Usina de Letras
Usina de Letras
249 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50481)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Quem clona seus males espanta -- 08/12/2001 - 11:22 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CLONAGENS PARA O BEM E PARA O MAL



Os cientistas estão cada vez mais próximos de realizar a façanha de duplicação de seres humanos pela via da clonagem. Por enquanto, ao que se sabe, as cópias possíveis reproduzirão, tão-somente, os traços físicos das pessoas cloradas. Muito em breve, no entanto, a duplicação será completa e incluirá, por certo, os traços de personalidade, quando existirem, os de caráter – muito difícil de reprodução, os de inteligência, e os de burrice. Estes últimos, segundo os especialistas, deverão ser encontrados com maior facilidade, a partir dos originais de alguns políticos e, também, de economistas e autoridades que assessoram nossos governantes, quer sejam das esferas federal e estadual, quer das prefeituras. Os clones, em futuro não muito distante, serão, por assim dizer, verdadeiras cópias autenticadas, superiores àquelas cópias que são reconhecidas em cartórios e que, nem por isso, deixam de, vez por outra, surpreender pela falsidade.



Com o aprimoramento da clonagem, e num futuro um pouco mais distante, teremos, quem sabe, junto com os originais, a clonagem dos respectivos cadastros no Serviço de Proteção ao Crédito, no SERASA, no CADIM, do Ministério da Fazenda - para aqueles que estão em débito com a Secretaria da Receita Federal- , e outros afins.



Enquanto aguardamos por estes momentos, de pura aplicação da ciência, resta-nos dar asas à imaginação e refletir acerca das prováveis implicações que tal avanço científico e tecnológico poderá acarretar para a humanidade.



Correremos, por certo, alguns perigos ditados pela produção em série de fantasmas de toda a ordem. Clones de pessoas indiciadas em comissões parlamentares de inquérito, cujas comissões conseguem reunir em torno de uma mesa, traficantes de drogas, cartolas inescrupulosos do futebol brasileiro, assassinos, membros de organizações criminosas, corruptos de todas as matizes, empresários, banqueiros, prefeitos, governadores, deputados, senadores, juizes, ministros de estado, e por aí vai.



Com o desenvolvimento do método, entretanto, poderemos,. facilmente, reproduzir criaturas interessantíssimas, capazes, até mesmo, de mudar o rumo da história. Basta adicionarmos um pouco dos conhecimentos transgênicos já adquiridos, em relação aos produtos agrícolas, como, por exemplo, a soja.



Exemplificando melhor. Um clone de Leonel Brizola, com a personalidade de Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, mudaria, radicalmente, toda a programação da TV Globo. Brizola, por certo, acabaria com todas as novelas e criaria novos programas, a saber: “Com Limites”, “Domingão do Povão”, “Jornal das Perdas Internacionais”, “Não Vale a Pena Ver de Novo”, e “Ajude na criação dos CIEPS”, que ficaria no lugar do “Criança Esperança”.



Um clone do Fernando Henrique, com os traços transmudados da personalidade do líder do Movimento do Sem Terra, apressaria, significativamente, a questão da Reforma Agraria.



Já o Lula, clonado com o Brizola, teria, com certeza, lutado e evitado a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e tantas outras empresas de caráter estratégico que foram vendidas, a preço de banana, e que tanto custaram ao povo brasileiro.



Particularmente, gostaria de ver o clone de muita gente, de forma transgênica com os clones da população brasileira, em geral. Do Ministro do Trabalho, por exemplo, às seis horas da manhã, numa imensa fila de desempregados, atrás de uma única vaga de pedreiro, para cujas atribuições estariam sendo oferecido um salário de R$180,00 mensais.



Ou ver, o Ministro da Previdência e Assistência Social, na fila de um banco qualquer, para receber os proventos de aposentadoria pagos pelo INSS, cerca de um salário mínimo, mais ou menos.



Seria interessante apreciar o presidente da Caixa Econômica Federal, órgão responsável pelas funções anteriormente inseridas na área de atuação do extinto Banco Nacional da Habitação, morando de aluguel, numa das favelas do Rio de Janeiro ou de São Paulo, ganhando, também, o salário mínimo e, às vezes, com o aluguel atrasado, face aos períodos em que esteve desempregado.



Gostaria de ver o Ministro de Estado da Saúde, de igual modo, na fila de espera por atendimento em um hospital da rede pública. Com dores, nauseado, com ânsia de vômito e muita dor de cabeça. E com a informação de que tivesse paciência, pois o único médico de clínica geral ainda não tinha chegado.



De ver o Ministro da Educação, na madrugada do dia anterior, na fila de espera para tentar matricular na escola da rede pública de ensino, um dos seus filhos.



Muito apreciaria, também, saber como se comportariam alguns parlamentares, ganhando o salário-mínimo, por eles mesmos aprovado, para trabalhar, durante trinta dias, no regime de quarenta e quatro horas semanais, tendo que pagar transporte para chegar ao trabalho, levar sua comida de casa, em marmita, e não saber, ao findar o mês, como pagar suas dívidas com o que sobrou (?) do salário.



Seria muito interessante, por sua vez, encontrar o Ministro dos Transportes parado numa rodovia qualquer, esperando ajuda para consertar o seu carro, que teve o eixo quebrado por causa das más condições da estrada, após bater numa carreta que desviara de um imenso buraco do outro lado da rodovia.



De encontrar um traficante, no clone de um pai de família, honesto e trabalhador, assistindo, indefeso, o sofrimento e a quase morte de um filho, que fora induzido ao consumo de drogas.



Mas, a grande verdade, e a grande esperança que tenho, seria a de ver o Congresso Nacional todo clonado. De ponta a cabeça, conforme diz a sabedoria popular. Inundado de originais de pessoas honestas e trabalhadoras, abençoadas pelos sofrimentos de que padecem, há tantos anos. Pessoas, por isso mesmo, dispostas a encontrar as alternativas de soluções viáveis, verdadeiras e duradouras para os graves problemas de saúde, segurança, moradia, educação, emprego, liberdade e desenvolvimento sustentado, entre outras, em favor desta grande Nação chamada Brasil.



Pensando bem, não é preciso recorrer à experiências científicas ainda incertas. Basta que, na oportunidade das próximas eleições, votemos com rigor moral e ético. Consultando e pesquisando o original dos candidatos que aí estão. Depende de nós. Vamos criar nosso próprio clone de eleitor, inserindo o bom-senso e o amor ao próximo e à nossa pátria no dia da eleição.





Domingos Oliveira Medeiros

08-12-2001

























Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui