O meu povo abandonado
Imprensado nas favelas
Pelas tantas cidadelas
Mas um povo respeitado
Que não pode ser julgado
Como gente marginal
Essa gente é tão igual
Quanto aquela do planalto
Só precisa de um salto
Pra mostrar que é normal
O meu povo iludido
Recolhido aos porões
Maltratado aos milhões
Mas um povo sempre unido
Que não pode ser banido
De seu mundo natural
De sua terra natal
Pois é filho da Nação
Só precisa de um chão
Pra fazer seu capital
O meu povo humilhado
Amarrado como cão
Rejeitado sem perdão
Mas um povo muito honrado
Sempre teme o pecado
E um ser superior
Uma gente sem rancor
E com força pra viver
Essa gente vai vencer
E mostrar o seu valor
O meu povo perseguido
Confundido com ladrão
Reprimido sem razão
Mas um povo protegido
Que por Deus foi escolhido
Pra da luta não correr
Para nunca padecer
Nem perder o seu amor
Esse povo sofredor
Vai poder sobreviver
O meu povo esquecido
Tão humilde e tão bacana
O planalto o engana
Mas é povo destemido
Nunca foge do perigo
Sempre arranja o que comer
Não merece se perder
Nessa imensa confusão
Nessa merda de eleição
Que só sabe prometer.
João Pessoa-Pb/ Ano 2000
(*) poeta e músico paraibano; é o novo talento da nova geração. Escreve cordel com roupagem externa erudita, assim editou seu livro: “CORDEL”, poesia de compromisso social. Inteligência a serviço da arte; toca violão, canta, compõe música e escreve poesia. Gravou um CD de conteúdo belíssimo e profundo, com as seguintes músicas: Cantoria, Cordel, Xote dos Artistas, Desviado, Vidas,Toda Forma de Viver, Rosa Amazônica, De Pés no Chão, Notícias e Cidadão de Valor.