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Poesias-->ALMA DE VIOLA -- 25/08/2002 - 10:48 (LUIZ ALBERTO MACHADO) |
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Viola ao peito, destino da voz
Prefere o chão à paixão advena
Contesta seu tempo, arbítrio feliz
Invoca sabença de seu povo infeliz
Cantarola esperança motivo no gesto
Desalinha o cabelo na luta feroz
Entoa seu brado correia no peito
Acordes sem fim de canção germinal
Encanta platéia o seu som gutural
A rouca canção dos tempos daqui
Viola ao peito, destino da voz
Denuncia desdém de ordem nominal
Intuídos na força do verso da paz
Desalinha o cabelo na luta feroz
Homem feito de um tempo atroz por se ser
Vem lá monte alegre de já mata sul
Predestinando segredos
Segredos de um povo sem voz sem
Viola ao peito, destino da voz
A que carrega a vida e a morte
A morte de um chão já bem diluído
A vida de um povo há tempo esquecido.
Para Zé Ripe
In: Paixão Legendária, Recife:Ed.Bagaço, 1991.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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