentemente, lançou por essa editora a obra FILOSOFIA DA CIÊNCIA que vem recebendo criticas elogiosas. Mário Ribeiro Martins é homem de muitos títulos. Afável, simples, de excelente conversa, contou-me coisas interessantes da sua vida, da sua formação, da sua experiência. Leia sua entrevista.



A INICIAÇÃO LITERÁRIA. Nasci em Ipupiara, Bahia, em 07.08.1943. Fiz o primário em Morpará. Conclui o ginásio em Bom Jesus da Lapa. No jornal escolar, publiquei os primeiros escritos, inclusive o discurso de formatura, como Orador da Turma de Concluintes. Em 1963, com 20 anos, fui para o Recife, terminando ali o colegial, no Colégio Americano Gilreath. Com um trabalho sobre Machado de Assis, ganhei o premio literário, tendo como um dos jurados, o hoje escritor Marcus Accioly.



A PARTIR DAÍ COMO ACONTECERAM AS COISAS? A partir daí e terminado o colegial, ainda no Recife, fiz o Seminário, concluindo os cursos de Bacharel e Mestre em Teologia, com especialização em Historia do Cristianismo. Simultaneamente, terminei Filosofia Pura e Ciências Sociais. Nos anos seguintes, passei a lecionar, já em nível superior. Lecionei na Universidade Católica de Pernambuco, na Universidade Federal Rural, no Seminário Teológico do Norte e na Escola Superior de Relações Publicas, sempre nas áreas de Sociologia, Filosofia, Teologia, Estudos Brasileiros, Política, etc.



E NO CAMPO LITERÁRIO, QUAIS AS SUAS INCURSÕES? COMO FORAM SURGINDO? Depois daquele premio literário no Colégio Americano Batista, comecei a escrever para jornais locais e nacionais, inclusive pequenas revistas, aparecendo também os primeiros livros publicados.

Durante muito tempo escrevi para o JORNAL DO COMMERCIO, do Recife, ao lado de escritores e poetas, como Alberto da Cunha Melo, Jaci Bezerra, Ângelo Monteiro, Audalio Alves, José Mario Rodrigues, Maximiano Campos e outros pertencentes à nova geração.

Posteriormente, escrevi para o DIARIO DE PERNAMBUCO, ao lado de Artur Carvalho, Orlando Parahym, Marcus Accioly, Mauro Mota, Gláucio Veiga, Andrade Lima Filho, Luiz Delgado, Costa Porto, Hermilo Borba Filho e muitos outros. Tenho escrito para jornais de circulação nacional e revistas, tais como JORNAL BATISTA, JORNAL HOJE, respectivamente do Rio de Janeiro e São Paulo, alem do JORNAL DE LETRAS. Entre as revistas, poderia destacar CAMPUS, do Rio de Janeiro, EDUCAÇÃO E REALIDADE, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.



E OS LIVROS, COMO SURGIRAM? FALE SOBRE ELES. Bem, eles surgiram em meio aos labores do magistério, alguns deles, em função do próprio ensino e outros como resultado de escritos esparsos em jornais e revistas, etc. O primeiro livro foi CORRENTES IMIGRATÓRIAS DO BRASIL que, na primeira impressão, apareceu sob o pseudônimo de Snitram M. Oriebir e foi quando ele foi mais vendido. Depois veio SUBDESENVOLVIMENTO: UMA CONCEITUAÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA. Outros surgiram, como SOCIOLOGIA DA COMUNIDADE, ESBOÇO DE SOCIOLOGIA, HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL, BREVE HISTÓRIA DOS BATISTAS EM PERNAMBUCO. Posteriormente, veio MISCELÂNIA POÉTICA, dedicado ao ilustre poeta sertanejo Carlos Ribeiro Rocha.

O livro mais curioso, no entanto, é GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE, publicado em São Paulo, pela Imprensa Metodista, em 1972. O livro apresenta uma fotografia histórica de 1917, só encontrada graças à inundação que sofreu o Recife, em 1970.

Andava eu pela Avenida Rosa e Silva, quando, ao passar numa calçada, vários livros molhados estavam jogados. Dentro do livro raríssimo DICIONÁRIO DE PERNAMBUCANOS CÉLEBRES (1882), de Francisco Augusto Pereira da Costa, estava toda molhada a dita fotografia, com os seguintes dizeres:

PRIMEIRA TURMA DE BACHARÉIS EM CIENCIAS E LETRAS DO COLEGIO AMERICANO BATISTA NO ANO DE 1917. DA ESQUERDA PARA A DIREITA: GILBERTO FREYRE, TERTULIANO CERQUEIRA, ANTONIO NEVES MESQUITA, MANOEL DIAS e FERNANDO WANDERLEY.

Esta fotografia foi colocada no meu livro, descrevendo cada um dos formandos de 1917. É um trabalho de pesquisa muito sacrificial, com um questionário, inclusive, respondido nos Estados Unidos, pelo Reverendo David Matheus, através da CARTA DA SEVENTH & JAMES BAPTIST CHURCH, Waco, Texas, 05.01.1973, onde o Gilberto passou boa parte de sua vida.

Alem desses livros, há também participações, como por exemplo, na coletânea ANUARIO DE POETAS DO BRASIL e ESCRITORES DO BRASIL. O livro mais recente, no entanto, é FILSOFIA DA CIENCIA.



NO CAMPO PROFISSIONAL, QUAIS AS EXPERIENCIAS DE UM MODO GERAL? As experiências têm sido acumuladas, especialmente, em relação ao Magistério, Ministério Publico e à literatura, em termos de escritos esparsos. Os Congressos e as Conferencias de que se tem participado, ora como ouvinte ora como expositor, tem ajudado muito. Mas destaco, principalmente, em termos de acumulo de experiências, o curso de Especialização em Educação Moderna e Sociologia Espanhola, feito no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, na Espanha, além de viagens culturais e profissionais pela Espanha, Portugal, Inglaterra e França.



SOBRE A LITERATURA BRASILEIRA, PRODUZIDA PELAS NOVAS GERAÇÕES, COMO VOCÊ A ENCARA? É uma fase de transição esta por que passa a literatura nacional. O momento universal é de indecisão e de inversão de valores. A literatura está acompanhando este momento. O importante é estimular a literatura, aliás, é preferível MAIS LITERATURA E MENOS CAFÉ SOCIETY. O livro no Brasil ainda é, em grande escala, funcional: Existe como Manual. Outras vezes é objeto: Existe como Enfeite. Só ultimamente, o livro está se tornando literário, isto é, para leitura espontânea.



E A LITERATURA GOIANA? Em todos os Estados brasileiros há nomes ilustres vinculados às novas gerações. No caso de Goiás, já que sua pergunta é essencialmente objetiva, há autores ilustríssimos, mencionados e lidos em todo o Brasil, como Bernardo Elis, Eli Brasiliense, Miguel Jorge, Ieda Schmaltz, Aidenor Aires, Gabriel Nascente, Brasigois Felício, Paulo Nunes Batista, Ursulino Leão, Álvaro Catelan, Regina Lacerda, Marieta Teles, Nely Alves e uma plêiade de outros nomes, como Basileu Toledo França, Adovaldo Sampaio, Alaor Barbosa e muita gente boa.

Uma analise da literatura em Goiás mostra que o conto, a crônica, a poesia e o romance estão em processo de evolução e daí a abundancia com que aparecem nas livrarias locais, o que não acontece com o livro didático de autores goianos. É que há pouca receptividade para este tipo de publicação por parte das editoras locais, sendo pouquíssimos os títulos nesta área, alem do preconceito da parte dos professores locais que preferem os livros traduzidos ou procedentes do eixo Rio de Janeiro e São Paulo.



QUAIS OS PLANOS PARA O FUTURO? Bem, o presente é aquilo que você já sabe. Durante o dia, a luta no Ministério Publico, como Promotor de Justiça, tentando dinamizar o serviço de responsabilidade do Promotor, na Comarca. À noite, as aulas na Faculdade de Filosofia e Direito de Anápolis. O pouco de tempo que, porventura sobra, se destina a escrever artigos para jornais e revistas, o que não deixa de ser deveras gratificante para quem está no jornalismo literário há tantos anos. Quanto ao futuro, há muitos projetos de vida. Com relação à literatura, por exemplo, não poderia deixar de ser a publicação de alguns trabalhos que estão prontos, aguardando o momento oportuno.



COMO EXPLICA SEU ÚLTIMO LIVRO “FILOSOFIA DA CIÊNCIA”? Trata-se de um livro de reflexão filosófica, destinado a universitários que estudam a disciplina, nos diversos cursos superiores. É um livro altamente informativo, produto de experiências vividas nas salas de aula, com a participação direta dos alunos. Sua preocupação básica é fornecer ao estudante e aos estudiosos uma visão panorâmica da realidade filosófica presente em todas as áreas do conhecimento humano. Alguns capítulos, por exemplo, são de significação toda especial. É o caso de “Filosofia e Liberdade”, “Reflexões sobre o homem”, “Movimentos Filosóficos no Brasil”, “Filosofia Contemporânea”, “Temas esparsos da Filosofia do Direito”, “O Pensamento Epistemológico de Piaget”, “Correntes Filosóficas e Educação” e “Problemas Gerais da Filosofia”.(FOLHA DE GOIAZ. Goiânia, 08.07.1979).





ROBERTO PIMENTEL é Jornalista, redator e editor.







O MUNDO PRECISA FILOSOFAR.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).







Embora o centro da gravidade dos interesses do homem esteja voltado, modernamente, para o campo da ciência e da tecnologia, a filosofia ainda exerce um atrativo ímpar e tem sua presença marcante. A filosofia tem um presente e terá um futuro, como teve um passado de vinte e cinco séculos. Não tivesse ela a sua grandeza e a sua significação já teria sido abandonada pelo homem, como vai acontecer com tudo aquilo que é inútil ou que se torna desnecessário.

Para o homem só tem valor aquilo que tem atualidade e é vivencial. A filosofia tem a sua atualidade inegável e indiscutível, porque sem ela, através dos grandes princípios diretores do pensamento, não existirá verdadeiramente cultura, senão mera acumulação de conhecimentos, incapaz de oferecer uma visão global do mundo, do homem e da vida. Uma síntese última e crítica de todos os conhecimentos especulativos e práticos só pode ser realizada pela filosofia.

O conteúdo polêmico que a filosofia apresenta não significa incerteza do conhecimento filosófico, mas tão somente o esforço constante do espírito humano à procura da verdade e da solução para questões seculares que o simples uso da razão não poderia elucidar.

A filosofia é matéria de reflexão. Não é matéria de conhecimento ao mesmo nível em que o é a matemática, a química e a física. Nas outras disciplinas há sempre algo a conhecer, na filosofia há sempre algo a refletir. Saber é ciência, então a filosofia não é saber. Poder é técnica, então filosofia não é poder. A filosofia é uma reflexão crítica sobre o saber e o poder.

O mundo precisa filosofar exatamente porque a reflexão filosófica permite a explicação do meio em que o homem vive, possibilita ao homem conhecer a si mesmo, conhecendo também as coisas que o cercam. A filosofia é sempre procura e nunca posse, por isso, do ponto de vista filosófico as perguntas são mais importantes do que as respostas e cada resposta se transforma numa nova pergunta.

Foi partindo dessa realidade filosófica que André Verguez disse: "Sócrates é o filósofo por excelência, precisamente porque nada ensinou, só nos fez refletir".

A explicação do mundo é tarefa da ciência e não da filosofia. Há, no entanto, problemas para os quais a ciência não tem explicação e nestes casos a filosofia pode falar. Seu dever é tornar as coisas mais refletidas e mais profundas, o que é uma das raras possibilidades da existência criadora. Neste mundo em que se vive caracterizado pelo tecnicismo, há a necessidade de um sistema de idéias e teses que ofereça ao homem uma visão total do mundo, apoiada na filosofia e na ciência, uma verdadeira metafísica, enfim a extrapolação de um campo técnico-ciêntífico para um campo filosófico ou seja a afirmação de tudo aquilo que não se pode dizer apoiado apenas na ciência.

O mundo precisa filosofar exatamente porque, embora a ciência conheça a matéria, nada ela diz sobre o seu valor. Se o homem quiser conhecer o valor da matéria, terá de apelar para a especulação filosófica. Inegavelmente a ciência possui a tarefa de oferecer os meios ao homem, a técnica tem a função de aplicar, mas cabe à filosofia julgar a validade ou não destes meios colocados ao alcance do espírito humano.(O POPULAR. Goiânia, 17.07.1977).





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O NORDESTE E SUA CULTURA.







Mário Ribeiro Martins*



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A palavra "nordeste" e todos os seus derivados, mesmo para o nordestino, carregam uma acentuada conotação de realidade social pitoresca e exótica. Tal fato não é senão conseqüência da situação particular do Nordeste no desenvolvimento histórico das relações sócio-econômicas inter-regionais no quadro da sociedade brasileira.

Em conseqüência, a expressão "cultura nordestina" nos envia de imediato e inconscientemente ao bumba-meu-boi, à feijoada, ao caju, à ciranda, ao mamulengo, ao maracatu. E não se pode negar uma boa parte de responsabilidade aos intelectuais da Semana de Arte Moderna, com suas intenções de "descoberta" dos Brasis não-cosmopolitas, não-europeizados, pela criação e propagação dessa imagem do "Nordeste folclórico".

E, muito frequentemente, o intelectual, não apenas o artista, mas até mesmo o cientista social da região se deixa seduzir por essa imagem falaciosamente "poética" de crendices, ex-votos, contadores de feitos, folhetos de cordel.

Sem dúvida, é recomendável na arte a recitação erudita ou para-erudita da tradição artística popular da região. Mas é necessário não confundir essa atitude saudável de consciência dos nossos valores culturais com o folclorismo subserviente de quem se preocupa antes em atender às expectativas do consumidor do Rio e de São Paulo, perpetuando a imagem de avis rara do Nordeste e do nordestino.

Não será que, como acredita Renato Carneiro Campos, a pseudo-valorização deslumbrada do folclore é função direta de atitudes tradicionais, ou, antes, da incapacidade de perceber outra realidade social que não a do Nordeste arcaico: a realidade incontestável da super-cultura urbana, industrial e cosmopolita, cada vez menos restrita aos seus focos metropolitanos de difusão internacional?

Mas se a cultura e sociedade não são assimilares ao puramente geográfico nem o simples demográfico, a região nordestina não possui a homogeneidade cultural monolítica que aquele clichê insinua. Do mesmo modo inequívoco com a subcultura urbana cosmopolitizada e cosmopolitizante da sociedade brasileira. O nordestino da Penha talvez continue preferindo os baiões de Luiz Gonzaga, enquanto a adolescente de Boa Viagem (Recife) desbota com esmero a sua calça LEE. O resultado da loteria esportiva é acompanhado, à mesma hora, graças à transmissão via satélite, pelo apostador de Caruaru e pelo torcedor do Flamengo que assistiu à partida diretamente do Maracanã.

Mas, como o intelectual nordestino reflete, através do mecanismo de efeito-demonstração, os conceitos e preconceitos do intelectual dos focos de difusão da cultura urbano-cosmopolita no Brasil, enquanto este último, por sua vez, importa - geralmente e ainda pelas caravelas, como dizia Oswald de Andrade - as modas intelectuais das metrópoles internacionais, é através da ética das elites intelectuais dos grandes centros urbanos brasileiros que o intelectual do Nordeste conhece a cultura da sua própria região.

E, por esta razão, tende a cultivar e perpetuar em prosa e em verso apenas o Nordeste arcaico e apetitoso das batidas de maracujá, dos bonecos de Vitalino e das bandas de pífano. É quando a valorização erudita da cultura popular da região é confudida com o folclorismo mais ingênuo e vulgar da "industrialização" dessa cultura.

Mas, certamente, não há mesmo razão para menosprezar a tradição da cultura popular nordestina, ainda pouco ou nada "industrializada" para turista, ao contrário do que vem acontecendo com as tradições lúdicas coletivas dos subúrbios dos nossos centros urbanos mais importantes. Como também não há por que fechar os olhos às elaborações eruditas do passado ou do presente da cultura nordestina.

Em que medida popular informa, no presente, o erudito na cultura do Nordeste? Qual a importância das matrizes tradicionais da nossa cultura para as nossas elaborações de nível erudito? Até onde o intelectual nordestino, pertencendo, pela sua própria condição sócio-cultural, ao universo da super-cultura urbano-cosmopolita, se distancia da cultura de sua região?

Como conciliar o compromisso irreversível e inevitável com a super-cultura internacional com as conseqüências psicossociais da localização no espaço geográfico do Nordeste? Quais as implicações dessa defasagem? Até que ponto prevalece o Nordeste urbano sobre o rural? ou o rural sobre o urbano? Qual o papel das nossas elites intelectuais nesta fase híbrida da nossa cultura? Qual o sentido da participação do Nordeste super-cultura da televisão e dos super-mercados?

Essas questões representam uma imposição e um desafio da realidade atual no Nordeste brasileiro às suas elites intelectuais. A crescente participação do Nordeste na super-cultura urbano-industrial cosmopolita e as conseqüências dessa participação na afirmação de uma cultura erudita consciente de suas raízes e de sua responsabilidade na preservação dos valores básicos e intransferíveis do homem nordestino, mais que um problema aparentemente bizantino, é uma realidade que se impõe ao cientista, ao técnico, ao humanista e ao artista da região.(O POPULAR. Goiânia, 22.02.1976).







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ORDEM DOS MINSTROS BATISTAS

DE PERNAMBUCO:

UMA AGÊNCIA DE CONFRATERNIZAÇÃO.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Sob a liderança do dinâmico pastor José de Almeida Guimarães, a Ordem dos Ministros Batistas de Pernambuco cumpriu mais um ano de expressivas atividades. Com um programa de confraternização e integração dos obreiros, esta entidade se reúne na última segunda-feira de cada dois meses, em lugares estratégicos e aprazíveis.

As igrejas e instituições convidam, voluntariamente, a Ordem dos Pastores para hospedá-la, por algumas horas, em seu edifício de educação Religiosa, Templo ou qualquer outro local. É costume das entidades hospedarias oferecer um lanche ao grupo de pastores. (Algumas se excedem em bondade e terminam por oferecer um lauto jantar.)

Durante o exercício anterior, a Ordem dos Ministros esteve reunida nos seguintes lugares: Igreja Batista da Rua Imperial, Igreja Batista de Água Fria(Convenção Pernambucana), Igreja Batista da Encruzilhada e por duas vezes na Junta Evangelizadora.

Anualmente, no mês de março, a referida organização elege sua nova diretoria, e foi o que aconteceu no dia 26 de março de 1973, quando os ministros batistas deste Estado escolheram os seguintes irmãos para dirigir os destinos da entidade por mais um ano: Presidente: Pastor Mário Ribeiro Martins - Igreja Batista de Tegipió. Vice-Presidente: Pastor José de Almeida Guimarães - Igreja Batista da Concórdia. Primeiro Secretário: Pastor Gamaliel Perruci - Primeira Igreja Batista de Areias. Segundo Secretário: Pastor Moisés Dias da Silva - Igreja Batista de Prazeres. Tesoureiro: Pastor Inácio Jordão da Silva - Igrejas Batistas Nova Betânia e Passarinho.

Congrega a Ordem dos Ministros cerca de 120 pastores das Convenções Evangelizadora de Pernambuco e Batista Pernambucana. Todos integrados na grande obra de evangelização, num grande espírito de fraternidade e sinceridade cristã. Uma das grandes promoções da entidade é o retiro anual dos pastores, geralmente realizado no mês de janeiro.

Em 1973 foi realizado no Sítio Silvânia, de propriedade da Junta Evangelizadora, lugar muito simpático e próprio para confraternização desta natureza. As reuniões da Ordem obedecem, geralmente, a um critério: A primeira parte é dedicada a um lanche; a segunda parte é devocional, informações, distribuição de brindes, leituras de relatórios e atas, etc.

É de observar-se que estas reuniões de confraternização entre os pastores, no Estado de Pernambuco, tiveram a sua origem em 1919, quando foi organizada a Associação dos Pastores, com estatutos aprovados, inicialmente apenas para obreiros nacionais.

Em 1935 foi criado o Instituto dos Pastores Batistas de Pernambuco, permanecendo com este nome até 1956, quando se filiou à Ordem dos Ministros Batistas do Brasil e tornou-se secção de Pernambuco. O referido instituto foi criado dentro da Convenção Batista Pernambucana, sendo seu primeiro presidente o pastor Carlos Barbosa.

A designação "secção de Pernambuco" foi mudada posteriormente para Ordem dos Ministros Batistas de Pernambuco. Seus filiados contribuem com uma taxa mensal simbólica e são identificados por carteiras permanentes, sujeitas a renovação no fim de cada exercício. Uma das grandes metas dos pastores batistas pernambucanos é a aquisição de uma sede própria, possuindo a Ordem dos Ministros, uma conta apropriada na Comissão Predial Batista para esse fim.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 13.05.1973).







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ORDEM E RACIONALIDADE

DO COSMOS NA FILOSOFIA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O mundo na sua totalidade, a natureza, a história e a sociedade são governados pela razão. Daí dizer-se que a razão governa o mundo. O primeiro filósofo e pensador a mostrar que o nous (razão) governa o cosmos foi Anaxágoras. Tal descoberta foi tão significante que Aristóteles resolveu elogiá-lo dizendo parecer Anaxágoras um sóbrio entre bêbados.

O cosmos possui uma ordem, uma racionalidade que estão submetidos ao império de leis gerais, fazendo transitar os acontecimentos com férrea necessidade. Hegel chegou a dizer: "O movimento do sistema solar obedece às leis invariáveis: essas leis são a própria razão de que nem o sol nem os planetas têm consciência. Assim, a idéia de que há razão na natureza, que é invariavelmente governada por leis gerais não nos choca".

Há um salto qualitativo de uma escala e de uma ordem para outra, e ser é um permanente devenir, porque o mundo está em permanente mudança, surgindo a vida dos inorgânicos e a própria consciência emergindo da vida. A idéia de ser no devenir é de Heráclito diante de cuja filosofia Hegel ficou deslumbrado, a ponto de exclamar: "Não há uma só posição de Heráclito que eu não admita em minha lógica".

No fundo, a doutrina de Heráclito é de que a realidade fluxo é a realidade total. A forma ativa do devenir é a contrariedade e a transitoriedade é o motor. Em permanente mudança está o ser e através dela surgem novas qualidades. A dialética da contradição aparece tanto em Heráclito quanto em Hegel. Só que o filósofo grego sustenta o filósofo alemão entende como lei necessária. Embora o retorno aos gregos seja sempre um progresso pela luminosidade de sua filosofia, é em Heráclito que se encontra o espólio da metafísica herética que vai enriquecer o arsenal hegeliano.

É na dialética que se encontra o grande espólio da metafísica de Heráclito e também autodinâmica evolutiva do cosmos.

O desenvolvimento do mundo é presidido por leis invariáveis que refletem a sua racionalidade progressiva, passando do inorgânico para o orgânico ou vital e deste para a consciência. Tudo isto numa evolução emergente, em que a novidade surge do anterior pelo salto qualitativo. Assim, a consciência se alarga pela filosofia e fica deslumbrada ao descobrir que a mesma razão que impera no cosmos também impera na consciência.(O POPULAR. Goiânia, 07.08.1977).







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OS BATISTAS NA

"ESMERALDA DO ATLÂNTICO".





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Com uma população de cerca de duas mil pessoas e localizada a 145 km do atol das Rocas (Rio Grande do Norte), a "Esmeralda do Atlântico" - Fernando de Noronha - também conta com a presença marcante dos batistas, um curso de educação teológica por extensão e um pastor visitante.

Descoberta por Gonçalo Coelho em 1503, a "Esmeralda do Atlântico" recebeu o nome de Quaresma e posteriormente de Fernando de Noronha a quem foi doada como primeira Capitania Hereditária, assim permanecendo até 1700. Holandeses e franceses a ocuparam, respectivamente nos anos de 1645 e 1736, o que forçou os portugueses a construírem o Forte dos Remédios.

Posteriormente pertenceu à Capitania de Pernambuco, foi administrada pelo Ministério da Guerra e Ministério da Justiça, após o que serviu como Colônia Correcional do Governo Pernambucano até que, depois de ser administrada pela Federação como presídio político, tornou-se Território Federal em 1942.

Com doze quilômetros de comprimento e seis de largura, a ilha de Fernando de Noronha tem relevo variado, destacando-se o morro do Pico com 323 metros. Sua maior altitude e temperatura média de 26 graus C, sendo sua vegetação de matas e solo pedregoso. Embora tendo apenas riachos de regime torrencial, possui duas usinas geradores de energia elétrica e a maior placa de cimento da América do Sul para recepção das águas de chuva. Sua agricultura é de subsistência e a sua pecuária limitada.

O transporte naval, devido às difíceis condições de desembarque, é restringido às cargas susceptíveis de serem molhadas. Além da Força Aérea Brasileira, há os vôos turísticos da Transbrasil sábados e domingos, comunicação por telefone e via Embratel. Para qualquer visita há a necessidade de licença especial do Ministério do Exército.

Contudo, o mais importante é que, além de um Hospital, Ginásio, Agência Bancária, Escola Profissional e do Palácio São Miguel, sede do Governo do Território, a "Esmeralda do Atlântico" possui uma vibrante Congregação Batista, com cerca de 40 membros, entre militares e nativos, um pastor visitante, na pessoa do Pastor Inácio Jordão que, indo ali com licença especial é, quase sempre hóspede do Governador do Território que faz questão de apoiar publicamente o trabalho batista no Território Federal de Fernando de Noronha.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 30.03.1975).



ATENÇÃO: Com a Constituição de 1988, Fernando de Noronha passou para Pernambuco. Conforme a Enciclopédia Barsa, de 2005, “Fernando de Noronha é Arquipélago do Brasil, no Oceano Atlântico, a 510 km de Pernambuco. Integra um distrito de Pernambuco, junto com o Atol das Rocas e os penedos de São Pedro e São Paulo. Superfície total: 25km2. 2.051 habitantes”.





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OS 177 ANOS DA ELEIÇÃO

DE TEOTÔNIO SEGURADO.





Mário Ribeiro Martins*





Comemorou-se ontem, os 177 anos da eleição de Teotônio Segurado, como Governador Separatista do Norte de Goiás, hoje Tocantins.

JOAQUIM TEOTÔNIO SEGURADO nasceu em Moura (Província do Baixo Alentejo, com a Capital em Beja), Portugal, no dia 25.02.l775, escreveu, entre outros, "MEMÓRIAS SOBRE A CAPITANIA DE GOIÁS"(l8ll), texto que lhe valeu elogio por Carta Real de cinco de setembro de l8ll. Escreveu também “MEMÓRIA SOBRE A AGRICULTURA E O COMÉRCIO DA CAPITANIA DE GOIÁS”(1807) e “MEMÓRIA SOBRE O COMÉRCIO DA CAPITANIA DE GOIÁS”. Filho de José Mendes Segurado e de Maria das Dores Segurado, naturais, respectivamente, de Moura e Serpa, duas vilas do Sul de Portugal.

Após os primeiros estudos na vila de Moura, sua terra natal, foi para a Universidade de Coimbra, com 16 anos, onde estudou de 17.11.1791 a 19.10.1795, formando-se em Leis, correspondente a Ciências Jurídicas e Sociais, atualmente Direito, quando tinha 20 anos de idade.

Tornou-se JUIZ DE FORA, na cidade de Porto e também na cidade de Melgaço, Portugal, com 24 anos.

Depois de ter se iniciado no Brasil, através de São João Del-Rei e Ouro Preto, em Minas Gerais, donde a teoria histórica de que tivesse alí nascido, tornou-se Ouvidor Geral da Capitania de Goiás, na velha capital, Vila Boa(Goiás Velho), nomeado pelo Decreto de 12 de outubro de 1803, com 28 anos de idade, pelo Príncipe Regente Dom João, que substituia a Rainha D. Maria I, doente mental.

Relembre-se que D. João VI só veio para o Brasil, em 1808, com a transferência da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro. (D. Maria I faleceu em 1816 e o Príncipe foi coroado Rei, com o nome de D. João VI, em 1818. Em abril de 1821, D. João voltou para Portugal e em seu lugar ficou o Príncipe Regente D. Pedro I, que se tornou Imperador do Brasil, em 07.09.1822. Em 07.04.1831, D. Pedro I renunciou, ficando em seu lugar o Pedro de Alcântara, D. Pedro II que tinha cinco(5) anos de idade), sob os cuidados de José Bonifácio).

Voltando a Joaquim Teotônio Segurado, foi promovido ao cargo de Desembargador da Relação do Rio de Janeiro, em 1805. Desembargador da Comarca de Goyaz, em 1806. Desembargador da Relação da Bahia, em 1808.

Em 1809, no dia 21 de junho, foi nomeado Desembargador da recém-criada Comarca de São João das Duas Barras, com Capital no Povoado de Palma(hoje cidade de Paranã), com 34 anos de idade.

Em 1810, Dom João VI, percebendo o valor do ouro existente no Norte de Goiás(CARMO E PONTAL), transferiu para Porto Real(hoje Porto Nacional), a sede(CABEÇA DE JULGADO) da Comarca de São João das Duas Barras e determinou que para alí se transportasse o Corregedor Segurado.

Embora o povoado de Porto Nacional tenha sido fundado por Antônio Sanches, em 1738, seu crescimento, no entanto, coube ao Desembargador Segurado. É que ele alí residiu durante algum tempo e estimulou a navegação do Tocantins, única estrada sem encruzilhada(as estradas com encruzilhada permitiam tocaias) e por onde passaram a correr toneladas de ouro para o porto de Belém, rumo à cidade de Lisboa.

Em 26.01.1815, feita a instalação da Vila de São João da Palma, com capital na hoje Paranã, mudou-se Teotônio Segurado de Natividade para a nova vila. Tinha agora 40 anos de idade. Residiu durante muito tempo nas cidades de Natividade, Arraias, Paranã, no hoje Estado do Tocantins.

Foi Deputado JUNTO às Cortes Portuguesas, pela Provincia de Goyaz, eleito no dia 7 de agosto de 1821, quando tinha 46 anos de idade, ainda sob a administração do Príncipe Regente Dom Pedro I(Ele só se tornou Imperador do Brasil em 07.09.1822).

Em 27.08.1821, o Brigadeiro Manoel Inácio Sampaio, como Chefe do Executivo Goiano, no período colonial(Goiás só se tornou Província do Império, em 13.09.1824), mandou prender os principais líderes do movimento da independência do Brasil, em Goiás, entre os quais, os Padres José Cardoso de Mendonça, Lucas Freire de Andrade e Luiz Bartolomeu Marques. E ainda o Soldado Felizardo de Nazaré, além do Capitão Francisco Xavier de Barros, bem como o Capitão Felipe Antonio Cardoso.

Cada um deles foi enviado preso para lugar diferente. Os padres foram enviados para aldeias distantes. O Capitão Francisco Xavier de Barros foi para Santa Maria, no Rio Paranã, afluente do Rio Tocantins. O Capitão Felipe Antonio Cardoso foi para o distrito de Arraias, na Comarca de São João das Duas Barras. Todos eles desejavam a formação de um Governo Provisório, mas teriam sido traídos. Ficaram pouco tempo presos, porque, logo no ano seguinte, 07.09.1822, deu-se a INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.

Felipe Antonio Cardoso enviado preso para Arraias e depois para a então Capital Federal, depois de ser absolvido pelo Conselho de Guerra, no Rio de Janeiro, por injunções políticas, terminou por ser promovido a General em 12.10.1825, tornando-se Governador das Armas da Província de Goiás, em 1830.

Teotônio Segurado viajou, no entanto, para Portugal em janeiro de 1822, como Representante Goiano, junto à CONSTITUINTE EXTRAORDINÁRIA DAS CORTES REUNIDAS DE BRASIL, PORTUGAL E ALGARVES, tomando posse na sua cadeira como Deputado, no dia 08 de abril de 1822, com 47 anos.

Ao voltar, no ano seguinte(1823), havia perdido a condição de DEPUTADO, eis que o país já não era mais Colônia de Portugal e sim Império do Brasil. Em 23.06.1823, por ordem do Imperador Dom Pedro I, foi destituído de seus bens. Tal ordem foi cumprida através do ofício de 10 de julho de 1823, assinado pelo REPRESENTANTE da Província de Goiás, o Padre Pirenopolino Luis Gonzaga de Camargo Fleury, quando de sua passagem por Porto Nacional.

Diz Americano do Brasil, in “PELA HISTÓRIA DE GOIÁS”, página 77: “Em 1823, quando Cunha Matos percorria o Norte, Segurado entrou em Goiás, indo residir em suas propriedades nos arredores da Palma(hoje Paranã), cercado de esposa e filhos. Debalde os Presidentes da Província procuraram afastá-lo da vida privada. Ficou alheio à evolução política. Para ele, liberalismo era sinônimo de anarquia”.

Em 1827, quando D. Miguel I, tornou-se Rei de Portugal e passou a perseguir os liberais e constitucionalistas, Teotônio Segurado já tinha voltado escondido para o Brasil. Mesmo assim, continuou a ser perseguido, porque não queria a Independência do Brasil, mas apenas a criação da Província de Palma, separada da Província do Sul, em Vila Boa(Goiás Velho).

Entre os benefícios que Joaquim Teotônio Segurado conseguiu para o hoje Estado do Tocantins, destacam-se a navegação do Rio Tocantins e a abertura de uma estrada ligando São Romão, em Minas Gerais a Porto Nacional.

A ele se deve a descoberta de várias minas de ouro e a criação do Julgado de Flores. Entre seus títulos honoríficos, destaca-se o de COMENDADOR DO HÁBITO DE CRISTO.

Chegou a ser eleito Governador Separatista de Goiás, no hoje Estado do Tocantins, no dia 14 de setembro de 1821, escolhendo a cidade de Cavalcante e posteriormente Natividade e Arraias para Capital da futura Província de Palma e, consequentemente, do futuro Estado do Tocantins.

Retornando de Portugal, em 1823, após a Independência do Brasil e com as censuras que lhe foram impostas pelo Governo Português, Joaquim Teotônio Segurado afastou-se da vida pública.

Tornou-se um cidadão comum, perdendo inclusive seus títulos honoríficos e seus principais bens materiais, conforme determinação do Imperador Dom Pedro I. Aliás, de seu inventário, consta apenas, uma casa, uma mesa, um banco e sete livros. Exagero de inventário, como sói acontecer! Afinal de contas, morreu em sua fazenda na Comarca de Palma, hoje Paranã. Com 56 anos de idade, não poderia ter lhe restado apenas a casa, a mesa, o banco e os livros!

Apesar de todas as pesquisas feitas e em virtude das dificuldades pelas quais passou a família do Desembargador Segurado, ainda não se conseguiu chegar a todos os filhos e descendentes, o que constitui um verdadeiro desafio para os pesquisadores e genealogistas.

Um de seus filhos, Rufino Teotônio Segurado, chegou a ser Juiz Municipal de Carolina, no Maranhão, no tempo em que esta cidade pertencia à Província de Goiás e tinha o nome de TRÊS BARRAS.

Aliás, Carolina foi a designação dada pelo Governador de Armas de Goiás, Padre Luiz Gonzaga de Carmargo Fleury, em homenagem à Imperatriz Maria Leopoldina Carolina. Este mesmo Rufino, foi também Juiz de Direito da Comarca de Palma(1846) e de Conceição do Norte, no hoje, Estado do Tocantins.

Rufino, conforme a voz corrente, teria nascido na própria Vila de Palma, Paranã, Goiás, hoje Tocantins, em l820, portanto, onze anos antes da morte de seu pai que falecera em 14(catorze) de outubro de 1831.

Para Sacramento Blake, em seu Dicionário, teria nascido em Minas Gerais, sem dizer a cidade. Para outros, teria nascido em Belém do Pará, de onde seguiu para a Capital Paulista, formando-se, com 20 anos de idade, em 1840, na Faculdade de Direito de São Paulo.

Em 1846, com 26 anos, já estava integrando a Assembléia Legislativa Provincial de Goiás, como um de seus Deputados. Em 1847, fez a viagem de navegação entre “AS PROVÍNCIAS DE GOYAZ E DO GRÃO-PARÁ”, pelos rios Araguaia e Tocantins, viagem esta publicada na REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, do Rio de Janeiro, em 1848. A viagem foi iniciada em Porto Imperial(Porto Nacional), no dia 04.04.1847, tendo chegado em Belém, no dia 03.05.1847. Foi pelo Rio Tocantins e voltou pelo Rio Araguaia, alcançando Vila Boa(Goiás Velho), 07 de março de 1848.

Rufino Segurado, com 28 anos de idade, em 1848, conforme o livro “PRESIDENTES E GOVERNADORES DE GOIÁS”, de Joaquim Carvalho Ferreira teria se tornado também Presidente da Sociedade de Navegação do Araguaia, fundada pelo 7º Presidente da Província de Goiás, em 1848, Joaquim Inácio de Ramalho(BARÃO DE RAMALHO).

Diz Joaquim Carvalho, página 22: “A 14.02.1848, chegaram a Leopoldina, os dois barcos-Natividade e Santo Antonio- com, respectivamente, 1000 e 1200 quilos. Era Presidente da Sociedade, o Dr. Rufino Teotônio Segurado, Juiz Municipal de Carolina, com assento na Assembléia Municipal”.

Foi também Juiz de Direito da Comarca de Palma(1846) e Conceição do Norte, no hoje, Estado do Tocantins. Depois de ter sido Juiz Municipal de Carolina, tornou-se em 1854, Juiz de Direito de Carolina, quando transferiu a sede da Comarca para Boa Vista do Tocantins(Tocantinópolis). Mas, como brigou com o Frei Francisco de Monsavito, transferiu-se para o Araguaia, em 1859.

Relembre-se que Rufino Teotônio Segurado era Juiz da Comarca de Palma(hoje Paranã, Tocantins) quando faleceu na Fazenda ENGENHO, de sua propriedade, em Conceição do Norte(Tocantins), sepultado na Igreja Matriz, em 29.08.1868, com 48 anos de idade, na presença do Vigário João de Deus Gusmão, que assinou o termo de sepultamento, no Governo de João Bonifácio Gomes de Siqueira, 21º Presidente da Provincia de Goias.

Sua Certidão de Falecimento, em sua forma original, foi divulgada por Antonio Costa Aires, no site www.dno.com.br, no seguinte teor: “Aos 29 de agosto de 1868, nesta vila e freguesia de Nossa Senhora de Conceição do Norte, do Bispado de Goyaz, sepultamos nesta Matriz, do Arco para sima(1), com todos os sacramentos, o Doutor Juiz de Direito desta Comarca de Palma, Rofino Theotonio Segurado, pardo, casado com Dona Mariana Francisca de Azevedo e foi encomendado e acompanhado por mim, do que para constar, fiz este termo que assignei. Vigário João de Deus Gusmão”.

Joaquim Teotônio Segurado Filho foi Promotor Público de Natividade e Porto Nacional a partir de 1870, além de ter sido CURADOR GERAL, em 1864. Tem sido muitas vezes confundido com o próprio pai, por ter omitido o “FILHO”, em seu nome. Essa omissão era proposital. Tinha o objetivo de homenagear o pai.

Este Joaquim Teotônio Segurado FILHO residiu em Porto Nacional, no Lago São Francisco(Lago Recantão), na casa que foi arrematada, anos depois, por Florência Rodrigues Nogueira. Segurado Filho teria falecido em 1899, com mais de 68 anos de idade.

Entre os parentes de Teotônio Segurado, são conhecidos Carolino Ferreira e Ananias Segurado Rodrigues.

Simplício Teotônio Segurado, outro descendente, foi Promotor Público de Porto Nacional entre 1878 e 1884, ano em que se tornou Tabelião do Cartório Geral de Porto e nesta condição aparece até 1896.

Este filho de Joaquim Teotônio, o Simplício Segurado casou-se, em Porto Nacional, com Maria Ayres da Silva, de tradicional família portuense, em 11 de janeiro de 1880.

Quanto a Joaquim Teotônio Segurado(o pai) é citado pelo baiano José Martins Pereira de Alencastre, no livro ANNAES DA PROVINCIA DE GOYÁZ, como Ouvidor da Comarca de São João das Duas Barras, com sede em Palma(Paranã) e depois em Natividade, com o território correspondente ao hoje Estado do Tocantins.

Quando da eleição de Segurado, para Governador Separatista, em setembro de 1821, o Sul de Goiás, com Capital em Vila Boa, reagiu e revidou, destruindo o sonho de independência do Norte de Goiás.

A destruição deste sonho foi feita através da instrumentalidade do Padre Luis Gonzaga Camargo Fleury que se fez acompanhar de soldados armados e percorreu o atual Estado do Tocantins durante mais de um ano, prendendo os líderes separatistas e sequestrando seus bens.

No desejo de acabar com o levante do Norte, o Padre Luís Gonzaga saiu de Pilar de Goiás, em abril de 1822, passando por Traíras(região de Niquelândia), São José do Duro, Cavalcanti, Arraias, Conceição, Natividade, Carmo, Porto Nacional. Retornou a Goiás Velho, em junho de 1823, exatamente quando o militar Raimundo José da Cunha Matos foi nomeado Governador de Goiás e o próprio Segurado já tinha voltado de Portugal, destituído de seus títulos e honrarias.

Alguns anos depois, Joaquim Teotônio Segurado terminou por ser ASSASSINADO, em sua Fazenda, na vila de Palma(Paranã), por ele fundada. Morto no dia 14 de outubro de 1831, com 56 anos de idade, por problemas de “barra de saia”, a mando de sua esposa, Bruna Maria de Santana que, para isso, mandara fabricar uma bala de ouro, conforme tradição oral na região e cuja notícia foi estampada pelo único jornal do Norte do país, “A MATUTINA MEIAPONTENSE”, publicada em Pirenópolis, interior goiano, no dia 3 de dezembro de 1831.

Naquela época, diferentemente de hoje, os ASSASSINATOS eram, de modo geral, por três motivos: “BARRA DE SAIA”, “BARRA DE OURO” e “BARRA DE CÓRREGO”.

Outra versão atribui sua morte a questões meramente políticas, eis que tinha sido contrário à independência do Brasil, em 07.09.1822 e tinha voltado escondido de Portugal em 1823.

Sobre esta versão, escreveu Joaquim Carvalho Ferreira, em seu livro PRESIDENTES E GOVERNADORES DE GOIÁS, página 17: “Coube ainda ao Brigadeiro Miguel Lino de Morais, 2º Presidente da Província de Goiás(de 1827 a 1831), o lançamento da idéia da transferência da sede do governo para outro local às margens do Tocantins, iniciativa que, como era de se esperar, encontrou forte oposição, tornando-se impopular, de tal forma que o golpe de 14 de agosto de 1831, afastou-o da direção da Província de Goiás, sendo substituído por Luiz Bartolomeu Marques que assumiu o governo, tratando, imediatamente, de demitir todos os portugueses”.

Observe-se que o Padre Luiz Bartolomeu Marques(que já tinha sido preso em 14.08.1821) permaneceu no governo durante 4 meses, de 14.08.1831 até 30.12.1831, sendo que Joaquim Teotônio Segurado, que era português, foi assassinado no auge de seu governo, no dia 14 de outubro de 1831. Poucos dias antes de 14.08.1831 houve também outro assassinato, o do Ouvidor Jerônimo Castro (14 de agosto foi o dia do golpe patrocinado pelo Governador das Armas de Goiás, Coronel Felipe Antonio Cardoso, que derrubou o Brigadeiro Miguel Lino de Morais e nomeou o Padre Luiz Marques como 3º Presidente de Goiás).

Pois bem, poucos dias antes deste GOLPE(14.08.1831), já tinha sido ASSASSINADO no Norte de Goiás, no dia 26.06.1831, em Arraias, Comarca de Palma(hoje Paranã), o Ouvidor Jerônimo José da Silva Castro, que também era português e casado com a filha do Senador João Evangelista. O responsável por esta morte foi o Capitão Honório, Pernambucano, que se intitulava “comandante dos brasileiros” e se fazia acompanhar de sete homens armados.

A esposa do Ouvidor morto retornou para o Rio de Janeiro, levando dois filhos, goianos de nascimento ou melhor nascidos na hoje Paranã, Estado do Tocantins, o mais novo, nascido antes da morte do pai, em junho de 1831.

Dois Ouvidores portugueses assassinados no Norte, no curto período de três meses. Teria sido mera coincidência? Americano do Brasil, in “PELA HISTÓRIA DE GOIÁS”, página 72, tenta explicar: “Na fronteira de Goiás com a Bahia, surgiu um dos primeiros BANDOS que espalhava estar incumbido de TRUCIDAR todos os portugueses que encontrasse”.

O fato é que o Padre Luiz Bartolomeu Marques terminou sendo CENSURADO pela Regência do Brasil e foi substituido por José Rodrigues Jardim que permaneceu no Governo de Goiás, de 31.12.1831 a 19 de março de 1837, quando, eleito Senador, foi para o Rio de Janeiro, onde faleceu em 27.10.1842.

A época era propícia para tais assassinatos, pois havia muitas revoltas no período regencial e uma perseguição notória aos portugueses. Alguns políticos, inclusive o próprio Teotônio Segurado, queriam a volta de Dom Pedro I ao trono do Brasil(Dom Pedro tinha renunciado no dia 07.04.1831), como era o caso de Pernambuco, Ceará, Minas Gerais, etc. Outros queriam a independência completa de suas províncias do Governo Central, como era o caso do Rio Grande do Sul e da Bahia.

Voltando à família Segurado, o JOAQUIM TEOTÔNIO SEGURADO que aparece como CURADOR GERAL, em 1864, era o Joaquim Teotônio Segurado Filho que omitia o “filho” para homenagear o próprio pai e que se tornou Promotor Público de Natividade e de Porto Nacional, a partir de 1870 e que teria falecido em 1899, com mais de 68 anos de idade. (Seu pai faleceu com 56 anos, em 14.10.1831).

Pela sua luta em favor da Independência do Norte, Joaquim Teotônio Segurado(2), o Pai, foi homenageado com o nome da principal Avenida de Palmas, recém-construida Capital do Estado do Tocantins ou seja AVENIDA JOAQUIM TEOTÔNIO SEGURADO, bem como foi feito PATRONO da Cadeira 01, da Academia Tocantinense de Letras, hoje(2004) ocupada por José Wilson Siqueira Campos que nela tomou posse no dia 02.03.1991, em Porto Nacional, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, quando da instalação da Academia.(JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 15.09.1998).





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(1) A expressão do ARCO PARA SIMA significava que o morto foi enterrado perto do Altar Principal.



(2) Outras informações sobre Segurado, leia no site www.mariomartins.com.br o artigo QUEM FOI JOAQUIM TEOTONIO SEGURADO?











OS PASTORES DE TATUAMUNHA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





É provável que poucos batistas do Brasil já tenham ouvido a expressão Tatuamunha. Não é um termo qualquer, mas o nome de uma Igreja que se tornou célebre na história dos batistas do Brasil. Vila do município de Porto de Pedras, Alagoas, Tatuamunha teve uma das mais prósperas igrejas da região.

A Igreja que recebeu o nome da Vila - Igreja Batista de Tatuamunha - é hoje lembrada por várias razões: a) Pelas lutas que enfrentou. b) Pelos pastores que deu à denominação. c) Pela sua localização. d) Pelo seu desaparecimento, como igreja, depois de tantas glórias.

Organizada no dia 17 de novembro de 1922, com 37 membros, teve como seu primeiro pastor, o missionário Dr. John Mein. No cemitério da Vila os crentes foram proibidos de enterrar os seus mortos, além de sofrerem outras perseguições. A construção de seu templo "causou admiração no povoado e influenciou alguns inimigos para a Causa, e despertou muitos proprietários a concertarem ou remodelarem as suas residências." (John Mein, A Causa Baptista em Alagoas).

Em janeiro de 1926 Tatuamunha hospedou a Convenção Estadual. No mesmo ano a Igreja recebeu seu segundo pastor, o missionário John L. Bice. O fato, porém, que fez Tatuamunha notável, foi a plêiade de obreiros que ela deixou como herança (porque já morreu, como igreja) para a denominação: filhos da terra, filhos da igreja.

Apesar do seu tamanho e localização, ela deu os seguintes nomes para o evangelismo nacional:

Pastor Hermes da Cunha e Silva - quem não o conhece no Brasil batista? Acaba de completar 40 anos de ministério na mesma igreja - a Igreja Batista da Rua Imperial - onde sucedeu a Antonio Neves Mesquita. Este é um dos poucos casos no Brasil. Antes de ser consagrado, já havia passado 5 anos como seminarista na mesma igreja. É uma das glórias do ministério batista nos últimos tempos. Durante 20 anos, em períodos alternados, foi Presidente da Junta Administrativa do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil.

Pastor Antonio Dorta, da Igreja Batista da Torre, além de outras. Vai completar também 40 anos de ministério no próximo ano. Representante da Junta de Beneficência. Ex-professor do Seminário do Norte e mestre de incontáveis méritos do Seminário de Educadoras Cristãs, no Recife.

Pastor Plácido Moreira. Atuou durante vários anos na Igreja Batista do Bebedouro, Maceió, Alagoas. Um dos ilustres promotores da causa batista na "Terra dos Marechais".

Pastor Abel Santos, valoroso obreiro da Igreja Batista de Sertânia, Pernambuco. Advogado e Professor naquela cidade, é um dos nomes representativos da Sociedade Sertaniense.

Pastor Samuel Santos, digno obreiro da Igreja Batista de Itapetinga, Bahia, uma das mais progressistas do interior baiano. Ilustre diretor de um Colégio Batista naquela cidade.

Todos estes frutos da Igreja Batista de Tatuamunha foram também alunos do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil. Como igreja, ela não mais existe. Fatores vários, entre os quais, o êxodo rural, fizeram com que descesse à categoria de Congregação, hoje pertencente à Primeira Igreja Batista de Maceió, que lhe dá carinho e presta as homenagens devidas a uma heroína.(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 12.08.1973).





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OS UPANISHADS E A

FILOSOFIA VEDANTA.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Uma típica manifestação do pensamento filosófico hindu e de seu conteúdo especulativo é a filosofia vedanta. Os Upanishads formam a parte concluinte do Veda e por isso são chamados de Vedanta ou fim dos Vedas.

Sua finalidade é dupla: não só a conquista da verdade filosófica, mas ainda a conquista da paz e da liberdade para o espírito aflito e ansioso.

A natureza do espírito, chamado de Atman é motivo de um inquérito realizado pela análise subjetiva da Vedanta. Brama e o Atman são um só. A parte mais profunda da natureza universal é idêntica ao eu. A expressão Brama, no sânscrito, significa Absoluto, Alma Suprema, Universal, Ente Supremo, Indivisível, Iniciado, Eterno. A natureza dessa realidade última não pode ser bem definida, mas pode ser apreendida pela intuição.

A doutrina do Maya (ilusão) significa que o mundo fenomenal é uma ilusão. Tudo o que não é Brama não existe. A multiplicidade dos seres é uma ilusão. Mas se tudo se resume afinal em Brama, só o Absoluto é o real e fora dele não há senão, o mal, a dor. Portanto a vida, a existência fenomênica é um mal.

O único meio de libertação da dor é a união do espírito individual (Atman) com o Absoluto (Brama). A meta final é a imersão do eu individual no Absoluto, na chamada consciência cósmica. Quando a alma ainda não atingiu esta perfeição ela se transmigra e a metempsicose é própria desta filosofia religiosa. Esta marcha da perfeição moral do individuo é governada pela lei do Karma que enfatiza a responsabilidade individual: cada pessoa recebe a recompensa pelo bem ou pelo mal que pratica.

A Vedanta preconiza então uma série de práticas ascéticas e religiosas que aceleram a libertação do eu e sua integração com a consciência cosmica (O Absoluto). Duas fases mais importantes são distinguidas na filosofia Vedanta: a filosofia Vedanta originária dos Upanishads e os Vedanta Sutra, com o desenvolvimento específico através de determinados pensadores, como Kamkara, Ramanuja e Madhva.

Para a Vedanta, de um modo geral, o Eu individual se identifica com o Eu Cósmico, tem a mesma natureza, é uma emanação deste absoluto e com ele se identifica para libertar-se da ilusão do mundo fenomenal.

Os Upanishads representam a doutrina dos brâmanes, são os escritos filosóficos e racionais da literatura védica, geralmente conglobados com nome de bramanismo ou doutrina dos brâmanes a que se opõe o budismo. Geralmente se ensina que os Upanishads foram escritos depois dos vedas, porém antes do aparecimento do budismo. São mais de duzentos os Upanishads, dos quais os mais antigos e originais são os primeiros dez, conforme destaca Radakrishnam em seu livro THE HINDU VIEW OF LIFE AND INDIAN PHILOSOPHI (Londres, 1953).

O fato é que a literatura filosófica e religiosa é muito rica e excitante. Toda a sua primitiva literatura formou-se em torno dos Vedas, livros sagrados de hinos e orações. A expressão Veda literalmente significa saber. Ascende a quatro o número dos vedas genuínos. O Rig-Veda é o mais antigo, datando de cerca de 1500 A.C e contendo 1.028 hinos. Mostra a crença num Deus único e Supremo, Chamado de vários nomes: Indra, Varuna, Agui, Mitra, Lama. O Sama - Veda e o Yagur - Veda são posteriores e transcedem mais a um teor litúrgico, de preces, sacrifícios como um manual de orações. O Atharva - Veda é um manual de fórmulas mágicas, encantamentos, sortilégios, contendo o que popularmente se chama de magia.

Aos Vedas se conectam várias obras de caráter especulativo, metafísico e hermenêutico, destacando-se a coleção Brâmane, os Sutrãs, os Aranyaka e os já mencionados Upanishads. A Coleção Brâmane é a parte mais antiga e rica dos Vedas e contém os primeiros lineamentos da especulação filosófica - Os Sutras são aforismos relativos às ciências e às artes, incluindo as idéias filosóficas dos Upanishads. Os nomes a eles acrescentados representam os seus compiladores. Os Aranyaka foram compostos para meditação dos ascetas que viviam nas selvas e bosques, aparentados com os Upanishads.

Uma das tentativas de elaborar uma divisão da filosofia hindu pertence ao professor S. Radakrishnan, da Universidade de Calcutá e autor de várias obras, segundo o qual, o período védico, o período épico e o período dos seis sistemas representam o desenvolvimento dessa milenar filosofia.(O POPULAR. Goiânia, 06.03.1977).





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O ÚNICO PROFESSOR NÃO BATIZADO

DO SEMINÁRIO DO NORTE

(ALFREDO FREYRE).





Mário Ribeiro Martins*





Não se poderia privar os leitores do JORNAL BATISTA, do contato com o Dr. Alfredo Freyre, pai de Gilberto Freyre, o Mestre de Apipucos.

Dr. Alfredo Freyre foi o homem que deu tudo de si, nos primórdios do trabalho batista no Brasil, inclusive sendo alvo dos melhores encômios por parte dos missionários.

Quase todos os relatórios da época, enviados à Junta de Richmond, mencionavam seu nome.

Há de observar-se que não poucos articulistas ou mesmo historiadores têm o hábito de referir-se ao Dr. Alfredo Freyre simplesmente com a expressão: O PAI DE GILBERTO FREYRE. Outros quando lhe citam o nome colocam entre parêntesis a já mencionada observação. Parece, portanto, que há um pouco de esquecimento à pessoa insigne do Juiz pernambucano, talvez diante da expressividade do filho.

A primeira vez em que aparece o nome deste valoroso senhor nos documentos de Richmond é no Relatório de 27.11.1908, quando o Colégio do Parque Amorim (Colégio Americano Batista) tinha apenas três anos, com esta referência: “Dr. Alfredo Freyre, nosso mais sábio Professor de Português e Francês”. (H. H. Muirhead, ANNUAL REPORT OF THE BOYS ACADEMY OF THE PERNAMBUCO MISSION, in Annual of the Southern Baptist Convention, 1909. Nashville, Tenn, Marshall & Bruce Company, 1909, p. 94).

É provável que date de 1907, sua vinculação ao Colégio Americano Batista Gilreath. Alias, é isto que informa A. R. Crabtree, quando diz: “Em 1907, Dr. Alfredo Freyre veio ajudar os missionários e com seu prestigio e cooperação a Escola tomou nova vida” (A. R. Crabtree, BAPTISTS IN BRAZIL. Rio de Janeiro, Baptist Publising House, 1953, p.159).

Referindo-se a uma verba que viera da Missão Norte-Americana para a compra de uma parte da atual propriedade do Colégio, disse H.H. Muirhead: “A Missão inteira, inclusive Dr. Alfredo Freyre, nosso esplendido professor nativo, riu e gritou, cantou hinos e se abraçou, de tal modo que os vizinhos pensaram que nós estivéssemos prontos para o asilo” (H. H. Muirhead, Seventy-First Annual Report of the Foreign Mission Board-Pernambuco Field, in ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1916, p. 163).

Sobre a situação religiosa do Dr. Alfredo Freyre, há um depoimento muito expressivo de H. H. Muirhead que assim escreveu: “Tem sido sempre liberal em seus pontos de vista religiosos e é agora um crente professo, embora não batizado ainda” (H. H. Muirhead, Seventy-third Annual Report of the Foreign Mission Board- North Brazil Mission, in Annual of the Southern Baptist Convention, 1918, Nashville, Tenn, Marshall & Bruce Company, 1918, p. 217).

W. C. Taylor, no seu relatório de 1921, solicitou a atenção de Richmond para a importância de Alfredo Freyre, dizendo: “É justo também que este reconhecimento seja dado como divida dos Batistas do Sul dos Estados Unidos e batistas brasileiros ao Dr. Alfredo Freyre. Ele tem ensinado a cerca de 60 missionários, colocando-os em contato com a vida brasileira. É sua capacidade que tem guiado, incólume, nossas instituições através de meses de dificuldades. Tem sido pregador constante da mensagem do Cristianismo contra a corrente do Materialismo. Tem influenciado poderosamente nossos estudantes para o bem. A compreensão que ele tem do seu próprio povo tem resistido a movimentos imorais na vida estudantil”.

“É sua devoção ao ensino”- continua W. C. Taylor- “sem qualquer preocupação de honra e lucro, que tem tão ricamente dotado nossa escola com a dádiva do seu gênio e o charme de sua personalidade” (W. C. Taylor, Seventy-seventh Annual Report of the Foreign Mission Board- North Brazil Mission, in Annual of the Southern Baptist Convention, 1922, Nashville, Tenn, Marshall & Bruce Company, 1922, p. 222).

Embora não fosse membro de nenhuma igreja, Dr. Alfredo Freyre deu excelentes contribuições para a obra batista em Pernambuco e também no Brasil. Traduziu juntamente com D. Alina Muirhead, o chamado “Novo Manual Normal” que foi adotado pelas Igrejas Batistas do Brasil, nos idos de 1918.

Do seu relacionamento com Dona Alina resultaram sérias acusações que embora sem fundamento, tiveram repercussões desagradáveis e contribuíram para o fortalecimento da contenda radical (Mario Ribeiro Martins, HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL, Recife, Acácia Publicações, 1974, p. 19).

Traduziu, posteriormente, o livro intitulado A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO, publicado pela Tipografia do C.A.B, 1919. Coube ainda ao Dr. Alfredo Freyre fazer a apresentação da BREVE HISTÓRIA DOS BAPTISTAS, traduzida pela classe de Historia do Seminário Batista do Norte do Brasil, dirigida pelo Prof. H. H. Muirhead e publicada em 1918, no Recife, pela Tipografia de A MENSAGEM.

Entre as expressões significativas do Dr. Alfredo na apresentação do dito livro, destacam-se estas: “Não é a nosso ver, a simples historia de uma seita religiosa através dos tempos e dos paises. É muito mais. É a historia da democracia. É o registro de um grande esforço pela liberdade religiosa. É a bandeira sob a qual se deverão abrigar os lutadores de convicções...Vede e contemplai esse povo forte guardando a sua pureza de princípios e sempre fiel ao Novo Testamento” (Henrique C. Vedder, BREVE HISTÓRIA DOS BAPTISTAS. Tradução da classe de História do Seminário. Typographia de A MENSAGEM, 1918, p.2).

O Dr. Alfredo Freyre foi professor de quase todas as disciplinas do Colégio Americano Batista Gilreath, tendo sido contratado, especialmente, para Português e Francês. Lecionou, contudo, Direito Comercial, Economia Política, Literatura, Língua Latina, etc. Permaneceu nesta instituição de 1907 até 1934. Sobre a sua contratação, disse Carlos Barbosa: “Suspensas as aulas do vernáculo por falta de um mestre, vem em boa hora preenche-la, a convite do corpo docente, o Dr. Alfredo Freyre, conhecido professor e advogado de nomeada no fórum do país. (Carlos Barbosa, COLEGIO AMERICANO BATISTA, in CORREIO DOUTRINAL. Recife, 15 a 22 de janeiro de 1926, p.6).

W. C. Taylor, referindo-se à importância e simpatia do Dr. Alfredo Freyre, em sua HISTÓRIA DA DOUTRINA BATISTA NO BRASIL, disse: “Crente declarado, grande amigo do Evangelho, que no tempo das perseguições teve, como Juiz, de ser respeitado, colocando-se à frente dos nossos cultos, com maravilhosa paciência e habilidade, comprando, inclusive, para nós todas as nossas grandes propriedades no Recife. Foi nosso advogado em cada momento, constante defensor do Evangelho de mil maneiras, professor de mais de 60 missionários, professor em nossa escola, etc.”

“Ele se colocou” - acentuou W. C. Taylor com referencia ao movimento radical- “arrojadamente no caminho destes lideres tomando nosso Colégio, que era o que eles queriam. Os conspiradores enraivecidos desta tomada, vingaram-se dele, levantando uma campanha de que ele era um descrente porque não era batizado. Os estudantes do Colégio sempre comentavam sobre o que Dr. Alfredo Freyre pregava cada dia”. (W. C. Taylor, A Brief Survey of the History Brazilian Baptist Doctrine. Rio de Janeiro, 1955, p. 35).

A contribuição do Dr. Alfredo Freyre foi de tal modo significativa que, em 1915, foi eleito Professor do Seminário do Norte(hoje Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil) para ensinar Latim Eclesiástico, Filosofia da Religião Cristã e Leitura Expressiva da Bíblia. (A. N. Mesquita, HISTÓRIA DOS BAPTISTAS EM PERNAMBUCO. Recife, Typographia do CAB, 1930, p. 186).

Sua integração na obra batista, embora não fosse membro de nenhuma igreja, foi tal que, na secção “Noticiário”, do JORNAL BATISTA, pode-se ler: “Extrato de uma carta do Dr. W. C. Taylor, do Recife, com data de 11 do corrente. Estamos no principio de uma classe noturna, no Manual Normal- para a Escola Dominical Batista- que vai continuar duas semanas. Temos uns 50 matriculados. Eu, o Dr. Muirhead e o Dr. Alfredo Freyre ensinamos esta semana”. (Noticiário, O JORNAL BAPTISTA. Rio de Janeiro, 27.03.1919, p.8).

Sobre sua dedicação ao Colégio, disse Carlos Barbosa: “Um dos primeiros e bem acertados actos desta Directoria foi convidar o Dr. Alfredo Freyre, que vinha ensinando no Colégio apenas algumas aulas para dar todo o seu tempo ao serviço da instituição. E o notável jurisconsulto um dos mais fulgurantes talentos do CAB, num rasgo de verdadeiro patriotismo e amor à causa da educação deixa a sua rendosa banca de advogado no Fórum da cidade do Recife, onde goza de merecido conceito, vindo juntar-se ao destemido grupo de pioneiros que trabalham pelo engrandecimento do C. A. B” (Carlos Barbosa, AMERICANO BATISTA. Recife, Correio Doutrinal, p.7).

Alem de professor nas instituições batistas, ocupou vários cargos. Um deles não muito conhecido, foi mencionado por Carlos Barbosa: “Ainda este mês de janeiro de 1925, o Dr. Alfredo Freyre foi nomeado “registrar”(secretário). Foi também Diretor do Departamento de Línguas do Colégio Americano Batista Gilreath. No Seminário Batista do Norte, funcionou como Diretor do Departamento de Filosofia. Segundo informação de Melo Menezes, foi Vice-Diretor do referido Colégio Gilreath, ao lado do Diretor H. H. Muirhead. (Diogo de Melo Menezes, GILBERTO FREYRE. Rio de Janeiro, CEB, 1944, p.39).

O Dr. Alfredo Freyre foi também Professor da Escola de Trabalhadoras Cristãs, de 1918 a 1919, lecionando a Cadeira de LEITURA EXPRESSIVA DA BIBLIA. (Prospecto da Escola de Trabalhadoras Cristãs, 1918, p.1).

Aliás, a ele se deve uma grande participação na compra da propriedade desta instituição, conforme escreveu Mildred Cox Mein: “A Missão autorizou o Dr. Alfredo Freyre a comprá-la. Ele conseguiu empréstimo de um amigo, em termos generosos”. (Mildred Cox Mein, CASA FORMOSA. Recife, Editora Santa Cruz, 1966, p.26).

A convicção religiosa do Dr. Alfredo Freyre foi expressa na apresentação de suas disciplinas no Seminário Batista do Norte.

Sobre a INTERPRETAÇÃO VOCAL E LITERÁRIA DA BIBLIA, por exemplo, disse ele: “Não há parte do culto publico mais importante ou menos efetiva, geralmente, do que a leitura da Palavra de Deus”.

Quanto ao LATIM ECLESIÁSTICO, escreveu: “A vulgata de Jerônimo tem um interesse especial para o pregador brasileiro, pois é a base das traduções usadas nesta terra e a única Bíblia de muitos, assim como a autoridade invocada pelos inimigos do Evangelho”.

Referindo-se à PHILOSOPHIA DA RELIGIÃO CHRISTÃ, acentuou: “Os pastores hão de encontrar todas as formas de philosophia e por isso devem ser instruídos no movimento philosóphico através dos séculos e no systema de pensamento a respeito do universo”. (Prospecto Annual do Seminário Baptista do Norte do Brazil, 1918, p. 20).

O Dr. Alfredo Freyre permaneceu como Professor do Seminário Batista do Norte de 1915 a 1919, quando saiu por pressão dos “radicais”(1) que acusavam os missionários de terem colocado no Seminário um professor incrédulo, isto é, não batizado. Continuou, no entanto, no Colégio Americano Batista até a década de 1930 ou mais precisamente até 1934, quando tinha quase 60(sessenta anos).

Em 1942, já com 67 anos de idade, chegou a ser preso no Recife, junto com o filho Gilberto Freyre, por pura perseguição política. (Diogo de Melo Menezes, GILBERTO FREYRE. Rio de Janeiro: CEB, 1944. p.293).

Quanto ao filho Gilberto Freyre, leia-se QUEM FOI GILBERTO FREYRE? no seguinte endereço: www.mariomartins.com.br ou neste mesmo endereço, leia QUEM FOI ALFREDO FREYRE?

Entre as fontes pesquisadas para se escrever sobre a vida do Dr. Alfredo Freyre, destacam-se:

1)Martins, Mário Ribeiro. GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE. São Paulo: Imprensa Metodista, 1973.

2)Meneses, Diogo de Melo. GILBERTO FREYRE. Rio de Janeiro: CEB, 1944.

3)Mesquita, A. N. HISTORIA DOS BAPTISTAS EM PERNAMBUCO. Recife: Typographia do C. A. B., 1930.

4)Taylor, W. C. A BRIEF SURVEY OF THE HISTORY BRAZILIAN BAPTIST DOCTRINE. Rio de Janeiro, 1955.

5)Crabtree, A.. R. BAPTISTS IN BRAZIL. Rio de Janeiro: Baptist Publishing House, 1953.

6)Freyre, Gilberto. “DEPOIMENTO DE UM EX-MENINO PREGADOR”, in DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, 31 de dezembro de 1972.

7)A MENSAGEM. Recife: Jornal dos Baptistas do Norte do Brasil, 1918.

8)ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION. Nashville, Tenn: Marshall & Bruce Company, 1909.

9)LIVRO DE ACTAS DA PRIMEIRA IGREJA BAPTISTA DO RECIFE, 1915-1920.

10)Mathews, David. CARTA DA SEVENTH & JAMES BAPTIST CHURCH. Waco, Texas, 05.01.1973.



(JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 15.06.1975).



(1) Sobre este assunto que perturbou a vida batista brasileira, leia aqui no meu site(www.mariomartins.com.br), o tema HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL.







MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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POSSE DE MÁRIO MARTINS NA ATL.





Rubens Gonçalves*



O escritor tornou-se um imortal ao assumir, na ultima sexta-feira, na OAB, em Palmas, a Cadeira 37.

Confraternização. Esta é, talvez, a palavra que melhor defina a solenidade de posse do escritor Mario Ribeiro Martins na Academia Tocantinense de Letras(ATL). O evento realizado na noite da ultima sexta-feira, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional Tocantins (OAB-TO), em Palmas, reuniu imortais da entidade, familiares do empossado, alem de autoridades políticas, entre as quais, a Presidente da Fundação Cultural do Estado do Tocantins, Kátia Rocha e o Deputado Estadual Laurez Moreira.

Antes da abertura da solenidade de posse, pelo Presidente da ATL Juarez Moreira Filho, aconteceu uma apresentação do HINO NACIONAL, pela Banda da Guarda Metropolitana de Palmas. Em seguida, a acadêmica Margarida Lemos Gonçalves entregou o diploma de posse a Mario Martins. O orador oficial da ATL, José Cardeal chamou de “invejável” o currículo do nome imortal da Academia.

Mario Martins tomou posse na Cadeira 37, cujo Patrono é o Frei José Maria Audrin. Durante o discurso de posse, ele falou sobre a importância ainda não reconhecida do patrono. “Estou aqui, não para falar sobre mim mesmo, porem para tecer considerações sobre o meu patrono, isto é, da Cadeira 37 que hoje ocupo. José Maria Audrin é talvez um dos nomes mais desconhecidos na literatura tocantinense”.

Segundo o acadêmico, o francês José Maria Audrin se tornou tocantinense por opção no inicio do século passado. Para Martins, José Maria Audrin exerceu papel fundamental na formação cultural e educacional de Porto Nacional. José Maria Audrin foi também Professor do Colégio Sagrado Coração de Jesus, lembrou em seu discurso de posse.

Foi ele quem recebeu a COLUNA PRESTES no Convento Dominicano de Porto Nacional. Era o Reitor do Seminário Menor São José, quando em 12.10.1925, hospedou por sete dias, os Comandantes da Coluna Prestes, entre os quais, Paulo Kruger, João Alberto, Miguel Costa, CARLOS PRESTES, Siqueira Campos, Cordeiro de Faria, Djalma Dutra e Juarez Távora, conforme revela em seu livro ENTRE SERTANEJOS E INDIOS DO NORTE(Rio de Janeiro, AGIR, 1946).

Após a solenidade de posse, foram lançados os livros A FORÇA DO REGIONALISMO NA OBRA DE JUAREZ MOREIRA FILHO, da acadêmica Ana Braga e também O QUATI E OUTROS CONTOS, do acadêmico Fidencio Bogo. Depois dos lançamentos foi servido um coquetel para os convidados. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 07.04.2002).





RUBENS GONÇALVES é jornalista, redator e editor.





POSSE DO ESCRITOR

MÁRIO MARTINS NA ATL.





Waldir Braga*





O escritor Mário Martins tomou posse na Academia Tocantinense de Letras(ATL), no dia 05.04.2002, recebendo muitos aplausos e nos enviou seu magnífico Discurso de Posse.

Foi orador da ocasião, o confrade José Cardeal dos Santos, numa solenidade presidida pelo escritor Juarez Moreira Filho. O diploma lhe foi entregue pela Professora Margarida Lemos Gonçalves. Tudo no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, em Palmas.

Em seu discurso, Mário Ribeiro Martins retrata a história do Patrono de sua Cadeira 37, o Frei Dominicano José Maria Audrin que escreveu dois livros ENTRE SERTANEJOS E INDIOS DO NORTE(Rio de Janeiro, Agir, 1946) e OS SERTANEJOS QUE EU CONHECI(Rio de Janeiro, Editora José Olympio, 1963).

Este Frei foi aquele que ao retornar para um Convento Dominicano no Sul da França, em 1952, asteava em seu quarto a Bandeira Brasileira, o que fez até a sua morte, com quase 100 anos de idade, em 1979.

Mário Martins, em seu discurso, cita tambem personalidades e encantos de sua terra natal- Ipupiara, Bahia, onde nasceu em 1943. Faz referência ao seu amor às academias, dizendo: “Eis-me aqui porque amo as academias”.

Finaliza com uma declaração plena de humildade, contrastando com o orgulho de ser mais um membro honroso da ATL, ao dizer: “Assim, nada melhor do que ombrear-me a esta pleiade de ilustres confrades que engalanam os quadros da Academia Tocantinense de Letras, a quem, muito justa e oportunamente, rendo as minhas homenagens e os meus agradecimentos”. (FOLHA DO MARANHÃO DO SUL. Carolina, 28.05.2002).





WALDIR DE AZEVEDO BRAGA é Jornalista, Diretor-Proprietário do jornal Folha do Maranhão do Sul.





PRECISAMOS DE MAIS LITERATURA

E MENOS CAFÉ-SOCIETY.





Brasigóis Felício*





Lançamento do livro FILOSOFIA DA CIÊNCIA, de Mário Ribeiro Martins, na Agencia do BANORTE, em Anápolis, no dia 10.05.1979, com o comparecimento de dezenas de pessoas, entre as quais, Ursulino Leão, Fernando Cunha, Elenauro Batista dos Santos, Afif Farah Hajjar, Sidiney Pimentel, Helena Melazzo, Olimpio Ferreira Sobrinho, Maristela Duarte Mendes, Maurity Escobar, Arminio da Costa Gomes, Rosina Irene Carvalhães Escobar, etc.

Segundo seu autor, “em todos os capítulos há o mister de filosofar, mesmo porque a filosofia não se apresenta como um sistema cristalino no tempo. É doutrina, é vida, é dinâmica, e como tal é um perene evoluir. A filosofia é precisamente esse conjunto de temas que aqui se desenvolve. A filosofia está presente na verdade, na razão, nos valores, no conhecimento, na reflexão, no mito, no ídolo”.

O livro de Mario Ribeiro Martins é altamente informativo, não é uma tradução e não se apresenta impregnado de termos, temas e conceitos abstratos. Embora o autor evite o hermetismo, não se deixa cair, contudo, na simplicidade desfiguradora dos problemas fundamentais da filosofia.

Em entrevista concedida a Brasigóis Felício, Mario Ribeiro Martins diz que o momento universal é de indecisão e inversão de valores: “A literatura está acompanhando este momento. O importante é estimular a literatura, aliás, é preferível mais literatura e menos café-society”. Para o autor, o livro no Brasil ainda é, em grande escala, funcional. “Existe como manual. Outras vezes é objeto - existe como adorno, enfeite. Só ultimamente, o livro está se tornando literário, isto é, para leitura espontânea”.

Num dos livros de Mario Ribeiro Martins, mostra-se o sociólogo Gilberto Freyre como fanático protestante - o que é, sem dúvida, um documento historicamente revelador.

FALE DA SUA VIDA E DA SUA INICIAÇÃO LITERÁRIA? Nasci em Ipupiara, Bahia, em 07.08.1943. Terminei o Primário em Morpará. Conclui o Ginásio na cidade sertaneja de Bom Jesus da Lapa, depois de ter passado pela cidade de Xique-Xique, Bahia. Após ter estudado no Ginásio Bom Jesus, com Antonio Barbosa, terminei o curso no Ginásio São Vicente de Paulo, sob a direção da Freira Irmã Eunice Castelo Branco Bessa. No jornal escolar deste Colégio publiquei os primeiros escritos, inclusive o discurso de formatura, como Orador da Turma de Concluintes, quando ganhei uma viagem de avião para Salvador, juntamente com as Freiras do Colégio.

Em 1963, graças à instrumentalidade da Enfermeira Leta Zênia Birznieck (Missionária da Junta de Missões Nacionais), fui para o Recife, terminando ali o Colegial, no Colégio Americano Batista Gilreath. Com um trabalho sobre Machado de Assis e tendo como um dos jurados, o hoje famoso escritor Marcus Accioly, ganhei o primeiro Prêmio Literário num Concurso Interno. Foi o começo de tudo.

A PARTIR DAÍ COMO ACONTECERAM AS COISAS? Terminado o Colegial, ainda no Recife, fiz o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, concluindo os cursos de Bacharel e Mestre em Teologia, com especialização em História do Cristianismo. Simultaneamente, terminei Filosofia Pura e Ciências Sociais, respectivamente, na Universidade Católica de Pernambuco e Universidade Federal de Pernambuco.

Passei a lecionar no próprio Seminário e também na Universidade Católica, na Universidade Federal Rural e na Escola Superior de Relações Publicas, sempre nas áreas de Sociologia, Filosofia, Teologia, Estudos Brasileiros, Política, etc.

Em 1968, com 25 anos de idade, fui Consagrado Pastor Batista, na Igreja Batista de Tegipió, no Recife, onde permaneci ate 1973. O Concílio Examinatório foi formado dos seguintes teólogos: DOUTORES DAVID MEIN, LÍVIO LINDOSO, JOÃO VIRGÍLIO RAMOS ANDRÉ, RAIMUNDO FROTA DE SÁ NOGUEIRA, H. BARRY MITCHELL, JOSÉ DE ALMEIDA GUIMARÃES, RENATO CAVALCANTI, ZACARIAS FERREIRA LIMA, VALDOMIRO LUIS DE SOUZA, ELIZEU MARTINS FERNANDES, LUIZ JOSÉ DE SIQUEIRA, ALCIDES PEREIRA MACHADO, JOSÉ VIANA DE PAIVA, JONAS BARBOSA DE LIMA, PEDRO BATISTA DOS REIS, JOÃO LUIS DE SOUZA, MANOEL NAZÁRIO DA SILVA, GENÉSIO GUIMARÃES LIMA E OSÉAS CORREIA SANTOS. Em 1974, fui membro da Igreja Batista da Capunga, sob a direção do Pastor Manfred Grellert. Em 1975, mudei-me para Anápolis, Goiás, como Co-Pastor da Primeira Igreja Batista, sob a direção do Pastor Isaias Batista dos Santos.

E NO CAMPO LITERÁRIO, QUAIS AS SUAS INCURSÕES? COMO FORAM SURGINDO? Depois daquele Premio Literário no Colégio, comecei a escrever para jornais locais e nacionais, inclusive pequenas revistas, aparecendo também os primeiros livros publicados.

Durante muito tempo escrevi para o JORNAL DO COMMERCIO, do Recife, ao lado de escritores e poetas, como Alberto Cunha Melo, Jaci Bezerra, Ângelo Monteiro, Audalio Alves, Jose Mario Rodrigues, Maximiano Campos e outros pertencentes à nova geração. Posteriormente, escrevi para o DIARIO DE PERNAMBUCO, ao lado de Arthur Carvalho, Orlando Parahym, Marcus Accioly, Mauro Mota, Gláucio Veiga, Andrade Lima Filho, Luiz Delgado, Costa Porto, Hermilo Borba Filho e muitos outros. Guardo, com carinho, os recortes amarelados destes jornais.

Tenho escrito também para jornais de circulação nacional e revistas, tais como, JORNAL BATISTA, JORNAL DE HOJE, respectivamente, do Rio de Janeiro e São Paulo, além do JORNAL DE LETRAS. Entre as revistas poderia destacar REVISTA CAMPUS (Rio de Janeiro), EDUCAÇÃO E REALIDADE (Rio Grande do Sul).

E OS LIVROS, COMO SURGIRAM? FALE SOBRE ELES. Bem, eles surgiram em meio aos labores do magistério, alguns deles em função do próprio ensino e outros como resultado de escritos esparsos em jornais e revistas.

O primeiro livro foi CORRENTES IMIGRATÓRIAS DO BRASIL(Recife, Acácia Publicações, 1972). Na primeira impressão, apareceu sob o pseudonimo de Snitram M. Oriebir e foi extraordinariamente bem vendido. Na segunda impressão, já com o nome de Mario Ribeiro Martins, praticamente desapareceram as vendas. Depois veio SUBDESENVOLVIMENTO - UMA CONCEITUAÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA(Recife, Acácia Publicações, 1973).

Outros surgiram, como: SOCIOLOGIA DA COMUNIDADE(Recife, Acácia Publicações, 1973), GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE(São Paulo, Imprensa Metodista, 1973), MISCELÂNIA POÉTICA(Recife, Acácia Publicações, 1973), HISTÓRIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL(Recife, Acácia Publicações, 1974), BREVE HISTÓRIA DOS BATISTAS EM PERNAMBUCO- Co-Autoria com Zaqueu Moreira de Oliveira(Recife, Acácia Publicações, 1974), ESBOÇO DE SOCIOLOGIA(Recife, Acácia Publicações, 1974), FILOSOFIA DA CIÊNCIA(Goiânia, Oriente, 1979).

O livro mais curioso, no entanto, é GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE. O livro apresenta uma fotografia histórica de 1917, só encontrada graças à inundação que sofreu o Recife, no ano de 1970. Andava eu pela Avenida Rosa e Silva, quando, ao passar numa calçada, vários livros molhados estavam jogados. Dentro do livro raríssimo DICIONÁRIO DE PERNAMBUCANOS CÉLEBRES (1882), de Francisco Augusto Pereira da Costa, estava toda molhada a dita fotografia, com os seguintes dizeres:

PRIMEIRA TURMA DE BACHARÉIS EM CIENCIAS E LETRAS DO COLEGIO AMERICANO BATISTA NO ANO DE 1917. DA ESQUERDA PARA A DIREITA: GILBERTO FREYRE, TERTULIANO CERQUEIRA, ANTONIO NEVES MESQUITA, MANOEL DIAS e FERNANDO WANDERLEY(1).

Esta fotografia foi colocada no meu livro, descrevendo cada um dos formandos de 1917. É um trabalho de pesquisa muito sacrificial, com um questionário, inclusive, respondido nos Estados Unidos, pelo Reverendo David Matheus, através da CARTA DA SEVENTH & JAMES BAPTIST CHURCH, Waco, Texas, 05.01.1973, onde o Gilberto passou boa parte de sua vida.

Alem desses livros, há também participações, como por exemplo, na coletânea ANUARIO DE POETAS DO BRASIL e ESCRITORES DO BRASIL. O livro mais recente, no entanto, é FILOSOFIA DA CIÊNCIA.

NO CAMPO PROFISSIONAL, QUAIS AS EXPERIÊNCIAS DE UM MODO GERAL? As experiências têm sido acumuladas, especialmente, em relação ao Magistério, Ministério Publico e à literatura, em termos de escritos esparsos. Os Congressos e as Conferencias de que se tem participado, ora como ouvinte ora como expositor, tem ajudado muito. Mas destaco, principalmente, em termos de acúmulo de experiências, o curso de Especialização em Educação Moderna e Sociologia Espanhola, feito no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, na Espanha, além de viagens culturais e profissionais pela Espanha, Portugal, Inglaterra e França.

SOBRE A LITERATURA BRASILEIRA, PRODUZIDA PELAS NOVAS GERAÇÕES, COMO VOCÊ A ENCARA? É uma fase de transição esta por que passa a literatura nacional. O momento universal é de indecisão e de inversão de valores. A literatura está acompanhando este momento. O importante é estimular a literatura, aliás, é preferível MAIS LITERATURA E MENOS CAFÉ SOCIETY. O livro no Brasil ainda é, em grande escala, funcional: Existe como Manual. Daí a razão por que Teobaldo Miranda Santos e outros escreveram os manuais: MANUAL DE SOCIOLOGIA, MANUAL DE PSICOLOGIA, MANUAL DE FILOSOFIA, etc. Outras vezes é objeto: Existe como adorno, enfeite. Dificilmente era tirado da prateleira para ser lido. Só ultimamente, o livro está se tornando literário, isto é, para leitura espontânea.

E A LITERATURA GOIANA COMO VOCÊ A ANALISA? Em todos os Estados brasileiros há nomes ilustres vinculados às novas gerações. No caso de Goiás, já que sua pergunta é essencialmente objetiva, há autores ilustríssimos, mencionados e lidos em todo o Brasil, como Bernardo Elis, Eli Brasiliense, Miguel Jorge, Ieda Schmaltz, Aidenor Aires, Gabriel Nascente, Brasigois Felício, Paulo Nunes Batista, Ursulino Leão, Álvaro Catelan, Regina Lacerda, Marieta Teles, Nely Alves e uma plêiade de outros nomes, como Basileu Toledo França, Adovaldo Sampaio, Alaor Barbosa e muita gente boa.

Uma analise da literatura em Goiás mostra que o conto, a crônica, a poesia e o romance estão em processo de evolução e daí a abundancia com que aparecem nas livrarias locais, o que não acontece com o livro didático de autores goianos. É que há pouca receptividade para este tipo de publicação por parte das editoras locais, sendo pouquíssimos os títulos nesta área, alem do preconceito da parte dos professores locais que preferem os livros traduzidos ou procedentes do eixo Rio de Janeiro e São Paulo.

FALE SOBRE O PRESENTE E O FUTURO. QUAIS OS PROJETOS DE VIDA? Bem, o presente é aquilo que você já sabe. Durante o dia, a luta no Ministério Publico, como Promotor de Justiça, tentando dinamizar o serviço de responsabilidade do Promotor, na Comarca. À noite, as aulas na Faculdade de Filosofia e Direito de Anápolis. O pouco de tempo que, porventura, sobre, se destina a escrever artigos para jornais e revistas, o que não deixa de ser deveras gratificante para quem está no jornalismo literário há tantos anos. Quanto ao futuro, há muitos projetos de vida. Com relação à literatura, por exemplo, não poderia deixar de ser a publicação de alguns trabalhos que estão prontos, aguardando o momento oportuno.

COMO SE EXPLICA SEU ÚLTIMO LIVRO “FILOSOFIA DA CIÊNCIA”? Trata-se de um livro de reflexão filosófica, destinado a universitários que estudam a disciplina, nos diversos cursos superiores. É um livro altamente informativo, produto de experiências vividas nas salas de aula, com a participação direta dos alunos. Sua preocupação básica é fornecer ao estudante e aos estudiosos uma visão panorâmica da realidade filosófica presente em todas as áreas do conhecimento humano. Alguns capítulos, por exemplo, são de significação toda especial. É o caso de “Filosofia e Liberdade”, “Reflexões sobre o homem”, “Movimentos Filosóficos no Brasil”, “Filosofia Contemporânea”, “Temas esparsos da Filosofia do Direito”, “O Pensamento Epistemológico de Piaget”, “Correntes Filosóficas e Educação” e “Problemas Gerais da Filosofia”. (O POPULAR. Goiânia, 19.06.1979).



BRASIGÓIS FELÍCIO é Jornalista, Escritor, Editor.



(1) Estes nomes e mais outros foram biografados no meu livro MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGÉLICO(Goiânia, Kelps, 2008).







PROMOTOR GOIANO LANÇA

LIVRO DE FILOSOFIA.





Luiz Otávio Soares*







O Promotor de Justiça Mario Ribeiro Martins lançou há pouco o livro FILOSOFIA DA CIÊNCIA, editado pela Oriente, “resultado, evidentemente, das experiências vividas no Magistério Superior, como Professor da Faculdade de Direito de Anápolis”.

É um trabalho de proposições didáticas e desenvolvido dentro de uma ortodoxa metodologia pedagógica, destinado, portanto, a toda a área de ciências humanas.

Ao apresentá-lo, o editor explica que “FILOSOFIA DA CIÊNCIA é uma nova dimensão didática da Filosofia, em linguagem simples, clara e com apresentação metódica. Através dela, o autor oferece uma visão panorâmica da realidade filosófica, abrangendo as grandes linhas do pensamento”.

Diz ainda que “embora não esteja preocupado em polemizar, o autor faz uma reflexão critica e sistemática dos principais problemas filosóficos sem esquecer, contudo, o objetivo primordial que é facilitar ao estudante o contato com a Filosofia, de forma fácil e agradável”.

É uma contribuição importante para a literatura filosófica e, por extensão, para o Direito, uma ciência hoje muito pragmatizada, mas de raízes e justificativas filosóficas.

A sétima parte do livro trata da Filosofia do Direito, a partir de uma conceituação da problemática, passando por uma abordagem das disciplinas afins, dos filósofos do Direito, compreensão jusfilosofica, temas diversos da Filosofia do Direito e do Direito Natural.

O autor é bacharel e mestre em Teologia, licenciado em Filosofia Pura, bacharel em Ciências Sociais e em Direito, com especialização em Educação Moderna e Administração Publica na Espanha, professor em Anápolis, colaborador de O POPULAR e revistas especializadas, especializou-se em Direito Penal e Processual Penal e é Promotor de Justiça, alem de membro de diversos institutos culturais nacionais e internacionais. (O POPULAR. Goiânia, 14.06.1979).





LUIZ OTÁVIO SOARES é Jornalista, Redator e Editor.







PROTESTANTES FRANCESES

NO RECIFE HOLANDÊS.









Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Quando da presença holandesa no nordeste brasileiro, os protestantes franceses aproveitaram o ensejo para fazer alguns progressos e incursões religiosas. Um dos mais célebres pregadores franceses desta época foi o "Domino" Vicente Joaquim Soler, pastor calvinista. Dele são cinco cartas escritas em francês e enviadas à câmara da Zeelândia, com críticas severas ao governo holandês da colônia.

Talvez sua contribuição mais significativa, do ponto de vista intelectual, seja o CORT ENDE SONDERLINGH VERHAEL. Trabalho raro e possivelmente único em que descreve a vida social da colônia, sobretudo em termos da situação do negro sob o domínio holandês.

O pastor Vicente Joaquim Soler é um tipo que merece estudo especial. Realizou os maiores esforços junto às autoridades holandesas para a construção do templo protestante francês, o que os holandeses não desejavam, porque estavam acostumados a tão-somente reformar os templos católicos, adaptando-os ao culto protestante holandês. Tanto no interior como na capital vários templos foram adaptados, destacando-se, no Recife, a Igreja do Corpo Santo e, na Maurícia(Praça XVII), a Igreja do Convento São Francisco.

A interferência do pastor Soler fez com que os holandeses construíssem um templo - o único que construíram - e não para eles, mas para a comunidade protestante francesa, já que preferiram frequentar a pequena Igreja do Corpo Santo. O templo construído foi o da Igreja Francesa em Maurícia.

Vicente Joaquim Soler, pastor e pregador calvinista, exerceu influência sobre os reverendos La Riviere e Auton, como deputados do Sínodo que eram para conseguirem o auxílio de construção. Oito mil florins foram gastos na construção do templo em 1642, sendo quatro mil doados pelo Conselho dos XIX e a outra metade por Nassau que os havia recebido de um judeu multado. Em outubro do mesmo ano o templo estava definitivamente terminado, passando a ser denominado "A Nova Igreja Francesa" e com localização excepcional na hoje chamada Praça 17.

Quando o pastor Soler voltou para a Holanda na mesma frota em que seguiu Nassau, não ficou nenhum pregador na língua francesa. Os holandeses passaram a usar o templo para realizar cultos em sua língua. Nesta época o Evangelho foi proclamado a toda a cidade: Na Igreja do Corpo Santo os holandeses se reuniam para ouvir a pregação, em seu idioma, através do pastor Frans Plante.

Na Igreja do Convento São Francisco os ingleses reunidos ouviam, em sua língua, o sermão proferido pelo pastor Samuel Batslaer. Na "Nova Igreja Francesa" o pastor Vicente Joaquim Soler proclamava a mensagem aos membros da comunidade francesa em sua própria língua.

A expulsão dos holandeses trouxe mudanças radicais, inclusive a transformação de templos protestantes em Igrejas Católicas. Foi assim que o templo da "Nova Igreja Francesa" construído para a propagação do Evangelho passou a ser usado pela atual Igreja Católica do Espírito Santo.

Por ter sido edificado especialmente para serviços religiosos calvinistas, a "Nova Igreja Francesa" foi o primeiro templo protestante no Recife, o que mostra, ao contrário de que insinua Agnelo Rossi, que o Evangelho nestas paragens do nordeste brasileiro já completou mais de três séculos. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 28.04.1974).







MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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REAÇÃO FEMININA DE 23.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





A denominação batista brasileira já vinha sendo abalada por uma série de movimentos regionais, particulares, que terminaram por estourar em Pernambuco, no ano de 1923, inclusive com a participação expressiva do sexo feminino, que tomou partido na situação. (Vide: Mário R. Martins, História das Idéias Radicais no Brasil. Acácia Publicações, 1974).

Documentos da época e mais precisamente uma carta histórica, encontrada no Arquivo Antonio Simões, do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, revela aspectos interessantes desta participação, que era audaciosa para a época em que ocorreu e daí considerar-se, historicamente, uma verdadeira subversão feminina. Este documento de grande valor histórico foi dirigido à "Exma Snra Diretora da Escola de Trabalhadoras Cristãs".

Nela se lê "Attendendo a que as Egrejas que nos enviaram para estudar nesta Escola, fizeram-no convencidas de que iriamos nos preparar para o magistério christão em uma instituição genuinamente baptista" - e continuam - "attendendo a que o Collégio Americano Baptista, cujas aulas estamos cursando não está correspondendo aos ideiais batistas, democráticos e christãos, como se evidencia o facto de dar preferência aos incrédulos, em lugar dos crentes.

“Hostilizar a Convenção Batista Regional, e por consequência a quase totalidade das egrejas deste campo, desrespeitar a expressa determinação de sua junta administrativa, em maioria o que não é democrático, expulsar pela pressão os moços estudantes ministeriais, por quererem usar da liberdade de consciência, pela qual se têm batido os baptistas em todos os tempos, e que lhes garantem o Evangelho de Christo".

Seguindo a mesma linha de pensamento, argumentaram: “attendendo a que nós também temos o direito à liberdade da consciência e que estamos constrangidas e nem siquer podemos assimilar o que estudamos, uma vez que a situação acctual do Collégio não nos permite ter a paz de espírito que os estudantes requerem. Attendendo a que não concordamos com a preferência dada a professores incrédulos, sobre os professores crentes, visto que o melhor mestre é o exemplo, e os incredulos não nos podem dar exemplos christãos.

Finalmente declararam: "Vimos as Trabalhadoras Christãs abaixo assignadas, scientificar-vos da firme resolução que tomamos de não ir mais as aulas do Collegio, enquanto o mesmo permanecer na situação presente e de continuarmos aqui na Escola de Trabalhadoras Christãs, para onde fomos enviadas por nossas igrejas, a não ser que sejamos expulsas da mesma por qualquer maneira. Recife, 28 de fevereiro de 1923”.

O presente documento é assinado por Quiteria de Mello, Ernestina Carvalho, Irva Dias, Maria Leite, Erudina Simões, Rosalina Conceição, Maria Gomes, Rachel do Nascimento, Olga Rasolin, Elisa Rodrigues, Emília Perruci, Esther Galvão, Emilia Coutinho, Sarah Cavalcanti, Antonieta Araujo, Aurea Cunha, Almerinda Silva, Amara de Paula, Octávia Messias, Antoninha Miranda, Felismina Moura e Luisa Batos.(BATISTA PERNAMBUCANO. Recife, 15.02.1975).





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RELIGIÃO E RAÇA

NOS ESTADOS UNIDOS.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Desde que os problemas raciais são essencialmente problemas religiosos, é de grande significação que se saiba o que as comunidades religiosas têm feito quanto à questão racial. Além de meros pronunciamentos, as comunidades de fé norte-americanas possuem bem elaborados programas que dizem respeito às relações raciais.

Conforme estudo feito pelo dr. Paulo Wailler, especializado em assuntos ético-sociais, o programa educacional é uma das atividades dessas organizações, bastando notar-se que a comissão de Vida Cristã, oriunda da comunidade batista, tem preparado excelentes panfletos tratando da questão racial e com base nos seguintes princípios: a) Pensar-se do homem de cor como pessoa e assim tratá-lo. b) Ensinar os filhos que preconceito é anticristão. c) Eliminar do vocabulário termos contenciosos.

As comunidades de fé constituintes do Concílio Nacional de Igrejas sugeriram aos cristãos as seguintes posições quanto ao problema racial: a) Evitar generalizações. b) Evitar histórias com implicações depreciativas a respeito de raça e cor. c) Apoiar a legislação que garanta os direitos, sem qualquer distinção.

Estes programas são apenas uma parceria do grande trabalho que está sendo feito nos Estados Unidos por organizações e indivíduos, que inclusive oferecem cursos sobre a questão racial e seus problemas. Embora os programas e pronunciamentos sejam importantes, só se tornam realmente válidos quando acompanhados pela ação. Os resultados práticos tem sido verificados. Na comunidade batista da Universidade, em Austin, Texas, encontra-se o seguinte letreiro: "Pessoas de todas as nações e raças são bem-vindas". Em 1972, a 99ª. Assembléia de Convenção Batista da Califórnia foi realizada numa comunidade de negros, Igreja Batista Beth Eden.

Conforme declaração do presidente da N.A.A.C.P.(Associação Nacional para o bem-estar dos Negros) há cerca de 200 comunidades de fé onde pessoas de raça negra são admitidas. Cerca de 25 seminários, de Vários grupos religiosos, no Sul dos Estados Unidos, considerados somente para brancos, abriram suas portas para pretos. Na Virgínia, uma comunidade religiosa de brancos, a Igreja Batista de Portsmouth, recentemente convidou um pastor negro para dirigi-la.

A história da integração racial nos Estados Unidos é comum a todos os grupos religiosos. A comunidade luterana de São João, em Charleston, conta em seu rol de membros número igual de brancos e pretos. A comunidade presbiteriana desta mesma cidade teve experiência interessante quando 28 ilustres cidadãos brancos se submeteram à liderança dos negros.

Foi talvez, pensando nestes fatos, no sentimento de solidariedade e cooperação cada vez mais intenso que disse o eminente escritor de cor, Cleavant Derricks: "O horizonte está mais claro para a raça negra".(O POPULAR. Goiânia, 07.11.1976).





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RETRATO DA

ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS.



"A historiografia deve proceder

sem cólera nem parcialidade"Tácito.

Moura Lima*





“Retrato da Academia Tocantinense de Letras”, 1ª edição, é o novo livro de Mario Martins, que foi lançado recentemente, em 26.05.2005, às 15h49min, no sistema de comunicação mundial-INTERNET, no site www.usinadeletras.com.br ou www.mariomartins.com.br para o conhecimento global do que se fez e faz presente no campo das letras tocantinenses.

Agora, neste festivo 12 de julho de 2005, vem a publico a robusta 2ª edição, de 490 paginas, revista e ampliada. E assim, em primeira mão, eu tenho a honra de compulsá-la. É obra pioneira e de fôlego, que reúne no seu bojo um acurado estudo de pesquisa analítica das obras literárias e vida dos acadêmicos, alem dos patronos das respectivas cadeiras, que de certa forma, contribuíram com suas atuações na vida publica ou privada para a consolidação do novo Estado da Federação.

Não tenho duvida em afirmar que a obra, em si, é um estudo critico avançado, de grande alcance sociológico e histórico. Também pudera, o autor é um escritor de currículo invejável(para a gloria das letras tocantinenses e do país), bom baiano, do Fundão de Brotas, oriundo do tronco dos Coronéis da Chapada Diamantina, o que lhe explica o ânimo combativo e o temperamento independente às curvaturas hipócritas.

É um templário da pena, que não tolera a injustiça literária e o anonimato preconcebido. E assim vem palmilhando com denodo e competência os caminhos do saber, ao longo dos anos. Ora na tribuna jurídica, ora no magistério superior, onde tive a honra de ser seu aluno na saudosa Universidade Evangélica de Anápolis, nas disciplinas de Sociologia e Filosofia, sendo as obras adotadas de sua própria autoria.

Mario Martins é senhor de seu oficio, percuciente, cioso da verdade histórica, sempre empenhado em extrair dos fatos e das pessoas uma visão social profunda, no binômio -responsabilidade e ética literária.

Com esta postura de estirpe superior, o escritor Mario Martins, como homem de letras e ação, vem, através dos anos, construindo e organizando titanicamente, sem apoio público, um painel vasto da Literatura Brasileira, no resgate de valores esquecidos no mundo cultural. Com isto, acaba praticando justiça social no campo das letras.

É um trabalho gigantesco e farto para os estudiosos, pesquisadores e professores. De tão minucioso que é, se não fosse a sua força de vontade incansável de pesquisador, dificilmente se acreditaria que foi realizado por uma só pessoa. Por isso merece o aplauso oceânico das multidões.

E aí está para comprovar a grandeza deste trabalho, o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRAFICO DE GOIAS, com 1230 paginas, o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, com 924 paginas e o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRAFICO REGIONAL DO BRASIL, com mais de dez mil biografias, encontra-se na internet, no site www.mariomartins.com.br

RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS é obra planejada de escritor para escritores, de professor para professores, de pesquisador para pesquisadores, com um objetivo maior ou seja, alcançar o ensino médio e as comunidades universitárias do Tocantins e do país. É um livro bem elaborado, suculento, de agradável leitura e de fácil consulta, em razão do índice onomástico.

É riquíssimo em dados históricos relevantes, onde podemos viajar no tempo e que certamente o professor, o pesquisador, o bibliotecário, o amante da cultura em geral guardarão com imenso prazer na sua estante.

Um outro ponto interessante que Mario Martins usou para elaborar a magistral obra foi o critério sistematizado da contextualização. Todo o seu trabalho girou em torno de observações iluminadoras, associadas a uma afinada percepção de perspectiva, num exame rigoroso dos dados biográficos.

Com isso, salvou do esquecimento contribuições de suma importância. Não mutilou o perfil dos biografados, com omissões intencionais de deslustrar o sucesso de cada um, em proveito próprio. Mas, pelo contrário, procurou exaustivamente valorizar a obra de cada escritor, suas vitórias e grandezas advindas com sacrifício do áspero caminho da escrita.

Com isso, fez uma obra de humanismo vivo! E escapou com altivez da indignação secular de Balzac que preterido por um biografo medíocre, exclamou:

“É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja”.

Já no livro PERFIL DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS, de Juarez Moreira Filho, nos faz lembrar uma velha passagem do Talmude:

“É melhor pecar com boas intenções do que praticar uma boa ação com más intenções”.

O autor do PERFIL, na pagina 112, numa omissão gritante, de erros de composição e estilização, deixou de citar a obra completa do autor destas linhas, apesar de tratar-se de obra popularíssima no Tocantins, com várias passagens em vestibulares, como os romances SERRA DOS PILÕES-JAGUNÇOS E TROPEIROS, CHÃO DAS CARABINAS-CORONÉIS, PEÕES E BOIADAS(que retrata o massacre dos Barbosa no Peixe), SARGENTÃO DO BECO(peça teatral), MUCUNÃ-CONTOS E LENDAS DO SERTÃO. Com os outros biografados esse lapso intencional não ocorreu.

Não citou também, nominalmente, os prêmios nacionais que este autor conseguiu para a cultura do Estado, como MALBA TAHAN DE LITERATURA, outorgado pela Academia Carioca de Letras e União Brasileira de Escritores, em solenidade ocorrida na Academia Brasileira de Letras. Também não registrou o titulo de CIDADÃO PIAUIENSE que foi outorgado ao autor, pela Assembléia Legislativa do Estado do Piauí, por força do Decreto Legislativo 188, de 17.12.2004, numa justa homenagem à produção literária tocantinense do homenageado.

E não citou o livro de ensaio MOURA LIMA-A VOZ PONTUAL DA ALMA TOCANTINENSE, da renomada critica literária brasileira de Goiás, Moema de Castro e Silva Olival, doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP, titular da Academia Brasileira de Filologia, professora emérita e fundadora do curso de Mestrado da UFG.

Não mencionou o livro de ensaio do critico brasileiro piauiense Francisco Miguel com o titulo MOURA LIMA-DO ROMANCE AO CONTO-TRAVESSIA FECUNDA PELOS SERTÕES DE GOIAS E TOCANTINS.

Informação não faltou ao autor, pois os dados biográficos ora questionados estão devidamente registrados nas próprias obras e no DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRAFICO DO TOCANTINS, de Mario Martins, na ENCICLOPEDIA DE LITERATURA BRASILEIRA(2ª EDIÇAO), de Afrânio Coutinho, bem como na Biblioteca Nacional, no acervo da Academia Tocantinense de Letras e na internet, no site www.usinadeletras.com.br

Uma biografia com intenções de metodologia cientifica não pode conter sinete, sinalização do biografo, como se fossem marcas do dono na anca de bois. Revelando assim, um outro lado da mente- a insegurança e a pretensão arrogante de auto-afirmação. Uma biografia deve abarcar tudo, isto é, de forma expressa- nascimento, formação escolar, profissional, obras publicadas, estudos ensaisticos, prêmios, títulos e honrarias conquistadas com o histórico literário.

Em caso contrario, não será uma biografia, mas sim, uma maçorocada com disfarces estilísticos desta natureza: “figura como verbete em dicionários, enciclopédias. É citado com abundância em muitos estudos literários”. Com isso, furta, oculta e camufla os dados informativos de suma importância a outros pesquisadores e esconde as atitudes não confessadas.

Portanto, não há espaço para o inacabamento composicional de uma biografia, quando se trata de citação imperativa nominal da obra do biografado e de outros dados de domínio publico. No romance, segundo Bakhtin, é permitido o inacabamento, como também o plurilingüismo, a plurivocalidade e a pluridade de estilos. Mas isto é para o romance, jamais para pesquisas biográficas.

Voltando ao livro RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS, de Mario Martins, observamos então que, de fato, o autor se esmerou proficuamente no estudo cuidadoso dos traços biográficos dos 26(vinte e seis) membros fundadores da Academia Tocantinense de Letras e respectivas cadeiras.

Digo assim, porque o são, de fato e de direito, num ato jurídico perfeito e acabado, os eternos fundadores da Academia Tocantinense de Letras. Sem eles não existia a Academia. E o Estatuto da ATL, juntamente com o testemunho presencial do autor destas linhas, corrobora essa assertiva. Vejamos:

“Os vinte e seis membros efetivos que assinaram a ata da fundação da ATL, são membros fundadores”(Estatuto da ATL, titulo II, Caput I, artigo 4º, p.3º).

Todavia, quanto a este despretensioso ensaísta(conforme copia do meu arquivo), foi convidado para a fundação da ATL, pela historiadora Ana Braga, organizadora da reunião preliminar que contou com a colaboração dos 26 membros fundadores. E todos compareceram com a alma transbordando de intenções superiores, para colaborar com a formação da identidade cultural do novo Estado, visando à integração com a constelação maior da cultura nacional. E não com a intenção de render culto a personalidades, numa auto-ilusão de egos fragmentados.

Mas isto são questiúnculas, catilinaria, que não somam nem subtrai o mérito de ninguém. Uma academia não tem dono, está a serviço da evolução do homem, da sociedade, e, consequentemente, torna-se um patrimônio da humanidade. O mais importante de tudo foi a fundação da Academia Tocantinense de Letras pelos 26 membros e a sua consolidação na brilhante e histórica gestão do primeiro presidente, Desembargador Liberato Povoa, para a gloria da cultura tocantinense e brasileira.

Com efeito, pensar o contrario é erguer monumento à vaidade e ao personalismo arrogante. E é de bom alvitre parafrasear as palavras do historiador Monsenhor Chaves: “A historia que temos é a da classe dominante, a classe que produz os documentos e organiza os arquivos”.

Assim sendo, a verdadeira historia não se pode confundir com culto à vaidade que muitas vezes é usada para justificar o “status quo” e santificar os erros de perspectiva do personalismo. Notoriamente, sepultado nas areias gordas do horripilante inferno concêntrico de Dante, através da marcha das civilizações e dos séculos. Ressuscitá-lo em pleno século XXI é erguer templo à vaidade. Um pouco de humildade não faz mal a ninguém, só engrandece a dimensão cósmica da alma.

Da sua cátedra, que foi moldada na tradicional Escola do Recife, que deu tantas glórias ao Brasil, como Tobias Barreto, Gilberto Freyre e outros, Mario Martins conhece que não “há ciência social, mas ciências sociais, direito, política, economia, religião, moral e que todos esses domínios se penetram multiplamente”.

Com essa visão sociológica expressiva, o autor da monumental obra dá aos mais obscuros textos históricos dos patronos uma luminosidade esclarecedora, como da vida trágica e tumultuada de Teotônio Segurado, até o seu assassinato na vila da Palma(Paranã) e dos demais. Sempre numa seqüência cronológica, espantosa e didática. Um outro registro que não escapou ao autor, e, até inovador, foi de catalogar a biografia dos candidatos que concorreram à ATL. Com a palavra o próprio autor:

“Mas o RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS é um livro “Sui Generis” porque ele faz justiça aos que foram candidatos nas diferentes cadeiras e não conseguiram se eleger. E como estes candidatos tiveram votos de vários confrades, nada mais justo do que homenageá-los, incluindo suas biografias neste livro”.

Aí está a grandeza de Mario Martins, nesta obra vingadora que intrinsecamente restaura, corrige os erros, as omissões intencionais e oferece ao pesquisador sério, ao professor, ao estudante uma fonte segura e rica em dados históricos.

No confronto da obra de Mario Martins com outras do mesmo gênero, notadamente a de seu predecessor, a dele é sem sombra de duvida, a mais completa, a mais abrangente e a mais precisa, no que tange à verdade dos fatos históricos e da vida e obra dos imortais da Academia Tocantinense de Letras. É uma obra que veio para ficar e vai atravessar gerações. A sua contribuição é imensa para formação da identidade cultural do Estado do Tocantins.(PÚBLICO-A REVISTA DO TOCANTINS. Gurupi, To, Agosto de 2005).



MOURA LIMA é advogado, escritor, romancista. Pós-Graduado em Língua Portuguesa. Membro fundador da Academia Tocantinense de Letras. E-mail: j.mouralima@zipmail.com.br





RODOVIA FRANCISCO AYRES.





Mário Ribeiro Martins*.





É preciso que o Governo do Tocantins preste uma homenagem ao ilustre médico de Porto Nacional, Dr. Francisco Ayres da Silva, construindo e inaugurando a “sua Rodovia”.

Trata-se, evidentemente, daquele caminho por ele construído e percorrido de caminhão, nos idos de 1928.

Da mesma forma que foi inaugurada a Rodovia Coluna Prestes, com destino a Brasília, por onde passou o extraordinário Luis Carlos Prestes e a Rodovia de acesso à Bahia, via Dianópolis, é necessário também inaugurar a Rodovia Francisco Ayres.

Uma leitura rápida, que talvez já tenha sido feita, pelo ilustre Governador do Tocantins, do livro do Dr. Francisco Ayres, “CAMINHOS DE OUTRORA- DIÁRIO DE VIAGENS” permite ter uma visão do que se fala neste artigo.

Na terceira parte deste livro, com o titulo “DO RIO DE JANEIRO A PORTO NACIONAL- 1928/1929”, tem-se o drama vivido pelo Dr. Francisco Ayres para trazer um automóvel e um caminhão do Rio de Janeiro a Porto Nacional.

Do Rio de Janeiro, de onde saiu a 16.10.1928, em direção a Pirapora(MG), foi relativamente fácil, porque já havia estrada de chão até Juiz de Fora e a Estrada de Ferro Central do Brasil até Pirapora.

Nas margens do Rio São Francisco, em Pirapora, embarcou o caminhão e o automóvel no vapor “Wenceslau Braz”, descendo o Rio São Francisco até a cidade da Barra, na Bahia, onde chegou no dia 06.11.1928, por volta das vinte horas.

A Rodovia Francisco Ayres está exatamente no trecho entre Barra(Ba) e Porto Nacional(outrora Norte de Goiás, hoje Tocantins).

Aí o Doutor Ayres, para passar com o seu automóvel e o seu caminhão, teve de ser herói e antes de tudo, “um forte”, no dizer de Euclides da Cunha.

Abertura de estrada a machado, foice, picareta e enxada. Construção improvisada de pontilhões e pontes. Remoção de empecilhos. Carros de boi puxando o automóvel e o caminhão. Chuvas e mosquito, alem de febres desconhecidas. Medicamentos da flora.

Revezamento de camaradas até a sua vitória final, com a chegada festiva em Porto Nacional, no dia 16.02.1929, sendo recebido com discurso solene pelo Frei Reginaldo Tournier que destacava o feito heróico da chagada dos primeiros automotores à cidade de Porto Nacional. Gastou, portanto, três meses e oito dias para percorrer cerca de setecentos(700) quilômetros.

Basta ler apenas um parágrafo do discurso do Frei Reginaldo para se ter uma idéia da importância deste caminho de outrora: “Senhores, temos automóvel, temos caminhão no Porto! Ontem, essa maravilha parecia um sonho irrealizável, quase que um paradoxo. Hoje, porem, é um fato consumado, um sucesso notável. Digno de ser consignado no nosso arquivo, como um dos mais felizes acontecimentos de nossa história portuense”.

Na verdade, a Rodovia Francisco Ayres está num mapa estampado na capa de seu próprio livro CAMINHOS DE OUTRORA, onde descreve légua por légua, os setecentos(700) quilômetros percorridos da cidade da Barra(também chamada Barra do Rio Grande), na Bahia até Porto Nacional.

Saindo de Barra(Ba) às margens do Rio São Francisco, no dia 08.11.1928, seguiu abrindo estrada, para Santa Rita de Cássia e depois Formosa do Rio Preto, numa extensão de duzentos e oitenta(280) quilômetros.

De Formosa dirigiu-se para São Marcelo, numa distancia quarenta (40) quilômetros. De São Marcelo prosseguiu para Ponte Alta do Tocantins, numa extensão de duzentos e trinta(230) quilômetros, passando por Pedra de Amolar(hoje Mateiros).

De Ponte Alta seguiu para Porto Nacional, passando por Monte do Carmo, numa distancia de cento e quarenta(140) quilômetros.

Relembre-se aqui o fato de que, alem do aspecto histórico da viagem, a Rodovia Francisco Ayres tem hoje importância econômica e turística de extraordinário significado.

Ao chegar em Formosa do Rio Preto, por exemplo, a Rodovia terá de cruzar com a famosa Brasília/Fortaleza(já asfaltada) que dá acesso também a Teresina, no Piauí e todo o Nordeste brasileiro.

Indo um pouco mais à frente, na cidade da Barra(dos antigos Mariani), a rodovia vai encontrar a famosa “ESTRADA DO FEIJÃO”(já asfaltada), ligando Xique-Xique, Irecê, Feira de Santana e Salvador.

Como se não bastasse, a Rodovia Francisco Ayres será também uma das portas de entrada para o fabuloso JALAPÃO, alem do encontro da divisa dos Estados do Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia, divisas estas que se localizam no Sudeste Tocantinense, na Chapada das Mangabeiras, alem de Mateiros.

Por estas e outras razões, é de suma urgência que o Governo do Tocantins tome as necessárias providencias para a construção e inauguração da RODOVIA FRANCISCO AYRES(1), prestando-lhe, talvez, a maior homenagem(2) que já recebeu, desde a sua morte, com oitenta e quatro(84) anos de idade, em 24.05.1957, na sua lendária Porto Nacional. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 14.08.1998).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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(1) A estrada não tem esse nome, mas está asfaltada hoje(2008) até a cidade de Ponte Alta do Tocantins, num trecho de 130 quilometros, faltando ainda para Mateiros cerca de 170 quilometros e cerca de 100 quilometros para a divisa da Bahia, na direção de São Marcelo, de onde se vai para Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cassia e cidade da Barra.

(2) Quase dez (10) anos depois deste artigo, o HOSPITAL GERAL DE PALMAS, terminou recebendo o nome HOSPITAL DR. FRANCISCO AYRES.





ROTEIRO CULTURAL.





Mário Ribeiro Martins*





Uma viagem ao Nordeste do Brasil é sempre a oportunidade de um reencontro com as raízes e com a cultura nordestina.

Para quem sai de Anápolis, via Barreiras, o contato com o Nordeste se inicia a partir do Rio São Francisco, quando se atravessa a mais nova ponte sobre aquele rio, na cidade de Ibotirama. Ali se encontra um porto fluvial que, nos velhos tempos, recebia centenas de vapores da NAVEGAÇÃO BAIANA e da NAVEGAÇÃO MINEIRA, posteriormente COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO DO SÃO FRANCISCO, quando o “VELHO CHICO” era ainda o Rio da integração nacional.

O portal de entrada para o Nordeste, no entanto, é a CHAPADA DIAMANTINA, na Bahia, de beleza singular, cujas cidades em seu entorno encerram muitas historias e tradições, alem de elementos culturais de inestimável valor.

Ao lado da cidade de Palmeiras, com suas construções da época dos diamantes, entre as quais, a casa de João Macedo, encontram-se também outras cidades incrustadas no Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Serra Sincorá. Andaraí é uma delas, com suas edificações coloniais e muitas marcas da mineração de diamantes, alem da própria beleza natural. Mucugê tem características próprias, especialmente pelos seus túmulos em estilo bizantino e construções coloniais da febre do diamante.

No entanto, LENÇÓIS é a mais importante cidade da Chapada Diamantina, não só pela natureza que a envolve, mas também pela sua cultura, história e tradição expressas através de seus antigos casarões, ruas estreitas e velhas minas de diamantes.

Entre os antigos casarões, está o Quartel General de Horácio de Matos, de onde o ilustre nordestino comandou as mais duras lutas na Bahia, alem do casarão de dois andares, hoje MUSEU, onde viveu Afrânio Peixoto, escritor da região, membro da Academia Brasileira de Letras.

De beleza singular, o Parque Nacional da Chapada Diamantina compreende um conjunto fabuloso de obras da natureza: Cachoeira da Fumaça, Gruta do Lapão, Morro do Pai Inácio, Cascata do Serrano, Lagoas, Rios, Areias coloridas e muito mais.

Atravessando a “Estrada do Feijão”, via Rui Barbosa, chega-se a Senhor do Bonfim, prosseguindo-se depois para alcançar duas grandes cidades do Nordeste, onde mais uma vez se cruza o Rio São Francisco: JUAZEIRO E PETROLINA. Ambas as cidades sendo acariciadas pelas águas da Barragem de Sobradinho, maior lago artificial do mundo.

De um lado, Juazeiro na Bahia, com o seu Museu Regional do São Francisco. Do outro lado, Petrolina com o seu Museu do Sertão, ambos preocupados em mostrar o artesanato e todo o processo de historia, tradição e cultura da região.

Prosseguindo-se, vai-se a Salgueiro, sertão pernambucano, onde, no município de Serrita, se encontra o Parque Nacional do Vaqueiro, em homenagem ao sertanejo, em função do qual se celebra anualmente uma Missa Campal.

No inicio do sertão paraibano, pelo lado Oeste, está Cajazeiras, retrato fiel de toda a problemática da seca, mas exemplo também de como o desenvolvimento pode chegar.

Em Souza, ainda na Paraíba, tem-se uma cidade voltada para a produção de óleos vegetais e com muitas manifestações da cultura nordestina. No município e suas imediações, há, por exemplo, o Vale dos Dinossauros, onde se encontram rastos de gigantescos répteis da Pré-História. Na mesma região, está localizada a Fazenda Acauã, uma das Prisões de Frei Caneca, no Século XVIII.

Não muito longe de Souza, está Pombal, simpática cidade de antigos cantadores, poetas populares, repentistas e violeiros.

Entrando pelo Sudoeste do Rio Grande do Norte, encontra-se a boa cidade de Caicó, servida por grandioso açude, mas cuja atração principal é o CASTELO DE ENGADV, de construção medieval, com suas torres, diferentes andares, muralhas medievais, tudo isto em pleno sertão, em meio a mandacarus, juremas, unhas de gato e outros cactos da região, sendo também Caicó famosa pela sua carne de sol.

Seguindo-se em direção à Capital do Estado(Natal), chega-se a Currais Novos, cidade de tradição e famosa pelos seus eventos culturais, entre os quais, Congressos de Cantadores, Violeiros, Poetas Populares e Repentistas. Servida pelo Açude Gargalheiras, Currais Novos se apresenta como uma das grandes cidades do Rio Grande do Norte.

Natal, Capital do Estado, é cantada e decantada como a Cidade Sol, voltada hoje muito mais para o turismo. Seus valores culturais, no entanto, estão presentes em toda parte. Na antiga Penitenciaria do Estado está instalado o Centro de Turismo, no qual se encontra também o Museu dos Minérios do Rio Grande do Norte. O Museu Café Filho, alem do mobiliário, apresenta objetos de uso pessoal do ilustre norte-riograndense que chegou a ser Presidente da República.

No entanto, o mais importante dos museus é o MUSEU CAMARA CASCUDO, em homenagem a um dos mais famosos nomes que o Rio Grande do Norte já teve.

O Forte dos Reis Magos permite ter uma visão da história da cidade. Na área do turismo, há muitas atrações, alem das praias, entre as quais, o Cajueiro de Piranji, uma única arvore com copa superior a sete mil metros quadrados.

Não se pode esquecer que bem próximo da Capital, no Município de Eduardo Gomes, está a Barreira do Inferno: A BASE BRASILEIRA DE LANÇAMENTOS DE FOGUETES.(GAZETA CULTURAL. Anápolis, 30.04.1988).





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SATANÁS: MITO OU REALIDADE?







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Chega-se à conclusão de que em torno do assunto -SATANÁS- há duas posições que resumem todas as outras: A posição dos que não aceitam a existência de Satanás como pessoa e para os quais o que se diz sobre o assunto não passa de lenda e a posição dos que aceitam a existência de Satanás como pessoa, alicerçados não só na experiência, mas também no que ensinam as Escrituras Sagradas, conforme a narrativa da Primeira Carta de Pedro, capítulo cinco e verso oito.

Satanás é a palavra hebraica para adversário, acusador. Diabo é palavra grega para Satanás (Chefe). Demônio é a palavra grega para os subordinados do diabo. Lucifer é a palavra hebraica para Porta-Luz. Destruidor é a palavra que procede do grego Apollyon e do hebraico Abaddon. Outras expressões são usadas para Satanás, como: Serpente, Tentador, Príncipe deste mundo. Há também as expressões folclóricas, tais quais: Capeta, Satan.

Deve-se notar que os termos Satanás e Demônio têm um sentido próprio na religião revelada, o que não acontece nas religiões não reveladas. Há uma consciência universal sobre satanás, daí a diversidade de nomes aplicados ao ser que vive em oposição ao Ser Supremo.

No mito dos MORDVINE, povo hoje sedentário, CHAITAN(demônio), é o opositor do criador Tscham Pas. No Mito das TÁRTAROS meridionais, depois de o Ser Supremo haver criado o homem de barro, e ao mesmo tempo um cachorro cuja função era a de guardar o homem, vem o inimigo NGAA que engana o cachorro e em seguida devora o homem, obrigando o Ser Supremo a recomeçar a obra da criação.

No Mito dos Wintun da Califórinia Central, OLELBIS, o Ser Supremo deseja que, entre os homens não haja morte nem nascimento, entretanto SEDIT, o demônio, vem com artimanhas e consegue introduzir a morte. No Mito dos ARAPAHO, tribo Algonguim, o Ser Supremo depois de haver criado as coisas, aparece o adversário, NIHASE e põe obstáculos à obra.

Alguns há que fazem objeção, dizendo que esse dualismo é de influência cristã, maniquéia ou budista. Evidentemente, há em certos mitos de pastores da Ásia Setentrional, elementos destas religiões. Por outro lado, estudo mais percuciente das religiões dos povos uralo-altaicos e turcos, demonstra que, a idéia de antagonismo entre o ser bom e mau não é um elemento externo, mas uma idéia intrínseca à própria religião.

Então, que ensinam todos esses mitos? Inegavelmente, é a existência de um antagonista e inimigo do Ser Supremo, Deus. É uma demonstração viva de que a existência do demônio ou satanás não é uma afirmação apenas de algumas religiões, mas há, como que, uma consciência universal.

A origem de Satanás está também na Bíblia. Conforme as Escrituras Sagradas, Lucifer era anjo de Luz, o mais belo dos anjos. Mas, por causa da iniquidade, do ódio e do orgulho, ele foi lançado dos céus, tornando-se inimigo de Deus. Ele não queria permanecer na verdade.

Há duas passagens bíblicas clássicas que fazem referência à grandeza e queda de Satanás: A primeira está em Isaias 14:12-17: "Como caiste do céu, estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!... Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao altíssimo. Contudo levado serás ao inferno."

A segunda passagem bíblica é a de Ezequiel 28:12,15,17,19: "Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti... em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para sempre".

Diante destas passagens, diz o padre Lefevre: "Como veio a cair de modo tão baixo ele, Lucifer, o anjo da Luz, o mais belo dos anjos? Como se tornou o mentiroso, o Maligno, o Belzebu, o Príncipe das Trevas e dos anjos decaídos, o Rei do Inferno?"

Satanás, portanto, era primeiramente anjo de luz, perfeito em formosura e cheio de sabedoria, era querubim, ungido para proteger, perfeito nos seus caminhos. Caiu porque nele foi encontrada a iniqüidade e orgulho. Consequentemente Deus o precipitou das alturas, pois, no pecado, na rebelião, ele não podia estar diante de Deus. Tornou-se inimigo do bem, príncipe das trevas e rei da maldade.

Sobre o inferno, o verso 39, da Segunda Surata do Alcorão, diz: "Os incrédulos que desmentirem nossos versículos serão condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente". O verso 36, da Segunda Surata do Alcorão, refere-se a Satanás, dizendo: "Todavia Satã os seduziu, impedindo-os de desfrutar a felicidade".

Também o ALCORÃO fala sobre a origem de Satanás, ao dizer no verso 34, da segunda Surata: "E quando dissemos aos anjos: prostai-vos ante Adão! todos se prostaram exceto Lucifer que, enfatuado, se negou e incluiu-se entre os incrédulos".

No seu comércio formidável pelo mundo a fora, Satanás age sem parar. Ele não se cansa de desbaratar tudo aquilo que o homem realiza. Procura sempre tirar partido. Segundo as Escrituras Sagradas, a obra nefanda de Satanás é vastíssima, não podendo, porém, ir além daquilo que lhe é permitido por Deus.

Satanás é acusado de: Introduzir o pecado no mundo (Genesis 3:1-16). Possuir e controlar o mundo (J3/4 9:24). Procurar esconder a obra de Deus (Mateus13:39). Tentar, enlaçar e guiar os homens ao mal (Atos 5:3). Causar enfermidades (Lucas 13:16). Ter o poder da morte (Hebreus 2:14).

Do exposto fica provado que Satanás dispõe, na realização da sua grande obra de grande poder. Igual ao de Deus? Não. Toda a obra do diabo está, como bem diz Simmons: "Senhoriada pela onipotência e onisciência de Deus e é feita para operar ultimamente para a glória de Deus e para o bem dos Santos".

EXISTE O DIABO? Há duas razões para afirmar: Uma delas é a existência, o poder e a persistência do mal moral no mundo. A outra é que a bíblia fala do Reino do Mal.

SATANÁS FOI CRIADO? Diz-se que o diabo foi criado porque Deus fez todas as coisas visíveis e invisíveis, conforme se lê em Colossenses 1:16. Argumenta-se que Satanás foi criado porque só pode haver um Ser Eterno que nunca foi criado. Diz-se que o Diabo foi criado porque Deus não o fez como um ente pecaminoso.

QUAL O FIM DE SATANÁS? Não seria possível que o príncipe das trevas ficasse indefinidamente em posição ao Rei do Universo, que as trevas tivessem domínio sobre a luz, que o império do pecado tivesse domínio sobre o Reino do Amor e da perfeição.

Daí por que um fim espera Satanás: ele será julgado pelos males causados e não está agora no inferno como querem alguns. Está em franca atividade juntamente com os seus anjos, causando toda sorte de males. Satanás como pessoa será finalmente lançado no inferno com todos os seus anjos, conforme Apocalipse 20:10 que diz: "O diabo, o sedutor deles foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde também se encontram não só a besta como o falso profeta e serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos.

Dir-se-ia, portanto, que à luz das Escrituras Sagradas não é possível negar a existência de Satanás como pessoa, isto porque implicaria em negar a infalibilidade e inspiração da Bíblia. Por outro lado, há um consenso na História das Religiões de um Ser Maligno em oposição ao Ser Supremo.(O POPULAR. Goiânia, 18.09.1977).







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SOBRE O DICIONÁRIO DA

ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS.





Nelci Silvério de Oliveira*









Mário Ribeiro Martins é um expoente da cultura brasileira. Espírito versátil, ele domina vastas áreas do conhecimento, a começar pelo Direito, em que se sobressai doutrinária e profissionalmente. Incursiona ainda com elegância, leveza e muito sucesso nos campos da religião, da filosofia, da ciência, da sociologia, da historia, da pedagogia, da biografia, da critica literária, da poesia e muito mais, tendo inúmeras obras publicadas em todos esses diferentes domínios do saber.

Alem de festejado escritor e brilhante pesquisador, é também professor reconhecido e grande conferencista. Mas, é mesmo na qualidade de escritor que Mario Martins mais se desponta no cenário nacional, com uma obra tão vasta quanto diversificada e qualitativamente importante, graças, sobretudo, ao seu espírito abrangente, panorâmico e polígrafo.

Este autor incansável, agora nos brinda com um livro opulento e generoso, rapidamente escrito, ao correr da pena: “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS”(Goiânia, Kelps, 2008).

Nesta obra de referência, obrigatória para todos aqueles que almejam conhecer a arte, o pensamento e a alma de nossa gente, que impulsiona os Estados de Goiás e Tocantins, digna de figurar, com o devido destaque, em todas as melhores bibliotecas publicas e particulares, o autor biografa magistralmente, com toda a clareza e a precisão que lhe são inerentes, os membros desta novel Academia, instituída no coração pulsante de nossa Pátria.

Desfilam, então, ante as retinas do leitor atento e embevecido, um elenco de figuras, agora bem mais conhecidas, celebradas e respeitadas, em virtude da capacidade do autor, no sentido de selecionar dados, separar o joio do trigo, e mais ainda, de seu estilo criterioso, cristalino, sintético e objetivo.

Cada uma dessas biografias, a envolver os sócios da Arcádia, bem como seus respectivos Patronos, é um primor de simplicidade, com toda a beleza que lhe é peculiar, já que, neste mundo em que vivemos, a complexidade, quase sempre, serve mesmo é para enganar, iludir e encobrir limitações, ambigüidades, deficiências e defeitos de diversa natureza. Disto, a literatura é pródiga em exemplos. Infelizmente.

Assim sendo, cumprimentamos o ilustre confrade Mario Ribeiro Martins, pela feliz iniciativa de dar a conhecer, com tanto engenho, com tanta arte e com tanta maestria, as virtudes, os talentos, os ideais e as realizações deste pugilo de homens e mulheres, desta plêiade de seres amorosos, construtivos e abnegados, que compõem a nossa augusta e querida ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS.

Ao ilustre autor, a nossa admiração, o nosso preito de incondicional e fraternal amizade e o nosso muito obrigado. (Goiânia, 04.09.2008).



NELCI SILVÉRIO DE OLIVEIRA é Professor da Universidade Federal de Goiás e também da Universidade Católica. Autor de vários livros.









SOCIOLOGIA DA MENDICÂNCIA

E SIMULAÇÃO.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





A mendicidade é um refúgio obrigado para os menos válidos que são postergados por uma sociedade que os segrega, assim como um adequado "modus vivendi" para os simuladores. O instrumento fácil para a exploração da caridade pública, através dos tempos, tem sido as crianças. São inutilizadas ou ensinadas a parecer inúteis com o fim de estimular a dádiva do transeunte.

Guzman de Alfarache faz referência ao caso do mendigo de Florença, a quem seu pai "deformou", como costumava acontecer na época, a ponto de apresentar-se como se fosse de cera, formando várias monstruosidades para estimular mais piedade. Hernandez Gomes descreveu a panorâmica deste arrepiante tráfico e argumentou ter nascido no mundo uma nova profissão: a de mendigo. Como indica sua raiz latina, é o "mentiroso", mente para conseguir o que quer.

Com o passar do tempo surgiram os que invocam a caridade em nome do "Senhor", os que pedem "por Deus", os que ocupam as portas dos templos como lugares mais idôneos para sua profissão embora algumas vezes não fossem tão bem sucedidos, como narra o bispo Jacque de Vitry:

"Estando dois mendigos, um coxo e outro cego, próximos às milagrosas relíquias de São Martins, que haviam sido usadas quando da procissão, para não serem "curados" e escapar com maior rapidez, o cego carrega nas costas o coxo, que guia seu companheiro. O povo sem dúvida, advertido da manobra se aproxima deles e ambos se separam com grande pena".

Organizou-se a "mendicante" com suas confrarias de ladrões, tão expressivamente descritas por Cervantes e com suas ordenanças mendicativas que Mateo Aleman colocou na boca de Alfarache: "Quando pessoas se aproximavam, nos apressávamos a coxear, carregando-nos uns aos outros, torcendo a boca, voltando as pálpebras para cima, fazendo-nos de mudos, coxos, cegos e valendo-nos de muletas, de maneira que com isto e boa conversa sempre se tinha dinheiro".

Não vamos relatar aqui toda a riquíssima e sugestiva literatura de velhacos e mendigos desde "O Guia de Cego de Tormes", até "O Ladrão Manhoso" de Quevedo, onde há exemplos numerosíssimos de toda a patologia simulativa.

Ao lado de tudo isto, porém, encontra-se o drama tétrico e espantoso dos grupos de "traficantes de anões e deformados". Sabe-se que em todos os tempos os anões têm sido estimados pela hilaridade que seus corpos provocam e os ricos e poderosos podiam comprar esta diversão, como um capricho a mais, ou melhor dizendo, como um sinal de riqueza e distinção.

Como os anões não abundavam o melhor era fabricá-los. Na China o sistema era muito simples: tomar o menino condenado a ser anão e introduzí-lo em uma ânfora, submetendo-o durante anos a uma dieta carencial que provocava um raquitismo de extremidades contorcidas e o corpo moldado pela vasilha que o continha.

No ocidente recorria-se mais a procederes cirúrgicos. Enquanto o Dr. Conquest, em Londres, publicava um tratado sobre as intervenções cirúrgicas para produzir monstros, o irlandês Aven-More negociava com eles. Na Espanha várias normas foram estabelecidas sobre os mendigos e anões, tais como as de Alfonso X, Pedro II ou Henrique II. Na Inglaterra Guilherme II de Orange teve que promulgar severas leis para conter este baixo comércio.

Os anões, espontâneos ou provocados, sempre foram bem estimados como presentes próprios de Reis.

Sobre isto há muitos dados: Marco Antonio tinha um anão a que jocosamente chamava "Sísifo", segundo o costume romano de dar nomes de semideus ou gigantes mitológicos aos anões. Domiciano se fazia acompanhar de um anão vestido de escarlata. E não foi menos famoso o anão mouro Cercon que da África passou ao general romano Aspar e quando este foi derrotado pelos Hunos passou a Bleda, irmão de Atila.

Na Turquia eram muito apreciados os anões e os mudos para distração dos sultões. A Europa também experimentou a moda dos bobos e anões. Carlos, o Temerário, terminou os festejos de sua boda com Margarita de York presenteando-lhe uma anã de 44 cm que um pajem portava em uma bandeja de ouro.

Os duques de Bukingham, por sua vez, ofertaram a Henriqueta Maria, esposa de Carlos I, da Inglaterra, um anão chamado Jeffery Hudson, de oito anos de idade, que saltou sobre a mesa do interior de um pastel onde estava escondido.

A caprichosa Catarina de Medices se entretinha unindo em matrimônio parelhas de anões, com o intento de obter uma raça deles. Isabel, marquesa de Montova reunia anões em tal quantidade que hoje se vista turisticamente os minúsculos apartamentos que tinha em seu palácio para a vivência dos anões.

Blas de Vignere conta que num banquete que o Cardeal Vitali ofereceu em Roma em 1556 tudo foi servido por trinta e quatro anões "pequeníssimos e feios e por numerosos deformados de ambos os sexos".

Nos 125 anos que durou o reinado da Casa de Áustria passaram pelo Palácio Real 123 bobos. Apreciava-se tanto ter um bobo que não havia casa principal que não o tivesse. Nem todos eles eram retardados mentais. Alguns eram muito vivos e haviam escolhido uma profissão fácil, enquanto outros eram demasiadamente loucos e por isso muitas vezes, devolvidos aos lugares de origem.

Filipe IV tinha um bobo cuja função era entretê-lo jogando xadrez. O Conde-Duque de OLIVARES, quando estava no auge de seu prestígio, perguntou ao bobo de sua corte, se em balsain (terra do bobo) havia olivas, ao que respondeu o bobo: "Senhor, nem olivas, nem OLIVARES". Foi expulso do palácio.

O fato é que durante muito tempo a sociedade marginalizou o menos válido, negando-lhe a capacidade de trabalho e impondo uma carga econômica demasiadamente pesada sobre o todo social. Tanto no caso dos bobos como na mendicância havia sempre a figura do velhaco ou simulador, ainda muito comum na atualidade, apesar da revolução técnica e social dos últimos tempos. (DIARIO DE PERNAMBUCO. Recife, 05.08.1974).





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SOCIOLOGIA E MEDICINA.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O grande desenvolvimento experimentado pela Sociologia durante este século não tem sido alheio a outras disciplinas científicas, que se acham impregnadas de sua seiva e metodologia, modificando seus conceitos e campos de ação tradicionais. A medicina é uma das ciências sociológicas.

O conceito de organismo que se enferma transformou-se no conceito de pessoa que sofre dentro de seu grupo. Rudolf Virchow escreveu, profeticamente, em 1849: "Se a medicina é a ciência tanto do ser humano são como enfermo, que outra ciência há mais adequada para propor as leis básicas da estrutura social? A medicina é uma ciência social, em seu esqueleto e em sua medula".

A crescente convergência da medicina com a sociologia se remonta a tempos mui remotos. Os dados que as culturas pré históricas nos legaram falam das práticas com que a medicina mágico-religiosa atuava no enfermo por meio de sacerdotes-feiticeiros. A falta da razão científica não excluía a eficácia, talvez por causa da ênfase na terapêutica sugestiva.

Hipócrates tem não poucos escritos de matizes fortemente sociológicas nos quais recomenda uma terapêutica baseada na bondade do clima, da alimentação, do repouso, da paz do espírito, etc.

No período medieval há muitas referências a medidas profiláticas e sociais, como as "quarentenas" para evitar as epidemias. No renascimento os assombrosos médicos Vesalio, Paré, Paracelso e outros atendiam muito mais o perfil psicosociológico de seu enfermo do que seus problemas fisiológicos.

No século XIX a medicina conquistou um maior rigor como ciência e seus métodos se racionalizaram.

O novo conceito de medicina preventiva, a técnica cirúrgica, o descobrimento da quimioterapia tudo contribui para reduzir grandemente a mortalidade, produzindo, por sua vez, um divórcio com os primitivos e empíricos laços sociológicos. É curioso observar o paralelismo dialético entre a história da Sociologia e a história da Sociedade e a Medicina nos últimos 150 anos.

Quando ambas começaram a adquirir o qualificativo de "Ciências Positivas" passaram a se negar terminantemente. A medicina teria como campo de estudo o orgânico e individual, a sociologia, o supra orgânico e geral, Seus fins pareciam divergir, porém as transformações sociais e o desenvolvimento de ambas têm conduzido a uma convergência de, métodos e interesses que se apresentam indissolúveis no futuro.

O sociólogo está profundamente interessado em conhecer as influências ambientais sobre os grupos humanos, uma das quais é a enfermidade, também a atitude da sociedade face aos grupos marginalizados, a distribuição e extensão de enfermidades de uma população definida com suas repercussões sócio-econômicas.

O clinico se interessa pelo funcionamento do corpo sob o impacto da enfermidade, os sintomas e como a enfermidade se desenvolveu desde o começo. O fisiólogo se preocupa com o impacto da enfermidade sobre as funções dos órgãos relacionados com ela.

Do ponto de vista sociológico, é mais interessante o impacto das enfermidades sobre a vida do grupo do que a figura de uma enfermidade particular, já que as enfermidades constituem uma ameaça para a unidade e sobrevivência do grupo, seja a família ou a sociedade.

A cerimônia culminante deste casamento medicina-sociologia sucedeu quando na primeira metade do século XX, o médico americano, Dr. Rusk, definiu os objetivos e a constituição de uma nova, e em princípio ambígua, Medicina Sociológica: a Reabilitação.

Disto se conclui que o médico reabilitador tem que contar com a Sociologia para poder executar sua função, o que significa ser imprescindível o ensino da Sociologia nos programas acadêmicos de medicina e em especial no ensino dos meios reabilitadores.(DIARIO DE PERNAMBUCO. Recife, 22.07.1974).







MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

ESCRITOR.

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UM DICIONÁRIO PARA

OS ESCRITORES TOCANTINENSES.





Zuleide D´Angelo*





O escritor Mario Ribeiro Martins autografa hoje (04.05.2001), às 20 horas, na Galeria da Cultura, o Dicionário Biobibliográfico do Tocantins. A noite também será dedicada aos Artistas Plásticos que abrirão exposição.

Estudiosos da literatura tocantinense e leitores que se dedicam a pesquisar sobre a história de escritores do Tocantins contarão, a partir de agora, com um banco de dados de 925 páginas.

Trata-se do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, escrito pelo baiano Mario Ribeiro Martins. A obra será lançada hoje em Palmas, na Galeria de Artes da Secretaria Estadual da Cultura (SECULT), a partir das 20 horas. A apresentação do livro será feita pelo Juiz Marco Anthony Vilas Boas, vice-presidente da Academia Tocantinense de Letras(ATL).

No lugar do prefácio, o Dicionário traz uma nota ao leitor e um índice onomástico (nomes) de 1.500 autores e suas respectivas obras, duas páginas em média para cada um.

As informações começam pelo Curriculum Vitae do escritor, se estendendo à análise de suas obras.

Todos os estilos compilados pelo dicionarista Ribeiro Martins abordam a poesia, prosa, conto e a historia. As categorias analisadas por ele visam, conforme ele mesmo frisou, “facilitar a busca do leitor”.

Para tanto, ele analisa autores que nasceram no Estado, os que vieram de outras regiões, os que outrora passaram pelo Tocantins e publicaram livros, e por ultimo, aqueles que, de alguma forma mencionaram o Tocantins em suas obras.

O dicionarista fala ainda da quantidade de obras de cada escritor em estudo. Esta primeira edição feita pela Master Editora Ltda., do Rio de Janeiro, tem 2.500 exemplares e da um será comercializado por R$ 59,00.

Mario Ribeiro Martins traz na bagagem a experiência de ter feito um livro nos mesmos moldes, com Escritores de Goiás. Desta vez, no DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, ele presta homenagem aos que denomina de grandes dicionaristas biobibliográficos brasileiros, dentre eles, Aurélio Buarque de Holanda, de quem fala junto a outros 70 escritores expressivos no País. Uma menção especial é feita a Gilberto Freyre, quando se refere aos negros do antigo Norte de Goiás.

Ex-professor de Sociologia, Filosofia e Direito na Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão e também na Faculdade de Direito, ambas de Anápolis, Mario Ribeiro Martins também lecionou na Cátedra de Sociologia, na Universidade Católica de Pernambuco e na Escola Superior de Relações Publicas, do Recife.

Foi professor de Problemas Brasileiros, na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Professor do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, no Recife, onde ensinou Teologia, Teoria do Conhecimento, etc., tendo sido também Pastor da Igreja Batista de Tegipió, no Recife.

Aposentado em Goiás, como Procurador de Justiça, do Ministério Público de Goiás, mudou-se para Palmas, em 1997.

O professor Ribeiro justificou o seu projeto de publicar o Dicionário, porque detectou a necessidade de mostrar num só volume as obras regionais mais importantes, quem são seus autores e como se colocam no contexto literário.

Já publicou outros 23 livros. Dentre os mais expressivos se destacam FILOSOFIA DA CIÊNCIA, SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL, GILBERTO FREYRE-O EX-PROTESTANTE, ESCRITORES DE GOIÁS, MISCELÂNIA POÉTICA, SUBDESENVOLVIMENTO-UMA CONCEITUAÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA, DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS, etc.

Depois do Dicionário Biobibliográfico do Tocantins, Ribeiro Martins pretende publicar o DICIONÁRIO DE ARTES PLÁSTICAS NO TOCANTINS (1). Ele acredita que tem muita gente produzindo nesse setor, sem divulgação. Pretende expor no livro não apenas a biografia do artista, mas também uma mostra do que ele faz. Sem previsão de data, Ribeiro argumentou que não é fácil encontrar os dados desses artistas.

Numa apreciação à própria critica, o dicionarista dedica um capitulo a ela. No capitulo FORTUNA CRÍTICA, ele mostra trechos de matérias jornalísticas feitas sobre o seu vasto trabalho. Na lista, centenas de nomes famosos e não tão famosos. (JORNAL DO TOCANTINS. Palmas, 04.05.2001).



ZULEIDE D´ANGELO é jornalista e editora.





(1) Como se pode observar este Dicionário jamais foi terminado, porque o número de Artistas Plásticos, no Tocantins, se tornou extraordinariamente grande e o autor não conseguiu pegar os dados pessoais de cada um, tipo nome de pai e de mãe, data completa de nascimento, cidade em que nasceu, etc. Continua aguardando uma parceria para terminar o trabalho.





UM HOMEM NOTÁVEL:MÁRIO RIBEIRO MARTINS.





Othon Ávila Amaral*





Leitor de O JORNAL BATISTA desde os meados de 1960. Colecionador do mesmo desde 1921 (com raras exceções, 1942, 1943, 1944 e 1947) à espera de ser presenteado com coleções anteriores a 1921 e das quatro já mencionadas, desfruto da companhia de homens e mulheres notáveis do passado e do presente.

Poderia mencionar alguns: William Edwin Entzminger, Archiminia Barreto, William Carey Taylor( com CANTOS DOS BEREANOS), Coriolano Costa Duclerc, José dos Reis Pereira (extraordinário editorialista, autor de pequenas biografias em suas TORRES e narrador de excelentes notas de viagens pelo Brasil e pelo mundo), Ebenezer Gomes Cavalcanti(polemista e historiador), Ebenezer Soares Ferreira, Zaqueu Moreira de Oliveira, Carlos César Peff Novaes (ausente há algum tempo das páginas de nosso jornal) e Isaltino Gomes Coelho Filho, entre os mais novos.

A introdução para ressaltar um nome que há muito não colabora com O JORNAL BATISTA, mas que, num passado recente, nos deixou artigos memoráveis sobre a figura do grande brasileiro que foi GILBERTO FREYRE, artigos que abordaram a vida do General José Ignácio de Abreu e Lima, artigos que trataram da Igreja Evangélica no Brasil Holandês, artigos que focaram THOMAS HELWYS- A consciência da liberdade, artigos que estudaram aspectos da História Batista e Evangélica no Brasil.

Contudo, muito ainda precisa ser dito sobre a obra monumental desse notável escritor de nossas letras que se chama MÁRIO RIBEIRO MARTINS.

Voltamos a nos contatar bem recentemente. E através dessa aproximação tenho avaliado melhor a capacidade e a perseverança de Mário Ribeiro Martins.

Nasceu ele em Ipupiara, Bahia, em 07.08.1943. Passou a infância e parte da adolescência nas cidades de Ipupiara, Morpará, Xique-Xique e Bom Jesus da Lapa, onde concluiu o curso ginasial, tendo sido Orador da Turma e, classificado em primeiro lugar, ganhou uma viagem de avião para Salvador, acompanhado das freiras diretoras do Colégio.

No Recife(PE), em 1965, no Colégio Americano Batista Gilreath, terminou o curso colegial(clássico) e fez os cursos de Bacharel e Mestre em Teologia, Bacharel em Ciências Sociais e Licenciatura em Filosofia Pura, nas faculdades locais.

Lecionou na Universidade Católica de Pernambuco, na Universidade Federal Rural, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e na Escola Superior de Relações Publicas.

Escreveu para o DIARIO DE PERNAMBUCO e JORNAL DO COMMERCIO, ambos do Recife.

Como Ministro Evangélico, foi Presidente da Ordem dos Ministros Batistas do Estado de Pernambuco, em 1972.

Em 1973, estudou na Espanha, onde fez cursos de especialização na área de Sociologia e Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, alem de Administração Publica, na Escuela Nacional de Alcalá de Henares. Seu diploma assinado por Alfonso de Borbon, lhe foi entregue por Juan Carlos de Borbon, posteriormente Rei da Espanha.

Transferiu-se para Anápolis, Goiás, em 1975, dedicando-se ao Ministério Evangélico e ao Magistério Superior, como Professor da Faculdade de Filosofia e da Faculdade de Direito.

Após ter sido Pastor da Igreja Batista de Tegipió, no Recife, desde 1968, tornou-se Co-Pastor da Primeira Igreja Batista de Anápolis, em 1976, ao lado do Reverendo Isaias Batista dos Santos.

Depois de ter concluído o curso de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito de Anápolis, tornou-se, mediante Concurso Público de Provas e Títulos, em 1978, Promotor de Justiça de Abadiânia, Corumbá de Goiás e posteriormente Anápolis. Aposentou-se como Procurador de Justiça do Estado de Goiás, em 24.04.1998.

Em 1983, numa eleição disputada também pelos escritores Antônio Baptista de Oliveira e Aidenor Aires Pereira, foi eleito para a Cadeira 37, da Academia Goiana de Letras, sendo recebido em sessão solene, presidida pelo Acadêmico Ursulino Tavares Leão, com discurso de recepção proferido pelo Acadêmico Jaime Câmara.

No dia 07 de agosto de 1997, foi promovido pelo Conselho Superior do Ministério Público, ao cargo de Procurador de Justiça do Estado de Goiás, em Goiânia, último degrau da Carreira Ministerial.

Presidente da Federação das Instituições Culturais de Anápolis, é também membro da Academia Goiana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goiás e da Academia Goianiense de Letras.

Em outros Estados, é membro da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Academia Pernambucana de Letras e Artes.

Fora do Brasil, está vinculado ao Club des Intellectuels Français, à International Academy of Letters of England, bem como à International Writers and Artists Association of United States.

Autor de livros valiosíssimos, citaremos apenas alguns títulos, dentre os mais destacados da obra literária desse notável escritor que, após aposentar-se, “dedica-se exclusivamente à literatura, proferindo palestras e conferências na divulgação de seus livros”: “GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE”(São Paulo, Imprensa Metodista, 1972), “HISTORIA DAS IDÉIAS RADICAIS NO BRASIL”(Recife, Acácia Publicações, 1974), “FILOSOFIA DA CIÊNCIA”(Goiânia, Oriente, 1979), “SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL”(Anápolis, Walt Disney, 1980), “LETRAS ANAPOLINAS”(Goiânia, O Popular, 1984), “ESTUDOS LITERÁRIOS DE AUTORES GOIANOS”(Anápolis, FICA, 1995), “ESCRITORES DE GOIÁS”(Rio de Janeiro, Máster, 1996), “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS”(Rio de Janeiro, Máster, 1999), “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS”(Rio de Janeiro, Máster, 2001), “CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS”(Goiânia, Kelps, 2004), “RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS”(Goiânia, Kelps, 2005), “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA EVANGÉLICA DE LETRAS DO BRASIL”(Goiânia, Kelps, 2007), “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS(Goiânia, Kelps, 2007”, “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS”(Goiânia, Kelps, 2007).

Com o advento da INTERNET, a ela se vinculou, tendo uma página literária completa no seguinte endereço: http://www.mariomartins.com.br

Transferiu-se, posteriormente, para o novo Estado do Tocantins, mantendo residência em Palmas e Anápolis, alem de Ipupiara, Bahia, sua terra natal.

Em 2001, numa eleição também disputada pelos escritores Hélio Miranda e Gilberto Correia, foi eleito para a Cadeira 37, da Academia Tocantinense de Letras, tendo como Patrono José Maria Audrin, tomando posse no dia 05.04.2002.

Mário Ribeiro Martins realiza com seus livros biobibliográficos um trabalho de paciência beneditina e da mais elevada dedicação à causa da cultura. Seus dicionários, particularmente o da Academia Brasileira de Letras, em que focaliza em sínteses biográficas os seus membros, cadeira por cadeira, desde os fundadores, é uma obra preciosíssima. Tê-los em nossas estantes é uma demonstração de nosso apreço àqueles que se dedicaram à formação intelectual do Brasil.

Seu DICIONÁRIO BIOBLIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, com mais de 40(quarenta) mil biografias encontra-se na INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.mariomartins.com.br

Endereço para correspondência: Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77001-970. Telefone: (063) 3215 4496. Celular: (063) 9977 9311. E-mail: mariormartins@hotmail.com (O JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 19.08.2007).





OTHON ÁVILA AMARAL é Jornalista, Historiador, Escritor e Autor de, entre outros, MARCOS BATISTAS PIONEIROS.









UM MENINO DE JESUS.





Ebenézer Gomes Cavalcanti*





MARIO RIBEIRO MARTINS reclama dos arquivos de mais de meio século uns traços da influencia protestante na adolescência de GILBERTO FREYRE, pesquisa a que acode o sociólogo com indisfarçável sentimento de ternura pelo reencontro com o passado remoto:

“Num jornal do Recife- Mario Ribeiro Martins- simpático e de certo bem intencionado cronista de coisas evangelicas no Brasil, vem recordando meus contactos de adolescente- quase menino de 17 anos- com o evangelismo. Um evangelismo, o meu, nesses dias, de caráter o mais popular. O mais antiburguês. O mais anti-eclesiastico. Com muito de tolstoiano, portanto. São contactos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e o conhecimento da natureza humana, no sentido de relações dos homens com Deus e com o Cristo, que é um sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante”(DEPOIMENTO DE UM EX-MENINO PREGADOR, in DIARIO DE PERNAMBUCO, 31.12.1972).

Algumas de suas alusões ao protestantismo vinham sendo interpretadas no sentido de uma intencional tentativa de negar ou apagar aquela marcante influencia. É que certo critério sectarista deslocou tais alusões de seu contexto sociologico, em que me parece havê-las situado o festejado Mestre de Apipucos(1).

Agora que se escavam velhas raizes, que acontece? Nem contestação, nem repudio. Antes, o confessado orgulho daqueles contactos que lhe enriqueceram a vida, daquele inesquecivel “impulso de bondade” que o levara, um Tolstoi ainda adolescente, a falar do amor de Jesus aos pobres filhos da lama, na cidade do Recife.

Seu tranquilo depoimento nada tem de amargo ou evasivo. Confirma os registros, emprestando-lhes com outras evocações mais sabor e mais vida. Alarga-lhes a interpretação em termos de uma experiência religiosa ainda valida, para ele, em seus efeitos, no que significou autentico entusiasmo por Jesus e compreensão de um Cristianismo não institucionalizado.

Desde então, cuidará de imprimir orientação “cristãmente anárquica” à sua obra de cultura, indiferente aos padrões da burguesia comprometida com velhas estruturas.

Isto posto, quebrado o gelo, não será muito pedir ao escritor- fonte obrigatória de referencia e citação- que contribua ele próprio, para enriquecer e ilustrar os anais do protestantismo brasileiro, pondo à disposição de curiosas de “coisas evangélicas no Brasil”, o arquivo daquele doce período galileu de sua vida.

O tocante apelo do menino de Jesus continua a ecoar através doutros meninos- QUEM QUER SER DO JESUS DE QUEM ACABO DE FALAR? (Prefácio do livro GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE. São Paulo, Imprensa Metodista, 1973).





EBENÉZER GOMES CAVALCANTI é Pastor da Igreja Batista Dois de Julho e Conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia.





(1) É bom relembrar que embora Gilberto Freyre esteja distanciado da Igreja institucionalizada (e daí dizer que não é católico, nem protestante, mas que possui o seu cristianismo), suas raizes familiares ainda estão vinculadas a uma comunidade de fé. Quem tiver o ensejo, por exemplo, de visitar a Igreja Batista da Capunga, no Recife, Rua João Fernandes Vieira, 769, Boa Vista, poderá conhecer não somente Dona Gasparina Freyre Costa, membro da Igreja há mais de meio século, IRMÃ de Gilberto Freyre, única interprete de sua letra e ex-datilografa dos artigos e trabalhos mais longos do escritor, mas tambem Paulo Costa, assiduo aos trabalhos da Escola Biblica Dominical, membro da Igreja, antigo solista do Coro e cunhado de Gilberto. Eles constituem uma prova cabal das origens evangelicas de Gilberto e do seu misticismo na adolescência.





UM PREFÁCIO HISTÓRICO.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Em 1880, a pedido da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos e com o "imprimatum" da Junta de Missões Estrangeiras, foi publicado um trabalho intitulado The Foreign Missions of the Southern Baptist Convention (As Missões Estrangeiras da Convenção Batista do Sul). Em virtude de sua importância, recebeu o selo da aprovação denominacional, tornando-se muito popular, mas pouco encontrado, principalmente por causa da pequena tiragem editorial.

Assim, quando H. A. Tupper escreveu o seu precioso livro, em 1891, A Decade of Foreign Missions (1880 - 1890) - Uma Década de Missões Estrangeiras - resolveu incluir no prefácio do seu trabalho um resumo do conteúdo de The Foreign Missions of the Southern Convention, dizendo: "de modo que o leitor que não tem o trabalho original possa ter uma visão histórica de nossas Missões desde o seu início. Este resumo estende-se até o ano de 1881. Portanto, há alguma repetição no presente tratado de nossas Missões nos anos de 1880 e 1881. Por esta combinação de métodos uma consideração de todas as missões juntas, ano por ano e uma revisão de cada Missão de modo acurado poderá ser adquirida. Mas inútil será o livro, embora os melhores métodos sejam empregados, a menos que os leitores reconheçam sua dívida para com as nações" (H. A. Tupper, A Decada of the Foreign Missions (1880 - 1890). Richmond, Virgínia, 1891, p. 19).

Em seguida Tupper justificou a obra de Missões com um verdadeiro sermão, dizendo: "Paremos, portanto, e procuremos ajudar, cada um, a realizar:

I - Nossa obrigação de dar o Evangélho a toda a humanidade. Esta obrigação repousa sobre várias bases:

1 - Fundamenta-se na base da natural fraternidade. Embora sejam complexas e várias as condições dos povos de nosso globo, nós todos somos irmãos.

2 - Fundamenta-se na base da fidelidade cristã. O Evangelho é comissionado ao povo de Deus. Cada discípulo é um castiçal para levar a luz da verdade.

3 - Fundamenta-se, principalmente, na ordem positiva de Cristo: "Ide". A "Grande Comissão" como é chamada: a) Baseia-se na suprema autoridade de nosso senhor. b) A quem obedecer esta ordem é prometido o mais alto prêmio. c) Esta ordem é claramente ligada a todos os dias da Igreja. d) O sucesso dessa ordem depende da presença dele que é "toda autoridade no céu e na terra".

4 - Fundamenta-se no fato de que esta suprema obrigação tem dado origem a grandes organizações missionárias no mundo entre as quais a da Convenção Batista do Sul, organizada em 1845.

II - Tenhamos agora um resumo de nossas Missões, de 1845 a 1881. O leitor sentirá prazer em ler os fatos agora, como se tivesse visto em 1881". Tupper começa o seu resumo com a "Brazilian Mission" (Missão Brasileira) e depois a Missão Mexicana, a Missão Italiana, as Missões Africanas (note o plural) e as Missões Chinesas.

Finalmente faz o resumo das receitas e despesas, dizendo: "A soma das receitas e despesas de 1846 a 1881 foi de ............. $1,034,642.32 (SIC). A propriedade da Convenção Batista do Sul, no estrangeiro, em 1880, pode ser estimada em $ 55,000. Nossa Junta (1881) não tem débitos". (Ibid, p. 29).

Interessa-nos, especialmente, seu resumo da "Brazilian Mission" (Missão Brasileira), cujas palavras foram as seguintes: "Esta Missão, na província de São Paulo, adotada em 1879, tem uma Igreja de 30 membros em Santa Bárbara e uma outra de 12 membros na "Estação". Rev. E. H. Quillen tem sido professor e pregador. No dia 13 de janeiro de 1881, Rev. W. B. Bagby e esposa, do Texas, foram enviados para reforçar a Missão.

Em 1859, a Convenção começou um trabalho no Rio de Janeiro com o Rev. T. J. Bowen e esposa, ex-missionários na -frica. A Missão foi abandonada em 1861 por conta de obstáculos que agora não mais existem e a saúde precária de Mr. Bowen. Na presente panorâmica, o trabalho está prometendo, embora o campo seja difícil. Mr. Bogby é pastor da Igreja de Santa Bárbara com quem a Igreja da Estação será provavelmente unida. Seu endereço é: Campinas, São Paulo, Brazil" (Ibid, p. 21). (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 01.02.1976).



MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

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UM SERMÃO PROFÉTICO.





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





Quando da realização da primeira assembléia anual da União Batista Pernambucana, na Primeira Igreja Batista do Recife, de 12 a 15 de abril de 1906, pregou o sermão oficial o Rev. João Borges da Rocha. O que impressiona nesta mensagem, que foi dividida em quatro pontos, é o segundo item, assim denominado: A FALTA DO MANÁ.

Após uma ligeira introdução, disse o pregador: "Depois que comeram do trigo da terra, do ano antecedente, cessou o maná. Até hoje tem sido mal entendido o esforço com bom ânimo, que fazem os nossos irmãos Americanos do Norte para evangelizar o Brasil. Porque até os próprios obreiros têm descurado o dever de ensinar a contribuição para o sustento de obreiros nacionais? É crença, quase geral, que os irmãos da América do Norte devem pagar, e pagar bem, os que trabalham na vinha do Senhor. Mas a passagem citada nos ensina que Deus fizera cessar o maná logo que comeram o trigo da terra." (João Borges da Rocha, "Sermão Official" (Actas da Primeira Reunião da União Baptista Pernambucana, 1906. Rio de Janeiro: Casa Editora Baptista, 1906, p. 24).

Na mesma ocasião, acentuou o mensageiro: "Si não é bonito que os filhos emancipados sejam sustentados por seus paes, que só têm essa obrigação até a idade da lei, não será bonito também que as egrejas nacionaes se tornem sanguesugas da Missão impedindo, assim, que esta leve a outras plagas o annuncio das Boas Novas da nova Jerusalém." (Ibid, p. 25).

Em seguida profetizou: "E si amanhã, supponhamos, FOR SUSPENSO O AUXILIO DA MISSÃO em proveito de outro Estado ou Paiz, ficaremos de braços cruzados até que apparecça um novo Saulo, como aconteceu com os apóstolos em Jerusalém? Não. Porque dariamos a prova de que não estávamos convencidos da ordem do senhor como sucedeu com os fraternos conventuais." (Ibid).

Mais adiante, com muita precisão argumentou: "É preciso não confundir a evangelização da Missão com a da Egreja. Aquela, vae até o Monte Nebo, como foi Moisés, aponta a terra prometida ao povo alimentado com o maná. Esta, conquista os reinos e estabelece a lei do Senhor em seu reinado. É justamente o que todos precisam compreender, sem os conflitos que vão apparecendo entre as egrejas e a Missão, pastores e missionários, porque o povo na direção de Josué jamais esqueceu Moisés." (Ibid, p. 24).

Finalmente disse o orador: É preciso esforço para o sustento próprio d`aquelles que podem comer o trigo da terra. Senão será preciso, mais tarde, vir um rio de dinheiro dos Estados Unidos da America do Norte, para sustentar pastores nacionaes... Muitos irmãos olham para o auxílio da Missão, do mesmo modo que os israelitas olhavam para o maná. SUSTENTAVAM-SE delle, mas desejavam ansiosos os pepinos do Egypto." (Ibid, p. 25). (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 31.12.1972).





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UMA VISÃO PANORÂMICA

DA REALIDADE SOCIOLÓGICA.





Fernando Martins*





O presente livro, SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL é o resultado das experiências vividas por Mario Ribeiro Martins dentro do magistério superior. Com ele pretende o autor conferir uma visão panorâmica da realidade sociológica, abrangendo grandes linhas de pensamento.

Trata-se- e isto está claro na apresentação da obra- de um trabalho especialmente dedicado aos cursos superiores que exigem fundamentação sociológica, podendo ser de grande utilidade da mesma maneira, aos secundaristas e todos que se interessam por uma argumentação segura acerca de assunto tão importante.

SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL foi lançado no ultimo dia 30 de abril de 1982, na Associação Comercial de Anápolis, cidade onde reside o escritor e professor Mario Ribeiro Martins. Para se ter uma idéia da receptividade conseguida, basta citar que antes mesmo da noite de autógrafos já contavam mais de 400(quatrocentos) exemplares vendidos, sendo que o livro foi adotado na Faculdade de Direito e na Faculdade de Filosofia de Anápolis, onde o autor leciona.

O livro está sendo distribuído também em São Paulo, através da ATLANTIS LIVRO e pelo reembolso postal, mediante as muitas solicitações que diariamente chegam para o escritor. Inclusive, prevê-se para breve, uma segunda edição de Sociologia Geral & Especial, visando atender os pedidos de várias partes do país.

O texto da obra é considerado altamente informativo. “Não é uma tradução que reflita uma visão sociológica de outros centros de cultura ou que use uma terminologia complexa e abstrata, é, antes de tudo, uma experiência já vivida nas salas de aula, com a participação direta dos alunos ou em cursos rápidos, oferecidos em oportunidades diferentes”.

O livro está sendo visto como indispensável aos estudantes de Sociologia, nos cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Direito, Pedagogia, Historia, Geografia, Letras, Estudos Sociais, podendo servir também para leituras complementares em outros cursos, entre os quais, Moral e Cívica, Serviço Social, Jornalismo, Relações Publicas, Economia, Administração e muitos outros- de acordo com informações prestadas pelo autor.

Escritor, Professor e Promotor de Justiça, Mario Ribeiro Martins nasceu na Bahia, em 1943. Realizou os primeiros estudos em Ipupiara e Morpará, depois Xique-Xique e Bom Jesus da Lapa.

Transferiu-se para o Recife, onde fez o curso clássico e cursou Filosofia Pura, na Universidade Católica de Pernambuco, fez Teologia no Seminário Batista do Norte, Sociologia na Universidade Federal de Pernambuco e Direito na Faculdade de Anápolis. Cursou Especialização em Educação Moderna e Sociologia, na Universidade Autônoma de Madrid, na Espanha. Especializou-se em Direito Penal e Processual Penal, na Universidade Federal de Goiás.

Atualmente(1982), alem de Promotor de Justiça é também Professor da Faculdade de Direito de Anápolis e da Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão. Na década de 1970, foi Professor da Universidade Católica de Pernambuco, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, da Escola Superior de Relações Publicas. Foi conferencista no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, na Espanha.

Está previsto para o final deste ano, o lançamento de seu próximo livro ESTUDOS LITERÁRIOS DE AUTORES GOIANOS. Na verdade, se trata de uma coletânea de artigos que escreveu para jornais e revistas, analisando os autores goianos.(O POPULAR. Goiânia, 12.05.1982).



FERNANDO MARTINS, jornalista, escritor, editor.









URBANISMO E MENOSVALIA.







Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).





O Urbanismo e a Arquitetura têm de levar em conta a situação especial em que se encontram as pessoas que possuem limitações físicas. Esta é uma preocupação que inquieta o mundo moderno. É fundamental que nas soluções urbanísticas e arquitetônicas sejam respeitadas e contempladas tais limitações, o que seria muito mais grato e fácil para a totalidade das pessoas.

A readaptação profissional e social do menos válido é uma exigência da sociedade moderna, mas é preciso suprimir as barreiras arquitetônicas, entendendo-se por barreiras todos os entraves, impedimentos ou obstáculos que se apresentem diante do diminuído físico, imposssibilitando-o de realizar plenamente seu trabalho, suas atividades sociais, desportivas ou culturais.

Essas escadarias, portas estreitas, transportes coletivos com portas e assentos inadequados, em síntese todas as edificações pensadas e concebidas para pessoas fisicamente dotadas são algumas das barreiras arquitetônicas.

Para se chegar a uma cidade - como dizia Corbusier - onde todo ser humano, inclusive o que precisa de cadeira de rodas para a sua locomoção, possa circular livre e facilmente, é preciso uma tomada de consciência do problema e para isso tem havido uma série de soluções elementares que se levadas em consideração e aplicadas nos projetos futuros, ter-se-á dado um passo decisivo nessa tarefa humana e social que é a incorporação do menos válido no mundo do trabalho, no mundo da cultura e da sociedade.

O fenômeno mais palpável e mais catastrófico da situação atual é a sua desumanização. O cidadão se encontra imerso em um conjunto de espaços fora de sua escala e sem possibilidades cordiais de convivência. A esquina conhecida, a pequena curva da rua e a pracinha têm desaparecido e com elas muitas possibilidades de relação vicinal. Para as pessoas que sofrem alguma deficiência e que se encontram adicionadas à família dos menosválidos estas carências são ainda mais duras e cruéis, já que à sua particular indefesa, soma-se outra brutal e artificialmente criada.

Os menosválidos merecem, além de tudo, respeito e atenção, mas especialmente carinho e espaço nas grandes cidades. Ao menosválido, na maioria dos casos, são inacessíveis os transportes coletivos e também destituídos de comodidades. Aos espetáculos públicos realizados em lugares com profusão de escadarias e falta de rampas ou entradas a nível, os menosválidos são impossibilitados de assistir.

A integração deste grupo na sociedade é um problema angustiante e não deve ser confundido com paternidade social, antes é a troca da segregação pela integração social. Esta, no entanto, é difícil, principalmente quando há a desvalorização do indivíduo motivada pelo desenvolvimento desumanizado das grandes cidades o que dificulta em grande medida todo tipo de participação na dinâmica social, conduzindo os indivíduos a um isolamento forçado que, às vezes, se traduz em reclusão.

Não se tem pensado o suficiente na população menosválida ou diminuída fisicamente ao projetar novos edifícios ou quaisquer outras utilidades, o que é claro pela inexistência de normas que nas edificações favoreçam os menosválidos ou nos transportes coletivos fovoreçam os que usam cadeiras de rodas.(O POPULAR. Goiânia, 24.10.1976).





MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E

ESCRITOR.

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