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Poesias-->VIDA COM AMOR -- 03/09/2002 - 21:49 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




VIDA COM AMOR



Jan Muá

3 de setembro de 2002







Voltei para junto de ti

E nada mudou neste tempo esquecido!

Voltei e o arrulho da pomba ainda é o mesmo

Melodioso e insistente nos galhos do angico!

Ainda há luz nas praças do sol

Velho guerreiro da terra

Que restitui o tom vivo às coisas.



Há destacadas folhagens secas e dispersas

Caídas no chão acumuladas sem ordenação

E tapetes com sombras postadas

Na medula do estratégico quadro

Do paisagismo que entretém o encanto

Da cor dos teus olhos!



Voltei para te encontrar

Mas tu estás diferente e distante

E quase me estranhas pois me olhas apenas

Como arquivo inesquecível das lembranças onde ficaram

Retidas as páginas que reenviam a lugares vividos

Em nossos tempos gloriosos



Mas estou feliz pois sou presença viva

No arraial da existência comunitária

Cercado de minhas criaturas

Pacíficas e vivas sem agressão

Aquelas criaturas que me dão as sensacionais impressões

De um mundo que me estrutura a consistência!



Estou feliz e te repenso como parte desta unidade dispersa

Que em mim se move

E que embala o claro canto de meu existir

Derramado algures, a gotas, por entre as coisas!



No átrio pomposo da existência

Ainda ouço o tom monocórdico da pomba

Arrulhando solitária sua eterna verdade

Nos sucessivos lances da monotonia

Sob o abrigo solar da luz do angico!



Há por aqui outras melodias,sutis e dinâmicas

Resolutas e sonantes, mais belas e mais musicais



Mas, melodia por melodia

Eu escolho a tua que é fundamental referência

De muitas raízes no seio da terra

Na dependência que de ti têm os frutos

De que nos alimentamos



No aconchego de tua brisa

De teu ar e de teu fôlego

Sei que irei ampliar a força de meus pulmões

Por entre espaços iluminados no fôlego restrito de um tempo que se esgotará!



Sentado junto ao jequitibá e ao embiruçu,

Recebo o apoio de todos os troncos e de todas as árvores floridas

Disparadas nos céus livres



Recebo o apoio dos pássaros animados que cantam em suas primaveras as transas da estação

Assisto ao espetáculo dos cantos e das vozes intermitentes que ecoam no ar cálido da amplidão

Onde outros cantos e outros chilros sintonizam notas multicores escondidas nos meandros de uma sinfonia que grita a nossos ouvidos o ato fundamental e enamorado de viver.





Jan Muá

3 de setembro de 2002

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