“O alcoolismo é uma doença progressiva, incurável que pode causar demência antes de levar à morte”.
Essa é a definição da Organização Mundial de Saúde com sede em Genebra, na Suíça.
Embora alguns contestem, os médicos especialistas concluíram que o alcoolismo é uma doença primária, ou seja, que causa pelo menos outras sessenta doenças. As principais e mais conhecidas são a cirrose hepática e a pancreatite crônica (etílica). Entretanto os atestados de óbito não registram outras tantas causadas pelo uso excessivo do álcool. As doenças neurológicas, cardíacas, renais e mais uma longa lista fazem parte do elenco que a bebida alcoólica é a principal personagem.
O aumento do número de câncer de fígado, pâncreas, rins, bexiga e intestino são resultantes do uso indevido de bebidas alcoólicas. Grande parte dos hipertensos, também têm a origem na ingestão de álcool.
Os acidentes com veículos automotores (motocicletas, automóveis, ônibus e caminhões) em mais de setenta por cento são causados por motoristas embriagados e fazem vitimas fatais ou tornam inválidas outras tantas pessoas.
Também fazem parte dessa drástica estatística os acidentes de trabalho, as agressões familiares e outros delitos (assaltos, assassinatos, etc.).
Mais de noventa por cento dos boletins de ocorrência nas delegacias tem o envolvimento de pessoas alcoolizadas que desafiam a lei e cometem infrações
Os pediatras são testemunhas de uma grave enfermidade que acomete os recém-nascidos, a S.A.F. (Síndrome de Abstinência Fetal), que tem origem na mãe alcoólica. Essa doença causa transtorno cerebral grave nos bebês e quando a criança está na fase escolar tem um retardo no aprendizado entre outras conseqüências graves.
É de conhecimento do Ministério da Saúde que o problema do alcoolismo é hoje considerado de saúde pública. Os apelos de conscientização não conseguem atingir os seus objetivos e o aumento da população alcoólica é geométrica, atingindo mais de dez por cento da população produtiva em todo o mundo.
Infelizmente, o Ministro da Saúde José Temporão ainda não conseguiu vencer os interesse das grandes indústrias produtivas que usam nos veículos publicitários (mídia), propagandas criativas e de bom gosto que motivam principalmente os adolescentes com vislumbre da liberdade, alegria, sexo e lazer.
Os impostos hoje arrecadados (milhões de reais) com os produtos que contém álcool (também a cerveja) não conseguem mais pagar as despesas de saúde com o tratamento ambulatorial e as internações clinicas e cirúrgicas provocados pelo uso indiscriminado e abusivo das bebidas alcoólicas.
Um a cada três leitos ocupados no SUS (Sistema Único de Saúde) é resultado direto ou indireto da ingestão de substancias alcoólicas.
Alem dos “alcoólatras diagnosticados” ainda existe um grupo (maior) de bebedores pesados, àqueles que bebem todos os fins de semana em bares, boates, e principalmente em encontros familiares (almoços comemorativos com os churrascos regados a chopp); esses são os maiores causadores dos casos policiais, acidentes de trânsito e transtornos familiares.
O cumprimento da lei – não vender bebidas alcoólicas para menores de dezoito anos – é desrespeitada, fazendo dos menores consumidores, vitimas potenciais para adquirir (inconscientemente) a doença do alcoolismo.
Mesmo sem cura ainda existe um percentual de alcoólatras que consegue ficar abstêmio (continuadamente), mas infelizmente esse número não ultrapassa aos vinte por cento de dependentes apesar das clinicas especializadas e outros tratamentos alternativos. Dos oitenta por cento restantes, alguns conseguem uma abstinência temporária e estão sujeitos às recaídas repetidas, e o restante vai a óbito perdendo a saúde (física e espiritual), moral e dignidade.
É necessário conter o avanço dessa doença (ainda pouco entendida) com a ajuda da sociedade, pois somente os governos federal, estaduais e municipais não conseguirão conscientizar os consumidores do grave problema que hoje atinge grande parte das famílias brasileiras.