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Artigos-->UMA EDUCAÇÃO MADRASTA -- 19/06/2008 - 14:18 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Uma educação madrasta



(por Alberto Nunes - jornalista)



A capacidade do governo dispersar o ensino por intermédio de sua secretária de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, quando afirma que “o ensino paulista é negativo pela grande quantidade de alunos matriculados”, -- é o máximo da incompetência! É admitir a falência do ensino. As pessoas incompetentes, não raro, expressam asneiras. Mas, pior foi a aprovação do Decreto 53037, e da Lei Complementar 1041/08.



“A profissão de professor é nobre, reveste-se de grande esplendor”, entretanto, é perseguida em suas funções pela política governamental de sufocar a classe; diferentemente de outros países como da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão, que trata seus professores como os principais responsáveis pelo futuro de suas nações. O professor nesses países é bem pago, tem melhores condições para ensinar e não está sujeito a legisladores que os perseguem, que os tornam suspeitos para educar; de legisladores que legislam em causa própria. Como temos visto, salário de professor é insuficiente, é de envergonhar. Apenas suportam a lida por causa dos penduricalhos que lhes garante a subsistência e se sobrecarregam durante o ano letivo para terem um padrão de vida relativo.



Torna-se surrealista a sua aposentadoria, quando seus sonhos tomam formas assustadoras; desnudada dos penduricalhos, os holerites apresentam um salário minguado totalmente escasso em condição bastante inferior. Mas isto não ocorre nos holerites dos legisladores que não perdem as vantagens por eles inseridas e se aposentam com altos salários nada tendo a reclamar.



É de se notar, numa democracia, cuja educação deixa a desejar, políticos oportunistas fazer carreira cômoda, de “bom divã”, sem embaraços, empurram tudo com a barriga, porque o povo às vezes não sabe cobrar.



O quê os professores reivindicam? Apenas o fim da progressão continuada; reajuste salarial; plano de carreira; extensão de gratificação a professores aposentados; melhores condições de trabalho em sala de aula e a limitação de 35 alunos por sala de aula. Não atender a essas reivindicações tão simples é pisar na cabeça dos professores. Afinal é legítima e claramente possível e dá dignidade à classe, mas, sem a qual, continuarão marginalizados formando alunos sem motivação, sem o incentivo da certeza de estarem garantindo à sociedade legiões de pessoas dotadas de conhecimento.



Por que somente em países de terceiro mundo a educação é vista sob um ângulo de prisma inferior? O povo não deve pensar? O povo não deve aprender a exigir os seus direitos? Temos de conviver com uma maioria semi-analfabeta para servir a candidatos e a políticos inescrupulosos? E o futuro do país?



Um professor de nível superior no Estado de São Paulo ganha R$ 8,05 por hora trabalhada, enquanto que no Estado do Acre nesse mesmo tempo ganha R$ 13,16. Os estados que melhor pagam os professores são: Acre, Tocantins, Mato Grosso, Roraima e Alagoas. “Um professor de São Paulo que trabalha 120 horas por mês recebe um salário de R$ 966,00 e pode comprar 4,9 cestas básicas; já um professor do Acre trabalhando o mesmo tempo recebe R$ 1.580,00 e pode comprar até 12,6 cestas básicas”.



O Decreto 53037, de 28 de maio de 2008, que diminui ainda mais os direitos do professor, tem, como se não bastasse, a Lei Complementar 1041/2008 de autoria do Governo do Estado, que limita a ausência para tratamento médico. Doravante, professores não poderão adoecer, ou levar seus filhos, pais, idosos ao médico. Arcarão com os cortes em seus salários. No entanto, o legislador que faz a lei, evidentemente, tem direitos não divulgados e jamais fizeram greve por qualquer motivo que seja.



Assim, temos no PSDB, que governa o Estado a autoria de um projeto que destoa e achata a educação e a classe docente. As aulas estão paradas. Professores em greve e alunos perdendo tempo e cultura. Nosso estado sofre com a educação à deriva.



E então, senhores deputados? 55 votaram pela lei e 21 votaram contra. São 250 mil professores no Estado de São Paulo e alguns milhões de alunos prejudicados. Querem mesmo que a educação piore? É assim que pretendem um dia governar o Brasil? É claro que seus filhos, ou estão em colégios particulares, ou estudam no Exterior. O fato é que, “a quem falta a cultura falta todo o bem, por força de uma Educação bastante madrasta”.



Alberto Nunes – Jornalista.







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