Pássaro em direção ao oceano
busca um pingo diferente
morre de sede como um insano
tem o mar a sua frente
acha o azul sempre tirano
águas de desatino permanente
Talvez choro de chuva, sedento procura
em pingos não presos, mas unidos
fecundando desejo imenso da Meiga Natura
em si traz céu e terra fundidos
Quem sabe, saciem-no cascatas
revoltas águas, brilhantes cristais
vêm lá de cima e continuam intactas
quem as conhece, abandona jamais
Caos da fadiga, sede desatina
ãmago da angústia, a sede fica
escuro da vertigem, sede alucina
alvo desfalecer, a sedepurifica
Alma de pássaro salta
espírito diferente
sacia na fonte mais alta
pura água bebe contente
Pássaro, pássaro, Chopin a procurar
notas para lindo noturno, eu sei
notas outras de um mesmo amar
notas iguais as tuas, só tuas ouvirei |