Estando concentrado para o verso,
Imaginei-me autor de bela trova.
Fui vasculhar refolhos desta prova
E vi que nada havia controverso.
É que o procedimento meu comprova
O quanto estou metido em mim, imerso
Nas cismas do sentir que sou perverso,
A ponto de dizer que a rima é nova.
Aí, o meu sorriso se amarela,
Pois vejo o quanto estou dependurado
Na corda que amarrei em torno dela,
P’ra demonstrar que sofro deste lado,
Querendo e não querendo seja bela
A estrofe em que esperneio, amargurado.
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