Usina de Letras
Usina de Letras
67 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62582 )
Cartas ( 21339)
Contos (13279)
Cordel (10457)
Crônicas (22550)
Discursos (3244)
Ensaios - (10499)
Erótico (13582)
Frases (50953)
Humor (20093)
Infantil (5516)
Infanto Juvenil (4840)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1377)
Poesias (140978)
Redação (3332)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1963)
Textos Religiosos/Sermões (6271)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->A TRAJETÓRIA DA PAZ -- 21/04/2002 - 00:33 (MARIA DAS DORES OLIVEIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A TRAJETÓRIA DA PAZ

A pomba branca sobrevoa o Golfo Pérsico. Escuta os mísseis e os canhões. Vê o clarão e a morte. Onde há guerra, a pomba não pode pousar. Foge. Voa para a África do Sul, onde negros e brancos enfrentam-se, feito feras irracionais. Na pátria do preconceito, a pomba não pode morar. Retorna ao Oriente. Silêncio. Cessaram os mísseis e as bombas, o clarão continua. No céu, as nuvens de fumaça, no mar, a agonia dos peixes e aves. O triste e destruído Kuwaite é ambiente hostil à permanência da pomba. Nas montanhas geladas do Iraque, os Curdos morrem, acuados. A pomba sente-se sozinha e abandonada. Não encontrando aconchego, vai embora.
A pomba branca segue sua trajetória, na rota da esperança. Chega ao Brasil, país tropical, povo pacífico e alegre. Sobrevoa as cidades ensolaradas. Decide pousar na escadaria de uma igreja e apreciar os fiéis saudáveis e bem vestidos, que chegam para a missa. Quem sabe ali, poderá ser o seu lar? Desiste. Lá embaixo, há mendigos, também. Há crianças famintas de mãos estendidas, eles poderão devorá-la, avidamente. Onde as desigualdades são mais fortes, do que qualquer oração, a pomba não pode entrar.
A pomba branca voa... voa... avista uma praça. Quem sabe, poderá viver naquela frondosa árvore? Não, logo percebe que é perigoso. Ali perto, assaltantes trocam tiros com a polícia e uma bala perdida poderá atingi-la mortalmente. Ali, jamais será seu habitat. Afasta-se, sentindo saudades dos seus tempos de rainha, antes de ser destronada pela violência.
E a pomba branca vai seguindo, sempre na rota da esperança. Pousa na janela de um suntuoso arranha-céu. Sente-se bem, pensa ter encontrado a sua querença. Lá dentro, homens trajando sombrios ternos, projetam, decretam e decidem. Em suas mãos, o futuro dos trabalhadores, o futuro da nação. Escuta atentamente. São sórdidos planos. No palácio da ambição e da injustiça, a pomba não poderá sobreviver. Bate as asas e alça vóo. Sentem-se cansada e cada vez, mais solitária, a pomba branca. Entretanto, persiste em sua trajetória. Sobrevoa um conjunto habitacional popular. Entra em uma das casas e pousa num cantinho. Deve ser bom morar ali. A mulher prepara o jantar, enquanto o bebê dorme serenamente no carrinho. O marido chega do trabalho e joga a marmita sobre a mesa. A mulher queixa-se da despensa vazia. O marido alega falta de dinheiro e atraso do salário. O casal discute e o marido sai, batendo a porta. Nervosa, a mulher grita com o bebê, que chora assustado. No lar da discórdia e da privação, a pomba não pode viver.
Novamente, na rota da esperança, a pomba branca prossegue em sua trajetória. Triste, triste... e sempre persistente. Voa... voa... Para onde?
Senhor do seu destino, o homem escreve sua própria história, portanto, ele tem a paz que merece. No momento em que se conscientizar de sua missão como arauto da paz e compreender, que ela é um fim a atingir, uma meta a alcançar, a humanidade terá dado um grande passo para tornar a terra, um reino habitável e perene para a PAZ.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui