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Cordel-->A Mulher de antigamente e a de hoje em dia de Manoel Monteir -- 08/03/2003 - 00:48 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Mulher de antigamente e a mulher de hoje em dia
Manoel Monteiro*

No passado Zé Pacheco
Um mestre da poesia
Escreveu sobre a mulher
Com arte e com maestria
Eu vou tentar descrever
A mulher de hoje em dia

Deus após formar o mundo
Achou que era preciso
Povoá-lo, fez Adão.
Mas fez Eva sem juízo
E deixou os dois flertando
No pomar do Paraíso...

Quando foi criar o homem
Ficou sobrando um pedaço
Ele deixou assim mesmo
E seguiu sem embaraço
Mas quando fez a mulher
Deixou aberto um espaço

Adão ficou perturbado
Vendo um defeito daquele,
Pois o que faltava nela
Estava sobrando nele
Para tapar o buraco
Meteu o pedaço dele.

Eu acho que a Bíblia fala
Em sentido figurado
Porque deixar Adão nu
Com Eva nua a seu lado
Tinha que dar no que deu
Foi Caim pra todo lado!

Você já imaginou
Eva dengosa e faceira
Tendo só por vestimenta
Uma folha de parreira?
Não precisava nem cão
Para Adão fazer besteira

Mas no começo do mundo
Tudo era diferente
Trabalhar não precisava
Adão vivia contente
Só arrumou ao juntar-se
Eva, a maçã e a serpente

Porque Deus disse a Adão
Coma de tudo, porém
Não coma a maçã de Eva
Adão lhe disse: Está bem!
Mas veio a peste da cobra
Para estragar o xerém.

Contra as ordens do Divino
A cobra se levantou.
Tentou o primeiro homem
E Adão se abestalhou
“comeu” a maçã de Eva
Aí o bicho pegou!

O homem foi enganado
Por Eva e por Lúcifer
Mas ele em sua bondade
Dá tanta corda à mulher
Que ela pensa que pode
Fazer o que bem quiser.

Elas estão todo dia
Tomando o nosso lugar
Se continuarem assim
Só o que vai nos sobrar
É o tanque de lavar roupa
E o ferro de engomar

Em toda repartição
Tem uma mulher mandando
Elas estão assumindo
Todos os postos de mando
E enquanto isso no lar
Tem uma mulher faltando.

A mulher hoje é igual
A um homem destemido
Lavar prato e lavar pano
Acha que é tempo perdido
Mas se vê uma barata
Grita chamando o marido.

Com certeza, brevemente
Vamos ser o rei do Lar
Com um pequeno problema
Difícil de consertar
É que além da mamadeira
Vamos ter que amamentar

Trocar fraldas de menino
Eu mesmo já tenho feito.
Dar banho, limpar cocô
Eu faço e faço direito.
Agora dar de mamar...
Já tentei, mas não tem jeito!

Eu espero que as mulheres
Não nos obriguem parir
Porque eu mesmo não sei
Por onde os filhos vão vir
Se não tem por onde entrar
E nem por onde sair.

Quando a mulher é honesta
Leva vida recatada.
Não vive de porta em porta
Nem gosta de cachorrada
Ao passar na rua, as outras
Dizem: - lá vai a pirada!

Antigamente a mulher
Pelo seu instinto nato
O serviço que fazia
Era “ver” lenha no mato,
Catar pulgas no cachorro
E limpar bosta de gato.

Naquele tempo a mulher
Era um ser quase divino
Vivia para o marido
E para fazer menino.
Mulher não falava grosso
Homem não falava fino.

Houve um tempo que a mulher
Era bicho conhecido
Usava saia godê
Blusa de manga ou vestido
Anágua, friso e marrafa
Cabelo sempre comprido

Touca, espartilho, ampoleta
Moda ousada era coco
Se o rapaz pedisse um beijo
Ficava falando só
Sem casar, só via mesmo
Mão, pescoço e mocotó.

Não raspava sobrancelha
Nem sovaco, nem pentelho
Para usar rouge ou batom
Tinha que pedir conselho
Califon de meio corpo,
Calçola até o joelho.

A mulher andava livre
Do terreiro pra cozinha.
No resto era proibida
Na sala a mulher só vinha
Se fosse pra trazer água
Ou para tanger galinha.

Mulher só ficava nua
No dia do nascimento
Ou quando tomava banho
Mas fora desse momento
Eu acredito que só
Na noite do casamento.

Se o marido descobrisse
Na hora da “inspeção”
Que antes dele outro homem
Havia passado a “mão”
Tinha o direito de
Fazer a devolução.

Se algum “cabra safado”
Tivesse comido o fruto
O marido corneado
Fosse da praça ou matuto
Já estava autorizado
A devolver o produto.

Hoje a coisa é diferente
A mulher tem liberdade
Ganha pra trabalhar fora
É uma temeridade
Se continuar assim
É o fim da humanidade.

Em algumas profissões
A mulher dava primeira
Ninguém ganhava pra elas
Nas artes de rezadeira
Fazer panela de barro
Tecer balaio e esteira.

Pavio de candeeiro?
Faziam como ninguém!
Capar pinto, bater pano
Pilar milho pra xerém
São coisas que as mulheres
Faziam e faziam bem.

Hoje elas são folgadas
Escolhem até profissão
Querem se igualar a nós
Só falam em liberação
Umas já dirigem trem
Outras pilotam avião.

A mulher como empregada
É uma calamidade:
Tem quatro meses de folga
Se for pra maternidade
Seu mês só tem vinte dias
Mas falta mais da metade.

Tem trinta dias de férias
Quinze dias pra casar
Tirando a hora do almoço
E a hora de amamentar
Somando tudo não sobra
Horário pra trabalhar.

Já tem umas no Senado
Só falta uma Presidente
Sou forçado a admitir
Que tem mulher competente
Mas elas mandando em tudo
Que diabos sobra pra gente?

Onde tem homem com “H”
Uma lei s”estabelece
A mulher diz: - Sim, senhor!
Porque sábia reconhece
Que manda quem tem a força
Quem tem juízo obedece.

Desde os tempos da caverna
É por todos conhecido
O destino da mulher
Decser um voto vencido
Submissa ao bisavô
Ao avô, pai e marido.

Lá em casa, pelo menos
A mulher não ignora.
A última palavra é minha
Quem achar ruim, vá embora
A mulher diz: - cala a boca!
Eu respondo: - Sim, senhora!

Mulheres do meu Brasil
Desculpem este meu falar
Tudo isso é brincadeira
Do poeta popular
Se não houvesse mulher
Era preciso inventar.

M – eu poema homenageia
A – o cordelista inspirado
N- osso bardo Zé Pacheco
O – mestre mais consagrado
E – já que gastei papel
L- eiam o livro de MANOEL,
M- ONTEIRO, este seu criado.

(*) poeta popular, cordelista paraibano, radicado em Campina Grande. Divulgador do cordel, coloca nos eventos, banca de cordel. Quer fundar um Monumento- Memorial ao poeta popular nordestino.






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