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Artigos-->NOS TEMPOS DA BRILHANTINA -- 08/06/2008 - 07:14 (Mirian de Sales Oliveira da Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NOS TEMPOS DA BRILHANTINA



Agente não tem que caminhar muito para encontrar saudosistas.Pessoas que conheceram nossa cidade,pacata,quieta,provinciana,onde quase todos se conheciam,tempo de serenatas nas portas e cadeiras nas calçadas.Agente até podia ouvir os sinos!Êles tocavam para avisar sobre incêndios,davam horas,repicavam alegremente nos dias de festa,dobravam sobre finados,choravam pelos “irmãos”,chamavam os fiéis para as missas e novenas.Alegravam a cidade com seus toques ruidosos.Até se davam ao requinte de diferenciar os toques,algumas vezes com a boca prá baixo,outra prá cima,caso o finado fosse homem ou mulher.Os sinos de São Francisco,do Carmo,do Desterro, da Sé....As festas de largo,as quermesses,as novenas,os ternos de Reis.E a saudade vai ficando,abrindo os caminhos,logo agente lembra dos automóveis,capotas arriadas,o fonfon(o que é que há com a sua baratinha,que não quer funcionar?)os corsos,as matinés de domingo,onde os namorados trocavam beijos,”coladas”,como se chamava antigamente os beijos de língua,apesar das tias acompanhantes,sempre atentas,protegendo a donzelice das sobrinhas.;as “soirées”,elegantes,as moças de chapéu,pastinhas sobre a testa,chamada “pega-rapaz”,muitas imitavam nos trajes e penteados,a última moda de Hollywood.Moça casadoira,ás tardes,ficavam nas janelas,debruçadas nos peitoris,tinham até almofadas para descansar o cotovelo.O rapaz passava,devagar,fazia uma reverencia,com seu chapéu panamá,um bigode á Errol Flynn,ídolo da época-quem se lembra!? Do seu riso safado e bigodinho fino,sucesso entre os rapazes.Os mais afoitos piscavam o olho,a moça piscava de volta,havia a linguagem das flores,um outro dia falarei delas,os enamorados se entendiam.



E as festas?Esperar pelas festas,que alvoroço;elas aconteciam o ano todo,a maioria de igreja,maravilha quando havia quermesse ou procissão,banda de música no coreto do jardim,ou ver a banda passar,cantando coisas de amor.As mocinhas de braços dados,feito cordas de caranguejo,vestidas de rosa ou lilás,azuis suaves,verdes ternos,branco virginal.Figurinos de Lana Lo bell,vaporosos,diáfanos,decotes discretos,insinuando sem mostrar,ativando a imaginação dos rapazes;que,no alvoroço,prometiam bonbons aos irmãos mais moços da garota que queriam namorar e até uns tostões,para mante-las longe das tias,e poder ganhar um beijo roubado.Tem até aquela estorinha do namorado que prometeu um tostão ao irmão caçula da amada prá ficar vigiando a rua,debruçado na janela,avisando sobre qualquer vivente que passasse e pudesse pega-los no flagra;o garoto foi dando o alerta e papando seus tostãozinhos,até,que-garoto honesto-alertou:olhe,é despartido prá você;vem passando aí uma procissão.





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