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Artigos-->NAVEGAR É PRECISO -- 06/06/2008 - 13:33 (Mirian de Sales Oliveira da Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NAVEGAR É PRECISO:AS VIAGENS DE OUTRORA

Era uma “novela” viajar antigamente.Já haviam os automóveis,mas,não levavam bagagens,por falta de lugar para acomoda-las.Alguns autos eram luxuosos,porém,simples ou não,eram para poucos,que podiam se dar esse prazer.Os motoristas particulares andavam “nos trinques”,alinhados,bem alimentados,ouvidos e cheirados,era gente “da casa”.Carros de aluguel eram muito poucos;quem precisava,contratava com dias de antecedência,procurados que eram para casamentos,recepções,viagens curtas,ou para levar o cliente até o porto ou aeroporto,viagens também destinadas aos escolhidos.No Carnaval de 45 a 55,meu pai alugava uma “baratinha”,para nos levar á Rua Chile,ver o corso,os carros alegóricos que passavam deslumbrantes de cores,luzes e gente bonita.Com a capota arriada,eu fantasiada de cigana ou odalisca,o carro cheio de lança-perfume,rhodo ou rodouro(que ainda não era proibido)íamos nós,felizes como pinto no lixo,ver a festa.Para ir até o porto,era dureza;a bagagem,geralmente volumosa,ia na cabeça de carregadores ,verdadeiros “armários”,também chamados de ganhadores ou burros sem rabo;se a bagagem fosse grande e pesada(já imaginaram caixas e mais caixas de chapéus,quem viajava sem chapéu,naquela época?)era acomodada numa carroça de tração animal,contratada com bem antecedência.A hora da viagem movimentava toda a vizinhança;os vizinhos á janela,curiosos,para ver o séquito,pois,naqueles bons tempos,ninguém viajava esportivamente,todos nos trinques,saíam,emocionados com os votos de boa viagem,gritados por dezenas de vozes simpáticas e,levemente invejosas.Bota-fora era coisa animada,na Bahia e no Rio,gente enfarpelada agüentando o calor,pois os paquetes quase nunca viajavam á noite.Os vizinhos mais chegados prometiam “olhar a casa”,vigia-la,recolher a correspondência;outros guardavam os jornais,que certamente dariam notas da viagem na coluna “Sociedade”;as velhas não paravam repetir o “Deus te guie”,benzendo-se toda,apavoradas com o mar.Promessas eram feitas ao Sr.Bom Jesús dos Navegantes ou á Yemanjá,dependendo da crença do rezador.

O vapor saía e todos esperavam noticias;uns escreviam,outros estavam tão embevecidos com a viagem que não tinham tempo nem prá uma linha.Quando muito um lacônico “Cheguei bem”,via telégrafo.Estamos falando de viagens longas,para o Rio,por exemplo,nos navios do Lloyd,como o “Rosa da Fonseca” ou viagens para o Norte ou Nordeste,pelo Ita;peguei um Ita no Norte e vim pro Rio morá,adeus meu pai minha mãe,adeus Belém do Pará....A qui,no Recôncavo,tínhamos o Vapor de Cachoeira,uma folia viajar nele,subindo e descendo o Paraguassù,até Cachoeira e S.Félix.O certo é que viajar era “custoso” e complicado,mas,como pé que não anda não dá topada,não deixava de ser muito divertido.



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