Um lindo sabiá foi se deitar.
Noite alcoviteira, dengosa faceira,
A lua; cansada foi dormir,
E até o vento, de tanto soprar, cansou e repousou.
E em total cumplicidade,até a garoa que caia,cessou.
Todos dormiam, a coruja que na noite trabalha,o cão,
Que vive vadiando, esta noite não vadiou,
Todos dormiam; menos você!
Ali; acessa, quebrando a convenção, quebrando o silêncio,
Ruidosa, estridente e numa continua repetição, noite a dentro.
Com elegância, a cada curva, apitava alto e em bom som,
Seguidas vezes, num habitual limpa trilho.
Corroborando para o meu dessasosego,
Suas fortes rodas suportavam toda aquela geringonça,
E todo aquele sistema ferroso.
Seguindo numa linha continua, serra acima, numa paisagem,
Que parecia não passar, numa lentura tamanha.
E seguia em frente à locomotiva do foguista Valdemar.
Repetia sem parar, sem parar sem parar, a locomotiva do foguista Valdemar,
Locomotiva, tiva, tiva, tiva, piuiii, valdemar valdemar valdemar.
E alguém já sabia,
E hora da alvorada, e o primeiro a se levantar foi o galo, que despertou o preguiçoso sol,
Que se escondia por detrás do mar, em seguida; foi a vês do lindo sabiá que num amável canto, convocou a passarada a revoar, e o lindo sabiá, pegando emprestada a boa rima, pois o sábio sabiá sabia que um novo dia ia raia..
E seguia sem parar a locomotiva do foguista Valdemar
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