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cronicas-->Vizinhos inconvenientes -- 24/04/2002 - 22:49 (Suzana Siniscalco De O. Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Moro num edifício com muitos vizinhos, e se observar bem, cada um tem sua peculiaridade.

Um fala demais, é só encontrar que ele tem um caso interminável para contar. Outro, é carrancudo e não fala nada, nem cumprimenta.

Um olha feio, outro olha de lado. Um olha torto, outro desconfiado. Um finge que não vê. Um olha demais. Há também quem olhe de cima...

Um ama o carro de paixão. E coitado de quem esbarre só no espelhinho...

Um trata o cão feito um bebê. Outro recolhe gatos doentes da rua. Outro gosta de passarinho.

Um toca bateria, outro campainha.

Uns gostam de Rock, outros de pop!

Tem quem ouve música alto, tem quem cante no chuveiro.

Uns gritam o dia inteiro. Outros gritam quando transam.

Um é gordo, outro magro.

Um é doente da cabeça.

Tem velho, tem adolescente. Tem criança e nenê de colo.

Tem moço e rapariga.

Tem fumantes e antitabagistas. Dois ou três maconheiros também tem.

Um é crente, outro ateu convicto.

Um é professor, outro político.

Um é doutor, outro advogado.

Tem também vagabundo e aposentado.

Tem gente que não tem o que fazer.

Tem fofoqueiro de elevador.

Tem Gays, tem lésbicas e simpatizantes também tem.

Tem menino esqueitista, e meia dúzia de artistas.

Um é ranzinza, outro uma simpatia.

Tem de todas as cores, todas as raças:

branco, negro, japonês.

Tem estrangeiro e judeu.

Até padre de batina tem, e ainda por cima da sermão na portaria!

E todo mundo convive no mesmo conjunto verticalizado.

Que confusão!

Em Reunião de condomínio só falta os socos para virar ringue de luta livre. Tem compló contra o síndico, tem quem o chame de ladrão. Só falta ter partido político e CPI.

Tem também dois funcionários. Um que é analfabeto e nas horas vagas estuda cartilha na portaria. E zelador de plena confiança que nas horas livres bebe.

E há que se aprender essa arte de viver em condomínio, com outros seres humanos. E o que não falta aqui são humanos! Cada um com seus problemas, seus defeitos e qualidades. Suas histórias, seus dramas e alegrias.

E cada coisa que se tem que aguentar:

É choro de nenê que vem de um lado,

Música horrorosa de outro.

É a dona Maria que comprou um Videokê, e o prédio todo já constatou que ela não leva jeito para cantoria, menos ela.

E cheiro de maconha que sobe,

É cheiro de suor de gato.

É sindico estressado.

São latidos de cachorros.

São bate boca de vizinhos...

Há que se Ter diplomacia para reclamar sem arrumar inimigos.

É difícil conviver com tantas pessoas diferentes em harmonia.

Mas, mais do que conviver com a diferença, é ter que aguentar aquele que não tolera a diferença do outro e aponta todos os demais vizinhos com o dedo da crítica. Aquele que do alto do pedestal de sua arrogància anda pelo condomínio com ares de quem é dono do prédio e da verdade. E quando abre a boca é para falar mal. Nunca faz uma crítica que seja boa ou construtiva mas sim aquela crítica que marca, derruba e que só tem o intuito de mostrar como o outro é uma porcaria. Sim, esses são os mais difíceis. Porque para essas pessoas nada está bom. Para essas pessoas o funcionário que estuda nas horas extras não merece reconhecimento pelo esforço que esta fazendo para aprender a ler depois de adulto, mas merece ser demitido por estar cometendo o absurdo de estudar em horário de trabalho na portaria. Como ele pode estar estudando ao invés de fazer serviços do prédio? Não tem o que fazer? Limpe os vidros novamente, varra, faça qualquer coisa de útil, faça até nada se for o caso. Porque fazer nada não chama tanta atenção como estudar, e assim esses indivíduos não notarão que o funcionário está fazendo algo que não pertence as tarefas definidas pelo condomínio. Sim, é melhor não fazer nada nas horas vagas, porque aprender a ler é passível de reclamação! E o outro funcionário, então? Esse que bebe o que mereceria então? Se aquele que estuda merece a demissão talvez o que bebe mereça a pena de morte? Seja lá o que ele mereça, nunca será visto além de seus defeitos e o fato de ser uma pessoa de confiança não pesa em nada no julgamento dessas pessoas. E por aí vai...

Começam falando dos funcionários para depois apontar os vizinhos. Fazem lá sua meia dúzia de colegas para ter com quem comentar a podridão de tudo o que os cercam, mas até ser colega dessas pessoas é delicado, porque se ela está com a colega do apartamento X, fala mal da colega em comum que mora no apartamento Y, e o que é óbvio imaginar que quando estiver com a colega do Y, falará mal da outra do X.

E portanto, para os seus colegas eles tecem seus comentários maldosos e cheio de ódio dos outros vizinhos que cometeram o erro de ser diferente deles. Pelo simples fato de não pensarem igual a eles. Talvez pelo fato de estarem ali, dividindo o mesmo condomínio, existindo...

E falam mal do gordo porque é gordo.

E do magro por ser muito magro.

E o gay, que horror!

E as lésbicas? Deus me livre!

O padre? Nem pensar...

E aquele que ama o carro, é louco!

Louco, e como tem louco aqui!

E aquela mulher dos gatos?

E a dona dos poodles?

E a adolescente do quarto andar?

E o menino eskeitistas?

Todos loucos, loucos, loucos...

E também não há algo no prédio que escape aos seus olhos preparados para enxergar defeitos e coisas erradas:

Se o chão não está encerado tudo está muito mal cuidado porque precisa encerar. Se está encerado está tudo muito ruim porque ficou tão liso e escorregadio que alguém pode cair! "Ah! Se eu cair aqui eu processo o condomínio!" Alias, as palavras prediletas do vocabulários dessas pessoas, além das palavras de critica são as pronuncias do o verbo processar. Adoram ameaçar processos, intimar, recorrer a justiça quando apenas o bom entendimento de pessoas civilizadas serviriam...

Mas enfim, voltemos ao chão, que encerado ou não, está uma porcaria.

Também a cera que foi passada não era cera importada....

As paredes por mais que sejam limpas estão sempre sujas porque os funcionários são incompetentes, precisam fazer faculdades de faxineiros, pós graduação em portaria e doutorado em zeladoria e de preferência que tenham inglês fluente, e mesmo assim...

Ah! Mesmo assim correriam sério risco de continuarem sendo taxados de incompetentes por esses que só olham os outros com desdém. Ninguém é bom o suficiente, só eles mesmos.

E então essas pessoas perturbam e ofendem os demais, criam caso, criam situações, inventam problemas, falam mal dos enfeites de natal, porque são de plástico e cafonas, e nem sequer conseguem notar que mais importante do que a beleza dos enfeites de natal é o espírito de enfeitar.

Reclamam quando seu vizinho de porta enfeita a sua entrada com vasinhos de flor. E como não podem reclamar mandando o vizinho tirar suas flores, descobrem que ele derrubou um pouco de terra no corredor ao colocar os vasos e assim fazem um escarcel. Reclamam, urram na orelha do síndico, despejam suas neuroses no caderno de reclamações e mandam os funcionários limparem prontamente o borrão de terra num afã de limpar! Mas por mais que os funcionários limpem com detergente, sabão, cloro. Que lavem o prédio inteiro interminavelmente, nunca hão de conseguir limpar essa sujeira que é muito mais profunda do que um produto de limpeza pode alcançar. É uma sujeira na alma dessas pessoas que não conseguem tolerar a expressão do outro que é diferente deles.

Toleram as diferenças de sua meia dúzia de colegas pelo fato de que precisam Ter alguns colegas e só. E esses colegas muitas vezes são manipulados de forma a pensar e agir como eles. Podem ser colegas diferentes sim, desde que eles estejam sob controle de tudo. E o que não podem controlar, que são os outros vizinhos, suas vidas, seus hábitos, a decoração de natal ou do jardim, a limpeza geral, a contratação ou demissão de funcionário dos edifícios. Tudo o que não conseguem controlar, manipular e mandar são as coisas a qual despejam sua crítica.

Por isso, por mais que os funcionários limpem, nunca limparão a sujeira dos olhos que só abrem para ver o borrão de terra, mas não enxergam a beleza dos vasinhos de flor. Não limparão a boca que só abre para falar mal, para dizer uma palavra de desdém e fazer uma reclamação.

E na verdade há que se Ter pena desses olhos que não conseguem ver nada de belo ou de bom, e dessa boca que não tem nos lábios uma palavra amiga.

E se essas pessoas só podem ver as coisas dessa maneira jamais perceberão como pode ser rico conviver num condomínio com tantas pessoas diferentes. Não saberão nunca o quanto a diversidade ensina. Que tanto o velho, como a criança, como a senhora enamorada, como o padre ou o judeu podem trazer algo de muito interessante.

Porisso, que venham os rockeiros, os carrancudos, os crentes, os fumantes. Que venham os velhos, e as crianças. Que venham os que gritam e os que transam. Que venham os gatos, que venha o cheiro de mijo até. Que venham os bêbados e os loucos. Que venha o advogado, o padre o aposentado. Que venha o pássaro, que venham os artistas. Que venham todos os vizinhos, que venham os maconheiros, os meninos. Que venha a Maria e sua cantoria, que venha o homossexual. Que venham os gordos, os magros, os negros, os adolescentes....

E que saiam os intolerantes e cegos de alma e tão pobre de espírito! Esses sim os verdadeiros vizinhos inconvenientes!





Suzana Siniscalco de Oliveira Costa - Março/2002


Moro num edifício com muitos vizinhos, e se observar bem, cada um tem sua peculiaridade.

Um fala demais, é só encontrar que ele tem um caso interminável para contar. Outro, é carrancudo e não fala nada, nem cumprimenta.

Um olha feio, outro olha de lado. Um olha torto, outro desconfiado. Um finge que não vê. Um olha demais. Há também quem olhe de cima...

Um ama o carro de paixão. E coitado de quem esbarre só no espelhinho...

Um trata o cão feito um bebê. Outro recolhe gatos doentes da rua. Outro gosta de passarinho.

Um toca bateria, outro campainha.

Uns gostam de Rock, outros de pop!

Tem quem ouve música alto, tem quem cante no chuveiro.

Uns gritam o dia inteiro. Outros gritam quando transam.

Um é gordo, outro magro.

Um é doente da cabeça.

Tem velho, tem adolescente. Tem criança e nenê de colo.

Tem moço e rapariga.

Tem fumantes e antitabagistas. Dois ou três maconheiros também tem.

Um é crente, outro ateu convicto.

Um é professor, outro político.

Um é doutor, outro advogado.

Tem também vagabundo e aposentado.

Tem gente que não tem o que fazer.

Tem fofoqueiro de elevador.

Tem Gays, tem lésbicas e simpatizantes também tem.

Tem menino esqueitista, e meia dúzia de artistas.

Um é ranzinza, outro uma simpatia.

Tem de todas as cores, todas as raças:

branco, negro, japonês.

Tem estrangeiro e judeu.

Até padre de batina tem, e ainda por cima da sermão na portaria!

E todo mundo convive no mesmo conjunto verticalizado.

Que confusão!

Em Reunião de condomínio só falta os socos para virar ringue de luta livre. Tem compló contra o síndico, tem quem o chame de ladrão. Só falta ter partido político e CPI.

Tem também dois funcionários. Um que é analfabeto e nas horas vagas estuda cartilha na portaria. E zelador de plena confiança que nas horas livres bebe.

E há que se aprender essa arte de viver em condomínio, com outros seres humanos. E o que não falta aqui são humanos! Cada um com seus problemas, seus defeitos e qualidades. Suas histórias, seus dramas e alegrias.

E cada coisa que se tem que aguentar:

É choro de nenê que vem de um lado,

Música horrorosa de outro.

É a dona Maria que comprou um Videokê, e o prédio todo já constatou que ela não leva jeito para cantoria, menos ela.

E cheiro de maconha que sobe,

É cheiro de suor de gato.

É sindico estressado.

São latidos de cachorros.

São bate boca de vizinhos...

Há que se Ter diplomacia para reclamar sem arrumar inimigos.

É difícil conviver com tantas pessoas diferentes em harmonia.

Mas, mais do que conviver com a diferença, é ter que aguentar aquele que não tolera a diferença do outro e aponta todos os demais vizinhos com o dedo da crítica. Aquele que do alto do pedestal de sua arrogància anda pelo condomínio com ares de quem é dono do prédio e da verdade. E quando abre a boca é para falar mal. Nunca faz uma crítica que seja boa ou construtiva mas sim aquela crítica que marca, derruba e que só tem o intuito de mostrar como o outro é uma porcaria. Sim, esses são os mais difíceis. Porque para essas pessoas nada está bom. Para essas pessoas o funcionário que estuda nas horas extras não merece reconhecimento pelo esforço que esta fazendo para aprender a ler depois de adulto, mas merece ser demitido por estar cometendo o absurdo de estudar em horário de trabalho na portaria. Como ele pode estar estudando ao invés de fazer serviços do prédio? Não tem o que fazer? Limpe os vidros novamente, varra, faça qualquer coisa de útil, faça até nada se for o caso. Porque fazer nada não chama tanta atenção como estudar, e assim esses indivíduos não notarão que o funcionário está fazendo algo que não pertence as tarefas definidas pelo condomínio. Sim, é melhor não fazer nada nas horas vagas, porque aprender a ler é passível de reclamação! E o outro funcionário, então? Esse que bebe o que mereceria então? Se aquele que estuda merece a demissão talvez o que bebe mereça a pena de morte? Seja lá o que ele mereça, nunca será visto além de seus defeitos e o fato de ser uma pessoa de confiança não pesa em nada no julgamento dessas pessoas. E por aí vai...

Começam falando dos funcionários para depois apontar os vizinhos. Fazem lá sua meia dúzia de colegas para ter com quem comentar a podridão de tudo o que os cercam, mas até ser colega dessas pessoas é delicado, porque se ela está com a colega do apartamento X, fala mal da colega em comum que mora no apartamento Y, e o que é óbvio imaginar que quando estiver com a colega do Y, falará mal da outra do X.

E portanto, para os seus colegas eles tecem seus comentários maldosos e cheio de ódio dos outros vizinhos que cometeram o erro de ser diferente deles. Pelo simples fato de não pensarem igual a eles. Talvez pelo fato de estarem ali, dividindo o mesmo condomínio, existindo...

E falam mal do gordo porque é gordo.

E do magro por ser muito magro.

E o gay, que horror!

E as lésbicas? Deus me livre!

O padre? Nem pensar...

E aquele que ama o carro, é louco!

Louco, e como tem louco aqui!

E aquela mulher dos gatos?

E a dona dos poodles?

E a adolescente do quarto andar?

E o menino eskeitistas?

Todos loucos, loucos, loucos...

E também não há algo no prédio que escape aos seus olhos preparados para enxergar defeitos e coisas erradas:

Se o chão não está encerado tudo está muito mal cuidado porque precisa encerar. Se está encerado está tudo muito ruim porque ficou tão liso e escorregadio que alguém pode cair! "Ah! Se eu cair aqui eu processo o condomínio!" Alias, as palavras prediletas do vocabulários dessas pessoas, além das palavras de critica são as pronuncias do o verbo processar. Adoram ameaçar processos, intimar, recorrer a justiça quando apenas o bom entendimento de pessoas civilizadas serviriam...

Mas enfim, voltemos ao chão, que encerado ou não, está uma porcaria.

Também a cera que foi passada não era cera importada....

As paredes por mais que sejam limpas estão sempre sujas porque os funcionários são incompetentes, precisam fazer faculdades de faxineiros, pós graduação em portaria e doutorado em zeladoria e de preferência que tenham inglês fluente, e mesmo assim...

Ah! Mesmo assim correriam sério risco de continuarem sendo taxados de incompetentes por esses que só olham os outros com desdém. Ninguém é bom o suficiente, só eles mesmos.

E então essas pessoas perturbam e ofendem os demais, criam caso, criam situações, inventam problemas, falam mal dos enfeites de natal, porque são de plástico e cafonas, e nem sequer conseguem notar que mais importante do que a beleza dos enfeites de natal é o espírito de enfeitar.

Reclamam quando seu vizinho de porta enfeita a sua entrada com vasinhos de flor. E como não podem reclamar mandando o vizinho tirar suas flores, descobrem que ele derrubou um pouco de terra no corredor ao colocar os vasos e assim fazem um escarcel. Reclamam, urram na orelha do síndico, despejam suas neuroses no caderno de reclamações e mandam os funcionários limparem prontamente o borrão de terra num afã de limpar! Mas por mais que os funcionários limpem com detergente, sabão, cloro. Que lavem o prédio inteiro interminavelmente, nunca hão de conseguir limpar essa sujeira que é muito mais profunda do que um produto de limpeza pode alcançar. É uma sujeira na alma dessas pessoas que não conseguem tolerar a expressão do outro que é diferente deles.

Toleram as diferenças de sua meia dúzia de colegas pelo fato de que precisam Ter alguns colegas e só. E esses colegas muitas vezes são manipulados de forma a pensar e agir como eles. Podem ser colegas diferentes sim, desde que eles estejam sob controle de tudo. E o que não podem controlar, que são os outros vizinhos, suas vidas, seus hábitos, a decoração de natal ou do jardim, a limpeza geral, a contratação ou demissão de funcionário dos edifícios. Tudo o que não conseguem controlar, manipular e mandar são as coisas a qual despejam sua crítica.

Por isso, por mais que os funcionários limpem, nunca limparão a sujeira dos olhos que só abrem para ver o borrão de terra, mas não enxergam a beleza dos vasinhos de flor. Não limparão a boca que só abre para falar mal, para dizer uma palavra de desdém e fazer uma reclamação.

E na verdade há que se Ter pena desses olhos que não conseguem ver nada de belo ou de bom, e dessa boca que não tem nos lábios uma palavra amiga.

E se essas pessoas só podem ver as coisas dessa maneira jamais perceberão como pode ser rico conviver num condomínio com tantas pessoas diferentes. Não saberão nunca o quanto a diversidade ensina. Que tanto o velho, como a criança, como a senhora enamorada, como o padre ou o judeu podem trazer algo de muito interessante.

Porisso, que venham os rockeiros, os carrancudos, os crentes, os fumantes. Que venham os velhos, e as crianças. Que venham os que gritam e os que transam. Que venham os gatos, que venha o cheiro de mijo até. Que venham os bêbados e os loucos. Que venha o advogado, o padre o aposentado. Que venha o pássaro, que venham os artistas. Que venham todos os vizinhos, que venham os maconheiros, os meninos. Que venha a Maria e sua cantoria, que venha o homossexual. Que venham os gordos, os magros, os negros, os adolescentes....

E que saiam os intolerantes e cegos de alma e tão pobre de espírito! Esses sim os verdadeiros vizinhos inconvenientes!





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