O presidente Lula disse num discurso entre claqueiros, batedores de palminhas, o som deliciosos para os ouvidos do ex-sindicalista, que a Amazônia pertence ao povo brasileiro. Até aí tudo correto. O que não é correto é a inércia deste povo brasileiro diante da destruição implacável daquela floresta. Há quase cem anos assistimos a uma destruição sem qualquer escrúpulo tanto de florestas, quanto de animais e ninguém, mas ninguém mesmo, nascido neste país ousou reclamar. Os poucos que o fizeram a partir de décadas recentes foram calados pela propaganda idiota de que a Amazônia pertence ao povo brasileiro. Mas, que povo, se só vemos criminosos lá na Amazônia. Existirá alguém honesto no meio daquela selva? Com exceção dos índios as pessoas que se aventuram a entrar na mata virgem têm segundas intenções. Tanto que até os barqueiros não possuem registro oficial de seus barcos, afundando rotineiramente e matando dezenas de pessoas inocentes. Sou brasileiro e aprecio com muito orgulho a floresta amazônica, mas não sou idiota. Sei que a destruição é inexorável e só uma intervenção de países responsáveis é que irá salvaguardar definitivamente aquela floresta.
Cadê a floresta denominada de Mata Atlântica? Não restou quase nada. Tudo foi consumido pela ganância exagerada do brasileiro. Os cerrados no nordeste também estão desaparecendo. Tudo virando carvão para os bonachões da vida comerem seus churrascos, além de alimentarem indústrias ainda movidas a carvão num flagrante atraso de vida. A Amazônia realmente pertence ao povo brasileiro, contudo trata-se de um manancial verde considerado o pulmão do mundo. E o que vemos é uma orgia de destruição das mais hediondas porque a floresta não pode se defender. A única solução, em sendo uma solução extrema e bastante polêmica é a tutela, por exemplo, da ONU, as Nações Unidas, porque infelizmente, nós brasileiros, não temos a capacidade de amar e proteger uma floresta, que é a última do planeta. Ou então, teremos de entregá-la aos americanos. Acreditamos que os EUA cuidarão perfeitamente da floresta, já que eles têm experiência na preservação de seus parques florestais de envergadura. Por exemplo: se um turista vai entrar em um daqueles imensos parques não lhe é permitido portar fósforo, isqueiro, ou mesmo cigarros. Não podem fazer fogueiras. Não podem acampar sem uma permissão da polícia florestal. Não podem mexer em nada. Os diversos parques florestais são preservados há muitos anos. Os incêndios ocorridos são por fatores quase que exclusivamente naturais, como coriscos, ou raios.
Já em nosso país as coisas degrigolaram de vez por todas. Os tais defensores do meio ambiente são mais politiqueiros do que ambientalistas. Não possuem nenhum sentimento, nenhum resquício de firmeza em procurar defender o meio ambiente de forma mais austera. Usam o título de ambientalistas para fazerem política com interesses outros, apesar de boa parte da população buscar apenas a melhoria do ambiente onde vive cada vez mais deteriorado. A Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, a área total vítima do desmatamento da floresta corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano. Com esse processo, diversas espécies, muitas delas nem sequer identificadas pelo homem, desapareceram da Amazônia. Sobretudo a partir de 1988, desencadeou-se uma discussão internacional a respeito do papel da Amazônia no equilíbrio da biosfera e das conseqüências da devastação que, segundo os especialistas, pode inclusive alterar o clima da Terra. Todas as propostas foram bloqueadas pela opinião pública brasileira, mas atualmente não é tão simples clamar contra todas as formas agressivas, especialmente quando se trata de questão ecológica! Imagino assim sendo, que será necessário pedir ajuda internacional para conter a tentativa de ocupação amazônica de forma devastadora pelos próprios brasileiros.
Nós, brasileiros, somos tão irresponsáveis no que concerne ao meio ambiente, que fazemos passeatas inúteis para divertimentos escusos, tal e qual a passeata gay realizada domingo, dia 25 de maio, quando participaram 2 milhões de pessoas. Para proteger as árvores da Amazônia não movemos um dedo. Bom, pelo menos a natureza terá o cuidado de se vingar como vem acontecendo em todo o mundo.
(Jeovah de Moura Nunes)
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