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Teses_Monologos-->O Mundo É Colorido -- 14/04/2002 - 11:36 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Pode até não parecer, mas o mundo é colorido. O mundo é cheio de cores, de todas as cores. Sim, pois há várias tonalidades. E, neste sentido, até as cores possuem suas próprias cores. O azul claro, por exemplo, é uma variante do azul. Assim como o branco neve, o verde escuro, o amarelo ouro e tantas outras tonalidades. E o mundo, vale dizer, a terra, embora colorida, vista do céus, soubemos depois, é azul, segundo o astronauta que a viu da lua, pela primeira vez.

Para nós, entretanto, que nunca voamos mais alto do que o avião de rota doméstica, o mundo, visto daqui, tem muitas cores. E o Brasil é o melhor exemplo. A começar pelas florestas. As matas são verdes. Verdes de todos os verdes. Os mares, os temos azuis, como os da Bahia, e também os verdes, como os de Pernambuco. E tantos são os outros verdes e os outros azuis, de rios, lagos e mares, de outros estados da federação.

Mas tem o dia e a noite, também. O dia é claro.E transparente. Mas claro seria uma cor ? Ou seria o brilho da cor? A noite, por seu turno, é escura. E o céu é azul, pela manhã, e totalmente escuro à noite, desde que não esteja estrelado. A lua possui tons amarelos e às vezes brancos; e outras vezes a lua é triste. Mas seria a tristeza uma cor? Uma das cores do coração? Como o sorriso, por exemplo, que tem brilho e várias cores?

As cores têm, também, seus segredos e suas múltiplas aplicações. Aplicações sérias, de ordem prática e, até, bem humoradas. No processo de comunicação, por exemplo, quando dizemos que a coisa está preta, é porque não está boa. Quando o tempo escurece, diz-se que o tempo é ruim. Como se tempo bom fosse, apenas, o claro, como sol. Que, aliás, nem sempre é claro. Às vezes, também é amarelo. E branco, outras vezes.

Aliás, o tempo bom tem a cor azul. Quando se diz “tudo azul” é porque está tudo bem. Então o azul seria o antônimo do preto? Mas o conceito também muda. Quando associamos a cor preta ao petróleo, ao diamante negro, à noite estrelada, estamos dizendo que o preto, neste caso, é o mesmo que azul. Que está tudo bem. As cores, portanto, dependem do contexto e do estado de espírito de cada um.

Até as doenças têm suas cores. A febre amarela, por exemplo. O roxo dos lábios. O branco da anemia. O cinza ou preto que aparecem na radiografia do pulmão. E assim por diante. Tal como as guerras. Penso que só existem guerras em preto e branco. A cor da realidade, nua e crua. Mas, ultimamente, as guerras têm apresentado mais uma cor: a cor vermelha, enquanto brutalidade, enquanto violência e derramamento de sangue.

E as cores têm a sua serventia em outras áreas. Nas áreas da saúde, do trabalho, do trânsito e tantas outras, como a cromoterapia, que usa todas as cores na cura de várias doenças. No trânsito, o verde, o amarelo e o vermelho que indicam, respectivamente, a hora de seguir, de ter atenção e de parar. Nas indústrias, o amarelo continua seu apelo por mais atenção, enquanto o vermelho reforça o amarelo, anunciando o perigo, que se deve redobrar a atenção, ou seja, um amarelo mais forte, igual ao que identifica aos locais de alta tensão ou alta radiação atômica..

A nossa televisão, por exemplo, já foi mais realista, mais cruel, sem graça, quando sua transmissão se dava em preto e branco. Estávamos no início do processo. Mas agora, depois que vieram as cores, o visual melhorou bastante, mas a programação continua em preto e branco. Perdeu o brilho, apesar das cores.

E por falar em preto e branco, as eleições bem que poderiam ser coloridas. Atualmente só temos o preto, representando o horário eleitoral gratuito, as pesquisas eleitorais e a falta de vergonha de alguns candidatos. E o branco, que é usado para o voto do mesmo nome.

Poderíamos implantar as cores no processo eleitoral. O vermelho iria para os candidatos com alto índice de rejeição e, portanto, sem chance. O amarelo, para os candidatos com alguma chance. Mais indicado, talvez, para os candidatos a vice de chapa ou a suplente de candidato. E o verde, para os candidatos com mais esperanças do eleitorado. Quem tivesse maior número de votos verdes ganharia as eleições.

No campo ecológico, também há cores em extinção. O azul, por exemplo, dos rios, mares e lagos, da ararinha azul e do próprio conceito do “tudo bem”é cada vez mais escasso. O verde, das matas e da esperança, caminha no mesmo rumo do desaparecimento total. O branco da paz nem se fala.

Resta saber, finalmente, quais as cores dos sentimentos, das impressões, dos pensamentos. As cores da esperança e da paz, por exemplo, todos sabemos: verde e branco. E o medo, seria branco, como o “deu branco” do esquecimento? Ou seria amarelo, como é a cor do medo? E as cores da ilusão, por acaso seriam visões exclusivas dos daltônicos, daqueles que têm dificuldades para identificar as cores, os que padecem de acromotapsia.?

E a música? E a poesia? As artes em geral, que cores teriam? Ou seriam de cores variáveis, dependendo de cada sentimento? E a inveja, o ódio, a miséria, as guerras, a infidelidade, o roubo, o assassinato, a corrupção? Seriam apenas em preto e branco?Não sabemos ao certo. Mas podemos imaginar.

De uma coisa eu já tenho certeza absoluta. O amor tem todas as cores e todos os brilhos e todas as tonalidades. Muito mais que o próprio arco-íris. Já a inveja, a ingratidão, o ódio e as guerras, como de resto todas as misérias humanas, não possuem cores. No máximo, poderíamos emprestar-lhes uma única e exclusiva tonalidade do vermelho, do vermelho que identifica o mal, a cor do demônio, a cor que passaria a representar todos os males desse planeta, e que um dia, quem sabe, usando o verde da esperança, consgamos tingi-la de branco, do branco da paz e da harmonia.
]

Domingos Oliveira Medeiros
14 de abril de 2002 c/rec.










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