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Cordel-->Adeus violinha de José Alves Sobrinho -- 01/03/2003 - 16:56 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Adeus Violinha
José Alves Sobrinho*

Adeus violinha
Até não sei quando...
Mas estou pensando
Que até nunca mais
Levo por lembrança
Da nossa amizade
Tristeza, saudade
Soluços e ais.

Por motivo justo
Que não te declaro
De ti me separo
Violinha querida
Porém não esqueço
Que em dias maiores
Deste-me os melhores
Momentos da vida.

Uni-me contigo
Ainda menino
Muito pequenino
Sem forças, sem planos
E dessa união
De ingênua criança
Fiz-te a esperança
De meus quinze anos.

Levaste-me a salas
Granfinas e nobres
De ricos e pobres
Burgueses, ricaços
Num mundo de sonhos
Prazeres e glórias
Eu tive vitórias
Contigo nos braços

Andei pelo mundo
Vivi muitas vidas
Mulheres, bebidas
Castelos e sonhos
Sem nunca pensar
Com realidade
Na adversidade
Dos dias medonhos.

No mundo dos versos
Enfrentei campanhas
Em terras estranhas
Fui bem acolhido
Joguei com o naipe
Dos maiores trunfos
Pensando em triunfos
Foi tudo perdido.

A aurora da vida
Foi bela e fagueira
Embora ligeira
Qual um furacão...
As horas alegres
São mais fugidias
Que as horas vazias
Da desolação.

Adeus mocidade
doces primaveras
benditas quimeras
feliz paraíso
o último pranto
o tempo enxugou
e a idade apagou
o último riso.

Saudades infindas
Das horas felizes
Abrem cicatrizes
No meu coração
E desiludido
Das glórias terrenas
Vou viver apenas
Da recordação.

Adeus companheiros
E velhos amigos
Colegas antigos
Que eu chamava irmãos
Desmancho o cenário
Fim do episódio
Sem mágoa, sem ódio
Sem nada nas mãos.

Aos velhos colegas
Deixo o meu abraço
Neste humilde traço
De minha saudade
Aos jovens colegas
De dom positivo
Dou como incentivo
A minha amizade.

E volto ao silêncio
Do anonimato
Já que o mundo ingrato
Não me compreendeu
E vendo que tudo
É cheio de falhas
Esqueço as medalhas
Que o mundo me deu.

E tu violinha
Amada e querida
Guarda a minha vida
No teu abandono
Pede a estas cordas
Que tocaram tanto
Solucem no pranto
Da dor do teu dono.

Muito agradecido
Pelo que fizeste
Tudo que me deste
Da glória ao renome
Jamais ouvirás
Os meus estribilhos
Fica com meus filhos
Lembrando o meu nome.
José Alves Sobrinho: Poeta popular paraibano; pesquisador do cordel e da cultura popular. Fez uma parceria importante com o professor e pesquisador (falecido) Átila Almeida, pesquisando em todo Nordeste sobre o cordel. Ex- cantador de viola. Chegou a perder a voz depois recuperou. Funcionário aposentado da Universidade Federal da Paraíba. (Campina Grande-Pb). Lá organizou juntamente com o professor Átila um arquivo por volta de 5 mil folhetos de cordel. Deu inclusive cursos rápidos (de extensão) de literatura popular na Universidade, no antigo Nell. Autor de vários livros: Sabedoria de Caboclo (1975); Glossário da Poesia Popular (1982); Matulão de um Andarilho (1994); Dicionário Biobibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada: parceria com Átila Almeida (1977); Os Marcos e Vantagens: parceria com Átila Almeida (1981). Obras a sair: No Fundo do Matulão, Cantadores com quem cantei, Datação de Palavras, A Glosa, Memórias de um Cantador.

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