“Não somos a inteligência que amealhamos. Apesar disso, muitos a tratam como se fosse o traço valoroso da personalidade em razão dos sentimentos que o saber humano dinamiza no coração.” – E. Dufaux
Fala-se muito em cultura, muitas vezes sem saber conceituá-la, confundindo-se e, por isso mesmo, esquivando-se de colocar em prática, acionar o impulso necessário para pôr em ação as prioridades, objetivamente, em benefício do todo.
Infelizmente, expressiva maioria de criaturas guarda a sensação de superioridade baseada no seu conhecimento acumulado, inflada pelo orgulho, ostentando uma superioridade que o saber adquirido lhe dá.
Contudo, vasta cultura, erudição, não significam inteligência. São duas coisas distintas, que criam, forçosamente, uma distância que vai desnivelando as pessoas.
De que serve tanta cultura se não for empregada sabiamente, para melhorar as vidas – a própria e a dos que fazem arte de seu momento?
Diversos são os problemas acarretados pelo muito saber: - Vaidade, Falta de Habilidade para lidar com os sentimentos alheios, inclusive o próprio: Impaciência, Arrogância e Excessiva Exigência sustentada pelo Sentimento de Onipotência criado por estímulos sociais, que colocam a cultura como um quesito dos mais importantes para o sucesso pessoal, para a ascensão.
Porém, há um equívoco na relação entre acúmulo de saber e aquisição de cultura e a Sabedoria para saber lidar com as desigualdades, a indulgência para compreender que nem todos os valores saem dos livros, das faculdades, nem de um diploma.
Inteligência é fruto de muitas experiências, que vêm formando dentro do ser, através de vivências, o amadurecimento, a compreensão da vida, coisas essas que vão formando a sabedoria. Essas qualidades não aparecem num estalo. São adquiridas através
do tempo De muito tempo... E de muita experiência.
Sabemos que existe a Sabedoria Popular, aquela que é adquirida no dia-a-dia da existência dura, na situação precária, na carência dos bens substanciais que atingem diretamente a dignidade do ser humano. A fome, a dor acarretada por problemas diversos, não conhece a razão pregada nos conceitos filosóficos, na exatidão da matemática. A experiência adquirida aí é ganha nas batalhas com as dificuldades, que torna o inculto, o iletrado, um buscador de soluções, com a ajuda do sentido de dignidade que todo ser humano é dotado, vai ele ponderando através da reflexão, procurando um caminho para obtenção das respostas que se fazem urgentes e necessárias. Sua escola é a vida, e esta exige de sua mente inculta, que encontre a solução, a resposta rápida para sua sobrevivência. Temos milhares de exemplos nesse sentido. Isso é que faz com que o ser humano, dentro de suas limitações, vença através do esforço próprio. E encontramos pessoas sem mãos ou mesmo braços, que bordam, pintam, usando a habilidade necessária com os pés. Cegos que são exímios musicistas, escritores, professores. O exemplo mais expressivo que conhecemos tem um nome: HELLEN KELLER, nascida cega, surda e muda, com a ajuda de uma professora ANNE SULYVAN, tornou-se uma mulher de renome, dando conferências pelo mundo inteiro.
O significado maior da vida é: aprender e ser feliz!
Mas, o que ocorre no interior do ser a partir da relação entre seu conhecimento, sua cultura, e a sua felicidade?
Há muito vivemos apoiados na certeza de que a cultura é instrumento para melhorar o nível de vida, conseguir o respeito e a afirmação da sua superioridade. Status, notoriedade, ascensão e poder de riqueza. Então o conhecimento leva diretamente à riqueza, o que equivale a dizer que o valor maior é o Monetário. TUDO está reduzido ao OURO. A finalidade do homem, infelizmente é o OURO!
No entanto “CULTURA é indício de compromisso”.
“INTELIGÊNCIA é traço mental solicitando o complemento do amor para conduzir o homem aos rumos do bem.”
Não seria então, a Cultura, um instrumento para poder melhorar o nível de vida da humanidade? Não seria lógico que houvesse a preocupação, ou melhor, um sentimento de responsabilidade por parte de quem sabe mais para ajudar a quem sabe menos?
Pensariam os estudiosos que toda conquista não seria a sua grande oportunidade de, realmente, interferir para uma modificação aa melhor no seio da sociedade?
É aqui que reside a SABEDORIA! Usar do conhecimento com inteligência em benefício da vida, do progresso material e espiritual do homem, do planeta, mudando o panorama do mundo através da Paz Universal, contribuindo para a harmonia do Cosmos?
Cabe aos cultos, aos inteligentes, atuar com o exemplo alicerçado no caráter íntegro, para trazer os benefícios tão necessários, que por sua vez, trariam o respeito, o reconhecimento e a sua ascensão natural, a sua realização como pessoa empreendedora, equilibrada, distribuindo em forma de trabalho os benefícios de suas idéias, levantando o ser humano, renovando os valores e, conseqüentemente, a maneira de viver!
Cultura é compromisso.A mola propulsora deve ser o IDEAL e não o MATERIAL Saber para aplicar, para descobrir, para ensinar.
O que pode ser mais admirável que usar o conhecimento para produzir benefício, vencer as dificuldades, amenizar os sofrimentos? É ser um braço do Supremo Ser em defesa da vida, da dignidade humana!
É engrandecimento moral, para não dizer espiritual!
Esses são os valores reais que muitos procuram ignorar com a ambição, o fausto a ostentação. O falso sentido de grandeza! Desvirtuando, sob o prisma do orgulho e da vaidade a DIGNIDADE, perdendo a oportunidade do crescimento planetário, esquecendo-se de que, com a CULTURA conquistou o DIREITO DE EDIFICAR OS GRANDES MOMENTOS, QUE MARCARÃO A NOSSA EVOLUÇÃO E A HISTÓRIA DA NOSSA ERA!
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