Minha senhora, se pasme
ao ouvir esta conversa,
mas não se entusiasme
com o papo de quem versa.
O pé diz para o pênis
que é muita injustiça,
a pessoa lhe pôr tênis
pra sair com sua piça.
Reclama da vida boa
que o tal leva sem breca.
Balança muito à-toa,
mergulhado na cueca.
E, sofrendo como cão,
ele, por sua vez, pisa
em plena escuridão,
de meia e sem camisa.
Só sabe cheirar chulé
que ele mesmo fabrica.
Por ser um cara de fé,
não liga para titica.
Dá bicudas, sem querer,
em qualquer coisa à frente,
já não tem o que torcer
nos buracos de repente.
Suas doze polegadas
mereceriam respeito,
mas, dando suas gargalhadas,
o pênis não lhe tem despeito.
Então, o pênis lhe diz
que nem tudo é tão ruim,
ele não é chafariz,
mas, muitos pensam assim.
De vez em vez se anima,
ouvindo algo lá fora.
Alguém vem, e bem lhe mima,
até virar uma tora.
Depois, lhe joga num breu,
úmido e mui fedido.
Buraco que não é seu,
mas invade, oprimido.
E fica num vai-e-vem,
empurrado e puxado
mais que quem a bola tem,
até ficar enjoado.
Fica tonto e vomita,
como um adoentado
que tomou uma birita,
e acaba desmaiado.
É assim que gente nasce,
minha cara, do danado.
E, por mais que enojasse,
sempre há um eriçado.
***
Com os cumprimentos do Tim, crente em agasalhos
para partes pudendas, filho da volta involuntária
e servo da pinga do seu Né.
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