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Poesias-->TESTAMENTO -- 27/08/2002 - 21:53 (Rose de Castro) |
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TESTAMENTO
Me custo me cobro
me forço a escrever
Penso na minha era
a era que sobrou
nessa lata de lixo
paredes pichadas
cidades alarmadas
cidades desintegradas
entre fitas falas falsas bombas
ou verdadeiras
que nos fazem marginais
de onde brotam flores mortas
ou modificadas
Dôo a eles
todos esses restos
Deixo como legado
um testamento em calibre 38
Envio-lhes
Quando deles restar apenas o pó
Somos esparros
cheios de gritos presos
ânsias silêncio desamor
somos “presa fácil”
repletos de teias
somos maricas e sem berro
estamos porrados de aguardente
bêbados neuróticos calados
caídos no calabouço
dissecados
transformados em amaldiçoados robot’s
Somos fedidos deslumbrados
mal-cheirosos
restos de risos
Somos touros na arena
mortos cruelmente moralmente
espetados fisicamente
no frio ferro atravessado no coração
... e o Brazil chorando o seu caixão...
MEUS PÊSAMES!
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