Não me interessa mais o jeito que você conta como me traía
Da mesma maneira que você costumava me contar das suas traições
Sua “esperteza de malandro”, de quem já sofreu muito
Está agora muito longe de me convencer e comover
E eu não vejo mais beleza nela
Ás vezes parece que eu me preocupo, da mesma maneira que eu me preocuparia se tivesse uma prova amanhã e não tivesse estudado
Mas como na véspera da prova, outro pensamento idiota ou genial já me ocupa a cabeça
“Em que cd será que está a música do Tom Petty que eu gosto?”, “Será que tem pra vender no Brasil?”, “Será que comprar um cd dele simboliza uma nova etapa musical na minha vida?”, “Mas e a coleção do Bob Dylan?”
É, você já não faz mais parte da minha história, ainda bem
Gosto desta liberdade que ela proporciona
E fico me perguntando se isso que ainda tem de você em mim
É um vínculo que não pode ser apagado
Ou se é só está ali porque é recente
Sempre tive raiva de quem fazia poesia ou música desovando no ex , que não gostava mais e tal
Mas se a pessoa se toma ao trabalho de parar e escrever sobre isso é porque ainda sente alguma coisa, sem dúvida
Mas não é bem do jeito que eu pensava, é só uma ideiazinha como todas as outras
Nem mais nem menos importante
Descobri outra coisa também que me perturbava muito
Que chapar, era uma experiência tão maravilhosa que me sentia traída quando você fumava sem mim, queria estar sempre por perto nessa ocasiões
E nem é bem assim, quanta energia desperdicei esquentando com isso
Chapada nem me lembro de você! Isso é tão bom!
Deixe esses meus últimos resquícios de dor-de-cotovelo acabar
Que aí quem vai te fazer de bobo sou eu!
Seja feliz, mas que se foda.
