Quem acompanha a evolução dos trabalhos do deputado João Caramez, em nossa cidade, termina por cair numa profusa confusão mental. Sistematicamente tenho visto, num jornal da cidade, fotografias de personalidades políticas e autoridades do PSDB, que, atendendo pedidos do parlamentar comparecem e se deixam fotografar anunciando providências para as obras paradas e de responsabilidade do governo estadual, que tem restringido o desenvolvimento de nossa região.
É o caso do Corredor Oeste esquecido há 10 anos sem que haja decisões efetivas na continuidade dessas obras, como também o Trevo da Castello Branco, muitas intenções sem resultados, simplesmente aparecem assessores, olham, comentam, dão entrevistas e desaparecem, deixando-nos cheios de dúvidas: será que agora vai? Ou será que vai continuar parado?! Cito como exemplo a presença do assessor da presidência da EMTU, Luiz Antônio Carvalho Pacheco, que visitou Itapevi acompanhado do deputado João Caramez, dando algumas declarações à imprensa retornando rapidamente para a EMTU.
Num enredo emaranhado, com aspecto de ficção, as afirmações dessas visitas vem desde quando o então governador Geraldo Alckmin, em Itapevi anunciou em alto e bom som várias obras, inclusive, uma delegacia de polícia para Amador Bueno, reformas nas estações, a colocação de catracas, e de bitolas largas para receber o trem de grande percurso. Foi anunciado em 2006, que o “governo prevê um investimento estimado em R$ 150 milhões”. Tudo isso prometido e não cumprido; além das contradições advindas do próprio presidente da CPTM, ao dizer que, “para substituir o trem antigo pelos novos teríamos de trocar todos os trilhos desse trecho”. Parece leigo no assunto! Ele deveria ter dito que teriam de trocar todos os dormentes do trecho acrescentando-se uma terceira linha. Vejo nisso a letargia pelo progresso. Posteriormente o gerente de projetos da CPTM, vem a público dizer que “o trecho de Amador Bueno não seria contemplado neste calendário de obras, mas que a sugestão seria anotada para futuros projetos”. No entanto, diz o presidente da CPTM, Álvaro Armand, “que a remodelação do trecho só será viável se a CPTM puder obter investimentos externos ou firmar parcerias com a iniciativa privada”. E então, confronte-se com as palavras de Alckmin que havia anunciado o início das obras para 2007.
Ora, isso provoca ceticismo na população; acreditar em quem nessa mesclagem de declarações que, se comparadas, se chocam: no ex-governador; no presidente da CPTM; na Artesp; no deputado? Ou no assessor Luiz Antônio Carvalho Pacheco? Notamos uma espécie de jogo de empurra-empurra. A Via Oeste depende da autorização da Artesp, que ainda estuda e analisa a viabilidade da obra no trevo da Castello Branco e, enquanto não se realiza, predomina essa variedade de enunciações, essas visitas rápidas à Itapevi, matérias alardeantes na imprensa dando à população a crença de que tudo será resolvido.
Não fixam a data para o início das obras, dizem que é para este ano e que “está próxima”. O fato é que são palavras e nada mais que palavras e que, ao que parece, ainda demorará muitos anos a ser realizada e a espera está cansando, também está cansando ver na imprensa as mesmas declarações de um ano atrás. Não há como esconder que alguma coisa está emperrando o andamento dessas obras parecendo um conjunto de estratégias e ações políticas para as eleições vindouras e, se é crível, apresenta-se num péssimo negócio, resultado de um planejamento ineficaz e, isso, não se anuncia ao público, interessado no desenvolvimento de nossa cidade. Aguardaremos a próxima visita para novas confrontações nas declarações.
Contudo, uma coisa é certa: ninguém agüenta mais discursos ao vento, sobre assuntos de suma importância para Itapevi e região. Somente acredito quando, enfim, as máquinas estiverem com os motores funcionando colocando em andamento os empreendimentos necessários para o desenvolvimento que esperamos antes das eleições.