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Cronicas-->Maio - mês das noivas -- 18/05/2000 - 14:35 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No início de maio tivemos o dia das mães e em junho para segurar as vendas do comércio teremos o dia dos namorados. Não pensem que estou reclamando do comércio. Não estou. Um diazinho aqui, outro acolá acabam servindo para nos lembrar que temos outros compromissos além de trabalhar e correr atrás da sobrevivência. Quanto ao comércio, eu não tenho nada contra. Sou daqueles que acham que os comerciantes são tão inocentes quantos os comunistas. Ressalvadas as exceções, aquelas que costumam confirmar as regras, de um modo geral comerciantes não comem criancinhas.

Mas maio é também conhecido como o mês das noivas, não sei exatamente porque (talvez Alik com sua cultura enciclopédica possa esclarecer). O fato é que neste mês há um maior número de casamentos. Isto deveria ser em junho com a comemoração do dia do santo casamenteiro. Na realidade o senso comum se refere aos nubentes, os que vão realmente se casar, e não propriamente aqueles que são noivos, se é que ainda existe a instituição do noivado.

Noivado? Ainda existe? Deixe-me explicar para os mais jovens.

Noivado era uma instituição existente na era pré-diluviana que identificava o propósito dos namorados, então chamados noivos, de virem a se casar. Esta situação social deixava mais claro quais seriam as "intenções do rapaz" no relacionamento, questão sempre muito relevante em especial para os pais da moça. Sim, naquela época havia muito preconceito e ninguém imaginava ou procurava saber as intenções da moça. As ameaças e as possíveis, para não dizer costumeiras, más intenções eram sempre do rapaz que, sem pudor, compromisso ou humanidade, era sempre suspeito de desejar apenas aproveitar-se da moça. Ela, inocente, seria iludida em suas boas intenções, só cedendo aos pedidos do rapaz com medo de perdê-lo ou envolvida em sua prosa enganadora. Dependesse dela, nada aconteceria.

O noivado dava uma certa tranquilidade aos pais das moças e um certo "status" aos noivos, em especial às moças, identificando que sua chance de encalhar era menor. Naquela época, cheia de preconceitos e formalismos sem sentido, havia esta preocupação: a de encalhar ou, pior, ter uma filha encalhada. Se até uma certa idade o pai procurava proteger a filha das ameaças da vida, após, ficava preocupado com o futuro. Imagine meu sogro, com três filhas, que angústia. Felizmente, como se dizia na época, ele descontou as três promissórias.

Pois bem, para facilitar as coisas para os jovens havia o noivado. No início simplesmente noivado, depois, noivado com data marcada, muito mais sério. Usava-se uma aliança de ouro na mão direita para identificar a situação. Com isto a moça era mais respeitada pelos outros rapazes por saberem-na comprometida. O rapaz por sua vez, portador da aliança, fazia pose de bom moço, cheio de boas intenções. Havia também a expressão "desmanchou o noivado" obviamente identificando o término do compromisso, o que sempre exigia uma certa coragem.

O noivado, de um modo geral durava algo entre um e dois anos mas haviam as exceções. Noivados relàmpagos apenas para dar tempo para as providências formais, a preparação do enxoval e fazer a alegria das fofoqueiras de plantão. Haviam também os noivados eternos pois duravam até mesmo mais que uma década. Eu sempre achei que quem não casa até os 25, só depois dos 35. Imagino que noivados tão longos ocorressem por causa desta regrinha da natureza.

Eu realmente não sei (vou perguntar à Juliana) se as pessoas ainda ficam noivas, uma vez que as motivações de antigamente já não existem. Felizmente, os rapazes já não são culpados pelas intenções que tenham e as moças já não são tão moças como pareciam naquela época, e tem intenções tão boas, más e intensas quanto os rapazes. Estas intenções, de um modo geral também já não precisam ser disfarçadas.

De qualquer forma, parabéns aos noivos.


Escrito em 29.05.1999
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